Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Celebração do Natal será feita em trens noturnos no interior de SP; veja datas https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/16/celebracao-do-natal-sera-feita-em-trens-noturnos-no-interior-de-sp-veja-datas/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/16/celebracao-do-natal-sera-feita-em-trens-noturnos-no-interior-de-sp-veja-datas/#respond Tue, 16 Nov 2021 10:48:25 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/d866e8201ad57ecb1922c347f2cfc6ae1ff83352146bc03dda1c5ab2ffd5eb0e_5be74b0e2440f-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3124 Depois de um hiato em 2020 devido à pandemia da Covid-19, o Natal voltará a ser celebrado nos trilhos neste ano no interior de São Paulo.

Com decoração especial, brincadeiras e entrega de presentes pelo Papai Noel, o trem natalino percorrerá a rota entre Campinas e Jaguariúna no período noturno em três datas: 4, 11 e 18 de dezembro.

Batizado de Expresso Noel, o trem terá decoração interna especial nos carros de passageiros e será conduzido por uma locomotiva também iluminada.

Nas três datas, sempre aos sábados, o trem partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 18h, com destino à estação Jaguariúna, na cidade vizinha. Meia hora antes, o Papai Noel e a fada chegarão de trem à estação de origem.

“É um passeio que já virou tradição e os passageiros aguardam por ele”, disse Mauricio Polli, tesoureiro da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que oferece a rota desde a década de 80.

Segundo ele, haverá distribuição de balas às crianças que participarem do roteiro, com a presença do Papai Noel e de uma fada.

O trem tem chegada prevista para as 19h30 em Jaguariúna, com uma hora e meia de intervalo até o retorno, programado para as 21h, com chegada às 22h.

Os ingressos do primeiro lote custam R$ 120 (adultos) e R$ 80 (crianças de 6 a 12 anos). Para os pais que desejarem, o Papai Noel poderá entregar um presente aos filhos (taxa de R$ 35, além do presente, que já deverá ser levado embalado).

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração*: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços*: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

(*) passeios normais, diurnos, aos sábados e domingos

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Conheça a história da locomotiva que teve o destino mudado 8 vezes até levar turistas na Serra da Mantiqueira https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/conheca-a-historia-da-locomotiva-que-teve-o-destino-mudado-8-vezes-ate-levar-turistas-na-serra-da-mantiqueira/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/conheca-a-historia-da-locomotiva-que-teve-o-destino-mudado-8-vezes-ate-levar-turistas-na-serra-da-mantiqueira/#respond Thu, 28 Oct 2021 10:25:36 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/3-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3093 Ela começou sua vida na Leopoldina Railway, mas passou por outros oito locais antes de transportar turistas no Trem da Serra da Mantiqueira. A vida da quase centenária locomotiva 327 é um exemplo da dinâmica comercial existente na história ferroviária brasileira.

O passado das ferrovias no país é marcado por companhias quebradas, aquisições, fusões e incorporações pelo governo. E com a 327 a história não foi diferente. Até chegar ao local em que está hoje, passou por lugares de Rio, Minas e São Paulo, atendendo a linhas regulares e turísticas.

Fabricada pela inglesa Beyer Peacock & Co. em 1928, ela era movida a lenha ou carvão e fazia parte de um lote composto por 28 locomotivas, das quais outras sete foram produzidas no mesmo ano.

A ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) conta a trajetória da locomotiva 327 a partir do encontro, em 2011, do registro da encomenda da maria-fumaça, no National Railway Museum, em York (Inglaterra).

Sua jornada nos trilhos teve início na Baixada Fluminense, atuando nos trens expressos entre a estação Barão de Mauá, no Rio, que tinha sido inaugurada em 1926, e Vitória. Era a principal linha da Leopoldina Railway, com 598 quilômetros, de um total que em 1931 tinha superado os 3.000 km de trilhos.

Mas, como as companhias que transportavam passageiros no país estavam atreladas invariavelmente à palavra crise, a Leopoldina teve uma severa… crise na década de 30, devido principalmente à quebra da Bolsa de Nova York (1929), que atingiu fortemente o café, então principal produto exportado.

