Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vacinados contra a Covid poderão ver filmes de graça em vagão ferroviário https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/15/vacinados-contra-a-covid-poderao-ver-filmes-de-graca-em-vagao-ferroviario/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/15/vacinados-contra-a-covid-poderao-ver-filmes-de-graca-em-vagao-ferroviario/#respond Mon, 15 Nov 2021 18:30:39 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Cine-Vagão_02-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3113 O vagão ferroviário que a partir da década de 1950 atendeu passageiros da Estrada de Ferro Elétrica Votorantim agora tem nova utilidade, embora mantenha o olhar no passado.

Produzido em 1951 e restaurado pela Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, o carro de passageiros abriga sessões de cinema no projeto Cine-vagão, criado em Votorantim (a 107 km de São Paulo).

Lançado em 2019, o projeto foi suspenso por conta da pandemia da Covid-19 e foi retomado agora, com a proposta de exibir quatro filmes até o final deste mês.

A entrada é gratuita, mas só será permitida para quem apresentar comprovante de vacinação completa contra a Covid-19 (duas doses da Coronavac, da AstraZeneca e da Pfizer ou dose única da Janssen) ou comprovante de que recebeu a primeira dose, acompanhado de um teste negativo de Covid do tipo PCR feito até 48 horas antes da sessão ou de antígeno feito até 24 horas antes.

O objetivo do Cine-vagão é apresentar clássicos do cinema entre as décadas de 1930 e 1960. O período compreende parte do apogeu do sistema ferroviário e o início do declínio.

Nesta terça-feira (16), será exibido o longa-metragem de aventura “O Mágico de Oz”, de 1939, a partir das 19h30. O vagão está na rua Leopoldo Ferreira, perto do cruzamento da via férrea com a avenida Luiz do Patrocino Fernandes, na Vila Dominguinho.

Na quinta-feira (18), será a vez de “Metropolis”, seguido por “A General” (dia 23) e “À Noite Sonhamos” (dia 25).

A ação foi selecionada pelo FMC (Fundo Municipal de Cultura) da cidade, criado em decorrência da adesão do município ao SNC (Sistema Nacional de Cultura) e que abre inscrições anuais para projetos.

O vagão é equipado com projetor, sistema de som e gerador para funcionamento dos equipamentos.

A Estrada de Ferro Elétrica Votorantim foi uma pequena linha férrea, de apenas 13 quilômetros, a segunda a ser eletrificada em São Paulo, conforme o grupo Votorantim.

Sua origem remonta à construção da fábrica de tecidos Votorantim, no final do século 19, que fez com que fossem criadas condições logísticas para o empreendimento, o que incluiu o surgimento de um ramal da Estrada de Ferro Sorocabana, chamado Estrada de Ferro Votorantim.

Inicialmente as locomotivas eram movidas a vapor –maria-fumaça–, com bitola (distância entre os trilhos) de 60 cm. Já em 1918, a estrada de ferro foi comprada pela fábrica, que alterou o tamanho da bitola para um metro e eletrificou a via. Com isso, seu nome ganhou a palavra “elétrica”.

O uso de máscara durante a sessão é obrigatório e o limite é para 50 pessoas. Por isso, a recomendação é que as pessoas cheguem com uma hora de antecedência.

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Transporte precisa se reorganizar para superar perda de passageiros na pandemia, diz dirigente de associação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/#respond Fri, 03 Sep 2021 17:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/CCR-Metrô-Bahia-2-Foto-Divulgacao-CCR-Metro-Bahia-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2932 O Brasil tem hoje 21 sistemas metroferroviários em operação, distribuídos em nove estados e o Distrito Federal, concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Em seus 1.116 km de linhas construídas, pouco para um país de dimensões continentais, foram transportados diariamente, em 2020, 5,8 milhões de passageiros, volume que despencou devido à pandemia e que talvez não volte mais aos níveis pré-Covid-19.

Diretora-executiva da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Roberta Marchesi disse que a perspectiva de que 20% dos antigos usuários não voltarão ao sistema principalmente por conta da possibilidade de trabalho remoto nas empresas faz com que seja necessário discutir o futuro do setor.

