Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Concessionária busca respostas para 4 problemas em ferrovias; veja quais são https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/26/concessionaria-busca-respostas-para-4-problemas-em-ferrovias-veja-quais-sao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/26/concessionaria-busca-respostas-para-4-problemas-em-ferrovias-veja-quais-sao/#respond Wed, 26 May 2021 18:42:21 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/WhatsApp-Image-2021-05-18-at-22.11.20-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2698 Há problemas nas ferrovias que, por mais que as equipes das concessionárias atuem, não conseguem solucionar, o que as obriga a buscar respostas no mercado

Como garantir informações atualizadas de rastreamento dos veículos ferroviários? Como eliminar restos de carga concentrada nos vagões? Como realizar manutenção em túneis com restrição de acesso? Como viabilizar a manutenção da via numa região com restrição de circulação de pessoas?

Para tentar encontrar soluções para esses quatro desafios, a concessionária MRS Logística lançou um programa de inovação aberta, que receberá até o dia 30 propostas de startups, universidades, empresas e especialistas no setor.

A concessionária fez uma parceria com a Neo Ventures para lançar o Open MRS, que busca ideias ou soluções para esses problemas com o objetivo de construir a “logística do futuro”, com abordagens criativas para as demandas.

Elas serão apresentados à empresa, que as avaliará e, se encontrar viabilidade na proposta, fechará contrato com as empresas ou universidades participantes, custeando a implantação –que depois poderá ter continuidade para adotar a solução em larga escala.

“É voltado para ajudar a gente a resolver desafios relevantes para nós e também para o setor ferroviário, pensando na importância que a logística tem para o Brasil. Basicamente é um programa que envolve startups e universidades para poder ajudar a gente de fato a inovar para os desafios para os quais a gente não tem resposta”, disse o gerente de gestão da inovação da MRS, Gabriel Serpa.

Os problemas são considerados alguns dos mais difíceis e que já são enfrentados pela concessionária há muito tempo. Várias soluções foram tentadas, mas nenhuma conseguiu resolver de maneira definitiva.

“Dois deles têm muito a ver com uma necessidade recente que a gente teve, de operar dentro de uma região onde não podemos entrar com pessoas e de fato muito relevantes nesse aspecto”, disse Serpa.

Segundo ele, por muito tempo a concessionária inovou por conta própria, mas desenvolver ideias em colaboração pode ser mais vantajoso para todos os envolvidos.

“Nem todas as pessoas brilhantes do mundo estão em nossa empresa, há gente brilhante fora, que ajuda a alcançar novos patamares. Vimos um amadurecimento nosso e também iniciativas em todos os setores da sociedade, valia a pena buscar esse apoio da sociedade.”

Até aqui, a concessionária já foi procurada, conforme o gerente, por embaixadas de países europeus e empresas de outros países, com propostas para a colaboração.

Desafios do tipo já foram lançados pelo setor ferroviário, como um em que a concessionária Rumo buscava soluções para melhorar a segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e vias urbanas, as chamadas passagens em nível.

As duas, Rumo e MRS, com a VLI, lançaram também um programa para melhorar a eficiência na comunicação no porto de Santos, o principal do país.

Guilherme Delgado, gerente geral de transformação digital da MRS, disse que os problemas foram escolhidos para o programa de inovação por serem complexos.

Um dos trechos fica no entorno de Congonhas (MG), na frente norte da Ferrovia do Aço, de acordo com ele. “Não é uma iniciativa isolada, teremos esse programa de forma contínua. É o primeiro, mas teremos outros editais na frente”, disse Delgado.

A seleção dos projetos acontecerá até o dia 10 de junho.

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Acidentes em ferrovias têm queda em SP, mas crescem em Minas Gerais e no Rio https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/07/acidentes-em-ferrovias-tem-queda-em-sp-mas-crescem-em-minas-gerais-e-no-rio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/07/acidentes-em-ferrovias-tem-queda-em-sp-mas-crescem-em-minas-gerais-e-no-rio/#respond Fri, 07 May 2021 23:08:54 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/1-2-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2598 Os acidentes ferroviários registrados em todo o ano passado na área de concessão da MRS Logística apresentaram alta de 4% em comparação com o ano anterior, com crescimento no Rio de Janeiro e em Minas Gerais e forte queda em São Paulo.