E, nas décadas seguintes, a 327 passou a ser jogada para todos os lados. Atendeu a Rede Mineira de Viação, transportando passageiros entre Petrópolis (RJ) e Carangola (MG), até ser estacionada em Porto Novo, em Além Paraíba (MG).

Depois, foi para Ouro Preto (MG), em 1986, para ser usada pela primeira vez numa rota turística. Mas foi por pouco tempo, já que a rota não prosperou, o que fez com que a locomotiva retornasse a Porto Novo.

A segunda tentativa de usá-la para fins turísticos ocorreu em Miguel Pereira (RJ), num trecho de cerca de 20 quilômetros até Conrado, mas um problema num tubo condutor de vapor fez com que fosse novamente recolhida a Porto Novo.

A rota foi interrompida depois de um deslizamento de terra na serra, o que fez com que a 327 sofresse nova transferência, indo parar em Três Rios (RJ).

Na década de 1990, ela sofreu nova transferência, desta vez para Visconde de Itaboraí (RJ), num lote que incluía outra locomotiva e carros de passageiros e, em seguida, Guapimirim (RJ), para ser usada até Suruí e Visconde de Itaboraí, que pertenciam à extinta Flumitrens.

Só que, mais uma vez, o trem foi suspenso, por não receber o auxílio governamental prometido, o que fez com que a locomotiva fosse oferecida às regionais paulistas de Campinas e Cruzeiro da ABPF.

“O trem funcionou em Cruzeiro de 1996 a 2001 e inicialmente operava de Cruzeiro a Rufino de Almeida [estação], sendo que aos poucos foi esticando o trajeto até o grande túnel, no km 25, hoje ponto final do Trem da Serra da Mantiqueira”, diz a ABPF.

Ela sofreu duas reformas no período em que está com a ABPF, segundo o presidente da associação, Bruno Crivelari Sanches. A primeira, nos anos 2000, foi básica, mas a segunda incluiu até a remontagem da maria-fumaça nas oficinas da associação em Cruzeiro.

Enquanto ela era restaurada pela primeira vez, em 2000, surgiu o Trem das Águas, que opera entre as cidades mineiras de São Lourenço e Soledade de Minas, que começou as atividades com outras duas locomotivas. A 327, após o primeiro restauro, também foi incluída no roteiro.

Entre 2012 e 2018, a histórica locomotiva passou pela grande restauração em Cruzeiro, para que pudesse ser transferida para sua última missão até aqui: deixou o interior de São Paulo e foi levada para Passa Quatro (MG), para ser usada no Trem da Serra da Mantiqueira, o que faz até hoje.

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Após 47 anos juntando lixo e ratos em praça, locomotiva símbolo da destruição ferroviária está quase restaurada https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/#respond Mon, 25 Oct 2021 10:30:50 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/ABPF-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3081 Depois de ficar exposta por 47 anos numa praça na região central de Ribeirão Preto, onde acumulou lixo e ratos e serviu como banheiro para moradores de rua, uma centenária locomotiva, importante para contar parte da trajetória econômica no início do século passado no interior paulista, está praticamente restaurada.

Fabricada em 1912 pela alemã Borsig, a maria-fumaça estava exposta desde 1973 sobre cerca de 30 m de trilhos na praça Francisco Schmidt, onde sofreu todos os tipos imagináveis de vandalismo nas décadas seguintes, como furtos de peças de cobre, ferro e aço. Seu péssimo estado a transformou num símbolo da destruição do patrimônio ferroviário.

Repleta de lixo, restos de comida, roupas estragadas e preservativos usados, a locomotiva precisou passar por um processo de completa desinfecção para que pudesse deixar Ribeirão e ser levada para Campinas, onde está sendo restaurada desde julho do ano passado. Dezenas de ratos moravam na maria-fumaça e foi preciso abrir a lataria dela com um maçarico para que todos fossem expulsos.

Ribeirão Preto, uma das mais importantes cidades do interior do país, cresceu devido à ferrovia: muito antes da cana-de-açúcar que hoje domina a paisagem em toda a região, o município desenvolveu sua economia a partir da segunda metade do século 19 com suas grandes lavouras de café, que utilizaram os trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro para transportar o produto até o porto de Santos.

Com isso, surgiram barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva estava abandonada.

