Associação ferroviária inicia venda de ingressos futuros para evitar demissões
Com os passeios de trem paralisados desde o início do período de isolamento social em São Paulo devido à pandemia do novo coronavírus, uma associação de preservação ferroviária lançou uma campanha para tentar evitar demissões em seu quadro de funcionários.
Mantida basicamente com os recursos pagos pelos turistas que fazem o passeio entre Campinas e Jaguariúna, além de contribuições pagas por seus associados, a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) deixou de realizar as viagens semanais entre as duas cidades desde a decretação do isolamento social em São Paulo.
Com isso, viu sua receita zerar e criou uma campanha de venda de ingressos futuros para tentar arrecadar recursos para manter os salários dos 25 funcionários da associação.
Tesoureiro da ABPF, Mauricio Polli afirmou que a entidade está passando por sérias dificuldades e que a campanha permitirá que o comprador pague um ingresso e leve de graça um acompanhante quando os passeios turísticos forem retomados. É, de acordo com ele, uma tentativa de manter um mínimo de receita para ajudar nos compromissos menores da associação.
“Temos 25 funcionários cujas famílias dependem dos salários pagos pela associação, estamos renegociando contratos com fornecedores e prestadores de serviço, de forma a cumprir nossos compromissos financeiros, mas se a situação não se modificar até o final de abril infelizmente seremos forçados a realizar demissões”, afirmou.
O destino é oferecido entre Campinas e Jaguariúna desde 1984. Os trens percorrem aos finais de semana os 24 quilômetros de trilhos entre as estações Anhumas, em Campinas, e Jaguariúna, na cidade vizinha.
A operação de trens turísticos em São Paulo foi suspensa desde a segunda quinzena de março devido ao avanço do novo coronavírus.
Com isso, além da rota em Campinas, três roteiros oferecidas semanalmente aos turistas deixaram de percorrer os trilhos, como a EFCJ (Estrada de Ferro Campos do Jordão).
Na capital, foram canceladas as operações do Expresso Turístico, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Nos três casos, a suspensão das viagens é por tempo indeterminado.