Trens e metrôs devem fechar ano com deficit de R$ 7,4 bi devido à pandemia
O transporte de passageiros sobre trilhos no país deverá fechar o ano com uma demanda 30% inferior à normalmente esperada pelas concessionárias do sistema.
Essa é a previsão da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com base no desempenho do setor no país nos primeiros três trimestres do ano, impactados fortemente pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a associação, que publicou um balanço do setor metroferroviário, o período de julho a setembro ainda foi de forte queda no total de passageiros transportados nos sistemas, mas com números melhores que os registrados no trimestre anterior.
O levantamento inclui os sistemas de metrô, trens urbanos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) em todo o país, entre eles o metrô de São Paulo, do Rio e de Salvador e a SuperVia, no Rio.
A redução em relação ao fluxo de passageiros transportados em 2019 foi de 54,1%, ante os 74,2% do trimestre anterior, ápice da adoção de medidas de isolamento social no país, o que retirou usuários dos sistemas.
Apenas em setembro, a comparação indica redução de 47,7% no total de passageiros, o que mostra uma recuperação em relação a agosto, mês em que o índice de queda foi de 57,2%.
Na segunda quinzena de março governos estaduais e municipais decretaram medidas rígidas de isolamento para combater a Covid-19, o que fez o transporte sobre trilhos apresentar queda de 84%.
Ainda naquele mês, as concessionárias pediram socorro financeiro para conseguir manter as atividades –o que, segundo elas, ainda não ocorreu. No Ceará, o sistema chegou a ser paralisado nas linhas sul, oeste, VLT Parangaba-Mucuripe e os VLTs do Cariri e de Sobral.
No ápice do isolamento, em vez dos 12 milhões de passageiros transportados por dia nos operadores, o total caiu para cerca de 2 milhões.
Com isso, até setembro, deixaram de ser transportados 1,1 bilhão de usuários. As empresas do setor calculam que o ano deverá terminar com um deficit de R$ 7,4 bilhões em receitas, o que equivale a 45% do faturamento anual previsto.