Por R$ 2,3 mi, estação ferroviária sem uso há 15 anos em Olímpia (SP) volta a abrir as portas
Ela não recebe passageiros desde 1968 e, há 15 anos, estava sem utilização, mas a partir desta semana a estação ferroviária de Olímpia (a 438 km de São Paulo) voltará a ser usada, agora como centro cultural.
Depois de obras que custaram R$ 2,37 milhões, segundo a InvestSP (agência paulista de promoção de investimentos), sendo R$ 2,09 milhões do estado, foram reformados dois blocos da antiga estação, além do calçamento externo e da inclusão de obras de acessibilidade.
A reinauguração da estação, aberta em 1914 e que no passado fazia parte do trecho operado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, está marcada para sexta-feira (26), data em que o local passará a se chamar ECO (Estação Cultural de Olímpia).
Como o progresso dizimou os trilhos que no passado foram utilizados no escoamento da produção cafeeira da região, especialmente entre as décadas de 1920 e 1960, a restauração da estação também contou com a reconstituição de um trecho ferroviário, para abrigar uma antiga maria-fumaça.
A locomotiva que antes ficava no Museu de História e Folclore e que atendeu a cidade no período do transporte do “ouro verde”, como o café era chamado, também foi restaurada e está no local desde o dia 11 de setembro.
A prefeitura quer, agora, colocar dois vagões antigos acoplados à locomotiva, sendo um de passageiros e outro de cargas. O primeiro deles deve abrigar uma cafeteria, enquanto o de cargas será utilizado para exposições fotográficas e exibições de filmes antigos ligados ao universo ferroviário.
Apesar de ser inaugurada nesta semana, a visitação do público estará liberada a partir de dezembro, com duas exposições, que reunirão desenhos e pinturas.
Por meio de sua assessoria, o secretário estadual de Turismo, Vinicius Lummertz, disse que a obra é “particularmente importante por ter sido uma iniciativa do conselho municipal de turismo, com a qual o estado se alinhou”.
Olímpia, que com seus parques aquáticos (Thermas dos Laranjais e Hot Beach) recebe mais de 2,5 milhões de visitantes por ano, projeta desenvolver um roteiro cultural no entorno da estação ferroviária, aproveitando outros imóveis.
É a segunda estação ferroviária recuperada e entregue no intervalo de dois meses no interior de São Paulo. A primeira foi em 24 de setembro, em Presidente Epitácio, que tinha sido parcialmente destruída num incêndio em agosto de 2019.
Inaugurada em 1º de maio de 1922, a estação de 99 anos começou a ser recuperada em julho do ano passado.
Ela, no extremo oeste paulista, na divisa com Mato Grosso do Sul, era a ponta final da Estrada de Ferro Sorocabana, numa rota iniciada na estação Júlio Prestes, na capital.