A associação, que completou 11 anos na última semana, também tem discutido formas de financiamentos do sistema –como a gratuidade de passagens– e a implantação de trens regionais, que poderiam fazer o setor crescer no país.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

O Brasil tem hoje 1.100 km de transporte de passageiros sobre trilhos, o que é muito pouco para um país desse tamanho. É possível projetar como será o futuro do setor?
Não temos expectativa [numérica] para os próximos anos, mas o que vemos hoje é um foco muito grande nesse segmento. Governos, tanto estaduais quanto federal, já entenderam que o setor tem uma potencialidade enorme, existe uma demanda reprimida por esse tipo de investimento.
Quando olhamos para os investimentos feitos, a gente vê que é um segmento que precisa ser considerado. O maior exemplo disso, que sempre tenho falado, são as concessões das linhas 8 e 9 de São Paulo. E por quê? Não é o maior sucesso ou porque foi o maior projeto, mas é o maior exemplo de como o setor tem capacidade de atrair investimentos. No meio da maior crise setorial que já existiu na história, tivemos as concessões de duas linhas, um resultado excelente, quase duas vezes o valor da outorga inicial. Se na crise o setor consegue atrair investimento privado, o que não conseguiria fazer fora da crise?
Isso é um alerta positivo da importância que o segmento tem e a capacidade não só de melhorar, mas de fazer isso com capital privado.

O setor foi altamente impactado na crise e ainda não se recuperou. O que está sendo feito pelas empresas?
O setor foi, como toda a mobilidade, fortemente atingido. Houve uma queda muito abrupta de passageiros que se refletiu na receita do setor. O grande problema é que é um setor relativamente novo. Quando pensamos nas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que vieram a partir de 2010, há um marco regulatório muito mais forte, mais seguro, com segurança de receita para o operador, mas há outros contratos, mais antigos, sem esse tipo de salvaguarda.
Esses sofreram muito mais, que é o caso do Rio de Janeiro. As duas primeiras concessões foram do Rio, com SuperVia e Metrô Rio. Hoje o setor no geral está conseguindo se segurar, muito pautado nessa segurança contratual dos mais novos, mas os operadores do Rio estão tendo de fazer muitos cortes e adequação de oferta para conseguir minimamente reduzir o volume de gastos e seguir operando.
A primeira coisa que tem de fazer é uma repactuação muito rápida, é um caso muito sério e já se chegou no limite para algumas operações. Se o governo do Rio, com apoio eventual do governo federal, não olhar para o estado e buscar uma solução, é provável que o sistema em algum momento pare.

Há algum sinal de recuperação da demanda?
A crise não passou. Estamos desde março de 2020, um ano e meio, em crise. Todos achavam que nós conseguiríamos recuperar a demanda, mas não. Vemos que os últimos números do setor aéreo, que era a grande preocupação do governo, já está retomando 90% dos voos, enquanto o setor de mobilidade continua amargando 50%.

Nenhum dos operadores opera próximo de níveis pré-pandemia?
A média está baixa para todos. Duas coisas acontecem. Primeiro um movimento natural, porque algumas escolas não voltaram ao sistema presencial. Segundo, há um movimento de mercado muito forte que vai se manter com relação ao trabalho remoto. Alguns estudiosos apontam que 15% a 20% dos passageiros habituais não voltarão, porque ficarão com trabalho remoto.
Se a gente pensa que hoje amarga queda de 50% e perdemos esses 20%, a perspectiva máxima é de atingir 80% do pré-crise. O que precisamos é reestruturar, otimizar o transporte. A conexão entre eles é fundamental, não temos mais espaço para concorrência entre modais, ter três ou quatro linhas de ônibus passando no mesmo lugar ou uma linha de trem e duas de ônibus percorrendo o mesmo sentido.
É fundamental que haja integração para fazer com que ônibus e trens andem mais cheios e eles possam compartilhar. Além disso, a gratuidade é um problema, precisamos sensibilizar nosso Legislativo e Executivo de que as gratuidades do transporte público precisam ser pagas. O governo não pode definir que haverá gratuidade para tal faixa e eles andarem de graça sem que ninguém arque com isso. Não somos contrários à gratuidade, desde que o governo arque com o custo. Em muitos estados, a gratuidade não é ressarcida.

