Alstom retoma atividades de unidade em Taubaté para produzir trens para o Chile

Após dois anos sem pedidos, a unidade da Alstom em Taubaté abrirá uma nova linha de produção para atender a uma encomenda do metrô de Santiago (Chile).

Serão produzidas 166 caixas de aço inoxidável na fábrica, que tem capacidade de produção de sete unidades por mês em um turno.

A empresa anunciou a abertura da linha com o objetivo de fabricar as caixas de aço que, até 2020, deverão gerar 120 vagas de emprego nas áreas operacional e administrativa.

Além da linha de trens que acabou de ser iniciada, a unidade tem outra, de VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), paralisada. A fábrica foi inaugurada em 2015, com 16 mil metros quadrados e investimento de R$ 50 milhões.

As operações industriais serão reiniciadas depois da produção de 32 VLTs para o Rio de Janeiro. Agora, serão 35 novos trens para o metrô de Santiago.

De acordo com a Alstom, as caixas produzidas no Brasil serão enviadas para a unidade da empresa no Chile, que será responsável por concluir a montagem e fazer a entrega ao cliente.

Por meio de sua assessoria, o diretor geral da Alstom no Brasil, Pierre-Emmanuel Bercaire, disse que a retomada das atividades em Taubaté é um marco e que a unidade tem condições de receber projetos ferroviários do Brasil ou de qualquer outro país.

BAIXA PRODUÇÃO

O setor ferroviário enfrenta dificuldades no país. Apenas 81 locomotivas foram produzidas no ano passado no Brasil, o menor volume dos últimos quatro anos, segundo dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

Com esse cenário de queda, as indústrias têm pedido a renovação antecipada das concessões para injetar fôlego no setor com a promessa de ao menos R$ 25 bilhões de investimentos nos próximos anos.

A queda é de 25,7% em relação à produção do ano anterior, quando as empresas fabricaram 109 locomotivas. Em 2015, ano recorde no país, foram 129.

A produção de vagões seguiu o mesmo ritmo de queda (26,3%), com a fabricação de 2.878 unidades em 2017, ante os 3.903 do ano anterior.

A Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) alega que a renovação antecipada  das concessões fará com que as empresas mantenham os investimentos nos próximos anos.