De acordo com os dados da concessionária, foram registrados 103 acidentes nos três estados em que atua. São computados no levantamento atropelamentos e batidas em trechos onde o acesso de pedestres e veículos é proibido ou ainda em passagens em nível ao longo do trecho ferroviário.

Desses registros, 48 envolveram veículos e 55 foram resultantes de atropelamentos. Em 2019, houve 99 acidentes no total.

O total de atropelados caiu 27,6% (de 76 para 55), enquanto os acidentes envolvendo veículos mais do que dobraram, subindo de 23 para 48 entre 2019 e o ano passado.

A MRS, criada em 1996, administra uma malha ferroviária de 1.643 quilômetros nos três estados e concentra cerca de 20% das exportações do país.

Em São Paulo, houve redução de 55,6% no total de acidentes, com 12 ocorrências no total, ante as 27 do ano anterior.

O Rio de Janeiro, ao contrário, apresentou aumento de 41,2% nos acidentes, enquanto em Minas Gerais a alta foi de 13,2%.

O Rio, aliás, foi o estado com maior volume de ocorrências, 48, seguido por Minas, com 43, e São Paulo.

Por meio da assessoria de comunicação da concessionária, o gerente de segurança operacional da MRS, Filipe Berzoini, disse que os números mostram a importância de ter mais atenção ao atravessar as passagens em nível.

“Em 2020, a circulação de pessoas e veículos foi reduzida em função das medidas de isolamento social. Ainda assim, vemos que houve mais abalroamentos, ou seja, colisões de composições ferroviárias com veículos. O menor movimento nas ruas pode ter levado as pessoas a dirigirem mais desatentas, como se o trânsito menos pesado permitisse um relaxamento.”

Três cidades apresentaram mais casos, com destaque para Juiz de Fora (MG), com 13 acidentes, dos quais 12 atropelamentos.

Em Barra Mansa (RJ), foram 11 casos, com 5 atropelamentos, seguida por Nova Iguaçu (RJ), com 6 registros, sendo 1 atropelamento.

A concessionária diz ter ampliado a vedação da linha férrea em 2,2 quilômetros em Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora (todas em Minas Gerais), e em Aparecida, Guaratinguetá e Taubaté, em São Paulo,  para ampliar a segurança ferroviária, além de outras intervenções pontuais.

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Após restauro de estação, Paranapiacaba projeta recuperação de pátio ferroviário https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/apos-restauro-de-estacao-paranapiacaba-projeta-recuperacao-de-patio-ferroviario/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/apos-restauro-de-estacao-paranapiacaba-projeta-recuperacao-de-patio-ferroviario/#respond Thu, 08 Apr 2021 17:18:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-06-at-22.17.37-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2420 Após ter concluída a restauração da estação ferroviária Campo Grande, no fim do ano passado, a histórica Vila de Paranapiacaba, em Santo André, terá um novo projeto de restauro.

Agora, serão feitos os projetos executivos, com mapas e detalhamento em textos, para que seja recuperada no futuro a plataforma de embarque e desembarque do pátio ferroviário. O projeto vai coletar informações, preparar plantas, desenhos e cálculos e planejar paisagismo para o entorno.

Construído pela SPR (São Paulo Railway) no século 19 e tombado por órgãos de preservação municipal, estadual e federal, o local passará por estudos que devem ser concluídos em julho e usados para embasar obras futuras no local. A área é concedida à MRS Logística, que patrocina o projeto.

O pátio tem área total de 3.452 metros quadrados, com 465 metros quadrados de área construída e integra o patrimônio histórico e ambiental da vila ferroviária. Foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2002, 15 anos após tombamento feito pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo). Em 2003, também foi alvo de proteção pelo conselho municipal de Santo André.

O núcleo urbano implantado em frente à antiga estação ferroviária Alto da Serra, na parte alta de Paranapiacaba, tem características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira. Já a parte baixa teve técnicas construtivas usadas pelos ingleses da SPR.