A maria-fumaça de número 8 é uma das três remanescentes da marca alemã no país. Pertenceu à Estrada de Ferro Araraquara, foi comprada pela Usina Amália e, posteriormente, foi doada ao município pelas Indústrias Matarazzo.

A restauração —é o primeiro bem ferroviário recuperado na cidade— custou R$ 749 mil aos cofres públicos e está sendo feita pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que tem oficina para a manutenção e restauração de carros de passageiros e locomotivas na estação Carlos Gomes, em Campinas.

“O estado dela era lamentável, um dos piores que já vi”, disse o diretor administrativo da associação, Helio Gazetta Filho.

Segundo ele, a maria-fumaça foi recuperada inteiramente na cor grafite escuro, fosca, pintura que remete à origem da locomotiva.

A previsão é que ela seja entregue a Ribeirão Preto em novembro. A prefeitura deve expor a locomotiva no parque Maurilio Biagi, próximo ao local em que ela esteve nas últimas décadas, mas que tem segurança e horários para abertura e fechamento.

Ela deverá ser usada de forma estática pela prefeitura, ou seja, não será utilizada para passeios, embora sua restauração permita —será necessário trocar apenas os tubos da caldeira para que isso seja possível.

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Após 8 anos sem acidente, 2 mulheres são atropeladas por trem turístico em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/apos-8-anos-sem-acidente-2-mulheres-sao-atropeladas-por-trem-turistico-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/apos-8-anos-sem-acidente-2-mulheres-sao-atropeladas-por-trem-turistico-em-sp/#respond Mon, 11 Oct 2021 00:08:13 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-05-at-23.02.24-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3033 Oito anos após um acidente em Jaguariúna, o trem que percorre os 24 quilômetros de trilhos entre a cidade e Campinas voltou a registrar uma ocorrência neste sábado (9), quando duas mulheres foram atingidas pela composição. Uma delas teve o antebraço esquerdo amputado.

Elas estavam num grupo com cerca de dez pessoas que tentava atravessar a ponte sobre o rio Atibaia, por onde a maria-fumaça passa, quando foram surpreendidos pela composição, que percorre o trecho todos os finais de semana.

Uma das vítimas, de 28 anos, conseguiu pular a tempo, mas outra, de 23, foi atingida pela locomotiva. Foi o primeiro acidente na ponte desde que o roteiro passou a ser oferecido, em 1984, segundo a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que opera a rota.

A composição, que trafega em média a 25 km/h, era formada por uma maria-fumaça, uma locomotiva a diesel e sete carros de passageiros, que transportavam cerca de 200 turistas neste sábado.

O peso estimado do trem era de 300 toneladas, o que impede, segundo o setor ferroviário, que a parada ocorra imediatamente após os freios serem acionados.

De acordo com a ABPF, o maquinista acionou a buzina e freou, o que ainda permitiu que parte das pessoas conseguisse atravessar a ponte a tempo, exceto as duas mulheres. O grupo era composto por dois casais e cinco crianças.

“Por sorte, havia um médico no trem, que fez um torniquete no braço dela. A parte atingida fica do cotovelo para baixo. Fizemos todo o possível para socorrer imediatamente. Depois, levamos a família até Anhumas e, em seguida, à casa deles. O helicóptero Águia, da PM, foi acionado para socorrer a mulher para São Paulo”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF.

O acidente ocorreu por volta das 13h, quando o trem retornava de Jaguariúna para a estação Anhumas, em Campinas. O grupo a pé caminhava no mesmo sentido.

O último acidente até aqui tinha sido registrado em 2013, na estação de Jaguariúna. No dia 6 de outubro daquele ano, uma turista teve o pé direito e um dedo do esquerdo amputados após ser atropelada por uma maria-fumaça.

A mulher ferida neste sábado foi levada pelo helicóptero da PM ao HC (Hospital das Clínicas), em São Paulo, para uma cirurgia de reimplante do membro.

A outra pedestre foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Mário Gatti, em Campinas. Ao menos uma passageira do trem passou mal após o acidente deste sábado.

Por conta de acidentes do tipo, concessionárias que administram ferrovias fazem campanhas de conscientização permanentes contra atropelamentos. Elas afirmam que a presença de pedestres é proibida nos trilhos e nas áreas próximas e que os trens têm um tempo de reação até a parada total muito maior que um automóvel.

