Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Trem deve parar de brigar com ônibus por passageiros, aponta documento https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/#respond Sun, 22 Aug 2021 22:32:03 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2924 Quem mora em grandes centros urbanos já deve ter visto cena semelhante: em vias ao lado de linhas de trem ou de metrô ônibus circulam com seus passageiros no mesmo trajeto. E, muitas vezes, nenhum dos dois está lotado.

Bom para o usuário, que tem a opção de embarcar no modal que desejar, a cena é apontada como um dos problemas do sistema ferroviário no país, por dividir passageiros com outros meios de transporte.

Esse ponto é um dos oito que constam num documento lançado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com apoio de entidades como a FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o Consetrans (Conselho Nacional de Secretários de Transportes) e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana.

Intitulado “O Futuro da Mobilidade – A contribuição do transporte público sobre trilhos para uma nova mobilidade urbana”, o documento prega que, além do fim da sobreposição entre modais de transporte, as cidades desenvolvam medidas como planejamento de longo prazo e gestão centralizada para toda a região metropolitana, e não apenas para a principal cidade da região.

Esse problema da sobreposição é facilmente encontrado, por exemplo, no Rio de Janeiro, onde ônibus percorrem rotas em longas avenidas paralelas à via férrea operada pela SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

Outras preocupações do setor são priorizar a integração do transporte, o financiamento do transporte público coletivo pelo transporte individual, instrumentos de financiamento de situações de emergência (como a pandemia da Covid-19), o financiamento de gratuidades e a colaboração do poder público com os sistemas de transporte em períodos emergenciais.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores disse que o lançamento do documento num momento como esse se deve ao fato de a pandemia ter alterado as relações de trabalho, com a previsão de manutenção de parte dos funcionários das empresas no regime de home office.

“A experiência do trabalho remoto está se mostrando vantajosa para as empresas, com a diminuição dos seus custos fixos, e para as pessoas, com o aumento da qualidade de vida. Diante deste cenário, o transporte público foi fortemente impactado e não recebeu auxílio governamental, diferente de outros setores que receberam apoio para manter suas atividades”, disse.

De acordo com a associação, é preciso que os governos deem importância ao planejamento adequado e integrado do transporte.

O documento surge num momento em que trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Só na SuperVia, a perda financeira foi tão grande que a empresa pediu recuperação judicial. Deixaram de ser transportados mais de 100 milhões de passageiros desde o início da pandemia.

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro.

O objetivo do documento, diz a associação, é apresentar propostas e soluções para que gestores avaliem as medidas adequadas de mobilidade às diferentes realidades existentes no país.

“A redução do número de passageiros no transporte público não é necessariamente uma novidade. Desde a década de 90, o setor vem sentindo a queda, que tem sido acompanhada pelo aumento acelerado da frota de veículos de uso individual, puxado pelas políticas de incentivo à indústria automobilística”, disse, após o lançamento, a diretora-executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas e 627 estações.

As concessionárias atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal e estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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No Rio, furtos de 3.200 grampos de trilhos ameaçam segurança ferroviária https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/#respond Sat, 26 Jun 2021 23:56:06 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/IMG_3823-min-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2832 O total de furtos de grampos de fixação dos trilhos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

E o que são esses grampos? Eles fazem a fixação dos trilhos nos dormentes. Sem eles, a linha férrea fica vulnerável, o que causa risco à circulação dos trens e pode provocar descarrilamentos.

A concessionária atribui o problema à crise econômica do país e, também, ao aprofundamento da crise pela qual o Rio passa. Com perda recorde de passageiros devido à Covid-19, a concessionária, que tinha a expectativa de que o fluxo de passageiros pré-pandemia fosse recuperado no segundo semestre deste ano, agora só fala em retomada para 2023.

Nesta sexta-feira (25), agentes da concessionária contribuíram para a detenção de um homem suspeito de furtar grampos de trilhos perto da estação Campos Elíseos, o que fez com que a circulação de trens fosse suspensa por uma hora e meia nos trechos Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim.

Depois de localizarem o suspeito, a concessionária acionou homens do grupamento de policiamento ferroviário, que o levaram para a delegacia. Com ele, foram encontradas peças da via férrea.

Até a colocação de novos grampos, os trens que circulam nos trechos estão com velocidade reduzida. Se o furto fosse de peças em sequência, a circulação teria de ser interrompida.

