Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Após 47 anos juntando lixo e ratos em praça, locomotiva símbolo da destruição ferroviária está quase restaurada https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/25/apos-47-anos-juntando-lixo-e-ratos-em-praca-locomotiva-simbolo-da-destruicao-ferroviaria-esta-quase-restaurada/#respond Mon, 25 Oct 2021 10:30:50 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/ABPF-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3081 Depois de ficar exposta por 47 anos numa praça na região central de Ribeirão Preto, onde acumulou lixo e ratos e serviu como banheiro para moradores de rua, uma centenária locomotiva, importante para contar parte da trajetória econômica no início do século passado no interior paulista, está praticamente restaurada.

Fabricada em 1912 pela alemã Borsig, a maria-fumaça estava exposta desde 1973 sobre cerca de 30 m de trilhos na praça Francisco Schmidt, onde sofreu todos os tipos imagináveis de vandalismo nas décadas seguintes, como furtos de peças de cobre, ferro e aço. Seu péssimo estado a transformou num símbolo da destruição do patrimônio ferroviário.

Repleta de lixo, restos de comida, roupas estragadas e preservativos usados, a locomotiva precisou passar por um processo de completa desinfecção para que pudesse deixar Ribeirão e ser levada para Campinas, onde está sendo restaurada desde julho do ano passado. Dezenas de ratos moravam na maria-fumaça e foi preciso abrir a lataria dela com um maçarico para que todos fossem expulsos.

Ribeirão Preto, uma das mais importantes cidades do interior do país, cresceu devido à ferrovia: muito antes da cana-de-açúcar que hoje domina a paisagem em toda a região, o município desenvolveu sua economia a partir da segunda metade do século 19 com suas grandes lavouras de café, que utilizaram os trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro para transportar o produto até o porto de Santos.

Com isso, surgiram barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva estava abandonada.

A maria-fumaça de número 8 é uma das três remanescentes da marca alemã no país. Pertenceu à Estrada de Ferro Araraquara, foi comprada pela Usina Amália e, posteriormente, foi doada ao município pelas Indústrias Matarazzo.

A restauração —é o primeiro bem ferroviário recuperado na cidade— custou R$ 749 mil aos cofres públicos e está sendo feita pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que tem oficina para a manutenção e restauração de carros de passageiros e locomotivas na estação Carlos Gomes, em Campinas.

“O estado dela era lamentável, um dos piores que já vi”, disse o diretor administrativo da associação, Helio Gazetta Filho.

Segundo ele, a maria-fumaça foi recuperada inteiramente na cor grafite escuro, fosca, pintura que remete à origem da locomotiva.

A previsão é que ela seja entregue a Ribeirão Preto em novembro. A prefeitura deve expor a locomotiva no parque Maurilio Biagi, próximo ao local em que ela esteve nas últimas décadas, mas que tem segurança e horários para abertura e fechamento.

Ela deverá ser usada de forma estática pela prefeitura, ou seja, não será utilizada para passeios, embora sua restauração permita —será necessário trocar apenas os tubos da caldeira para que isso seja possível.

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Locomotiva que acumulava lixo e ratos em praça está prestes a voltar para casa https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/locomotiva-que-acumulava-lixo-e-ratos-em-praca-esta-prestes-a-voltar-para-casa/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/13/locomotiva-que-acumulava-lixo-e-ratos-em-praca-esta-prestes-a-voltar-para-casa/#respond Sun, 13 Jun 2021 10:10:26 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2025/07/WhatsApp-Image-2020-07-21-at-18.05.24-1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2779 O cenário há um ano era devastador. Abandonada numa praça onde décadas atrás os trens significaram o progresso econômico de Ribeirão Preto, uma locomotiva centenária servia como banheiro para usuário de drogas e como moradia para dezenas de ratos, que se alimentavam de restos de comida jogadas no local e só contribuía para a degradação do centro histórico da cidade do interior paulista. Mas a situação está prestes a mudar totalmente.