Nesse cenário, como ficam discussões históricas, como a de tarifa zero no transporte?
Seria o melhor dos mundos para a população e os operadores, desde que o governo se organizasse para criar uma forma de financiar essa operação. Uma vez que o custo da operação é garantido, não somos contra. O problema é que se discute apenas a ponta, que é o custo da tarifa, mas não vejo em nenhum momento a discussão sobre qual mecanismo vai ser adotado para garantir esse resultado.

Foi com base nesses pontos que a associação lançou um documento no início de agosto?
Naquele documento a gente reuniu algumas das principais linhas de pensamento e de atuação que em nosso entendimento são fundamentais para avançarmos nesse modelo. Nada impede que busquemos outras soluções, mas vamos ter de nos debruçar sobre isso, todos juntos, operadores, governos e sociedade civil, para chegar num novo mecanismo de financiamento.
A atuação do Ministério da Infraestrutura tem sido importante em relação aos trens regionais, pela primeira vez vemos um ministério dedicado a esse tema, a criar um marco para o transporte regional de passageiros.

O Trem Intercidades, em São Paulo, seria o melhor exemplo disso, embora seja apenas dentro do estado?
Ele nasce no âmbito estadual, mas pode avançar, e começaremos a ter trens interestaduais. Esse projeto estamos apoiando, acreditamos que vai ser uma vitrine, assim como o VLT do Rio. O Intercidades vai ser um  modelo para todo o Brasil de um trem de passageiros moderno.

O setor, até por ter operações muito dispersas, não falava a mesma voz. Foi por isso que surgiu a ANPTrilhos?
A principal conquista foi a própria união do setor. Não existia 11 anos atrás uma organização que tratasse especificamente dos interesses dos operadores de transporte de passageiros sobre trilhos. A estrutura do governo federal relegava o setor porque não tinha uma entidade específica que tratasse com o governo. Foi fundamental para que ao longo desse tempo o setor passasse a ser considerado nas pautas das políticas públicas. Se falava muito de transporte rodoviário, mas sobre trilhos, não. Como os sistemas são estaduais, nos estados acabam tendo uma articulação boa, mas em âmbito federal faltava isso.
N
ão foi um caminho fácil. Uma das maiores vitórias que tivemos foi com relação ao projeto de lei do setor emergencial. Quando surgiu na Casa, foi para atender o transporte rodoviário. Depois, com muita rapidez, foi incluído o transporte sobre trilhos no texto. Ainda hoje lutamos contra esse tipo de exclusão, mas aos poucos o Legislativo e o Executivo federais já entendem, consideram o setor nas políticas públicas.

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No Rio, furtos de 3.200 grampos de trilhos ameaçam segurança ferroviária https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/#respond Sat, 26 Jun 2021 23:56:06 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/IMG_3823-min-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2832 O total de furtos de grampos de fixação dos trilhos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

E o que são esses grampos? Eles fazem a fixação dos trilhos nos dormentes. Sem eles, a linha férrea fica vulnerável, o que causa risco à circulação dos trens e pode provocar descarrilamentos.

A concessionária atribui o problema à crise econômica do país e, também, ao aprofundamento da crise pela qual o Rio passa. Com perda recorde de passageiros devido à Covid-19, a concessionária, que tinha a expectativa de que o fluxo de passageiros pré-pandemia fosse recuperado no segundo semestre deste ano, agora só fala em retomada para 2023.

Nesta sexta-feira (25), agentes da concessionária contribuíram para a detenção de um homem suspeito de furtar grampos de trilhos perto da estação Campos Elíseos, o que fez com que a circulação de trens fosse suspensa por uma hora e meia nos trechos Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim.

Depois de localizarem o suspeito, a concessionária acionou homens do grupamento de policiamento ferroviário, que o levaram para a delegacia. Com ele, foram encontradas peças da via férrea.

