Vacinados contra a Covid poderão ver filmes de graça em vagão ferroviário

O vagão ferroviário que a partir da década de 1950 atendeu passageiros da Estrada de Ferro Elétrica Votorantim agora tem nova utilidade, embora mantenha o olhar no passado.

Produzido em 1951 e restaurado pela Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, o carro de passageiros abriga sessões de cinema no projeto Cine-vagão, criado em Votorantim (a 107 km de São Paulo).

Lançado em 2019, o projeto foi suspenso por conta da pandemia da Covid-19 e foi retomado agora, com a proposta de exibir quatro filmes até o final deste mês.

A entrada é gratuita, mas só será permitida para quem apresentar comprovante de vacinação completa contra a Covid-19 (duas doses da Coronavac, da AstraZeneca e da Pfizer ou dose única da Janssen) ou comprovante de que recebeu a primeira dose, acompanhado de um teste negativo de Covid do tipo PCR feito até 48 horas antes da sessão ou de antígeno feito até 24 horas antes.

O objetivo do Cine-vagão é apresentar clássicos do cinema entre as décadas de 1930 e 1960. O período compreende parte do apogeu do sistema ferroviário e o início do declínio.

Nesta terça-feira (16), será exibido o longa-metragem de aventura “O Mágico de Oz”, de 1939, a partir das 19h30. O vagão está na rua Leopoldo Ferreira, perto do cruzamento da via férrea com a avenida Luiz do Patrocino Fernandes, na Vila Dominguinho.

Na quinta-feira (18), será a vez de “Metropolis”, seguido por “A General” (dia 23) e “À Noite Sonhamos” (dia 25).

A ação foi selecionada pelo FMC (Fundo Municipal de Cultura) da cidade, criado em decorrência da adesão do município ao SNC (Sistema Nacional de Cultura) e que abre inscrições anuais para projetos.

O vagão é equipado com projetor, sistema de som e gerador para funcionamento dos equipamentos.

A Estrada de Ferro Elétrica Votorantim foi uma pequena linha férrea, de apenas 13 quilômetros, a segunda a ser eletrificada em São Paulo, conforme o grupo Votorantim.

Sua origem remonta à construção da fábrica de tecidos Votorantim, no final do século 19, que fez com que fossem criadas condições logísticas para o empreendimento, o que incluiu o surgimento de um ramal da Estrada de Ferro Sorocabana, chamado Estrada de Ferro Votorantim.

Inicialmente as locomotivas eram movidas a vapor –maria-fumaça–, com bitola (distância entre os trilhos) de 60 cm. Já em 1918, a estrada de ferro foi comprada pela fábrica, que alterou o tamanho da bitola para um metro e eletrificou a via. Com isso, seu nome ganhou a palavra “elétrica”.

O uso de máscara durante a sessão é obrigatório e o limite é para 50 pessoas. Por isso, a recomendação é que as pessoas cheguem com uma hora de antecedência.