No último dia 7, a concessionária ajuizou pedido de recuperação judicial no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, com dívidas que atingem R$ 1,2 bilhão.

A empresa alega que foi seriamente impactada pela pandemia da Covid-19, que restringiu a circulação de pessoas e provocou redução brusca em seu faturamento.

Os trens deixaram de transportar 102 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

Os principais credores da concessionária são Light e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que representam 85% do total da dívida.

SuperVia
Ano de fundação da empresa: 1998
Receita operacional (2020): R$ 439,2 milhões
Prejuízo (2020): R$ 110,7 milhões
Dívidas: R$ 1,2 bilhão (85% do total com Light e BNDES)

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Com prejuízo recorde, trens e metrôs lançam nova campanha contra a Covid https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/#respond Tue, 01 Jun 2021 11:05:29 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2713 Concessionárias que operam sistemas de trens urbanos e metrôs no país já lançaram campanhas individuais desde o ano passado para evitar a disseminação da Covid-19, mas agora uma nova campanha nacional está sendo lançada nesta terça-feira (1) para reforçar os protocolos sanitários.

Com a mensagem “Estamos fazendo a nossa parte, faça a sua também”, a campanha da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) tem como objetivo conscientizar os usuários da importância de contribuir com as ações de combate à pandemia.

Ela é lançada num momento financeiro extremamente crítico para o setor. Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados em 2020, o primeiro ano no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da própria associação.

Só a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, deixou de transportar 100 milhões de passageiros entre 14 de março do ano passado, quando começaram as restrições na capital, e o último dia 25, o que gerou perda de receita de R$ 545 milhões.

Em 2020, a queda em São Paulo foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados, enquanto no Nordeste o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros.

“Os operadores brasileiros reforçaram as medidas de limpeza e buscam constantemente as mais modernas tecnologias de desinfecção para manter os sistemas higienizados para o atendimento aos passageiros. É necessário que a população também nos ajude no combate ao vírus e essa campanha visa orientar e conscientizar o passageiro de que eles precisam adotar novos hábitos, para que juntos consigamos controlar a disseminação da doença dentro do transporte público sobre trilhos”, disse Roberta Marchesi, diretora-executiva da ANPTrilhos.

Além dos metrôs e trens, a campanha está sendo lançada nos sistemas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do país.

Os monitores dos sistemas metroferroviários e as redes sociais das empresas terão, durante o mês todo, mensagens da campanha nacional sobre o uso de máscaras e higiene pessoal.

As empresas alegam que, desde o início da pandemia, já têm adotado medidas para conter a propagação da Covid-19 nos sistemas, que incluem limpeza e higienização dos equipamentos de contato com os passageiros, como catracas, corrimãos e interior dos trens, uso de tecnologias e equipamentos de sanitização, instalação de comunicação visual específica para indicar distanciamento e disponibilidade de álcool em gel e equipamentos de proteção individual para as equipes.

Resultado do desempenho ruim do transporte de passageiros devido ao novo coronavírus, 2020 terminou também com recuo na produção de locomotivas e carros de passageiros no país, segundo a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).

O total de carros de passageiros produzidos foi de 72, ante os 99 do ano anterior e 312, em 2018. Para 2021, a previsão é ainda pior, com apenas 43.

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Trens deixam de transportar 100 mi de passageiros no Rio devido à Covid-19 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/#respond Tue, 25 May 2021 18:52:15 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/SuperVia-Central-do-Brasil-e-frota-renovada-3-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2689 Os trens que circulam no Rio de Janeiro e na região metropolitana deixaram de transportar mais de 100 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

De acordo com dados da SuperVia, concessionária que administra o sistema desde 1998, o total de passageiros representa perdas registradas desde o dia 14 de março do ano passado. O acumulado até aqui chegou a 100.542.480.

Antes da pandemia, a média diária de passageiros nos trens era de 600 mil, número que hoje é de 300 mil em dias úteis. A concessionária administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

O cenário, porém, já chegou a ser pior e alcançar 70% de redução, ainda no segundo semestre do ano passado. Resultado disso é uma perda financeira de receita que chega a R$ 545 milhões.