Até a colocação de novos grampos, os trens que circulam nos trechos estão com velocidade reduzida. Se o furto fosse de peças em sequência, a circulação teria de ser interrompida.

No último dia 7, a concessionária ajuizou pedido de recuperação judicial no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, com dívidas que atingem R$ 1,2 bilhão.

A empresa alega que foi seriamente impactada pela pandemia da Covid-19, que restringiu a circulação de pessoas e provocou redução brusca em seu faturamento.

Os trens deixaram de transportar 102 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

Os principais credores da concessionária são Light e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que representam 85% do total da dívida.

SuperVia
Ano de fundação da empresa: 1998
Receita operacional (2020): R$ 439,2 milhões
Prejuízo (2020): R$ 110,7 milhões
Dívidas: R$ 1,2 bilhão (85% do total com Light e BNDES)

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Trem entre cidades mineiras inaugurado há 140 anos tem atividades suspensas https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/10/trem-entre-cidades-mineiras-inaugurado-ha-140-anos-tem-atividades-suspensas/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/10/trem-entre-cidades-mineiras-inaugurado-ha-140-anos-tem-atividades-suspensas/#respond Thu, 10 Jun 2021 10:50:23 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2768 O trem que percorre os trilhos entre as cidades históricas de São João del-Rei e Tiradentes, em Minas Gerais, terá as atividades suspensas a partir desta sexta-feira (11). A maria-fumaça que faz a rota inaugurada há 140 anos por dom Pedro 2º em meio a rios, montanhas e estações que preservam a arquitetura do século 19 sofrerá paralisação devido às restrições provocadas pela pandemia da Covid-19.

A paralisação ocorrerá apenas 41 dias depois de a rota ter sido reaberta pela concessionária VLI, responsável pela manutenção do roteiro. Antes, tinha ficado interrompida outros 48 dias.

Inaugurada em 1881, a rota entre as cidades mineiras foi uma das que contaram com a presença do imperador em suas viagens iniciais, como aconteceu também em outros locais, como no interior paulista.

“O objetivo é resguardar a saúde da comunidade e dos empregados da empresa, em razão do risco de disseminação do coronavírus. A medida atende ao Programa Minas Consciente, do governo estadual, que tornou a onda vermelha mais restritiva”, diz trecho de comunicado da concessionária sobre a suspensão das atividades.

O roteiro contempla 12 quilômetros de travessia por paisagens que apresentam diversidade ecológica, construções que preservam a arquitetura do século 19 e integravam a antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas.

A maria-fumaça, que opera com bitola (distância entre a parte interna dos trilhos) de 76 centímetros, percorre as serras do complexo de São José e tem atrações como a rotunda, equipamento que no passado fazia o giro da locomotiva nas estações para que ela pudesse retornar à estação de origem.

O trajeto entre as cidades é percorrido em 45 minutos.

Ainda não há previsão para o retorno das operações da rota. Passageiros que tinham comprado bilhetes antecipados poderão pedir a remarcação da viagem ou o reembolso do valor.

Em São João del-Rei há um museu inaugurado há 40 anos, e que já estava fechado temporariamente, que conta a história da extinta Estrada de Ferro Oeste de Minas.

A ferrovia teve vida curta. Com dívidas e muitas dificuldades para operar, ela foi liquidada ainda em 1900, 19 anos após a criação, e adquirida pelo governo federal três anos depois.

Em 1931, foi arrendada pelo governo mineiro e passou a fazer parte da RMV (Rede Mineira de Viação).

O acervo do museu abriga a primeira locomotiva utilizada na ferrovia.

Até a interrupção, as viagens estavam disponíveis de sexta-feira a domingo, com partidas às 10h de São João del-Rei e às 11h15 de Tiradentes.

O passeio custa R$ 70 (ida) e R$ 80 (ida e volta). A entrada é gratuita para crianças até 5 anos. Pagam meia-entrada crianças de 6 a 12 anos, estudantes e pessoas acima de 60 anos.