A intenção ao colocar uma locomotiva para exposição numa praça da região central da cidade tinha como objetivo agradecer ao desenvolvimento econômico que Ribeirão teve devido à ferrovia. A partir dos trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, foi possível transportar mais rapidamente o café produzido na região na segunda metade do século 19.

Com isso, ela contribuiu para o enriquecimento e a fama de barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava exposta desde 1973.

Alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 47 anos, a locomotiva pertenceu à Usina Amália e foi doada ao município de Ribeirão pelas Indústrias Matarazzo. É o primeiro bem ferroviário a ser recuperado na cidade, o que é visto pelo Instituto do Trem como um fato importante para tentar avançar nas ações locais de preservação.

“O estado dela era lamentável, um dos piores que já vi”, disse Helio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

A entidade venceu a licitação para o restauro e retirou a locomotiva da praça em julho do ano passado. A restauração, que custará ao todo R$ 749 mil à prefeitura, está incluída num pacote de R$ 75 milhões de uma operação de crédito entre a prefeitura e o Banco do Brasil, assinado em setembro de 2019 e que inclui recuperação de prédios públicos e obras de mobilidade urbana.

E como está a restauração? “Está caminhando para a fase final. Uma parte vai entrar para pintura e estamos só esperando a definição de algumas coisas. A nossa estimativa é que em uns dois meses ela fique pronta, zero bala”, disse o diretor.

Referência para o restauro a ABPF tinha dentro de sua própria casa, já que o acervo da entidade abriga uma locomotiva “irmã” da que estava em Ribeirão.

O prazo para a recuperação se deve às péssimas condições em que a locomotiva se encontrava. Só da fornalha foram retirados dez cobertores usados por moradores de rua e foi preciso abrir um buraco com maçarico para que os ratos que habitavam o local fossem retirados.

A praça em que ela estava em Ribeirão fica na região que abrigava a principal estação da Mogiana na cidade, demolida em 1967.

Uma outra locomotiva, que também sofre ações de vandalismo, está exposta na área da atual estação ferroviária, na avenida Mogiana, na zona norte de Ribeirão. A cidade quase a perdeu, há pouco mais de três anos.

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Conheça a história da ponte ferroviária que, por pouco, escapou da destruição https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/13/acao-impede-a-destruicao-de-ponte-ferroviaria-historica-no-interior-de-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/13/acao-impede-a-destruicao-de-ponte-ferroviaria-historica-no-interior-de-sp/#respond Tue, 13 Oct 2020 11:10:12 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/ponte-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2088 Era uma vez uma ponte ferroviária histórica de 120 m de extensão que cortava um rio no interior de São Paulo e foi desmontada para ser usada em rodovias na região Norte do país.

Não, peraí. A história não acabou assim, ao menos por enquanto. Após uma recomendação do MPF (Ministério Público Federal), essa ponte metálica permanecerá no mesmo local, no rio Pardo, entre Ribeirão Preto a Jardinópolis, até que o caso seja reanalisado.

Ela, que foi construída nas últimas décadas do século 19 e integrava a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, foi fundamental para o escoamento da produção de café de cidades das regiões de Ribeirão Preto e Franca até o porto de Santos, o que alavancou o desenvolvimento econômico de uma região compreendida por ao menos 60 cidades, e tem valor histórico.

Esses foram alguns dos argumentos usados para a sua preservação, mas ela, que está inutilizada atualmente, ainda corre o risco de ser desmontada.

Um processo em curso no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) prevê a doação da ponte ao Acre, onde partes da estrutura metálica seriam aproveitadas na construção de pontes rodoviárias naquele estado.

O governo do Acre inclusive estava, desde agosto, autorizado a tomar posse do bem, mas o MPF em Ribeirão Preto enviou pedido de paralisação do processo, que foi acatado pelo Dnit.

“Informamos que o processo de doação da ponte ao Acre está suspenso enquanto a diretoria do Dnit analisa as recomendações do MPF​”, disse o órgão federal. Ou seja, a suspensão ainda não é definitiva.

