Retorno aos trilhos na maior rota do interior homenageia 5 companhias; veja
A volta aos trilhos dos trens entre Campinas e Jaguariúna, neste final de semana no interior paulista, foi marcada por uma homenagem involuntária a cinco companhias ferroviárias que operaram no passado no país.
Tracionada por uma locomotiva que pertenceu à Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a composição tinha quatro vagões no sábado (24), que pertenceram à Estrada de Ferro Sorocabana, São Paulo-Paraná, Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Viação Férrea do Rio Grande do Sul.
O da Sorocabana era o carro-restaurante, enquanto os outros três, de passageiros, eram de primeira classe.
A composição ainda é pequena, se comparada às habituais de antes da pandemia, mas ela é vista pelos integrantes da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) como um bom recomeço após praticamente sete meses de interrupção das atividades entre as duas cidades devido ao novo coronavírus. No domingo (25), o trem já fez o percurso com sete carros.
Diretor administrativo da ABPF, Hélio Gazetta Filho disse que a viagem com carros de diferentes companhias ferroviárias foi uma feliz coincidência, principalmente por envolver o carro-restaurante. Veja como ficou a composição, em vídeo do membro da associação Vanderlei Antonio Zago.
“Às vezes o restaurante não vai, mas como tinha o [roteiro especial do] café no sábado, ele foi. E coincidentemente ficou um de cada. No domingo, ainda tínhamos dois da Estrada de Ferro Noroeste [do Brasil]”, afirmou.
Após um mês e meio do retorno aos trilhos após a paralisação de quase seis meses devido à pandemia, os trens que partem da estação Anhumas, em Campinas, passaram a chegar ao destino habitual, Jaguariúna.
Os trens que desde a década de 80 fazem o trajeto de 24 quilômetros entre as duas cidades do interior paulista voltaram a operar no último dia 6 de setembro, mas somente nas estações de Campinas, já que a prefeitura da cidade vizinha ainda não tinha liberado o funcionamento devido ao cenário da Covid-19. Desde 15 de março os trens não faziam a rota.
Segundo o diretor da associação, o hidrante do abastecimento de água ainda não estava pronto para o sábado, o que impedia o abastecimento da maria-fumaça, mas o serviço foi regularizado pela prefeitura para o dia seguinte.
A pandemia fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos a partir de março, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).