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Trens deixam de transportar 100 mi de passageiros no Rio devido à Covid-19 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/#respond Tue, 25 May 2021 18:52:15 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/SuperVia-Central-do-Brasil-e-frota-renovada-3-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2689 Os trens que circulam no Rio de Janeiro e na região metropolitana deixaram de transportar mais de 100 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

De acordo com dados da SuperVia, concessionária que administra o sistema desde 1998, o total de passageiros representa perdas registradas desde o dia 14 de março do ano passado. O acumulado até aqui chegou a 100.542.480.

Antes da pandemia, a média diária de passageiros nos trens era de 600 mil, número que hoje é de 300 mil em dias úteis. A concessionária administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

O cenário, porém, já chegou a ser pior e alcançar 70% de redução, ainda no segundo semestre do ano passado. Resultado disso é uma perda financeira de receita que chega a R$ 545 milhões.

“A concessionária, assim como os outros modais de transporte público do estado, depende exclusivamente da venda das passagens para dar continuidade à prestação do serviço e não conta com nenhum subsídio do governo. A SuperVia tem custos fixos para seguir com a operação e com a manutenção dos trens, das estações e da estrutura ferroviária. Além disso, tem atendido a todos os novos requisitos de higienização e operação, mantendo o serviço de todos os ramais e preservando os empregos de seus colaboradores”, diz comunicado da concessionária.

No ano passado, trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total recuou para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A queda de 46,7% na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 foi a maior redução já registrada no país. Se for considerado só o período de restrições devido à pandemia, de março a dezembro, o desempenho chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

A maior queda no fluxo em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada justamente no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Segundo a ANPTrilhos, o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Já a SuperVia diz que a expectativa inicial era de que a recuperação completa do fluxo de clientes ocorresse no segundo semestre deste ano, mas a crise econômica do país e o aprofundamento da crise no Rio alteraram a previsão de retomada, agora esperada somente para 2023.

Por conta disso, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público fosse sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada.

Além da perda de receita, os trens do Rio têm sido alvo de furtos de cabos, trocas de tiros entre grupos rivais, morte e até mesmo de baile funk dentro de um vagão no auge da pandemia.

Em março, um vídeo circulou na internet mostrando uma multidão aglomerada –sem máscaras, alguns com cervejas na mão– num vagão da SuperVia. A festa teria coincidido com o dia em que o Brasil registrou 2.815 mortes causadas pela Covid-19.

Em 4 de abril, uma mulher de 26 anos morreu após ser baleada num assalto no interior de um trem na zona norte e, só no primeiro trimestre do ano, foram registrados ao menos cinco casos de tiroteios no entorno das linhas férreas, que prejudicaram a operação do sistema por 11 horas e 18 minutos.

Sobre o funk dentro do trem, a SuperVia informou que “repudia o comportamento registrado no vídeo, que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia”.

“Incluindo pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros”, diz nota da empresa.

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Apesar da pandemia, transporte sobre trilhos projeta alta em investimentos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/#respond Mon, 17 May 2021 23:58:24 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2657 Apesar dos reflexos provocados pela pandemia da Covid-19 no transporte de passageiros sobre trilhos, a expectativa do setor é que 2021 seja um ano de crescimento nos investimentos ferroviários no país.

De acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o setor ainda estará em crise no decorrer deste ano, já que não há perspectiva de retomada expressiva da demanda por conta do avanço de casos, internações e óbitos provocados pela doença.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos de trens urbanos, metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) no país, com 48 linhas, praticamente os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

Até a última sexta-feira (14), por exemplo, os trens do Rio, operados pela SuperVia, deixaram de transportar 98,06 milhões de passageiros desde o início da pandemia. Na quinta-feira (13), foram transportados 51,6% menos passageiros em relação a uma quinta-feira antes da chegada da Covid-19.

De acordo com a associação, há para este ano a perspectiva de investimentos para a continuidade de obras em São Paulo, Bahia, Ceará e no Distrito Federal, além do início das obras do monotrilho de Salvador, do trecho 2 do VLT da Baixada Santista e da expansão da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) Natal.