Além dos estudos técnicos para a recuperação do patrimônio ferroviário, será investigado o potencial para a economia criativa da região. A estruturação dos projetos começou em janeiro e o objetivo é que sejam indicados caminhos para integrar poder público e comunidade para unir a conservação da memória ao desenvolvimento sustentável do turismo e da cultura.

O projeto custará R$ 445 mil, patrocinado pela concessionária por meio de lei de incentivo à cultura, e desenvolvido pela Brasil Restauro. 

Em dezembro, depois de dez meses de trabalhos, chegou ao fim a restauração da estação ferroviária Campo Grande, na vila histórica, que estava abandonada havia quase duas décadas.

A estação foi inaugurada em 1889, 40 anos antes do surgimento do prédio atual, e pertenceu à SPR, que surgiu em 1867 e foi pioneira no transporte ferroviário paulista.

Ela deixou de transportar passageiros em 2002, quando foi acentuado o processo de abandono, e passou até a sofrer risco de desabamento por conta de umidade, sujeira, fungos e bolores.

A previsão inicial apontava perda de 90% da estação, com a manutenção só de tijolos e alvenarias externas, mas a partir da limpeza inicial a equipe da arquiteta Fabiula Domingues constatou que outros componentes do prédio estavam em bom estado de conservação.

A restauração envolveu cerca de 40 profissionais, custou R$ 1,74 milhão e também foi patrocinada pela concessionária.

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Ferrovias buscam solução que melhore a comunicação no porto de Santos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/07/ferrovias-buscam-solucao-que-melhore-a-comunicacao-no-porto-de-santos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/07/ferrovias-buscam-solucao-que-melhore-a-comunicacao-no-porto-de-santos/#respond Wed, 07 Oct 2020 04:13:49 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/Antf-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2103 Todos os dias, trens das concessionárias Rumo, MRS e VLI chegam ao porto de Santos, o principal do país, para descarregar cargas a serem embarcadas nos navios, numa operação que é mais complicada do que pode parecer.

A malha ferroviária interna existente no porto é composta por 100 quilômetros de trilhos, de acordo com a autoridade portuária, e soluções são cada vez mais necessárias para otimizar a comunicação entre as concessionárias e os terminais, para que não haja atrasos nem sejam criados gargalos logísticos.

Com esse pensamento, os setores de inovação das três empresas buscam propostas para melhorar a eficiência na comunicação. Tempo perdido impacta em custos para as concessionárias.

O que elas querem? Que profissionais de tecnologia criem grupos com até três pessoas e inscrevam propostas para resolver o problema. Um programa do tipo foi lançado pela Rumo para buscar solucionar conflitos em cruzamentos urbanos.

Serão avaliadas criatividade, viabilidade, qualidade técnica e aplicabilidade do projeto.

O sistema ferroviário dentro do porto é administrado pela operadora Portofer, que coordena a chegada dos trens ao cais e é responsável por distribuir os vagões carregados para 11 terminais na margem direita do porto.

Após os trens descarregarem, a operadora tem de organizar a formação de novos trens e coordenar a saída deles da zona portuária.

O sistema ferroviário responde por cerca de 27% do transporte de cargas movimentadas no maior porto brasileiro, índice que tem crescido a cada ano. Tanto que, em 2015, as concessionárias criaram um grupo de trabalho para cuidar dos investimentos necessários para resolver conflitos nos acessos da Baixada Santista e dentro do porto.

As inscrições podem ser feitas até o próximo domingo (11). Quatro dias depois será a competição, num hackathon, e os resultados serão publicados no dia 19.

“Como as áreas de inovação das concessionárias já são próximas e trocam experiências bem sucedidas, o caminho natural foi unir os esforços nesse hackathon. A solução encontrada na maratona de inovação não será benéfica apenas para as empresas, mas sim para todo o sistema ferroviário do porto”, disse Amer Orra, gerente de inovação aberta da Rumo.

Os três projetos selecionados serão apresentados no Fórum Brasil Export em novembro, que também englobará outros setores, como hidrovias, corredores logísticos, cabotagens e rodovias.

