Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Após 47 anos juntando lixo e ratos em praça, locomotiva símbolo da destruição ferroviária está quase restaurada https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/#respond Mon, 25 Oct 2021 10:30:50 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/ABPF-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3081 Depois de ficar exposta por 47 anos numa praça na região central de Ribeirão Preto, onde acumulou lixo e ratos e serviu como banheiro para moradores de rua, uma centenária locomotiva, importante para contar parte da trajetória econômica no início do século passado no interior paulista, está praticamente restaurada.

Fabricada em 1912 pela alemã Borsig, a maria-fumaça estava exposta desde 1973 sobre cerca de 30 m de trilhos na praça Francisco Schmidt, onde sofreu todos os tipos imagináveis de vandalismo nas décadas seguintes, como furtos de peças de cobre, ferro e aço. Seu péssimo estado a transformou num símbolo da destruição do patrimônio ferroviário.

Repleta de lixo, restos de comida, roupas estragadas e preservativos usados, a locomotiva precisou passar por um processo de completa desinfecção para que pudesse deixar Ribeirão e ser levada para Campinas, onde está sendo restaurada desde julho do ano passado. Dezenas de ratos moravam na maria-fumaça e foi preciso abrir a lataria dela com um maçarico para que todos fossem expulsos.

Ribeirão Preto, uma das mais importantes cidades do interior do país, cresceu devido à ferrovia: muito antes da cana-de-açúcar que hoje domina a paisagem em toda a região, o município desenvolveu sua economia a partir da segunda metade do século 19 com suas grandes lavouras de café, que utilizaram os trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro para transportar o produto até o porto de Santos.

Com isso, surgiram barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva estava abandonada.

A maria-fumaça de número 8 é uma das três remanescentes da marca alemã no país. Pertenceu à Estrada de Ferro Araraquara, foi comprada pela Usina Amália e, posteriormente, foi doada ao município pelas Indústrias Matarazzo.

A restauração —é o primeiro bem ferroviário recuperado na cidade— custou R$ 749 mil aos cofres públicos e está sendo feita pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que tem oficina para a manutenção e restauração de carros de passageiros e locomotivas na estação Carlos Gomes, em Campinas.

“O estado dela era lamentável, um dos piores que já vi”, disse o diretor administrativo da associação, Helio Gazetta Filho.

Segundo ele, a maria-fumaça foi recuperada inteiramente na cor grafite escuro, fosca, pintura que remete à origem da locomotiva.

A previsão é que ela seja entregue a Ribeirão Preto em novembro. A prefeitura deve expor a locomotiva no parque Maurilio Biagi, próximo ao local em que ela esteve nas últimas décadas, mas que tem segurança e horários para abertura e fechamento.

Ela deverá ser usada de forma estática pela prefeitura, ou seja, não será utilizada para passeios, embora sua restauração permita —será necessário trocar apenas os tubos da caldeira para que isso seja possível.

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Estação destruída por incêndio há 2 anos é reinaugurada em Presidente Epitácio https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/24/estacao-destruida-por-incendio-e-reinaugurada-em-presidente-epitacio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/24/estacao-destruida-por-incendio-e-reinaugurada-em-presidente-epitacio/#respond Fri, 24 Sep 2021 18:30:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/3-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2961 Pouco mais de dois anos depois de ter sido atingida por um grande incêndio, a quase centenária estação ferroviária de Presidente Epitácio foi reinaugurada nesta sexta-feira (24).

Última estação do trecho operado pela extinta Estrada de Ferro Sorocabana, Presidente Epitácio foi importante para o desenvolvimento econômico da região nas primeiras décadas do século passado, mas nos últimos anos amargava um abandono total, até que em 26 de agosto de 2019 foi parcialmente destruída num incêndio.

Sobraram apenas as paredes, num imóvel que já era utilizado para abrigar moradores de rua e usuários de drogas.

Inaugurada em 1º de maio de 1922, a estação de 99 anos começou a ser recuperada em julho do ano passado. Ela, no extremo oeste paulista, na divisa com Mato Grosso do Sul, era a ponta final de uma rota iniciada na estação Júlio Prestes, na capital.

Os recursos para a restauração, R$ 459 mil, além de uma contrapartida municipal, são originários do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo), órgão da Secretaria do Turismo que atende cidades paulistas estâncias turísticas, caso de Presidente Epitácio.

