Rachaduras ameaçam estação ferroviária construída há 120 anos em Araraquara

Rachaduras na estrutura do prédio ameaçam a estação ferroviária de Bueno de Andrada, distrito de Araraquara (a 273 km de São Paulo).

Construída em 1898, dois anos após a fundação da Estrada de Ferro Araraquara, e com circulação de trens de passageiros até 17 anos atrás, a estação é alvo de um pedido de tombamento que inclui imóveis no entorno, além da plataforma de embarque e desembarque.

Enquanto isso não ocorre, porém, o prédio necessita de reparos em sua estrutura. O problema é que a estação não pertence ao município e depende da iniciativa de órgãos como Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e prefeitura.

“A questão está bem complicada, [com rachaduras] ao ponto de partir ao meio. Fizemos pedido e o próprio Dnit enviou documento favoravelmente à municipalização. É o que esperamos que aconteça”, disse Théo Bratfisch, presidente da Associação de Bueno de Andrada para Cultura e Turismo Rural.

O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública na 2ª Vara Federal de Araraquara relativa à preservação dos imóveis ferroviários no distrito.

Rachaduras na parte interna da estação no distrito de Araraquara (Divulgação)

Um impasse a ser superado agora é que a Rumo, concessionária que administra o trecho, solicitou modificação no local para a passagem com segurança de suas composições.

Isso poderá resultar na perda de 50 centímetros da cobertura da plataforma de embarque. Empresa, associação de preservação, Câmara e prefeitura estão em discussão sobre o tema.

ARARAQUARENSE

A Estrada de Ferro Araraquara, também conhecida como Araraquarense, foi fundada em 1896, mas só abriu suas operações à circulação de trens dois anos depois.

A expansão durou 14 anos, com a chegada da linha principal –linha-tronco– até São José do Rio Preto. Quebrada financeiramente, ela foi estatizada em 1919 e voltou a apresentar ligeiro avanço a partir dos anos 1930.

Assim como outras companhias ferroviárias em dificuldades financeiras, acabou sendo uma das encampadas pela Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.) em 1971.