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Após 20 anos, três locomotivas iniciam viagem pelos trilhos rumo à preservação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/12/apos-20-anos-tres-locomotivas-iniciam-viagem-pelos-trilhos-rumo-a-preservacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/12/apos-20-anos-tres-locomotivas-iniciam-viagem-pelos-trilhos-rumo-a-preservacao/#respond Sat, 12 Sep 2020 22:13:51 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-11-at-15.38.14-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2029 Depois de mais de 20 anos guardadas no depósito da Luz, em São Paulo, três locomotivas elétricas voltarão aos trilhos neste domingo (13) numa viagem rumo à preservação, em Cruzeiro.

A transferência das locomotivas à cidade do interior, distante 219 quilômetros da capital, será concluída em quatro etapas, cada uma delas percorrida em um dia.

O início da viagem será à 0h30 deste domingo, quando deixarão a Luz, rebocadas, e irão até o pátio de Manoel Feio, em Itaquaquecetuba.

Na segunda-feira (14), as locomotivas iniciarão às 8h a jornada até São José dos Campos. No mesmo horário, no dia seguinte, partirão da cidade rumo a Roseira, no maior trecho da viagem (73 quilômetros).

A transferência das locomotivas será concluída na quarta-feira (16). Elas sairão às 8h de Roseira rumo ao pátio de Cruzeiro, onde ficarão sob a guarda da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

A estimativa, segundo o presidente da ABPF, Bruno Crivelari Sanches, é a de que o último trecho da viagem seja percorrido em ao menos cinco horas, por questões de segurança.

A velocidade máxima na viagem será de 30 quilômetros por hora na via principal, mas em pátios e em alguns trechos será inferior a 10 quilômetros por hora.

Isso acontecerá devido às restrições dos trens, que vão parar em todos os pátios para inspeção.

As máquinas, fabricadas entre as décadas de 40 e 50, estavam abrigadas no depósito da Luz desde 2008. Duas delas foram fabricadas pela General Electric e usadas inicialmente pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, uma das ferrovias que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), em 1971. Ficaram nos trilhos até 1998.

A outra é uma inglesa, produzida pela English Electric e que foi utilizada inicialmente pela antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) e permaneceu nos trilhos até 1996.

A operação envolve a concessionária do trecho ferroviário, MRS Logística, e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

As três locomotivas foram inspecionadas, lubrificadas e tiveram os sistemas limpos para que pudessem ser rebocadas por outras máquinas até o destino.

Além das três, outras três locomotivas nas mesmas condições serão transferidas posteriormente à ABPF e ao IMF (Instituto de Memória Ferroviária), com sede em Rio Claro, também no interior paulista.

Uma delas será levada para a unidade da ABPF na própria capital, para preservação no pátio da Mooca, e outras duas serão rebocadas para Rio Claro.

Em Cruzeiro, os trens farão parte de um acervo com 10 locomotivas elétricas e 8 a vapor, além de 14 carros de passageiros. Do total, duas pequenas locomotivas usadas para serviços de manobra e no pátio estão operacionais. Há uma outra passando por restauro.

A cidade faz parte da regional Sul de Minas da associação, que inclui o Trem de Guararema e o Trem da Serra da Mantiqueira, que já voltaram aos trilhos depois de cinco meses parados por conta da pandemia do novo coronavírus.

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Resgatadas, seis locomotivas farão parte de acervos de associações de preservação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/resgatadas-seis-locomotivas-farao-parte-de-acervos-de-associacoes-de-preservacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/resgatadas-seis-locomotivas-farao-parte-de-acervos-de-associacoes-de-preservacao/#respond Wed, 09 Sep 2020 15:20:26 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-08-at-17.29.22-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2018 Seis antigas locomotivas elétricas que foram fabricadas entre as décadas de 40 e 50 deixarão a capital, onde estão sem uso há mais de 20 anos, para integrarem o acervo de duas associações de preservação.

As máquinas, que desde 2008 estão abrigadas no depósito da Luz, em São Paulo, serão incorporadas à ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e ao IMF (Instituto de Memória Ferroviária) a partir da próxima semana.