Curioso na história é que a reinauguração, nesta sexta, ocorreu a distância, já que o descerramento da placa foi marcado para Presidente Prudente, onde o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), cumpriu agenda.

Ele, que deverá disputar o cargo de governador do estado em 2022, foi levado do DEM para o PSDB por João Doria e adotou figurino de candidato, com uma série de viagens pelo interior.

O prédio revitalizado abriga a Secretaria de Turismo e Cultura da cidade. Por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, o secretário da pasta, Wantuyr Tartari, disse que a recuperação do prédio vai além do objetivo de criar uma nova sede para a secretaria.

“É o resgate da história e autoestima de um povo batalhador que tem na antiga estação um dos símbolos do desenvolvimento local”, disse.

Na cidade, os passageiros deixaram de ter o trem como opção de transporte na estação em janeiro de 1999, mas o local seguiu servindo para o despacho de cargas por mais alguns anos.

A partir do momento em que deixou de ser utilizada para o transporte de cargas, no início da década de 2000, passou a sofrer deterioração constante nos anos seguintes, com perda gradual de telhas da plataforma de embarque, pichações, vidros quebrados, furtos e depósito de lixo, até culminar com o incêndio de 2019.

A Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada em 10 de julho de 1875 e chegou a Epitácio, na divisa com Mato Grosso do Sul (à época apenas Mato Grosso), 46 anos depois, em 1921, quando o ex-presidente Epitácio Pessoa, que governou o país de 1919 a 1922, a visitou.

Em janeiro de 1936, o então povoado foi elevado à categoria de distrito de Presidente Venceslau e, em dezembro de 1948, tornou-se município autônomo e homenageou o ex-presidente que a visitou.

A estação, porém, foi inaugurada apenas no ano seguinte à visita presidencial. Agora, caso o prazo seja cumprido, ela celebrará seu centenário sendo utilizada, o que não ocorreu nas duas últimas décadas.

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Locomotiva que acumulava lixo e ratos em praça está prestes a voltar para casa https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/locomotiva-que-acumulava-lixo-e-ratos-em-praca-esta-prestes-a-voltar-para-casa/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/locomotiva-que-acumulava-lixo-e-ratos-em-praca-esta-prestes-a-voltar-para-casa/#respond Sun, 13 Jun 2021 10:10:26 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2025/07/WhatsApp-Image-2020-07-21-at-18.05.24-1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2779 O cenário há um ano era devastador. Abandonada numa praça onde décadas atrás os trens significaram o progresso econômico de Ribeirão Preto, uma locomotiva centenária servia como banheiro para usuário de drogas e como moradia para dezenas de ratos, que se alimentavam de restos de comida jogadas no local e só contribuía para a degradação do centro histórico da cidade do interior paulista. Mas a situação está prestes a mudar totalmente.

A intenção ao colocar uma locomotiva para exposição numa praça da região central da cidade tinha como objetivo agradecer ao desenvolvimento econômico que Ribeirão teve devido à ferrovia. A partir dos trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, foi possível transportar mais rapidamente o café produzido na região na segunda metade do século 19.

Com isso, ela contribuiu para o enriquecimento e a fama de barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava exposta desde 1973.

Alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 47 anos, a locomotiva pertenceu à Usina Amália e foi doada ao município de Ribeirão pelas Indústrias Matarazzo. É o primeiro bem ferroviário a ser recuperado na cidade, o que é visto pelo Instituto do Trem como um fato importante para tentar avançar nas ações locais de preservação.

“O estado dela era lamentável, um dos piores que já vi”, disse Helio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

A entidade venceu a licitação para o restauro e retirou a locomotiva da praça em julho do ano passado. A restauração, que custará ao todo R$ 749 mil à prefeitura, está incluída num pacote de R$ 75 milhões de uma operação de crédito entre a prefeitura e o Banco do Brasil, assinado em setembro de 2019 e que inclui recuperação de prédios públicos e obras de mobilidade urbana.

E como está a restauração? “Está caminhando para a fase final. Uma parte vai entrar para pintura e estamos só esperando a definição de algumas coisas. A nossa estimativa é que em uns dois meses ela fique pronta, zero bala”, disse o diretor.