Como exemplo, embora tenha registrado queda em relação em 2019, a concessionária MRS Logística registrou 55 atropelamentos em sua área de atuação em 2020. Batidas envolvendo trens e carros são outra preocupação.

Neste domingo (10), o roteiro entre Campinas e Jaguariúna operou normalmente, com mais carros de passageiros que no dia anterior.

Devido ao feriado prolongado, a associação colocou trens extras em operação: um nesta segunda-feira (11) e dois na terça-feira (12), quando, em celebração ao Dia da Criança, uma composição com 120 passageiros partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 10h10.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário, com doação de 1 kg de alimento) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

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Com maria-fumaça e trens extras, Dia da Criança será celebrado nos trilhos em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/08/com-maria-fumaca-e-trens-extras-dia-da-crianca-sera-celebrado-nos-trilhos-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/08/com-maria-fumaca-e-trens-extras-dia-da-crianca-sera-celebrado-nos-trilhos-em-sp/#respond Fri, 08 Oct 2021 16:21:13 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-07-at-14.43.53-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3023 Um trem especial com direito a super-herói, fada e vagão VIP e as últimas viagens de uma composição comemorativa celebrarão o Dia da Criança neste feriado prolongado no interior de São Paulo.

Na rota entre Campinas e Jaguariúna, a maior em operação no estado, entre sábado (9) e terça-feira (12) serão oferecidas sete viagens entre as cidades, num trecho total de 48 quilômetros que permite conhecer cinco estações ferroviárias –três no trecho, além das duas de origem e destino.

Serão duas sábado (9), duas domingo (10), uma segunda-feira (11) e outras duas terça. Para comemorar o Dia da Criança, terça-feira, a composição liderada por uma maria-fumaça e que tem apenas 120 bilhetes à venda partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 10h10, mas as atividades terão início antes.

Às 9h está prevista a chegada do Homem-Aranha e da Fada Docinho, que vão entreter as crianças até o embarque. Com o trem em movimento, as crianças receberão um kit lanche.

“É um trem especial, para celebrar a data. Teremos um carro [de passageiros] VIP, com monitor explicando mais detalhadamente o roteiro”, afirmou Mauricio Polli, tesoureiro da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), responsável pela ferrovia.

A viagem até Jaguariúna dura uma hora e 20 minutos. Após uma parada de uma hora, o trem retornará a Campinas. Os ingressos custam R$ 150 (inteira) ou R$ 90 (ingresso solidário, com doação de um quilo de alimento).

Parte da renda obtida no roteiro é aplicada na manutenção de carros de passageiros e locomotivas e, também, na busca de mais veículos históricos.

Carro de passageiros Budd/Mafersa 800, que foi transformado em salão-bar pela extinta Fepasa (Divulgação/ABPF)
Carro de passageiros Budd/Mafersa 800, que foi transformado em salão-bar pela extinta Fepasa (Divulgação/ABPF)

Já entre Valinhos e Louveira, passando por Vinhedo, o final de semana prolongado marcará a despedida –ao menos por enquanto– do Expresso Vale das Frutas, que foi inaugurado em setembro.

O trem fará viagens entre sábado e terça-feira, ligando as três cidades do interior paulista, que no passado foram atendidas pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e que há mais de duas décadas não tinham transporte de passageiros por seus trilhos.

O roteiro passa por antigas instalações ferroviárias, estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império, em trecho que atualmente é administrado pela MRS LogísticaOs ingressos custam de R$ 65,40 e R$ 98,10, dependendo do percurso escolhido, e podem ser adquiridos aqui.

A rota entre Louveira e Vinhedo é percorrida em meia hora. De Louveira a Valinhos, a duração é de uma hora e dez minutos.