A definição do destino ocorreu após meses de negociações envolvendo ABPF, IMF, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), concessionária MRS e Rumo e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Três das locomotivas foram fabricadas pela General Electric nos EUA em 1946, enquanto outras três são de produção da English Electric, na Inglaterra.

As da GE foram usadas pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, uma das ferrovias que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), em 1971, e foram utilizadas até 1998.

Já as inglesas, produzidas entre 1949 e 1955, serviram inicialmente à antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) e permaneceram nos trilhos até 1996.

“O pátio [em Cruzeiro] está sendo preparado para receber essas locomotivas, que são bem mais pesadas do que o que a gente costuma ter aqui”, disse Bruno Crivelari Sanches, presidente da ABPF.

Três locomotivas devem chegar a Cruzeiro no dia 16, numa operação que será feita pela própria ferrovia e com aval e participação da MRS. Elas foram inspecionadas, lubrificadas e tiveram os sistemas limpos para que pudessem ser rebocadas por outras máquinas até o destino.

Serão transferidas a partir de sábado (12) duas inglesas e uma norte-americana. Elas deixarão a Luz e seguirão para o pátio de Manoel Feio, onde ficarão até segunda-feira (14), quando deixarão o local e irão até São José dos Campos. No dia seguinte, se deslocarão até Roseira e, no dia 16, chegarão a Cruzeiro.

Outra inglesa será levada posteriormente para a unidade da associação na própria capital, para preservação no pátio da Mooca, e as outras duas norte-americanas serão rebocadas para Rio Claro, para serem preservadas na sede do IMF.

“É histórico, não só por conseguir trazê-las para cá, mas também por viabilizar uma parceria envolvendo ABPF, MRS e CPTM”, afirmou Sanches.

Em Cruzeiro, os trens farão parte de um acervo com 10 locomotivas elétricas e 8 a vapor, além de 14 carros de passageiros. Do total, duas pequenas locomotivas usadas para serviços de manobra e no pátio estão operacionais. Há uma outra passando por restauro.

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Empresa projeta centro logístico em Santo André; ambientalistas questionam https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/08/06/empresa-projeta-centro-logistico-em-santo-andre-ambientalistas-questionam/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/08/06/empresa-projeta-centro-logistico-em-santo-andre-ambientalistas-questionam/#respond Tue, 06 Aug 2019 21:10:31 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/Depositphotos_27312471_xl-2015-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1080 Um projeto prevê investimentos de cerca de R$ 430 milhões na criação de um centro de logística para cargas ferroviárias que descem e sobem do porto de Santos, o maior do país.

A área fica próximo a Paranapiacaba, às margens da ferrovia Santos-Jundiaí, perto da cremalheira, que faz o transporte de cargas entre o planalto e a Baixada Santista, e prevê locais para triagem e formação de trens, transbordo e armazenagem de cargas para ampliar a infraestrutura ferroviária. A obra é alvo de questionamentos judiciais e sofreu “intervenção” da Câmara de Santo André.

Segundo o empresário Jael Rawet, idealizador do empreendimento, o centro logístico funcionará como uma espécie de bolsão de espera para as cargas e terá investimentos na recuperação das instalações ferroviárias–pátio e linha férrea– e na implantação de novos ramais ferroviários para atender o negócio.

A área da empresa faz divisa com o pátio ferroviário de Campo Grande, que hoje funciona como estacionamento de trens cargueiros da concessionária MRS. A ideia é, ainda, que o local, com área de 315 mil metros quadrados, funcione como entroncamento com um futuro ferroanel ou com a duplicação dos trilhos –o que depende do interesse da concessionária.

Rawet afirmou que a área faz parte do acervo familiar há mais de 70 anos e que a decisão de investir em logística foi tomada após décadas de ideias que não prosperaram.

Nos anos 60, por exemplo, a família optou por investir em cerâmica, mas a falta de eletrificação no local impediu o empreendimento. Três décadas depois, o foco foi habitação popular, que esbarrou no Plano Diretor de Santo André.