“Temos uma rede muito pequena, muito acanhada, face a necessidade que temos no país. Há mais de 25 regiões metropolitanas, com mais de 1 milhão de habitantes cada, mas os investimentos não acompanham [o crescimento das regiões]”, afirmou Joubert Fortes Flores Filho, presidente da ANPTrilhos.

Enquanto em 2020 os investimentos não representaram 6 quilômetros de expansão da malha ferroviária urbana, neste ano há algumas possibilidades, porém voltadas a possíveis concessões a serem feitas por governos estaduais.

São os casos das concessões das linhas 8 e 9, o VLT de Brasília e o Trem Intercidades, de acordo com o presidente da associação.

Em relação às inaugurações, estão previstos para 2021 um novo trecho com 1,5 quilômetro de vias e 1 estação (Vila Sônia) na Linha 4-Amarela, outro de 1,8 quilômetro e 1 estação (Jardim Colonial) na Linha 15-Prata, e 2,5 quilômetros e 1 estação (Mendes – Vila Natal) na Linha 9-Esmeralda, todas em São Paulo. Isso totaliza 5,8 quilômetros e três estações.

Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também pouco aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Em busca de público, rota ferroviária dá desconto de 50% em viagens até junho https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/10/em-busca-de-publico-rota-ferroviaria-da-desconto-de-50-em-viagens-ate-junho/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/10/em-busca-de-publico-rota-ferroviaria-da-desconto-de-50-em-viagens-ate-junho/#respond Mon, 10 May 2021 11:25:16 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/1-3-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2625 Para manter as atividades e tentar atrair mais público em meio à pandemia, a rota ferroviária entre Jaguariúna e Campinas, no interior de São Paulo, poderá ser feita pelos passageiros com desconto de 50% nos valores dos bilhetes em maio e junho.

Com permissão para transportar até 30% da capacidade do público, a rota tem atraído em média 120 passageiros, abaixo das 300 necessárias para a manutenção de todas as atividades desenvolvidas pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) em Campinas.

Neste domingo (9), por exemplo, o trem partiu com apenas cinco carros de passageiros. Com essa demanda, em tempos normais, poderia ser com menos carros, não fosse a necessidade de manter distanciamento social entre os visitantes dentro dos vagões. O uso de máscaras é obrigatório em todo o percurso.

“A promoção foi aberta para maio, mas resolvemos incluir junho também para motivar o pessoal a fazer o passeio e para auxiliar os bairros próximos, que são carentes, com os alimentos arrecadados”, afirmou Maurício Polli, tesoureiro nacional da ABPF.

A promoção é válida desde que os turistas doem um quilo de alimento, que tem como objetivo auxiliar famílias necessitadas em meio à pandemia da Covid-19. O ingresso inteiro, que custa R$ 120, está sendo vendido por R$ 80, com a doação do alimento. Crianças pagam R$ 40. O trem opera aos sábados e domingos.

Outro objetivo da associação é obter recursos para a manutenção dos trabalhos e também pagamento de servidores.

Parte dos empregados foi incluída no programa de redução de jornada e salário do governo federal. Até a última quinta-feira (6), mais de 500 mil acordos tinham sido assinados no país, segundo o Ministério da Economia, e a previsão para este ano é que o total chegue a cerca de 5 milhões de acordos.

“Provavelmente não vai ter férias [escolares] em julho, devido à situação”, disse Polli. Julho historicamente é um mês com alta demanda na rota turística, mas a pandemia provocou mudanças nos calendários escolares e a ABPF não conta com retorno financeiro alto no mês.

O roteiro inclui cinco estações ferroviárias, a maioria delas em Campinas, e uma pausa em Jaguariúna, onde o turista, quando a normalidade permitir, poderá visitar uma feira com artesanatos e produtos típicos e almoçar em restaurantes nas proximidades da estação local.

O trem percorre, no total, 48 quilômetros (ida e volta) entre as duas cidades.

