Quase centenário, relógio da estação de Campo Grande volta a funcionar

Paralisado havia quase uma década, o relógio da estação ferroviária de Campo Grande (MS) foi recuperado e voltou a funcionar. A estação da capital também passou por reforma.

Um dos ícones do desenvolvimento ferroviário nas primeiras décadas do século passado, o relógio era visto como uma espécie de Big Ben pelos moradores, que o utilizavam no decorrer das décadas como padrão para acertar os relógios.

A estação ferroviária de Campo Grande, inaugurada em setembro de 1914, é reconhecida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio cultural brasileiro desde 2009.

De acordo com o órgão, foram investidos cerca de R$ 40 mil no reparo do relógio, que teve o mostrador e a máquina trocados e contou com a instalação de um sistema de retroiluminação com timer.

Na estação, que compõe o conjunto do complexo ferroviário histórico e urbanístico da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, esquadrias e a fachada foram pintadas.

O complexo ferroviário da capital sul-matogrossense, incluindo as edificações, trilhos e viadutos, foi tombado pelo Iphan com o objetivo de preservar o que o conjunto representa para o desenvolvimento econômico de Campo Grande.

A chegada dos trilhos da Noroeste do Brasil foi um dos acontecimentos mais importantes para a cidade, que viu serem construídos em seu entorno escritórios, oficinas, armazém, rotunda de manutenção, caixa d’água, escola e casas.

FIM NOS ANOS 90

O trem de passageiros da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil desapareceu definitivamente em junho de 1996, após 90 anos de operação.

A última linha de passageiros do trem que ainda estava em operação, entre Campo Grande e Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, foi desativada pela então RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) sob o argumento de falta de segurança para os passageiros em razão do estado dos trilhos e dormentes. A rota tinha 303 quilômetros de extensão.

O primeiro trecho foi desativado três anos antes, entre Bauru (SP) e Campo Grande. Dois anos depois, a rota entre Campo Grande e Corumbá –que atraía turistas por atravessar o Pantanal– também deixou de operar.