A aposta em logística ferroviária agora se deu, de acordo com ele, devido às restrições para a ampliação de rodovias. “A alternativa para o esgotamento rodoviário só pode ser as ferrovias, que estão subutilizadas. Não fosse a recessão iniciada em 2014 já teríamos atingido saturação nos acessos”, disse.

A aposta se dá ainda na falta de recursos para os governos investirem em rodovias, nos custos de desapropriações de áreas e na legislação ambiental para o desenvolvimento rodoviário. “Percebemos que é cada vez mais difícil lidar e fazer um corte na serra do mar, por exemplo”, afirmou o empresário.

A mesma questão ambiental que pode dificultar o surgimento de rodovias, porém, também é um obstáculo no desenvolvimento do projeto. Foi alvo de reclamações de ativistas e o caso foi parar na Câmara de Santo André.

O local está em fase de licenciamento ambiental e, desde que foi anunciado, foi motivo de queixas. Em abril do ano passado, por exemplo, um grupo de 80 pessoas fez um protesto no local. Há, inclusive, uma ação popular em curso.

As principais reclamações são sobre o desmatamento de parte da área, que poderia prejudicar reservatórios de água.

REDUÇÃO

A construção dos pátios e armazéns estava orçada inicialmente em R$ 780 milhões, mas o valor caiu porque, em novembro, os vereadores aprovaram projeto de lei que retirou uma das glebas do negócio.

A chamada gleba C representa cerca de 45% do tamanho do projeto, o que faz o investimento cair proporcionalmente.

Se o licenciamento ambiental for concluído conforme prevê Rawet, a previsão é que em 2024 possa ser inaugurada a primeira fase. Ele disse que serão gerados 1.200 empregos diretos e que haverá o pagamento de R$ 35 milhões por ano em impostos à Prefeitura de Santo André.

Sobre as discussões ambientais, o empresário afirmou que o projeto será implantado onde a legislação permitir a supressão de vegetação e que os diálogos com entidades têm sido favoráveis.

“Vamos adiar ou até cancelar a duplicação de uma [rodovia] Anchieta, por exemplo. Isso é importantíssimo”, afirmou o empresário, ao justificar a obra. Cada vagão de trem substitui ao menos três caminhões, segundo o mercado.

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Acordo cria ramal ferroviário no interior para transportar alumínio até portos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/06/13/acordo-cria-ramal-ferroviario-no-interior-para-transportar-aluminio-ate-portos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/06/13/acordo-cria-ramal-ferroviario-no-interior-para-transportar-aluminio-ate-portos/#respond Thu, 13 Jun 2019 13:53:10 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/Transporte-de-bobinas-de-alumínio-e-sucata-prensada-Novelis-1-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=975 Um contrato assinado entre a MRS Logística e a Novelis, fabricante de bobinas de alumínio laminado, prevê o surgimento de um ramal ferroviário em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba.

A intenção é ligar a planta industrial da Novelis à ferrovia, para o transporte até os portos de bobinas de alumínio e produtos recicláveis do metal.

O ramal, que nada mais é do que uma rota auxiliar –ou subsidiária– de uma linha-tronco, já está em obras e integra um projeto com investimento total de R$ 650 milhões, que inclui a expansão da fábrica da Novelis no interior paulista, com um aumento da capacidade de produção. Das atuais 100 mil toneladas de chapas de alumínio, a capacidade produtiva anual será de 680 mil toneladas.

Ele vai conectar a fábrica à linha da MRS, que atende os portos de Santos, Itaguaí (RJ) e Rio de Janeiro.

Embora seja um ramal para atender a demanda específica das duas empresas, curto, portanto, o surgimento mostra que o transporte ferroviário, ainda que lentamente, tem apresentado crescimento no volume transportado.

No ano passado, a produção ferroviária atingiu 407 bilhões de toneladas no país, aumento de 195% em relação a 1996 –quando as ferrovias começaram a ser concedidas pelo governo federal–, segundo a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).

As ferrovias transportam, porém, apenas 20,7% das cargas, ante 61,1% do sistema rodoviário, conforme a CNT (Confederação Nacional do Transporte). O mercado projeta que, com novas concessões e a renovação antecipada das atuais, a fatia de mercado poderá até dobrar no intervalo de uma década.

