Após 7 meses, trens voltam a percorrer rota entre Campinas e Jaguariúna
Depois de um mês e meio do retorno aos trilhos após a paralisação de quase seis meses devido à pandemia, os trens que partem da estação Anhumas, em Campinas, a partir de agora chegarão ao destino habitual, Jaguariúna.
A maria-fumaça que desde a década de 80 faz o trajeto de 24 quilômetros entre as duas cidades do interior paulista voltou a operar no último dia 6 de setembro, mas somente nas estações que ficam em Campinas, já que a prefeitura da cidade vizinha ainda não tinha liberado o funcionamento do trem –devido ao cenário da Covid-19. Desde 15 de março os trens não fazem a rota.
Essa permissão foi publicada na última semana e, a partir deste sábado (24), a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) voltará a operar a rota integral.
Os trens partirão de Campinas às 10h10 sábado e domingo (25), com ingressos limitados devido às restrições provocadas pela pandemia.
A Prefeitura de Jaguariúna publicou decreto adequando as regras da quarentena à fase verde do Plano São Paulo, na qual a região de Campinas está inserida.
O decreto exige no máximo 50% da capacidade dos carros de passageiros, o controle do acesso e o distanciamento social, entre outros pontos.
A maria-fumaça utiliza a estação principal da cidade para seus embarques e desembarques. O decreto da prefeitura liberou setores de entretenimento, cultura e lazer.
A retomada ocorre num momento em que a ABPF enfrenta dificuldades financeiras devido à pandemia e também a um incêndio que atingiu há três semanas a plataforma da estação ferroviária Carlos Gomes, uma das que ficam na rota percorrida pelo trem, e danificou uma locomotiva histórica em Campinas.
O fogo, na estação que abriga a oficina de restauro de trens da ABPF, teve início num pasto próximo ao local, que derrubou um coqueiro. Ele, em chamas, atingiu uma retroescavadeira usada pela associação, que acredita que a partir disso o incêndio se alastrou e atingiu a plataforma.
Uma vaquinha virtual foi lançada pela associação para cobrir os gastos do restauro. Dos R$ 50 mil necessários, cerca de R$ 5.000 foram obtidos até agora.
O cenário ocorrido nas cidades do interior paulista é idêntico ao registrado em todo o país. A pandemia fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos a partir de março, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).