“A concessionária, assim como os outros modais de transporte público do estado, depende exclusivamente da venda das passagens para dar continuidade à prestação do serviço e não conta com nenhum subsídio do governo. A SuperVia tem custos fixos para seguir com a operação e com a manutenção dos trens, das estações e da estrutura ferroviária. Além disso, tem atendido a todos os novos requisitos de higienização e operação, mantendo o serviço de todos os ramais e preservando os empregos de seus colaboradores”, diz comunicado da concessionária.

No ano passado, trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total recuou para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A queda de 46,7% na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 foi a maior redução já registrada no país. Se for considerado só o período de restrições devido à pandemia, de março a dezembro, o desempenho chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

A maior queda no fluxo em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada justamente no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Segundo a ANPTrilhos, o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Já a SuperVia diz que a expectativa inicial era de que a recuperação completa do fluxo de clientes ocorresse no segundo semestre deste ano, mas a crise econômica do país e o aprofundamento da crise no Rio alteraram a previsão de retomada, agora esperada somente para 2023.

Por conta disso, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público fosse sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada.

Além da perda de receita, os trens do Rio têm sido alvo de furtos de cabos, trocas de tiros entre grupos rivais, morte e até mesmo de baile funk dentro de um vagão no auge da pandemia.

Em março, um vídeo circulou na internet mostrando uma multidão aglomerada –sem máscaras, alguns com cervejas na mão– num vagão da SuperVia. A festa teria coincidido com o dia em que o Brasil registrou 2.815 mortes causadas pela Covid-19.

Em 4 de abril, uma mulher de 26 anos morreu após ser baleada num assalto no interior de um trem na zona norte e, só no primeiro trimestre do ano, foram registrados ao menos cinco casos de tiroteios no entorno das linhas férreas, que prejudicaram a operação do sistema por 11 horas e 18 minutos.

Sobre o funk dentro do trem, a SuperVia informou que “repudia o comportamento registrado no vídeo, que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia”.

“Incluindo pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros”, diz nota da empresa.

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Apesar da pandemia, transporte sobre trilhos projeta alta em investimentos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/#respond Mon, 17 May 2021 23:58:24 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2657 Apesar dos reflexos provocados pela pandemia da Covid-19 no transporte de passageiros sobre trilhos, a expectativa do setor é que 2021 seja um ano de crescimento nos investimentos ferroviários no país.

De acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o setor ainda estará em crise no decorrer deste ano, já que não há perspectiva de retomada expressiva da demanda por conta do avanço de casos, internações e óbitos provocados pela doença.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos de trens urbanos, metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) no país, com 48 linhas, praticamente os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

Até a última sexta-feira (14), por exemplo, os trens do Rio, operados pela SuperVia, deixaram de transportar 98,06 milhões de passageiros desde o início da pandemia. Na quinta-feira (13), foram transportados 51,6% menos passageiros em relação a uma quinta-feira antes da chegada da Covid-19.

De acordo com a associação, há para este ano a perspectiva de investimentos para a continuidade de obras em São Paulo, Bahia, Ceará e no Distrito Federal, além do início das obras do monotrilho de Salvador, do trecho 2 do VLT da Baixada Santista e da expansão da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) Natal.

“Temos uma rede muito pequena, muito acanhada, face a necessidade que temos no país. Há mais de 25 regiões metropolitanas, com mais de 1 milhão de habitantes cada, mas os investimentos não acompanham [o crescimento das regiões]”, afirmou Joubert Fortes Flores Filho, presidente da ANPTrilhos.

Enquanto em 2020 os investimentos não representaram 6 quilômetros de expansão da malha ferroviária urbana, neste ano há algumas possibilidades, porém voltadas a possíveis concessões a serem feitas por governos estaduais.

São os casos das concessões das linhas 8 e 9, o VLT de Brasília e o Trem Intercidades, de acordo com o presidente da associação.

Em relação às inaugurações, estão previstos para 2021 um novo trecho com 1,5 quilômetro de vias e 1 estação (Vila Sônia) na Linha 4-Amarela, outro de 1,8 quilômetro e 1 estação (Jardim Colonial) na Linha 15-Prata, e 2,5 quilômetros e 1 estação (Mendes – Vila Natal) na Linha 9-Esmeralda, todas em São Paulo. Isso totaliza 5,8 quilômetros e três estações.

Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também pouco aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Trens e metrôs perdem 5 mi de usuários por dia na pandemia, aponta relatório https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/#respond Tue, 20 Apr 2021 11:01:36 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2497 Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também não aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

A maior queda no fluxo de passageiros em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Só na SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, entre março do ano passado e fevereiro deste ano a perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em São Paulo, a queda foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados no mesmo período. Já no Nordeste, o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros. O levantamento considera todos os sistemas de transporte sobre trilhos no país, exceto o Metrofor (CE), o de Teresina e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Fortes Flores Filho disse que o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Não chegamos a transportar mais de 50% mesmo quando a economia estava retornando. Temos uma perspectiva demorada de retorno, porque há um nível de desemprego maior e muitos estão trabalhando remotamente, pois isso é quase uma situação obrigatória no contexto em que vivemos”, afirmou.

De acordo com ele, como muitas empresas descobriram que o sistema de home office pode ser mais barato, a projeção é de que nem todos que estão trabalhando remotamente voltarão ao sistema presencial quando a pandemia permitir.

“Não acredito que neste ano vá recuperar [o fluxo de passageiros], nem ano que vem.”

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro, num fenômeno que provocou reações distintas entre os sistemas de metrôs, trens urbanos e VLTs no país.

Enquanto nas operadoras públicas o deficit acaba de alguma forma absorvido pelo estado, nas concessionárias não necessariamente isso acontecerá. Há casos, como os das concessões do Rio de Janeiro, que os contratos são antigos e não preveem mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro. Outros, mais recentes, já têm cláusulas do tipo.

Por conta do cenário, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esse auxílio não era para fazer frente aos R$ 8 bilhões [de perda de receita], já que a proposta do pacote global era de R$ 4 bilhões. Isso sem incluir ônibus que, se inclusos, elevaria o valor para R$ 16 bilhões. O objetivo não era cobrir o prejuízo, mas permitir que as empresas tivessem caixa para sustentar a operação até que o cenário se reequilibre.”

As concessionárias dos sistemas alegam que foi impossível reduzir os custos de operação na mesma proporção e que, para atender a demanda -respeitando a taxa de ocupação determinada pelos órgãos governamentais-, operaram com oferta de 600 mil lugares/hora nos horários de pico para atender demanda inferior a 350 mil.

Com isso, elas afirmam que o desequilíbrio gerou a maior crise já enfrentada pelo setor de transporte de passageiros sobre trilhos no país e atingiu todas as operadoras, sem exceção.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas, os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

As concessionárias, que atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal, empregam 38,4 mil funcionários, sendo 30,6 mil próprios e 7,8 mil terceirizados. Na pandemia, perdeu 3% da mão de obra.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Além de festa em vagão, trens acumulam prejuízo com furtos, tiros e morte no Rio https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/alem-de-festa-em-vagao-trens-acumulam-prejuizo-com-furtos-tiros-e-morte-no-rio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/alem-de-festa-em-vagao-trens-acumulam-prejuizo-com-furtos-tiros-e-morte-no-rio/#respond Tue, 06 Apr 2021 11:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/SuperVia-Central-do-Brasil-e-frota-renovada-3-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2410 Nos trens do Rio de Janeiro, não é só a realização de baile funk dentro de um vagão em pleno auge da pandemia do novo coronavírus que ameaça a operação do sistema ferroviário. Furtos de cabos, trocas de tiros entre grupos rivais e até morte compõem o cenário do cotidiano de quem precisa utilizar diariamente as linhas férreas.

Em março, um vídeo circulou na internet mostrando uma multidão aglomerada –sem máscaras, alguns com cervejas na mão– num vagão da SuperVia. A festa teria coincidido com o dia em que o Brasil registrou 2.815 mortes causadas pela Covid-19.

Já no último domingo (4), uma mulher de 26 anos morreu após ser baleada num assalto no interior de um trem na zona norte do Rio.  Só neste ano, já foram registrados ao menos seis casos de tiroteios envolvendo o sistema ferroviário do Rio.

Dois dos suspeitos de participarem do roubo foram baleados por um policial que estava no vagão –um deles também morreu após dar entrada no hospital municipal Souza Aguiar. O crime ocorreu às 7h, quando a composição passava pela estação Sampaio, que liga Japeri, na região metropolitana, à estação Central do Brasil, no centro.

Além desse crime, só neste ano já foram registrados ao menos cinco casos de tiroteios no entorno das linhas férreas, que prejudicaram a operação do sistema por 11 horas e 18 minutos. No ano passado, foram 36 tiroteios nas proximidades das linhas, responsáveis por interromper o funcionamento por 40 horas e 24 minutos.