Referência para o restauro a ABPF tinha dentro de sua própria casa, já que o acervo da entidade abriga uma locomotiva “irmã” da que estava em Ribeirão.

O prazo para a recuperação se deve às péssimas condições em que a locomotiva se encontrava. Só da fornalha foram retirados dez cobertores usados por moradores de rua e foi preciso abrir um buraco com maçarico para que os ratos que habitavam o local fossem retirados.

A praça em que ela estava em Ribeirão fica na região que abrigava a principal estação da Mogiana na cidade, demolida em 1967.

Uma outra locomotiva, que também sofre ações de vandalismo, está exposta na área da atual estação ferroviária, na avenida Mogiana, na zona norte de Ribeirão. A cidade quase a perdeu, há pouco mais de três anos.

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Recebido como sucata, vagão renasce em oficina em Campinas e voltará aos trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/07/recebido-como-sucata-vagao-renasce-em-oficina-em-campinas-e-voltara-aos-trilhos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/07/recebido-como-sucata-vagao-renasce-em-oficina-em-campinas-e-voltara-aos-trilhos/#respond Mon, 07 Jun 2021 23:58:38 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/5-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2755 Ele, literalmente, iria virar sucata há 11 anos, quando estava na fila do desmanche e foi resgatado para ser recuperado numa oficina no interior de São Paulo.

Fabricado em 1965 pela Companhia Industrial Santa Matilde, em Três Rios (RJ), o vagão foi utilizado em sua existência exclusivamente na Estrada de Ferro Vitória-Minas. E foi por um acaso –dos muitos que permeiam o universo da preservação ferroviária– que ele foi resgatado.

Em 2010, o diretor administrativo da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), Hélio Gazetta Filho, foi conhecer a oficina da Vale no Espírito Santo, depois de ter embarcado em Belo Horizonte e percorrido o trecho de 664 km da Vitória-Minas.

“Chegando lá, havia uma fila de carros na sucata e vimos esse de passageiros e mais dois. Estavam podres mesmo, mas perguntaram se a gente tinha interesse. Dissemos que sim, fizemos a documentação e saíram os três carros de lá. Trazer foi outra luta”, disse.

Dois dos carros foram levados pela própria Vale até Belo Horizonte, de onde seguiram para Lavras. Na cidade, foram retirados de caminhão.

O terceiro, que é o que foi restaurado agora, seguiu da capital mineira pelos trilhos até Paulínia, passando antes por Divinópolis e Uberaba. Em Campinas, foi colocado numa carreta e levado para as oficinas da ABPF, na estação Carlos Gomes, em Campinas.

A recuperação foi complicada. A primeira etapa foi tirar as partes podres, como os bancos. Também quase não havia janelas, mas a solução para isso foi juntar as janelas dos três carros de passageiros para tentar fazer um –os outros dois carros serão reformados em outra oficina da ABPF, sem seguir as características originais.

Além das janelas, foram reaproveitados suportes de maleiros, porém ainda faltava muita coisa. O restauro foi acelerado em janeiro do ano passado, mas após as restrições impostas pela pandemia foram interrompidas. Foi quando surgiu novamente a ideia de procurar a Vale.

“Íamos pintar nas cores originais, do trem Rio Doce, e pensamos se poderia haver interesse da Vale. Deu certo, se interessaram e financiaram o que faltava para o restauro. Nós não tínhamos nenhum [carro da] Santa Matilde, nem da Vitória-Minas, e adoraram [a Vale] a ideia da representatividade do trem em nosso acervo”, afirmou.

O trem entre Espírito Santo e Minas Gerais percorre diariamente 664 km de trilhos, em viagem que dura 13 horas. No trajeto, percorre margens do rio Doce e passa por trechos de mata atlântica no Espírito Santo e montanhas em Minas. E para em 28 estações na rota.

É um dos dois únicos trens de passageiros regulares no Brasil. O outro é o da Estrada de Ferro Carajás –que percorre os trilhos entre São Luís e Parauapebas (PA).

Agora, o carro da ABPF que representa a ferrovia interestadual está praticamente pronto, faltando apenas alguns detalhes, que devem ser concluídos nas próximas semanas.

A data para o retorno aos trilhos não está definida, mas, se a associação quisesse, poderia ser hoje.