Carros históricos da ABPF são utilizados no trecho, por isso o Trem de Guararema, que abriga esse acervo ferroviário, não vai operar neste feriado prolongado.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

Expresso Vale das Frutas
Rota: Louveira a Valinhos, passando por Vinhedo
Duração: 30 minutos (trecho) ou uma hora e dez minutos (percurso inteiro)
Preços: de R$ 65,40 a R$ 98,10 (conforme o trecho)
Atrações: estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império

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Incêndio em estação completa um ano e associação busca recursos para restauro https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/02/incendio-em-estacao-completa-um-ano-e-associacao-busca-recursos-para-restauro/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/02/incendio-em-estacao-completa-um-ano-e-associacao-busca-recursos-para-restauro/#respond Sat, 02 Oct 2021 10:40:21 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/120416934_1332080383792856_6723863850229208936_n-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2980 A noite de 30 de setembro de 2020 não será esquecida tão cedo pelos adeptos da preservação ferroviária. Naquela data, com as operações paradas devido à pandemia da Covid-19, um incêndio explodiu dois veículos, atingiu a plataforma da estação ferroviária Carlos Gomes, em Campinas, e danificou uma locomotiva histórica.

O fogo poderia ter causado consequências ainda piores, já que a estação abriga a oficina de restauro de trens da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que possui locomotivas e carros de passageiros centenários à espera de recuperação.

Assim como na crise hídrica deste ano, que deixou a vegetação ressecada e com mais facilidade de causar incêndios de grandes proporções, a estiagem do ano passado propiciou que o fogo num pasto na vizinhança provocasse o incêndio.

Um coqueiro que foi derrubado pelas chamas atingiu uma retroescavadeira usada pela associação e, dela, o fogo se alastrou e atingiu a plataforma, que até hoje não foi recuperada por falta de recursos financeiros.

A associação enfrentou cerca de oito meses de atividades paralisadas, devido à pandemia, e viu sua arrecadação despencar. Com isso, priorizou manter funcionários, ainda que tenha ingressado em programas do governo, e pagar contas de manutenção das atividades da oficina, deixando a recuperação do prédio histórico para um momento posterior.

Diretor administrativo da ABPF, Hélio Gazetta Filho disse que a estimativa é que seja necessário investir entre R$ 200 mil e R$ 250 mil para a restauração, valor que a associação não tem.

No ano passado, uma campanha de arrecadação virtual foi lançada, mas ela amealhou apenas R$ 6.581. Ainda está aberta para doações, aqui.

“Depois daquele fatídico 30 de setembro, a estação está do mesmo jeito. O conselho de preservação aprovou e liberou para fazer a reforma, se quisermos. Fomos atrás de pessoas para ajudar, mas não conseguimos. Por conta da pandemia, muitos estão segurando [possíveis doações]”, disse.

O teto metálico da construção, cuja estrutura de sustentação era de madeira, caiu e o fogo atingiu portas e janelas da estação, além de dois carros de funcionários da ABPF, que explodiram, e parte da pintura da histórica maria-fumaça número 9, fabricada em 1912 na Alemanha e que voltou aos trilhos há cerca de 20 anos. Não houve feridos.

Agora, de acordo com o diretor, a associação deve esperar a chegada de 2022, que tem a perspectiva de ser melhor, com mais turistas viajando, para trabalhar na restauração.

“Temos um pedreiro que fez trabalhos em Tanquinho [outra estação do trecho entre Campinas e Jaguariúna], talvez dê certo de irmos fazendo reboque, janelas, o que for possível nessa fase de restauro”, afirmou.

Em setembro de 1985, a associação, criada oito anos antes, sofreu o que é, até aqui, o maior baque nas suas mais de quatro décadas de existência, quando um incêndio criminoso destruiu dez vagões usados no transporte de turistas entre Campinas e Jaguariúna. Eles estavam estacionados na mesma estação.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Trecho: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Rota: 48 km (ida e volta)
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

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Crise hídrica tira até maria-fumaça de circulação no interior de São Paulo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/crise-hidrica-tira-ate-maria-fumaca-de-circulacao-no-interior-de-sao-paulo/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/29/crise-hidrica-tira-ate-maria-fumaca-de-circulacao-no-interior-de-sao-paulo/#respond Wed, 29 Sep 2021 20:54:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-05-at-23.02.24-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2968 Não está fácil para ninguém mesmo a escassez hídrica que atinge fortemente o interior de São Paulo. Tanto que até mesmo a maria-fumaça utilizada na rota entre Campinas e Jaguariúna deixará de ser utilizada na seca.