Antes do crime deste domingo, a última grande paralisação de parte do sistema foi em março, na estação de Vigário Geral, que durou 5 horas e 35 minutos. Deixaram de ser transportados em função disso 18 mil pessoas.

Quando há tiroteios, os trens ficam parados em um local seguro e só retomam a circulação quando recebem ordem. Após as trocas de tiros entre grupos rivais, são feitas vistorias em cabos da rede aérea para ver se há algum problema para a retomada da operação.

Mas, além disso, só nos três primeiros meses deste ano, foram furtados 5.986 m de cabos de sinalização, praticamente o mesmo total que o ano passado inteiro –6.174 m.

No ramal Japeri, a quantidade de furtos neste ano impressiona: foram 60 no trimestre, ante 7 no mesmo período de 2020. Foram levados 2.186 m, enquanto em 2020 o total foi de 455 m.

De que forma esses furtos impactam na operação dos trens? Eles fazem com que aumente o intervalo entre as composições, especialmente durante a manhã, período do dia com intenso tráfego com destino à Central do Brasil. Nessas condições, o comando para o maquinista seguir viagem tem de ser feito por meio de rádio, e não mais de forma automática.

Os cabos são furtados, em geral, por serem compostos por cobre, material fácil de ser vendido em qualquer ferro-velho.

E tudo isso ocorrendo num momento em que todos os sistemas de transporte no país enfrentam uma crise sem precedentes devido à queda na circulação de pessoas por conta da pandemia.

De acordo com a SuperVia, nos primeiros 12 meses da pandemia, a partir de meados de março de 2020, a sua perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em média, a SuperVia tem transportado cerca de 320 mil passageiros por dia, praticamente a metade do que era registrado antes do início da pandemia.

A projeção da concessionária é de que o movimento de passageiros retome os níveis pré-Covid-19 somente em 2023, devido ao prolongamento da crise econômica em decorrência do novo coronavírus e do próprio andamento da doença, que tem batido recordes de infecções e mortes.

A concessionária ainda cita gastos de R$ 3,5 milhões com materiais de limpeza para trens e estações, como peróxido de hidrogênio (para higienizar trens e catracas) e 45 mil litros de álcool em gel 70% em dispensers e totens nas estações.

Sobre o funk dentro do trem, a SuperVia informou que registrou ocorrência policial na 4ª DP, que está contribuindo com as informações necessárias e que “repudia o comportamento registrado no vídeo, que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia”.

“Incluindo pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros.  A concessionária vai apurar o episódio e adotar as medidas jurídicas cabíveis, comunicando as autoridades competentes para investigação e punição dos responsáveis. A empresa esclarece que a fiscalização em relação ao uso de máscara cabe ao poder público”, diz nota da empresa.

No caso do tiroteio de domingo, a concessionária informou que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a PM e que a passageira foi levada para o hospital municipal Salgado Filho, mas não resistiu.

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Setor ferroviário previa R$ 140 milhões com pacote que foi vetado por Bolsonaro https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/10/setor-ferroviario-previa-r-140-milhoes-com-pacote-que-foi-vetado-por-bolsonaro/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/10/setor-ferroviario-previa-r-140-milhoes-com-pacote-que-foi-vetado-por-bolsonaro/#respond Thu, 10 Dec 2020 22:34:11 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-22-at-02.20.21.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2309 O setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que o pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao auxílio fará, segundo as empresas, com que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus seja agravada.

O projeto de lei 3364/2020, que tratava do tema, consistia na distribuição de R$ 896 milhões a 12 Unidades da Federação que têm trilhos urbanos –São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia e Alagoas, conforme cálculo da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A expectativa do setor ferroviário, mantida a participação de cada modal no transporte coletivo, era a de que São Paulo, que receberia R$ 376 milhões, poderia destinar ao menos R$ 61,6 milhões ao setor ferroviário.

O cálculo foi feito pela Folha com base na distribuição aos estados que têm trilhos urbanos, levando-se em conta que o transporte sobre trilhos representou, em 2019, 16,4% do volume de passageiros na região metropolitana.

O valor de cada modal, porém, estava indefinido pelo projeto, que permitia aos estados fazer a destinação da forma que considerasse mais apropriada. Ou seja, o sistema ferroviário poderia receber mais do que sua efetiva participação no transporte ou não receber nada.

