Trem entre BH e Vitória reduz horários e capacidade máxima devido à pandemia
A Vale, que opera o Trem de Passageiros da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas), anunciou a redução da capacidade de passageiros em seus trens que percorrem a rota entre os dois estados e a diminuição da frequência das viagens, devido à pandemia do novo coronavírus. Um outro trem, que percorre apenas um trecho mineiro, foi suspenso.
As medidas, válidas por tempo indeterminado, têm o objetivo de auxiliar a evitar a propagação do vírus.
Com isso, a taxa de ocupação dos assentos disponíveis foi reduzida para 50% e as viagens agora ocorrem em dias alternados.
Às segundas, quartas e sextas-feiras, a circulação ocorrerá somente no sentido Vitória-Belo Horizonte. Já às terças, quintas-feiras e sábados, o trem percorrerá o sentido contrário, da capital mineira a Vitória. Aos domingos não haverá circulação, segundo a Vale, para que seja possível uma melhor higienização da composição.
Antes da alteração, os trens partiam diariamente dos dois destinos, às 7h de Cariacica, na região metropolitana de Vitória, e às 7h30 de Belo Horizonte.
Há, ainda, um trem adicional, que faz o percurso entre as cidades mineiras de Itabira e Nova Era, que foi suspenso.
A rota Vitória-Belo Horizonte é uma das únicas regulares de transporte de passageiros em linhas férreas no país –outra é a EFC (Estrada de Ferro Carajás), também operada pela empresa.
A Vitória-Minas tem 905 quilômetros de extensão e transporta 1 milhão de passageiros por ano, além de minério de ferro da Vale e cargas como carvão e produtos agrícolas.
Já a Carajás, inaugurada em 1985, tem 892 quilômetros de extensão e liga a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás (PA), ao porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).
De acordo com a Vale, em seus trilhos são transportados 350 mil passageiros em média por ano, além de 120 milhões de toneladas de cargas.
A Vale obteve em junho de 1997 a concessão da exploração do transporte de cargas e passageiros nos dois trechos, efetivadas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
TRENS PARADOS
O novo coronavírus já provocou, também, a interrupção das atividades de trens turísticos em todo o país.
A ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) informou que foram paralisados todos os trens turísticos sob sua responsabilidade, o que inclui em São Paulo o Trem de Guararema e a Maria-Fumaça Campinas-Jaguariúna.
Presidente da associação, Bruno Crivelari Sanches afirmou que não há retorno previsto para as operações. “Serão retomadas somente quando for oficialmente considerado seguro pelos órgãos e instituições competentes”, afirmou.
Também foram paralisadas as rotas da EFCJ (Estrada de Ferro Campos do Jordão) e o Expresso Turístico, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), desde o último dia 15.