De acordo com a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), devido ao agravamento da crise hídrica e ao risco de incêndios nas propriedades às margens da ferrovia, foi decidido que as locomotivas a vapor não serão utilizadas na rota de 24 quilômetros entre as duas cidades.

A maior parte do trecho corta propriedades rurais, algumas históricas, cuja vegetação está totalmente seca devido à estiagem prolongada.

“Este ano a estiagem está pior ainda do que em anos anteriores e está tudo muito seco. O capim às margens da linha está amarelinho, qualquer coisa que cair ali provoca incêndio”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF.

Para funcionar, a maria-fumaça precisa de uma caldeira, que produz o vapor usando o combustível (carvão ou lenha e água), transformando a energia em atividade mecânica. Por viagem entre as duas cidades, são gastos de 8.000 a 10 mil litros de água.

Como a maria-fumaça é um dos principais atrativos do roteiro turístico, porém, ela permanecerá na estação de Anhumas, em Campinas, para visitação dos turistas, nos horários do passeio de trem.

A tradicional demonstração do funcionamento do trem a vapor, feita antes do início das viagens, também está mantida.

Com isso, apenas locomotivas diesel elétricas serão utilizadas pela associação, até que o cenário climático permita o retorno das chamadas “mafus” aos trilhos.

Fabricadas na década de 50, as locomotivas diesel elétricas em uso pertenceram às extintas companhias ferroviárias Mogiana e Paulista.

Segundo o diretor da associação, caso chova em volume significativo, a maria-fumaça até poderá ser utilizada neste final de semana, mas por enquanto a paralisação é por tempo indeterminado. O trem opera aos sábados e domingos.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Trecho: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Rota: 48 km (ida e volta)
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

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Expresso Vale das Frutas inicia operações entre 3 cidades do interior de São Paulo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/23/expresso-vale-das-frutas-inicia-operacoes-entre-3-cidades-do-interior-de-sao-paulo/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/23/expresso-vale-das-frutas-inicia-operacoes-entre-3-cidades-do-interior-de-sao-paulo/#respond Thu, 23 Sep 2021 16:41:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/WhatsApp-Image-2021-09-08-at-10.19.37-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2945 Um novo trem entrará em operação nesta sexta-feira (24) no interior paulista, ligando três cidades que no passado foram atendidas pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e que há mais de duas décadas não têm transporte de passageiros por seus trilhos.

O Expresso Vale das Frutas ligará Louveira a Valinhos, passando por Vinhedo, num projeto que inicialmente terá duração até o próximo dia 12 de outubro, mas que já tem sido responsável pela movimentação turística e de adeptos da preservação da memória ferroviária.

O roteiro passará por antigas instalações ferroviárias, estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império, em trecho que atualmente é administrado pela MRS Logística.

A experiência do projeto Natal nos Trilhos-Expresso Paulista, desenvolvida em 2018 e 2019, fez nascer a proposta do Expresso Vale das Frutas, que ganhou carros de passageiros para poder abrigar os turistas interessados na rota.

Serão utilizadas locomotivas e carros históricos, como a GE 9380, que pertencia à empresa Fiagril e foi comprada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) em leilão por cerca de R$ 150 mil em 2019. Restaurada em parceria com uma concessionária, foi colocada de volta aos trilhos.

Além da ABPF, a concessionária Rumo é realizadora do projeto, que tem apoio da MRS e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

“O legal é que será um desfile de carros antigos, da Paulista, Estrada de Ferro Araraquara, Rede Ferroviária Federal, uma bela salada de frutas para quem gosta de ver acervo ferroviário. E circulando nos trilhos da Paulista, para lembrar um pouco da história”, disse o presidente da ABPF, Bruno Crivelari Sanches.

A composição terá duas locomotivas a diesel e seis carros de passageiros. Outros exemplares raros são a locomotiva GE C30-7A, única do tipo que está preservada no país, e o carro de passageiros Budd/Mafersa 800, que foi transformado em salão-bar pela extinta Fepasa (Ferrovias Paulista S.A.).

Ele se soma, ainda que temporariamente, a outros roteiros existentes em São Paulo, como a Maria-Fumaça Campinas-Jaguariúna, o Trem de Guararema e o Trem Republicano -este inaugurado no ano passado.

