Primeira estação

Bem-vindo a bordo!

A partir de hoje, pretendo dividir com vocês histórias do passado, ações que estão sendo desenvolvidas atualmente e perspectivas para o futuro do setor ferroviário no país, numa história que começou 164 anos atrás.

A primeira ferrovia foi inaugurada no país em 1854 e logo os apitos das marias-fumaças passaram a fazer parte da rotina de cidades brasileiras. O prazer de viajar de trem e de ver a chegada das locomotivas às estações dava a sensação de modernidade às pessoas –e, de fato, era o ápice tecnológico de então.

Quando dom Pedro 2º inaugurou a Estrada de Ferro Mauá, num trecho inicial de 14 quilômetros, talvez nem ele mesmo soubesse o quanto as estradas de ferro se multiplicariam nas décadas seguintes no país.

O surgimento de diversas companhias ferroviárias proporcionou o desenvolvimento econômico de importantes polos no país, originou cidades no entorno das estações, transportou muito café para o porto de Santos e, dele, imigrantes italianos e japoneses para o interior paulista.

E assim elas impulsionaram a economia nacional até serem substituídas gradualmente pelas rodovias, hoje principal meio de locomoção do país, graças à falta de recursos para investimento nos trilhos e do apoio governamental ao sistema rodoviário, que culminaram no quase esquecimento do setor.

No país, o uso de trens por passageiros entre cidades atualmente é quase restrito às linhas turísticas –exceto, claro, por linhas urbanas como as da CPTM–, enquanto o transporte de cargas, segundo levantamento da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), responde por 25% do volume transportado. As rodovias lideram, com 58%.

Mas, seja pelo charme dos áureos tempos vividos por passageiros nos trilhos ou por necessidade de escoar a produção, o sistema ferroviário tem tentado se desenvolver nos últimos anos.

Iniciativas para propiciar o desenvolvimento do setor ferroviário de cargas e de passageiros têm surgido. Linhas turísticas têm se proliferado. Cresceu o interesse pela recuperação e preservação da memória ferroviária.

Esse conjunto de iniciativas pode fazer com que o setor se desenvolva nos próximos anos. É o que vou acompanhar, espero que com a sua participação.

A ideia é que o blog seja dinâmico e acompanhe tanto as questões econômicas do setor quanto a visão dos passageiros/turistas.

Neste espaço, você encontrará ações desenvolvidas no país para a preservação da malha ferroviária e estações, as mudanças em curso, tendências para o futuro, iniciativas para a implantação de novas rotas, problemas envolvendo o setor e curiosidades.

O espaço ainda abordará avanços tecnológicos e publicará entrevistas com especialistas no setor.

E é isso que quero compartilhar com vocês. Estamos prestes a partir. Vamos viajar juntos?