Se o índice global ainda é baixo, em algumas commodities o setor ferroviário tem números expressivos. Mais de 50% do açúcar exportado chega aos portos por ferrovias. Em minérios, o índice supera 95%.

O ramal em Pindamonhangaba terá 1,4 quilômetro de trilhos, incluindo duas linhas e um terminal externo de manobra, que permitirá escoar a carga com origem e destino aos portos. A obra deve ser concluída em até quatro meses.

Segundo a MRS, foi a primeira vez que foi fechado um contrato para o transporte de contêineres que prevê a construção de um ramal. O acordo é válido por cinco anos.

A concessionária, criada em 1996, administra 1.643 quilômetros de malha ferroviária em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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Vagões de trem voltam aos trilhos para restauro após 17 anos de abandono; veja vídeo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/08/05/vagoes-de-trem-viajam-para-restauro-apos-17-anos-de-abandono-veja-video/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/08/05/vagoes-de-trem-viajam-para-restauro-apos-17-anos-de-abandono-veja-video/#respond Sun, 05 Aug 2018 10:01:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/WhatsApp-Image-2018-08-04-at-01.40.50-150x150.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=299 O trem parte, de novo. Dezessete anos após percorrer pela última vez a ferrovia, dois vagões de passageiros voltaram aos trilhos no interior de São Paulo.

Foram 17 longos anos desde 14 de março de 2001, quando pela última vez transportaram passageiros entre Campinas e Itirapina. Agora, viajaram de Itirapina a São Paulo para serem recuperados e usados no Expresso Turístico, que opera na capital.

A situação de outrora em nada parece com o momento atual dos vagões. Enquanto em 2001 eles estavam limpos, com bancos e teto em bom estado de conservação, hoje têm chão sujo, teto com necessidade de restauro e bancos quebrados, rasgados ou queimados –além do desgaste natural do tempo.

O “renascimento” dos vagões ocorreu na última quarta-feira (1) e reuniu a bordo um personagem emblemático nessa história toda: Vanderlei Antonio Zago, que trabalha na ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e esteve na última viagem dos carros de passageiros em 2001.

Num estado em que só há trens turísticos em operação em trechos menores, ver vagões de passageiros nos trilhos paulistas parece um cenário surreal.

A composição deixou Itirapina às 12h e chegou a Campinas apenas às 21h, já que o trecho tem várias obras em andamento. De carro, o percurso de 127 quilômetros é feito em pouco mais de uma hora e meia.

A jornada iniciou com o trem cruzando o trecho urbano da cidade, passando por meio de matas e lavouras na sequência e encontrando outro trem, no sentido contrário –em linhas diferentes, claro.

O trajeto contempla ainda pontos com vegetação queimada devido ao tempo seco e a visão noturna do campo que os passageiros tinham quando viajavam num dos dois carros, que eram de segunda classe e pertenceram à Estrada de Ferro Araraquara.

Interior de vagão que agora será restaurado em sua última viagem, em 2001 (Vanderlei Antonio Zago/ABPF)

Zago registrou em vídeo a viagem, que oferece ainda ângulos diferentes dos habitualmente vistos, como a visão a partir do trem da rodovia Washington Luís, no trecho entre Santa Gertrudes e Rio Claro, e o cruzamento com outra locomotiva na escuridão.

“Para mim foi uma viagem emocionante, porque estive no último trem entre Campinas e Itirapina, justamente com esses dois carros em questão e voltei neles 17 anos depois, no mesmo trecho”, disse Zago.

Além do trecho até Campinas, os vagões foram levados a Jundiaí no mesmo dia. Na sexta-feira (3) percorreram o trecho até a Lapa, na capital.

LOGÍSTICA

Antes da viagem para restauro, os vagões estavam em Bauru e foram para Pederneiras, onde questões técnicas dos carros de passageiros foram resolvidas para que pudessem viajar. Uma delas foi a colocação de um vagão vazio na cauda, norma para traslados do gênero.

Além da ABPF, a operação envolveu CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), as concessionárias Rumo e MRS e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que cedeu os vagões à ABPF.