Os passageiros poderão embarcar em qualquer uma das estações das três localidades paulistas.

O Vale das Frutas Convention & Visitors Bureau, idealizador do projeto, fez uma série de podcasts explicando a rota turística e como será a operação dos trens.

Nos episódios, destacou o uso de carros restaurados em várias oficinas da ABPF, compondo um “museu ambulante”, que o valor do ingresso tem como objetivo contribuir com a preservação ferroviária e que entidades assistenciais dos três municípios levarão pessoas assistidas por elas para visitar a rota.

Os ingressos custarão entre R$ 65,40 e R$ 98,10, dependendo do percurso escolhido. A rota entre Louveira e Vinhedo é percorrida em meia hora. De Louveira a Valinhos, a duração é de uma hora e dez minutos.

Em Louveira, a centenária estação ferroviária local, erguida em 1915 e que se localiza no centro da cidade, foi restaurada e atualmente é o centro de informações turísticas do município.

A Prefeitura de Louveira fará outras atividades na estação ferroviária durante a temporada do trem, com o objetivo de impulsionar o turismo local, com praça de alimentação e atrações culturais.

Segundo os organizadores, o trem contará com normas sanitárias devido à pandemia, como ocupação máxima de 75% da capacidade dos carros, distanciamento entre os viajantes (exceto os da mesma família), uso obrigatório de máscaras e higienização das áreas comuns a cada trecho percorrido.

Expresso Vale das Frutas
Duração: 30 minutos (trecho) ou uma hora e dez minutos (percurso inteiro)
Trecho percorrido: Louveira a Valinhos, passando por Vinhedo
Preços: de R$ 65,40 a R$ 98,10 (conforme o trecho)
Atrações: estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império

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Restaurado após 11 anos, vagão que viraria sucata volta aos trilhos em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/restaurado-apos-11-anos-vagao-que-viraria-sucata-volta-aos-trilhos-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/restaurado-apos-11-anos-vagao-que-viraria-sucata-volta-aos-trilhos-em-sp/#respond Mon, 05 Jul 2021 11:26:44 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2854 Depois de chegar a entrar na fila para ser desmanchado, um carro de passageiros que foi doado pela Vale à ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) voltou aos trilhos neste domingo (4) no interior de São Paulo.

Ele não é um vagão antigo como outros já recuperados –foi produzido em 1965–, mas é emblemático para a entidade por ser o primeiro do acervo a ter pertencido à Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Fabricado pela Companhia Industrial Santa Matilde em Três Rios (RJ), o carro de passageiros foi utilizado em toda a sua existência exclusivamente na ferrovia que liga Belo Horizonte a Cariacica (ES).

“Ele estava parado desde meados dos anos 2000 e logo que chegou para nós começamos a reformar, mas paramos por conta de outras demandas. Reiniciamos em 2020, mas veio a pandemia a paramos de novo. Conseguimos reiniciar mais uma vez, agora com apoio da Vale, que aprovou um projeto que apresentamos de restauração”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF, antes da viagem inaugural do carro.

Representando o antigo Trem Rio Doce, o carro de passageiros foi usado numa viagem com outros dois vagões, um que pertenceu à Estrada de Ferro Sorocabana e outro que foi usado no passado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Sim, a viagem deste domingo foi feita com somente três carros de passageiros. O movimento por conta da pandemia está muito abaixo da média, o que tem feito com que a ABPF lance campanhas oferecendo desconto de 50% nos bilhetes aos adultos que doarem um quilo de alimento não perecível para tentar atrair mais passageiros. Antes da pandemia, viagens com mais de uma dezena de vagões eram comuns.

O renascimento do carro ocorreu com a recuperação de detalhes históricos, como as maçanetas cromadas e o mapa das estações ferroviárias em que o trem fazia paradas no passado.

Após partir de Belo Horizonte, ele passava por locais como Barão de Cocais, João Monlevade, Pedra Corrida, Governador Valadares e Resplendor, entre outros.

Para que fosse possível voltar aos trilhos em Campinas, a ABPF contou com uma dose de sorte também. Em 2010, Gazetta Filho foi conhecer a oficina da Vale no Espírito Santo depois de ter embarcado em Belo Horizonte e percorrido o trecho de 664 km da Vitória-Minas.