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Após restauro de estação, Paranapiacaba projeta recuperação de pátio ferroviário https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/apos-restauro-de-estacao-paranapiacaba-projeta-recuperacao-de-patio-ferroviario/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/apos-restauro-de-estacao-paranapiacaba-projeta-recuperacao-de-patio-ferroviario/#respond Thu, 08 Apr 2021 17:18:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-06-at-22.17.37-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2420 Após ter concluída a restauração da estação ferroviária Campo Grande, no fim do ano passado, a histórica Vila de Paranapiacaba, em Santo André, terá um novo projeto de restauro.

Agora, serão feitos os projetos executivos, com mapas e detalhamento em textos, para que seja recuperada no futuro a plataforma de embarque e desembarque do pátio ferroviário. O projeto vai coletar informações, preparar plantas, desenhos e cálculos e planejar paisagismo para o entorno.

Construído pela SPR (São Paulo Railway) no século 19 e tombado por órgãos de preservação municipal, estadual e federal, o local passará por estudos que devem ser concluídos em julho e usados para embasar obras futuras no local. A área é concedida à MRS Logística, que patrocina o projeto.

O pátio tem área total de 3.452 metros quadrados, com 465 metros quadrados de área construída e integra o patrimônio histórico e ambiental da vila ferroviária. Foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2002, 15 anos após tombamento feito pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo). Em 2003, também foi alvo de proteção pelo conselho municipal de Santo André.

O núcleo urbano implantado em frente à antiga estação ferroviária Alto da Serra, na parte alta de Paranapiacaba, tem características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira. Já a parte baixa teve técnicas construtivas usadas pelos ingleses da SPR.

Além dos estudos técnicos para a recuperação do patrimônio ferroviário, será investigado o potencial para a economia criativa da região. A estruturação dos projetos começou em janeiro e o objetivo é que sejam indicados caminhos para integrar poder público e comunidade para unir a conservação da memória ao desenvolvimento sustentável do turismo e da cultura.

O projeto custará R$ 445 mil, patrocinado pela concessionária por meio de lei de incentivo à cultura, e desenvolvido pela Brasil Restauro. 

Em dezembro, depois de dez meses de trabalhos, chegou ao fim a restauração da estação ferroviária Campo Grande, na vila histórica, que estava abandonada havia quase duas décadas.

A estação foi inaugurada em 1889, 40 anos antes do surgimento do prédio atual, e pertenceu à SPR, que surgiu em 1867 e foi pioneira no transporte ferroviário paulista.

Ela deixou de transportar passageiros em 2002, quando foi acentuado o processo de abandono, e passou até a sofrer risco de desabamento por conta de umidade, sujeira, fungos e bolores.

A previsão inicial apontava perda de 90% da estação, com a manutenção só de tijolos e alvenarias externas, mas a partir da limpeza inicial a equipe da arquiteta Fabiula Domingues constatou que outros componentes do prédio estavam em bom estado de conservação.

A restauração envolveu cerca de 40 profissionais, custou R$ 1,74 milhão e também foi patrocinada pela concessionária.

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Restaurada, estação em Paranapiacaba será ocupada após abandono de 18 anos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/28/restaurada-estacao-em-paranapiacaba-sera-ocupada-apos-abandono-de-18-anos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/28/restaurada-estacao-em-paranapiacaba-sera-ocupada-apos-abandono-de-18-anos/#respond Mon, 28 Dec 2020 07:45:18 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/WhatsApp-Image-2020-07-19-at-14.29.59-1.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2342 Após dez meses de trabalhos, chegou ao fim a restauração da estação ferroviária Campo Grande, na vila histórica de Paranapiacaba, que voltará a ser ocupada em 2021 após abandono de quase duas décadas.

A estação foi inaugurada em 1889, 40 anos antes do surgimento do prédio atual, e pertenceu à histórica SPR (São Paulo Railway), que surgiu em 1867 e foi pioneira no transporte ferroviário paulista.

Ela deixou de transportar passageiros em 2002, quando foi acentuado o processo de abandono, e passou até a sofrer risco de desabamento por conta de umidade, sujeira, fungos e bolores. A primeira parte da restauração foi limpar o local, para que fosse permitido visualizar todos os danos existentes.

Agora, o local abrigará a partir do próximo ano o centro de controle operacional da concessionária MRS. As composições que trafegam pela região têm como destino o porto de Santos e o retorno do litoral sentido interior paulista.

