Conheça a relação entre o River, campeão da Libertadores, e o trem na Argentina

Logo no início ela chama a atenção de qualquer um que visite em Buenos Aires o Museu do River Plate, que se sagrou neste domingo (9) campeão pela quarta vez da Libertadores da América.

Por qual motivo uma locomotiva está exposta no museu do clube? E com destaque?

Não só há um trem exposto no térreo do museu como ele ainda foi disposto de tal forma que passa a impressão de ter quebrado a parede. No que restou dela, há uma pintura de cinco homens vestindo o uniforme do River Plate observando o que acontece.

Essa relação não ocorre à toa. A máquina em tamanho real é uma referência à “La Maquina”, nome dado pelos torcedores ao time do River que no início da década de 1940 teve um dos maiores ataques da história do futebol do país vizinho e que “destruía” os adversários em campo.

Os cinco homens da pintura representam Labruna, Moreno, Loustau, Muñoz e Pedernera, quinteto ofensivo que marcou época no futebol da Argentina.

Em apenas sete anos (1941-47), o clube conquistou 10 títulos, entre eles 4 campeonatos argentinos. Em período pré-Libertadores –só disputada a partir de 1960–, o River venceu ainda 3 vezes a Copa do Rio da Prata, organizada entre 1913 e 1957 pelas federações de futebol de Argentina e Uruguai.

Além do quinteto, o time contou no elenco com um jovem que se tornaria um dos maiores nomes do futebol mundial, Alfredo Di Stéfano (1926-2014).

Em intervalo menor, o River tem novamente mostrado nos últimos anos muita força em campo. Desde que o técnico Marcelo Gallardo assumiu, em 2014, o clube conquistou 10 títulos –entre eles duas Libertadores (2015 e 2018), uma Copa Sul-Americana e duas Copas da Argentina. Uma nova locomotiva surgirá no museu? A ver.

Assim como ocorreu na Argentina, em outros países da América do Sul –inclusive no Brasil– a ligação com as ferrovias também faz parte da história do futebol.

São os casos de clubes como a Ferroviária (SP), fundada por engenheiros e servidores da extinta Estrada de Ferro Araraquara, e o Ferroviário (CE).

Em tempo: se for a Buenos Aires, vale visitar o Museu do River. Não é só futebol, é uma viagem à história do país no último século.