De antiga estação no interior de São Paulo sobrou somente o ‘esqueleto’
Os trens continuam passando por ela, como fazem desde 1949, quando foi inaugurada. Mas só isso lembra que a estação ferroviária de Fernandópolis realmente foi, um dia, uma estação.
O prédio está parcialmente sem telhado e também não tem portas e janelas. Pichações fazem parte do cenário e o mato toma conta de alguns pontos da antiga estação. O piso também não existe mais.
Aberta ao tráfego de trens há 69 anos, a estação ferroviária de Fernandópolis, a única da cidade, integrou a malha da antiga Estrada de Ferro Araraquara, que foi fundada em 1896.
Na antiga plataforma de embarque o cenário de abandono se repete. A cobertura há mais de uma década deixou de existir e, sem manutenção, pilares ameaçam ruir.
Os trens de passageiros trafegaram em Fernandópolis até 1997. Atualmente, apenas os de carga passam pelo município.
No fim da década passada, o local chegou a ser fechado para evitar invasões e ainda havia parte da cobertura da plataforma, mas a falta de vigilância fez com que os materiais fossem retirados da estação.
CULTURA
Há cerca de cinco anos, o local chegou a abrigar uma placa indicando que passaria por restauração e adequação, com o objetivo de ser utilizado para desenvolver a cultura e o turismo.
A placa até estabelecia o prazo para o término da obra –um ano. Mas nada foi feito. Do valor de R$ 1,17 milhão, cabia contrapartida à prefeitura, que alegou não ter recursos financeiros para cumprir a sua parte e cancelou o convênio.
O prédio, que hoje pertence ao governo municipal, abrigaria a Estação das Artes, complexo cultural com oficinas e exposições.
O entorno da estação, porém, pertence ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão do governo federal.