De acordo com a arquiteta Fabiula Domingues, do escritório de arquitetura e urbanismo Contemporânea Paulista, especializado em restauração de patrimônio histórico e cultural e que coordenou a obra, as características arquitetônicas da construção quase centenária foram mantidas.

A previsão inicial apontava perda de 90% da estação, com a manutenção só de tijolos e alvenarias externas, mas a partir da limpeza inicial a equipe constatou que outros componentes do prédio estavam em bom estado de conservação.

Cerca de 2.000 telhas, fabricadas no século 19, foram limpas e testadas antes de serem devolvidas à cobertura da estação. Respiradores de ferro (usados para troca de ar perto do chão), ainda com a marca SPR, foram recuperados. Três deles foram substituídos por réplicas.

“O piso originalmente era feito de pinho de riga, madeira mais nobre, que hoje não se consegue achar no mercado com tanta facilidade. O projeto previa madeiramento similar e adotamos a garapeira.”

A arquiteta disse que tudo o que estava previsto no projeto, iniciado em janeiro, foi entregue. A restauração envolveu cerca de 40 profissionais, custou R$ 1,74 milhão e foi patrocinada pela própria concessionária, por meio de lei de incentivo à cultura.

Além do piso e das telhas, a restauração interna envolveu tijolos, madeiramento estrutural, argamassa de revestimento, portas e janelas.

No lado externo, piso, cercamento, preparação de solo para estacionamento, postes de energia e iluminação estão entre os pontos restaurados.

“O parapeito que a gente encontra na área do estacionamento é diferente do encontrado em outra fachada. A leitura que fizemos é a de que na fachada noroeste, por ter condição climática mais ensolarada, foi usado ferro fundido. No outro lado, sudeste, foi adotado parapeito em pedra granito, muito provavelmente por ser uma área de incidência maior de umidade. O granito é mais resistente que o ferro fundido.”

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Três vagões históricos deixam abandono no Rio para serem preservados em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/03/vffgff/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/03/vffgff/#respond Thu, 03 Dec 2020 10:10:17 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/11-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2274 Essa é uma história que tem um capítulo importante ligado aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Abandonados no antigo pátio-terminal de cargas de Praia Formosa, três vagões ferroviários foram transferidos para a Superintendência do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) devido ao projeto Porto Maravilha, para as Olimpíadas de quatro anos atrás.

Lá, poderiam ter virado sucata, como ocorre com muitos bens ligados às ferrovias no país, mas três voluntários da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) viram ali a possibilidade de resgatar os vagões e “evitar o maçarico” –termo usado por amantes de ferrovias para designar os bens que foram destruídos.

Segundo a ABPF, os três voluntários identificaram o vagão tanque e foram inicialmente até Praia Formosa, mas não o encontraram. Souberam da transferência para outro local, para onde se dirigiram.

Resolveram escrever “não cortar” em um deles e começava ali a negociação para que fossem preservados. O último episódio ocorreu semana passada, quando os três vagões ferroviários deixaram o pátio em que estavam, no Rio, e foram transferidos para o interior paulista, onde serão preservados.

E que vagões são esses? Todos fazem parte da história ferroviária brasileira. Um deles, tanque, foi fabricado em 1936 na Bélgica e chegou ao Brasil para servir a Estrada de Ferro Leopoldina. Ele está em condições de circulação.

Os outros dois têm fabricação mais recente, são de 1976. Um foi feito na extinta Iugoslávia, enquanto o outro é de produção nacional, construído pela Cobrasma e que pertenceu à Rede Ferroviária Federal.

Após a ação dos voluntários, foi feito o pedido formal ao Dnit, de acordo com a associação. Só aí descobriu-se que o vagão tanque ainda estava operacional, o que fez com que as negociações se estendessem pelos últimos cinco cinco anos.

Além dos vagões, a ABPF foi autorizada a recolher componentes avulsos, como engates, que serão úteis na frota da entidade de preservação.

De acordo com o Dnit, os técnicos do órgão retiraram no último dia 25 os vagões históricos que estavam em Irajá, zona norte do Rio, para que fossem transferidos para a sede da ABPF Sul de Minas, em Cruzeiro, no interior paulista, que já recebeu em setembro três antigas locomotivas que estavam no pátio da Luz, na capital paulista.