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Rota aberta por dom Pedro 2º entre São João del-Rei e Tiradentes volta a operar https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/rota-aberta-por-dom-pedro-2o-entre-sao-joao-del-rei-e-tiradentes-volta-a-operar/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/rota-aberta-por-dom-pedro-2o-entre-sao-joao-del-rei-e-tiradentes-volta-a-operar/#respond Sun, 02 May 2021 13:58:48 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/1-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2579 Trem que percorre uma histórica rota com rios, montanhas e estações que preservam a arquitetura do século 19, a maria-fumaça entre São João del-Rei e Tiradentes voltou a operar após um hiato provocado pelas medidas restritivas adotadas devido à pandemia da Covid-19.

Inaugurada em 1881 por dom Pedro 2º, a rota entre as cidades mineiras foi uma das que contaram com a presença do imperador em suas viagens inaugurais, como ocorreu também em outros locais, como no interior paulista.

A maria-fumaça voltou aos trilhos na última sexta-feira (30), 48 dias depois de ter sido interrompida pela concessionária VLI, que a administra, em cumprimento às medidas restritivas de circulação decretadas em Minas Gerais.

As viagens estarão disponíveis de sexta-feira a domingo, com partidas às 10h de São João del-Rei e às 11h15 de Tiradentes. O trajeto entre as cidades é percorrido em 45 minutos.

O roteiro contempla 12 quilômetros de travessia por paisagens que apresentam diversidade ecológica, construções que preservam a arquitetura do século 19 e integravam a antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas.

A maria-fumaça, que opera com bitola (distância entre a parte interna dos trilhos) de 76 centímetros, percorre as serras do complexo de São José e tem atrações como a rotunda, equipamento que no passado fazia o giro da locomotiva nas estações para que ele pudesse retornar à estação de origem.

Segundo a VLI, foram adotadas medidas para garantir a segurança dos passageiros e empregados, como a redução da grade de trens e de assentos disponíveis, a higienização dos assentos antes de cada passeio, segregação dos acessos de entrada e saída das estações, demarcações de distanciamento, suspensão da feira de artesanato na estação e da visitação do museu de São João del-Rei, instalação de tapetes higienizadores e aferição de temperatura dos passageiros.

O museu, agora fechado temporariamente, foi inaugurado há 40 anos e conta a história da extinta Estrada de Ferro Oeste de Minas. Seu acervo, inclusive, abriga a primeira locomotiva utilizada na ferrovia.

A Oeste de Minas teve vida curta. Cheia de dívidas e dificuldades para operar, foi liquidada ainda em 1900, 19 anos após a criação, e adquirida pelo governo federal três anos depois.

Em 1931, foi arrendada pelo governo mineiro e passou a fazer parte da RMV (Rede Mineira de Viação).

O passeio custa R$ 70 (ida) e R$ 80 (ida e volta). A entrada é gratuita para crianças até 5 anos. Pagam meia-entrada crianças de 6 a 12 anos, estudantes e pessoas acima de 60 anos.

As bilheterias nas duas cidades históricas funcionam de 4ª a sábado das 8h às 12h e das 13h às 17h. Aos domingos, das 8h às 12h. Informações: (32) 3371-8485.

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Trens e metrôs perdem 5 mi de usuários por dia na pandemia, aponta relatório https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/#respond Tue, 20 Apr 2021 11:01:36 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2497 Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também não aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

A maior queda no fluxo de passageiros em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Só na SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, entre março do ano passado e fevereiro deste ano a perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em São Paulo, a queda foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados no mesmo período. Já no Nordeste, o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros. O levantamento considera todos os sistemas de transporte sobre trilhos no país, exceto o Metrofor (CE), o de Teresina e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Fortes Flores Filho disse que o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Não chegamos a transportar mais de 50% mesmo quando a economia estava retornando. Temos uma perspectiva demorada de retorno, porque há um nível de desemprego maior e muitos estão trabalhando remotamente, pois isso é quase uma situação obrigatória no contexto em que vivemos”, afirmou.

De acordo com ele, como muitas empresas descobriram que o sistema de home office pode ser mais barato, a projeção é de que nem todos que estão trabalhando remotamente voltarão ao sistema presencial quando a pandemia permitir.

“Não acredito que neste ano vá recuperar [o fluxo de passageiros], nem ano que vem.”

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro, num fenômeno que provocou reações distintas entre os sistemas de metrôs, trens urbanos e VLTs no país.