No local, encontrou o carro agora reformado e outros dois, que estavam em péssimas condições. “Estavam podres mesmo, mas perguntaram se a gente tinha interesse. Dissemos que sim, fizemos a documentação e saíram os três carros de lá”, disse.

O carro que foi reinaugurado agora seguiu pelos trilhos até Paulínia e foi colocado numa carreta para chegar às oficinas da ABPF, na estação Carlos Gomes, em Campinas.

Já os outros dois carros foram levados pela Vale até a capital mineira, de onde seguiram para Lavras e completaram o percurso em caminhões.

O trem entre Espírito Santo e Minas Gerais percorre a rota diariamente, numa viagem que dura 13 horas e passa por margens do rio Doce, trechos de mata atlântica no Espírito Santo e montanhas em Minas.

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Órgão federal doa 35 toneladas de trilhos para associação de preservação em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/orgao-federal-doa-35-toneladas-de-trilhos-para-associacao-de-preservacao-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/orgao-federal-doa-35-toneladas-de-trilhos-para-associacao-de-preservacao-em-sp/#respond Sun, 27 Jun 2021 23:59:16 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/ABPF-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2839 Trilhos que estavam guardados no pátio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Irajá (RJ) agora serão utilizados para a recuperação de um trecho ferroviário que foi alvo de vários furtos no interior de São Paulo e que, no futuro, ligará o estado a Minas Gerais.

A ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que recebeu o lote, fez uma operação para o transporte dos trilhos entre a cidade do Rio e Cruzeiro, no interior de São Paulo, onde já estão armazenados no pátio existente no local.

Eles, de acordo com a associação, serão utilizados para repor os trilhos furtados no trecho entre a cidade e o Túnel Grande, no alto da Serra da Mantiqueira.

O trecho está em processo de recuperação para que futuramente seja implantado um trem turístico.

O total doado chega a aproximadamente 35 toneladas de trilhos, o que representa 915 metros.

A cessão dos trilhos é mais um capítulo de uma negociação que já tem sido feita nos últimos anos pela entidade de preservação e o Dnit. No fim do ano passado, a ABPF recebeu três vagões.

O projeto integral contempla a recuperação de 25 quilômetros de trilhos, incluindo pátios para manobra, até o túnel que separa os dois estados mais populosos do país.

O Túnel Grande divide Cruzeiro de Passa Quatro (MG) e foi um local de relevância histórica durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

A região da estação ferroviária Coronel Fulgêncio, em Passa Quatro, ainda guarda marcas dos confrontos.

Do lado mineiro, a região da linha férrea, que hoje abriga uma rota ferroviária turística, foi cenário de uma batalha sangrenta entre as forças paulistas e as tropas federais.

Relatos de pesquisadores indicam centenas de mortes de combatentes no local, inclusive a do tenente-coronel Fulgêncio de Souza Santos, comandante do 7º Batalhão da Força Pública de Minas Gerais.

Os registros indicam que ele foi assassinado perto do túnel quando paulistas tentaram invadir Passa Quatro.

Fulgêncio empresta o nome a uma estação ferroviária na cidade mineira e também, desde 1985, a uma medalha do mérito entregue pela Polícia Militar mineira para homenagear integrantes da PM, instituições e personalidades que prestaram serviços relevantes.

Os recursos para a implantação do trecho entre os dois estados são obtidos com a bilheteria dos trens operados pela regional Sul de Minas da associação, em São Lourenço e Passa Quatro (ambas em Minas Gerais) e Guararema (SP).

Quando a ferrovia, pelo lado paulista, chegar até o túnel, ela será conectada com os trilhos do trecho de dez quilômetros que já funciona em Passa Quatro.

O chamado trem da Serra da Mantiqueira é oferecido em Passa Quatro desde 2004, quando a ABPF assumiu o trecho e a estação ferroviária em Minas. Ele parte da estação central da cidade, que pertenceu à ferrovia Minas e Rio, passa pela estação Manacá, em operação desde 1931, e vai até Coronel Fulgêncio, num percurso de 20 quilômetros (ida e volta), no alto da serra, feito em duas horas.

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