Após o governo do Ceará autorizar e a Assembleia Legislativa aprovar, trens e carros de passageiros serão doados pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, a Metrofor, à CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).

Serão doadas 3 locomotivas movidas a diesel e 30 carros de passageiros, modelo Pidner, que segundo a companhia cearense não são mais compatíveis para utilização no sistema metroviário do estado.

Pidner é um vagão que tem bancos laterais, e não fileiras de poltronas, o que faz com que os passageiros viajem de costas para as janelas e liberem espaço interno no veículo.

A CBTU, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, tem sistemas de transporte em que esse tipo de vagão é útil. Os trens têm piso de PVC, bancos com assentos individuais, ar-condicionado e revestimentos compostos por fibra de vidro e plástico de alta resistência.

A doação foi possível após o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), autorizar a doação, que foi aprovada pelos deputados em sessão neste mês.

Segundo a Metrofor, a frota antiga foi doada por conta da modernização das linhas de transporte sobre trilhos no Ceará, com a compra de trens mais modernos, que estão em uso.

A Metrofor opera hoje cinco linhas, com trens elétricos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), e tem no total 25 TUEs (Unidades de Trens Elétricos) e 21 VLTs.

Depois de a circulação dos trens ter sido suspensa devido à pandemia do novo coronavírus, três linhas voltaram a operar parcialmente no último dia 1º, com horários reduzidos e a exigência de uso de máscaras. Os VLTs do Cariri e de Sobral seguem suspensos.

Na América Latina, apenas dois sistemas de transporte sobre trilhos tiveram as atividades paralisadas: o do Ceará e o de Santo Domingo (República Dominicana), de acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

No Ceará, os trens estavam parados desde 21 de março, conforme decisão do governo estadual, como forma de combater a pandemia.