Enquanto nas operadoras públicas o deficit acaba de alguma forma absorvido pelo estado, nas concessionárias não necessariamente isso acontecerá. Há casos, como os das concessões do Rio de Janeiro, que os contratos são antigos e não preveem mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro. Outros, mais recentes, já têm cláusulas do tipo.

Por conta do cenário, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esse auxílio não era para fazer frente aos R$ 8 bilhões [de perda de receita], já que a proposta do pacote global era de R$ 4 bilhões. Isso sem incluir ônibus que, se inclusos, elevaria o valor para R$ 16 bilhões. O objetivo não era cobrir o prejuízo, mas permitir que as empresas tivessem caixa para sustentar a operação até que o cenário se reequilibre.”

As concessionárias dos sistemas alegam que foi impossível reduzir os custos de operação na mesma proporção e que, para atender a demanda -respeitando a taxa de ocupação determinada pelos órgãos governamentais-, operaram com oferta de 600 mil lugares/hora nos horários de pico para atender demanda inferior a 350 mil.

Com isso, elas afirmam que o desequilíbrio gerou a maior crise já enfrentada pelo setor de transporte de passageiros sobre trilhos no país e atingiu todas as operadoras, sem exceção.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas, os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

As concessionárias, que atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal, empregam 38,4 mil funcionários, sendo 30,6 mil próprios e 7,8 mil terceirizados. Na pandemia, perdeu 3% da mão de obra.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Após 45 dias, trem turístico volta a operar na serra do Mar paranaense https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/10/apos-45-dias-trem-turistico-volta-a-operar-na-serra-do-mar-paranaense/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/10/apos-45-dias-trem-turistico-volta-a-operar-na-serra-do-mar-paranaense/#respond Sat, 10 Apr 2021 10:01:22 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-08-at-13.27.07-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2431 Após um hiato de cerca de 45 dias provocado por restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus, o trem turístico que opera o maior trecho do país, entre Curitiba e Morretes, voltará a funcionar neste sábado (10).

O trem que percorre a serra do Mar paranaense estava sem funcionamento desde o dia 26 de fevereiro, data em que a Prefeitura de Curitiba publicou decreto restringindo as atividades por conta da pandemia. Agora, novas decisões da administração permitirão a retomada da circulação do trem entre a capital paranaense e o litoral.

Inicialmente, as operações ocorrerão de sexta-feira a domingo, com partidas de Curitiba às 8h30 e, no sentido inverso, às 15h. Nesta semana, o trem não operou na sexta-feira (9) porque o decreto de Morretes que permite o funcionamento passou a valer neste sábado.

Não é a primeira vez que o trem deixou de funcionar na pandemia. Em 20 de março, ele parou pela primeira vez, numa onda de suspensões que paralisou todas as operações turísticas no país. Alguns não voltaram em nenhum momento desde então, como o trem entre Ouro Preto e Mariana.

No caso do trem paranaense, em agosto ele tinha retomado as atividades, após a Prefeitura de Morretes reabrir a cidade para o turismo, com a exigência de cadastro de passageiros e a criação de um QR Code.

O trem, que antes da pandemia transportava por ano cerca de 200 mil passageiros, vai operar com limitações, como a redução de 50% da capacidade de público, para garantir o distanciamento de 1,5 m entre os passageiros (exceto familiares), e também exigirá uso de máscaras de todos. Os passageiros terão a temperatura aferida e os vagões passarão por sanitização.

Também operado pela Serra Verde, o Trem Republicano, no interior de São Paulo, está com as operações interrompidas, devido à fase emergencial decretada pelo governo paulista em virtude da pandemia do novo coronavírus.

O trem percorre um trajeto de 7,6 quilômetros entre Salto e Itu, passando por trechos com muitas áreas verdes. A Serra Verde firmou parceria com a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), responsável pela locomotiva a diesel usada na rota.

Curitiba a Morretes (PR)
Duração: quatro horas e 15 minutos
Trecho percorrido: 70 km
Atrações: trecho de mata atlântica e cachoeiras

 

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