A cessão à ABPF foi feita pela diretoria de infraestrutura ferroviária do Dnit, numa ação que envolveu também a Polícia Rodoviária Federal e a FCA (Ferrovia Centro Atlântica).

A intenção é que, após reforma futura, os vagões sejam utilizados na composição do acervo do museu ferroviário que está em criação.

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Em um mês, 3 locomotivas e 4 vagões são levados para preservação em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/08/em-um-mes-3-locomotivas-e-4-vagoes-sao-levados-para-preservacao-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/08/em-um-mes-3-locomotivas-e-4-vagoes-sao-levados-para-preservacao-em-sp/#respond Sun, 08 Nov 2020 19:46:11 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/1111111111111111-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2189 Em um intervalo de pouco mais de um mês, três locomotivas e quatro carros de passageiros deixaram os galpões em que estavam encostados –em alguns casos há mais de duas décadas– para serem levados a cidades do interior paulista para serem restaurados.

Neste sábado (7), quatro carros de passageiros que estavam sem utilização há seis anos, encostados em Cariacica (ES), terminaram a viagem de mais de mil quilômetros até Sorocaba, onde passarão por reforma para que possam ser utilizados futuramente em um trem turístico.

Antes, em setembro, três locomotivas que estavam no pátio da Luz, na capital, foram transferidas pelos trilhos até Cruzeiro (a 219 km de São Paulo), onde serão preservadas pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

As associações ferroviárias veem as iniciativas como importantes ganhos para a preservação da memória e para o acervo das entidades, que já oferecem rotas de trem no estado.

“Agora, iniciaremos um levantamento para o projeto de restauro, identificando eventuais peças faltantes, que precisem ser substituídas ou estejam desgastadas, para em seguida fazermos o projeto de restauro e futuramente irmos atrás de recursos para colocá-los em operação”, disse Eric Mantuan, presidente da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, que recebeu dois dos quatro carros de passageiros.

Os outros dois foram doados à APMF (Associação de Preservação da Memória Ferroviária), mas também foram levados de Cariacica a Sorocaba, onde ficarão guardados.

Os quatro vagões foram doados pela Vale às entidades. A empresa utilizou os carros até 2014 no trem entre Minas Gerais e Espírito Santo, ano em que foram retirados de operação devido à modernização da frota.

Eles, que foram fabricados pela Mafersa em 1962 para a extinta Estrada de Ferro Sorocabana, estavam com a Vale desde 2002.

Em 1971, nove anos após a fabricação dos carros, quando a Sorocabana e outras quatro companhias originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), passaram oficialmente ao controle do governo de São Paulo.

Assim ficaram até os anos 90, quando foram transferidos à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), que assumiu o espólio ferroviário de São Paulo em negociação entre os governos estadual e federal. Em seguida, o governo fez a concessão da malha ferroviária.

A viagem dos vagões entre Cariacica e Sorocaba durou quatro dias a mais que o previsto, devido a restrições em rodovias durante o feriado de Finados e à velocidade reduzida em trechos entre os estados, conforme a associação de preservação.

Uma análise preliminar mostrou que os dois carros da APMF estão em melhores condições, necessitando de revisões mecânicas devido ao tempo em que estão sem uso.

Não há prazo para que os carros sejam colocados em operação, o que vai depender de recursos obtidos pela associação. “Deve ocorrer ao longo de 2021, mas não conseguimos cravar um prazo, até porque ainda não temos condições sanitárias seguras para operar plenamente o nosso trem”, disse Mantuan.

A associação iniciou em 2018 uma operação turística, em caráter experimental, num trecho de um quilômetro entre a estação Paula Souza, no centro de Sorocaba, e a Vila Hortência.

A pandemia do novo coronavírus, porém, fez com que os planos de restauro de máquinas e de passeios fossem adiados. A maior parte dos funcionários e voluntários da Sorocabana pertence a grupos de risco da Covid-19.

“Se não consegue circular com plenitude, você não arrecada. Por mais que haja patrocínio de empresas e projetos com captação de incentivo fiscal, a receita imediata é arrecadação de bilheteria.”

A perspectiva é que no período natalino e nas férias de janeiro o trem possa operar, embora seja apenas uma previsão, sem nenhuma definição até aqui, devido ao cenário da pandemia.