No Rio, onde a participação foi de 16,5%, R$ 22,2 milhões poderiam socorrer as empresas, do total de R$ 135 milhões projetados para o estado. Só a SuperVia, concessionária de trens, acumula uma perda de 63,7 milhões de passageiros desde 14 de março.

Já em Salvador, com 23,2% de usuários transportados por sistemas ferroviários, a previsão era de R$ 12,5 milhões dos R$ 54 milhões previstos.

O veto de Bolsonaro ao auxílio foi visto com “perplexidade” e considerado “lamentável” por prefeitos, empresários e entidades do setor, que argumentam que o bloqueio do recurso pode colapsar os sistemas de ônibus, metrô e trens.

O veto foi publicado na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial da União. O projeto de lei aprovado pelo Congresso injetaria recursos nos sistemas de transporte público de cidades com mais de 200 mil habitantes, que, com perdas de passageiros que chegaram a passar de 80% nos momentos de maior agravamento da pandemia, começaram a entrar em colapso.

“A população será a maior prejudicada caso os sistemas entrem em colapso. Hoje a perda está em cerca de 50%”, disse ao blog na última semana o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.

Segundo ele, o auxílio era fundamental para ajudar a reduzir as perdas em decorrência da pandemia.

A ANPTrilhos estima que, desde março, os sistemas de metrô, trens urbanos e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) acumulam deficit de R$ 7 bilhões apenas com perda de receitas.

Em contratos mais recentes, há medidas compensatórias para evitar desequilíbrios como o causado pela Covid-19, mas em acordos mais antigos, como os do Rio, não há cláusulas desse tipo.

Como a operação de metrô e trens está nas mãos da iniciativa privada, o setor ferroviário aponta o Rio como o epicentro dos problemas financeiros em decorrência da perda de arrecadação.

“Uma característica do transporte sobre trilhos é que, diferente do que ocorre com o ônibus, não há muita facilidade para modular a oferta. Um trem levar 20 ou 1.500 pessoas vai custar a mesma coisa. Eles perderam a receita, mas mantiveram os custos.”

A avaliação da associação é que o setor continuou operando normalmente em outros países porque houve aporte governamental.

A participação do modal ferroviário no país chega a no máximo 30,8%, na região metropolitana de Porto Alegre, mas há locais em que não alcançam 5%, como Distrito Federal (2,49%), João Pessoa (2,90%) e Natal (4,69%).

Enquanto isso, no mundo a participação chega a 40% em alguns países, conforme a ANPTrilhos.

O valor do pacote de auxílio pretendido pelo setor de transportes não era suficiente, segundo o presidente da associação, mas importante para dar um suporte e permitir a manutenção das operações.

“Algumas empresas privadas tinham caixa, mas ele se esgotou e hoje operam postergando pagamento. O reequilíbrio terá de ser rediscutido depois, mas para fazer frente aos meses que virão o setor precisa de recursos adicionais.”

Agora, o setor já procurou o Ministério da Economia para agendar uma reunião e tentar de alguma forma resolver o imbroglio.

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Trens e metrôs devem fechar ano com deficit de R$ 7,4 bi devido à pandemia https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/#respond Thu, 22 Oct 2020 11:45:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2136 O transporte de passageiros sobre trilhos no país deverá fechar o ano com uma demanda 30% inferior à normalmente esperada pelas concessionárias do sistema.

Essa é a previsão da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com base no desempenho do setor no país nos primeiros três trimestres do ano, impactados fortemente pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a associação, que publicou um balanço do setor metroferroviário, o período de julho a setembro ainda foi de forte queda no total de passageiros transportados nos sistemas, mas com números melhores que os registrados no trimestre anterior.

O levantamento inclui os sistemas de metrô, trens urbanos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) em todo o país, entre eles o metrô de São Paulo, do Rio e de Salvador e a SuperVia, no Rio.

A redução em relação ao fluxo de passageiros transportados em 2019 foi de 54,1%, ante os 74,2% do trimestre anterior, ápice da adoção de medidas de isolamento social no país, o que retirou usuários dos sistemas.

Apenas em setembro, a comparação indica redução de 47,7% no total de passageiros, o que mostra uma recuperação em relação a agosto, mês em que o índice de queda foi de 57,2%.

