Tombada, casa do chefe da estação de Pindamonhangaba será restaurada
Depois de ter um passado glamouroso e fazer parte da rota ferroviária entre São Paulo e o Rio de Janeiro, o imóvel que foi utilizado como casa do chefe da estação de Pindamonhangaba sofreu vandalismo, virou depósito de lixo e passou a abrigar usuários de drogas.
Agora, passará por restauro, com investimento total de R$ 1,3 milhão, na primeira etapa de restauração do complexo ferroviário da cidade, que é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
O objetivo da restauração é devolver a originalidade da fachada do imóvel, que está totalmente deteriorado e tem área construída de 125 metros quadrados.
As obras serão divididas em três etapas e, na primeira, serão feitas limpeza, fechamento de vãos e o início da execução do projeto. Na segunda etapa, o imóvel receberá uma nova cobertura e, na terceira, o restauro será concluído.
A previsão da prefeitura é que a antiga casa do chefe da estação esteja totalmente concluída no ano que vem. A recuperação será paga pela concessionária MRS Logística, que administra o trecho ferroviário que corta a cidade, e pela empresa Novelis.
De acordo com a prefeitura, após concluído o restauro o imóvel abrigará uma farmácia solidária. Outros dois imóveis existentes no local, o escritório da estação e o armazém, fazem parte de um planejamento futuro para restauro, também com o objetivo de abrigar projetos sociais.
A história das ferrovias na cidade do Vale do Paraíba remonta ao século 19, quando produtores rurais da região criaram no fim da década de 1860 a Estrada de Ferro do Norte, também chamada São Paulo-Rio.
Com esse nome, a companhia ferroviária teve curta duração –não chegou a três décadas– e, em 1896, foi incorporada pela Estrada de Ferro Central do Brasil, situação que durou até 1975, quando passou a fazer parte da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.). Esta, por sua vez, foi concedida à iniciativa privada e, desde 1998, ela é administrada pela MRS.
A estação ferroviária de Pindamonhangaba e seu entorno estão tombados pelo Condephaat desde dezembro de 2017.
De acordo com o órgão de preservação paulista, o conjunto, além de conectar as duas capitais mais populosas do país, também serviu como ponto inicial da Estrada de Ferro Campos do Jordão, “até que uma nova estação para a linha dessa companhia fosse inaugurada”.
Ainda segundo o Condephaat, o complexo ferroviário mostra o avanço da economia cafeeira na região do Vale do Paraíba.