Já a jornada para a restauração das três locomotivas doadas à ABPF durou quatro dias, menos que a viagem entre Espírito Santo e São Paulo, mas teve como componente a transferência entre São Paulo e Cruzeiro feita totalmente pelos trilhos.

O transporte foi visto por integrantes de movimentos de preservação como um dos maiores feitos já registrados no setor no país, por salvar de uma só vez três locomotivas e por elas terem sido transferidas para o local em que serão restauradas pela própria linha férrea.

As máquinas, fabricadas entre as décadas de 40 e 50, estavam abrigadas no depósito da Luz desde 2008. Duas delas foram utilizadas inicialmente pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, outra das ferrovias que originaram a Fepasa. Elas ficaram nos trilhos até 1998.

A outra permaneceu nos trilhos até 1996 e foi usada inicialmente pela antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí).

Assim como os carros levados à Sorocabana, as locomotivas serão alvo de um projeto de restauro, que será enviado aos órgãos patrimoniais para ser aprovado e, em seguida, executado, segundo Bruno Crivelari Sanches, presidente da associação.

“Vai ser uma reforma estética, pois o custo e as limitações para colocá-las em operação são inviáveis”, afirmou.

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Vagões deixam ES e viajam 1.000 km para serem preservados no interior de SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/01/vagoes-deixam-es-e-viajam-1-000-km-para-serem-preservados-no-interior-de-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/01/vagoes-deixam-es-e-viajam-1-000-km-para-serem-preservados-no-interior-de-sp/#respond Sun, 01 Nov 2020 05:31:45 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/4-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2179 Quatro carros de passageiros fabricados na década de 60 e que estavam encostados há seis anos foram doados para duas entidades ferroviárias e iniciaram uma jornada de mais de mil quilômetros de viagem rumo à preservação.

Os quatro carros, dois de primeira classe e dois de segunda, fabricados pela Mafersa em 1962, estavam em Cariacica (ES), onde foram utilizados até 2014 no trem entre a cidade e Belo Horizonte, uma das duas únicas linhas ferroviárias regulares do país.

A Vale doou os quatro carros à Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária e à APMF (Associação de Preservação da Memória Ferroviária), que iniciaram o processo de transporte por rodovias na última sexta-feira (30).

A previsão é que o comboio chegue terça-feira (3) a Sorocaba, após percorrer 1.038 quilômetros entre Cariacica e a cidade do interior paulista. 

Os quatro carros pertenceram à Estrada de Ferro Sorocabana e eram utilizados no trem superluxo da companhia ferroviária.

As negociações para a transferência dos carros tiveram início em 2017, segundo o presidente da associação sorocabana, Eric Mantuan, e foram concluídas no primeiro semestre deste ano.

“Fizemos parceria com a APMF para que os dois carros dela fiquem sob nossa custódia em Sorocaba. Desenvolveremos projeto conjunto para restauração e futura utilização”, disse.

Dos quatro vagões, dois estão plenamente operacionais. O terceiro precisa de reparos, enquanto o quarto carro necessita de restauração mais severa.

A história dos vagões é repleta de transferências de donos. Produzidos nos anos 60 para a Sorocabana, nove anos depois passaram a integrar a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), que surgiu da união de cinco companhias ferroviárias, entre elas a Sorocabana.

Nos anos 90, deixaram de pertencer à estatal paulista e foram transferidos à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), que assumiu o espólio ferroviário de São Paulo em negociação entre os governos estadual e federal.

Em 2002, eles foram transferidos para a Vale, que usou nos anos seguintes os carros de passageiros no trem entre Espírito Santo e Minas Gerais, situação que ocorreu até 2014, quando foram retirados de operação devido à modernização da frota.

Segundo Mantuan, os carros recuperados deverão ser utilizados no trem entre Sorocaba e Votorantim, principal projeto da associação sorocabana. Com os dois vagões, o acervo da entidade agora é composto por 11 carros de passageiros, dos quais um está totalmente restaurado. Um segundo está com o restauro adiantado.

A transferência dos carros ocorre pouco mais de um mês após um resgate histórico de três locomotivas que deixaram o pátio da Luz, em São Paulo, para serem levadas a Cruzeiro (a 219 km da capital), onde serão preservadas.

