Volume de locomotivas produzidas recua e é o mais baixo desde 2014 no país
Apenas 81 locomotivas foram produzidas no ano passado no Brasil, o menor volume dos últimos quatro anos. É o que mostra anuário do transporte produzido pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e divulgado na segunda-feira (13).
Com esse cenário de queda, as indústrias têm pedido a renovação antecipada das concessões para injetar fôlego no setor com a promessa de ao menos R$ 25 bilhões de investimentos nos próximos anos.
A queda é de 25,7% em relação à produção do ano anterior, quando as empresas fabricaram 109 locomotivas. Em 2015, ano recorde no país, foram 129.
O país tinha uma produção insignificante de locomotivas no início do século. Entre 2001 e 2005, a soma de máquinas fabricadas chegou a somente 15. O setor viveu um primeiro boom em 2010, com 68 produzidas, volume que chegou a 113 no ano seguinte.
A produção de vagões seguiu o mesmo ritmo de queda (26,3%), com a fabricação de 2.878 unidades em 2017, ante os 3.903 do ano anterior.
A Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) alega que a renovação antecipada das concessões fará com que as empresas mantenham os investimentos nos próximos anos.
Vicente Abate, presidente da entidade, disse que todos os investimentos serão feitos antes de terminar o atual prazo de concessões –entre 2026 e 2028– e que as indústrias não têm pedidos para 2019 relativos ao transporte de passageiros –metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), por exemplo. Isso, conforme a Abifer, poderá acentuar as dificuldades do setor e gerar demissões.
MAIS EMPREGOS
Apesar desse cenário ruim, 43.382 pessoas fecharam o ano de 2017 empregadas direta ou indiretamente no setor ferroviário –mais que as 40.234 do ano anterior.
De acordo com o estudo da CNT, entre 2016 e o ano passado também houve crescimento de 21,2% no total de locomotivas em operação –incluindo as novas e as já em uso.
No total, 3.688 unidades estavam em operação em 2017, ante as 3.043 do ano anterior.