Após sete décadas, trilhos estão sendo retirados de área urbana de Barra Mansa

Retomadas no ano passado, as obras de readequação da linha férrea e do pátio de manobras de Barra Mansa (RJ) irão resultar na retirada das operações ferroviárias da região central da cidade, o que é alvo de queixas da população há pelo menos sete décadas, de acordo com a prefeitura.

O projeto gerido pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) prevê a adequação de 4,84 quilômetros do corredor ferroviário no perímetro urbano e a implantação e pavimentação de cerca de 5,7 quilômetros de vias urbanas.

Também serão criados dispositivos de transposição da faixa ferroviária para pedestres e veículos, para eliminar as principais passagens em nível com o feixe ferroviário. A retirada dos trilhos está sendo executada pela concessionária MRS Logística. Também há mudanças sob responsabilidade da VLI. No total, o investimento chega a R$ 94 milhões.

As obras de retirada do pátio de manobras do centro urbano de Barra Mansa são aguardadas há pelo menos sete décadas pela população. Além de promover o desenvolvimento da cidade, elas possibilitarão uma convivência mais harmônica entre os pedestres, o trânsito e a ferrovia”, diz a prefeitura.

Os trilhos que estão sendo retirados pela concessionária levam ao pátio de manobras, que será realocado. No local dos trilhos surgirá uma avenida, para desafogar o fluxo de veículos na região.

Para que as obras fossem realizadas, 40 imóveis foram desapropriados. De acordo com a prefeitura, parte das famílias foi indenizada financeiramente, enquanto 22 serão reassentadas. Dessas, 17 ficarão em imóveis que estão sendo construídos no Campo do Ferroviário e as outras 5 irão para o bairro Roberto Silveira.

As obras, embora desejadas há mais de 70 anos, foram iniciadas em 2010 e paralisadas quatro anos depois, justamente por conta da necessidade de desapropriações e reassentamentos de moradores.

A MRS, criada em 1996, administra uma malha ferroviária de 1.643 quilômetros em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro e concentra cerca de 20% das exportações do país.