Três grupos farão estudo sobre ferrovia entre o centro de Campinas e Viracopos

A Prefeitura de Campinas autorizou nesta segunda-feira (14) que duas empresas e um consórcio façam estudos para uma futura implantação de um modal ferroviário urbano de 18 quilômetros ligando o pátio ferroviário que fica na região central da cidade ao aeroporto internacional de Viracopos.

A autorização foi publicada no Diário Oficial de Campinas e é um novo passo das discussões que têm ocorrido após autorização da comissão de gerência do programa municipal de PPPs (Parcerias Público-Privadas), em 19 de março.

As empresas que desenvolverão o estudo são a BYD do Brasil, o Idestra (Instituto para o Desenvolvimento dos Sistemas de Transporte) e o consórcio formado por TS Infraestrutura e Engenharia, Aerom Sistemas de Transportes, FBS Construção Civil e Pavimentação e Jofege Pavimentação e Construção.

Além de projetar o modelo, os participantes deverão apresentar levantamentos e estudos sobre a operação, inclusive econômico-financeiro e jurídico e que tecnologia usará –desde que gere baixa emissão de carbono.

Os estudos indicarão, conforme a prefeitura, se o modelo mais viável será uma concessão ou uma PPP.

O prazo para a entrega das propostas é de três meses, de acordo com a prefeitura. Mas, antes disso, em no máximo 15 dias, terão de apresentar o plano de trabalho detalhando as atividades que pretendem fazer.

“Pedi agilidade no processo e espero que o estudo também seja concluído com rapidez. Esse projeto beneficiará toda a Região Metropolitana de Campinas”, afirmou o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), por meio de sua assessoria.

O projeto mais adequado será escolhido por uma comissão, que poderá utilizá-lo parcialmente, na elaboração de editais, contratos da licitação para a concessão e operação do sistema.

Campinas já teve, nos anos 1990, um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), mas uma série de problemas fez com que o sistema operasse por poucos anos no município.

O VLT foi construído entre agosto de 1990 e abril de 1993 pela empresa Mendes Júnior, vencedora de um processo de licitação conduzido pela extinta Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.). Em novembro de 1990, foi inaugurado experimentalmente e, até 1993, transportava em média 15 mil passageiros por dia.

A obra utilizou recursos do governo do estado. Inicialmente, estavam estimadas em US$ 50 milhões (R$ 284 milhões), mas o valor ao final do contrato havia saltado para US$ 120 milhões (R$ 681,6 milhões), segundo anúncio feito pela própria direção da Fepasa à época.

O sistema foi desativado em fevereiro de 1995, quando 150 funcionários foram demitidos, e teve como principal problema a falta de integração com outros modais de transporte.

No total, o VLT tinha 7,8 quilômetros e passava por oito estações erguidas em concreto pré-moldado.