A epopeia foi vista por integrantes de movimentos de preservação como um dos maiores feitos já registrados no setor no país, por salvar de uma só vez três locomotivas e por elas terem sido transferidas para o local em que serão restauradas pelos próprios trilhos.

As máquinas, fabricadas entre as décadas de 40 e 50, estavam abrigadas no depósito da Luz desde 2008. Duas delas foram produzidas pela General Electric e utilizadas inicialmente pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, outra das empresas que originaram a Fepasa. Ficaram nos trilhos até 1998.

A outra é uma máquina inglesa, que permaneceu nos trilhos até 1996, fabricada pela English Electric e que foi usada inicialmente pela antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí).

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Grupo busca recursos para resgate de cinco vagões do icônico Trem Ouro Verde https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/27/apos-ter-projeto-aprovado-associacao-busca-verba-para-restauro-de-vagoes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/27/apos-ter-projeto-aprovado-associacao-busca-verba-para-restauro-de-vagoes/#respond Sun, 27 Sep 2020 10:45:08 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Trem-Ouro-Verde_01-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1974 Cinco carros de passageiros que estão abandonados em cidades do interior de São Paulo devem ser levados para Sorocaba para serem preservados e, no futuro, passarem por restauro.

Os cinco integraram o icônico Trem Ouro Verde, operado pela EFS (Estrada de Ferro Sorocabana), e serão preservados pela Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, que está em fase de captação de recursos para viabilizar o projeto integralmente.

O projeto intitulado EFS Ouro Verde 80 Anos foi aprovado pelo Proac (Programa de Ação Cultural), da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do governo paulista, que autorizou a captação de até R$ 269 mil.

A proposta prevê o resgate dos cinco carros de passageiros fabricados em 1937 para sediarem uma exposição temporária alusiva à história dos trens no estado.

“O trem foi o mais famoso da Sorocabana e estamos buscando recursos para operacionalizar o projeto total. É possível fazer com um valor inferior, mas não da forma como gostaríamos. Queremos uma ação à altura que o trem teve para a indústria ferroviária mundial, já que foi feito na Alemanha, e também por ter sido o primeiro trem de aço da Sorocabana”, afirmou Eric Mantuan, presidente da associação.

Do valor total, cerca de 60% já foram captados pelo movimento de preservação, que tem prazo até dezembro para buscar os valores necessários. O patrocínio das empresas pode ser pago com débitos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).

Além da fabricação alemã e de ter sido pioneiro entre os carros feitos com aço, os vagões também tiveram importância econômica e cultural muito forte para o período em que foram utilizados, pois ligavam a capital a Presidente Epitácio, passando por cidades como Sorocaba, Assis e Botucatu.

A Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária obteve autorização de uso pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e agora terá a missão de recolher esses vagões, que estão abandonados no interior. Entre eles, há um carro que já foi incendiado.

Mantuan afirmou que o objetivo da associação é, também, amealhar os vagões para resguardá-los de danos maiores, para que numa segunda etapa possa ser desenvolvido e colocado em prática um projeto de restauro.

“Teremos, depois, de buscar outras leis de incentivo para fazer o restauro. Sem o que estamos fazendo agora, não seria possível no futuro fazer o restauro.”

Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 1875, celebra, desde dezembro, 75 anos da substituição do óleo diesel e da lenha pela eletricidade como propulsora de suas locomotivas. A ferrovia data de 1875.

O sistema operou por 55 anos, até que, em 1999, as locomotivas elétricas foram trocadas por diesel após o leilão feito pelo governo federal que resultou na desestatização da malha da já extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.). No último dia 10 de julho, a Sorocabana completou 145 anos da sua inauguração.

Entre 1943 e 1948, a Sorocabana comprou 46 locomotivas elétricas do consórcio Electrical Export Corporation, que reunia a General Electric International e a Westinghouse Electric Company, para eletrificar a sua malha ferroviária entre as estações Júlio Prestes e Bernardino de Campos.

A eletrificação permitiu o aumento da velocidade dos trens e também do número de vagões por composição com mais segurança. O custo também era menor em comparação com o óleo diesel e à queima de lenha e carvão.
Em suas primeiras cinco décadas, a companhia ferroviária teve forte crescimento e a linha-tronco (a principal) chegou a Presidente Epitácio –município que hoje desenvolve um projeto de restauração de sua estação.

 

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