Trens da SuperVia estacionados na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro (Divulgação)

Na segunda quinzena de março governos estaduais e municipais decretaram medidas rígidas de isolamento para combater a Covid-19, o que fez o transporte sobre trilhos apresentar queda de 84%.

Ainda naquele mês, as concessionárias pediram socorro financeiro para conseguir manter as atividades –o que, segundo elas, ainda não ocorreu. No Ceará, o sistema chegou a ser paralisado nas linhas sul, oeste, VLT Parangaba-Mucuripe e os VLTs do Cariri e de Sobral.

No ápice do isolamento, em vez dos 12 milhões de passageiros transportados por dia nos operadores, o total caiu para cerca de 2 milhões.

Com isso, até setembro, deixaram de ser transportados 1,1 bilhão de usuários. As empresas do setor calculam que o ano deverá terminar com um deficit de R$ 7,4 bilhões em receitas, o que equivale a 45% do faturamento anual previsto.

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Sistema ferroviário tem alta de furtos de cabos e pichações no Rio no 1º semestre https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/02/sistema-ferroviario-tem-alta-de-furtos-de-cabos-e-pichacoes-no-rio-no-1o-semestre/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/02/sistema-ferroviario-tem-alta-de-furtos-de-cabos-e-pichacoes-no-rio-no-1o-semestre/#respond Thu, 02 Jul 2020 21:00:15 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/SuperVia-Trens-grafitados-e-pichados-1.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1736 O sistema ferroviário do Rio de Janeiro viu crescer no primeiro semestre deste ano, a maior parte dele sob a pandemia do novo coronavírus, o total de furtos de cabos de energia e de pichações em seus 270 quilômetros de linhas operacionais.

Levantamento da concessionária SuperVia mostra que ocorreram 66 furtos de cabos de energia e sinalização, 40% mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registradas 47 ocorrências.

Também cresceu o total de pichações nos trens da operadora: foram 26 neste ano, duas a mais que as 24 de janeiro a junho do ano passado. As ações de vandalismo resultaram na retirada de 4,16 quilômetros de cabos do sistema ferroviário, enquanto em 2019 o total tinha sido de 3,13 quilômetros.

O crescimento do vandalismo ocorreu num período em que o sistema sofreu forte queda na demanda por passageiros, devido à Covid-19. Entre os dias 14 de março e esta quinta-feira (2), deixaram de ser transportados pelos trens no Rio 30,78 milhões de passageiros.

No total, foram registrados 247 casos de vandalismo entre janeiro e junho, incluindo 58 janelas e visores de porta arrancados, 11 para-brisas danificados por pedradas e 81 furtos de materiais dentro dos trens.

Além disso, 15 tiroteios registrados no entorno de linhas e estações paralisaram a circulação de trens no período, 10 deles no ramal Saracuruna.

Janela de trem arrancada em ato de vandalismo no sistema ferroviário do Rio (Divulgação)
Janela de trem arrancada em ato de vandalismo no sistema ferroviário do Rio (Divulgação)

Os 270 quilômetros de concessão do sistema ferroviário do Rio passam por 12 municípios, com 104 estações que cortam 112 comunidades. Cerca de 10 delas geram problemas com tráfico e vandalismo. A SuperVia tem 200 trens e é concessionária do sistema desde 1998.

O tiroteio mais recente ocorreu no dia 24 de junho, em Cordovil, no ramal Saracuruna. Os trens precisaram parar e aguardar 11 minutos para que pudessem voltar a operar. Em relação a 2019, porém, houve queda no total de paralisações por conta de trocas de tiros –foram 37 no primeiro semestre do ano passado. 

A concessionária diz gastar cerca de R$ 5 milhões a cada semestre com a recuperação de atos de vandalismo, além de R$ 3 milhões para substituir os cabos furtados. Dezesseis pessoas foram presas entre janeiro e junho após furtos de cabos. 

NA PANDEMIA

As ocorrências de furtos são frequentes historicamente nos trens do Rio de Janeiro, mas neste ano surgiu um novo componente entre os itens furtados: álcool em gel.

Desde o mês de maio, quando começou a instalação de equipamentos com álcool em gel 70% nas estações, foram registrados 54 furtos e 166 atos de vandalismos contra dispensers, além de 5 furtos e 43 vandalismos contra totens, totalizando 268 ocorrências.

Nos totens, o acionamento é feito por meio de um pedal, sem necessidade de usar as mãos.

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