Em parceria com a CPTM, eles serão utilizados no Expresso Turístico, que parte todas as semanas da Estação da Luz. Segundo a ABPF, os dois vagões são iguais a outros já existentes em operação na capital.

Os dois carros de aço inox passavam por um processo visto como agonizante por membros de associações de preservação ferroviária.

Com eles parados em Bauru, foram depenados e só não estão em pior estado devido às ações de um funcionário da prefeitura, que se dedicou a tentar protegê-los.

Os vagões antes da derradeira viagem de 2001 (Vanderlei Antonio Zago/ABPF)

EXPRESSO TURÍSTICO

O Expresso Turístico, que vai receber os vagões após o restauro, é um serviço inaugurado em 2009 pela CPTM e a Secretaria dos Transportes Metropolitanos para integrar pontos turísticos em sua malha ferroviária.

Os carros de passageiros são tracionados por uma locomotiva a diesel e, no trajeto, há monitores que explicam a história da ferrovia e das estações percorridas.

Os vagões usados pertenceram à Estrada de Ferro Araraquara e faziam no passado a linha entre a Estação da Luz, na capital, e Santa Fé do Sul, passando por Campinas, Araraquara e São José do Rio Preto, entre outras cidades. Por rodovia, o trajeto hoje tem 627 quilômetros.

O expresso percorre aos sábados e domingos os trechos Luz-Jundiaí, Luz-Mogi das Cruzes e Luz-Paranapiacaba.

Neste domingo (5) e nos dias 12, 19 e 26, ele fará o trajeto até Paranapiacaba, com partidas às 8h30. No dia 11, irá até Mogi das Cruzes, no mesmo horário.

Já as partidas para Jundiaí acontecerão nos dias 18 e 25, às 8h30.

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Criada para produzir até 2.000 vagões por ano, fábrica faz primeira entrega https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/07/07/criada-para-produzir-ate-2-000-vagoes-por-ano-fabrica-faz-primeira-entrega/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/07/07/criada-para-produzir-ate-2-000-vagoes-por-ano-fabrica-faz-primeira-entrega/#respond Sat, 07 Jul 2018 10:08:14 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Vagão-Plataforma_02-150x150.jpg http://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=186 Inaugurada em março, mas em operação desde janeiro, a Randon iniciou a entrega do primeiro lote de vagões ferroviários produzidos em sua fábrica em Araraquara (a 273 km de São Paulo), região que tem atraído empresas do setor nos últimos anos.

O primeiro lote de vagões foi destinado à MRS, concessionária que administra 1.643 quilômetros de trilhos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e transporta principalmente cimento, bauxita, produtos agrícolas, siderúrgicos, carvão e minério de ferro.

Foram investidos R$ 100 milhões na unidade, que foi lançada em outubro de 2014.

O total de vagões adquiridos pela empresa não foi informado. São modelos plataforma, projetados para transportar materiais siderúrgicos e contêineres, com destino aos portos. Além dos vagões, a unidade de Araraquara produz semirreboques para o transporte de cana-de-açúcar.

“A fábrica tem vantagem por operar em dois segmentos, então está menos suscetível a paradas por problemas [na economia] em um ou outro mercado. Claro que tem a ver com a competitividade do Brasil”, disse Sandro Trentin, diretor de tecnologia e inovação da Randon e diretor da unidade de Araraquara.

A empresa ingressou no segmento ferroviário em 2004 e, atualmente, vê no setor de 15% a 20% de sua receita. Inicialmente, a produção tem como destino o mercado nacional, que viu crescer a produção ferroviária em 170% desde o início das concessões do setor, há 21 anos, segundo dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários). Nos próximos cinco anos, devem ser investidos mais de R$ 25 bilhões no setor.

A Randon se instalou numa região que está se tornando um polo do setor.

Além da rede ferroviária que corta os municípios do entorno de Araraquara –que tem um grande pátio ferroviário–, a cidade também abriga uma unidade da Hyundai Rotem Brasil, inaugurada há dois anos e que também teve investimentos de R$ 100 milhões em sua fábrica.

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