O trecho no qual a ponte foi construída era chamado de Linha do Rio Grande, que partia de Ribeirão e prosseguia até Rifaina, já na divisa com Minas Gerais. Ele passava por cidades como Jardinópolis, Brodowski, Batatais, Restinga, Franca e Pedregulho e foi inaugurado em 1886, com visita de dom Pedro 2º.

Por causa dessa importância, membros do Instituto História do Trem levaram o caso ao MPF quando souberam da decisão do Dnit, já que a entidade tem projetos de preservação do patrimônio ferroviário existente em Ribeirão Preto e a ponte faz parte dos itens a serem mantidos.

Entre os projetos está a criação de um museu ferroviário e de um trem turístico, que utilizaria a ponte sobre o rio Pardo. Além disso, a ponte está em processo de tombamento municipal.

Em seu pedido, o procurador da República André Menezes argumentou que a ponte possui “enorme potencial turístico para ambos os municípios, recebendo visitantes mesmo à míngua de qualquer estrutura de visitação no entorno” e que esse potencial deve crescer com a implantação de um parque linear em Jardinópolis, que contou com doação, pelo Dnit, do leito remanescente da Companhia Mogiana em seu território.

Ainda conforme ele, a transferência da ponte para o Acre fará com que haja o “desmonte da superestrutura metálica”.

Não é a primeira vez que um patrimônio histórico corre risco de desaparecimento em Ribeirão Preto.

Uma das duas locomotivas expostas em áreas públicas quase deixou a cidade três anos atrás.

A maria-fumaça já estava sobre um caminhão para ser transportada para Salto para fazer parte do Trem Republicano, mas ações de órgãos de preservação, do MPF e da prefeitura conseguiram barrar a partida do caminhão e a locomotiva foi devolvida ao local em que está até hoje –ao lado da estação ferroviária da cidade.

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Em praça, locomotiva junta lixo e ratos e é exemplo claro do abandono ferroviário https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/22/em-praca-locomotiva-junta-lixo-e-ratos-e-e-exemplo-claro-do-abandono-ferroviario/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/22/em-praca-locomotiva-junta-lixo-e-ratos-e-e-exemplo-claro-do-abandono-ferroviario/#respond Wed, 22 Jul 2020 10:22:00 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2025/07/WhatsApp-Image-2020-07-21-at-18.05.24-1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1814 A locomotiva alemã que foi transportada de Ribeirão Preto para Campinas no último sábado (18) para ser totalmente restaurada é apenas o exemplo mais recente do que é a falta de preservação da memória ferroviária no país.

Ribeirão é uma cidade que cresceu devido à ferrovia: desenvolveu sua economia a partir da segunda metade do século 19 com as suas grandes lavouras de café, que utilizaram os trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro para transportar o produto até o porto de Santos.

Com isso, surgiram barões do café como Henrique Dumont (1832-1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850-1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava exposta e foi alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 47 anos.

Do legado ferroviário que a transformou em uma potência econômica no país pouco resta. A antiga estação foi demolida em 1967 e deu lugar ao que hoje é uma unidade de saúde. Há restos de trilhos de ramais inoperantes espalhados pela cidade, como na zona norte e no entorno da Cidade Universitária.

Além disso, outra estação da Mogiana, a Silveira do Val, está abandonada na zona rural, próxima à fazenda que abriga anualmente a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), com suas potentes colheitadeiras e implementos para alavancar a produção no campo.

Ribeirão Preto teve ainda trilhos que atenderam outras companhias ferroviárias, como a São Paulo-Minas, cuja estação ainda existe, mas está descaracterizada.

Uma outra locomotiva, que também sofre ações de vandalismo, está exposta na área da atual estação ferroviária da cidade, na avenida Mogiana, mas quase a cidade a perdeu há pouco mais de dois anos.

Ela estava sobre um caminhão para ser transportada para Salto para fazer parte do consórcio Trem Republicano, mas ações de órgãos de preservação e da prefeitura conseguiram barrar a transferência.

A locomotiva que agora será restaurada em Campinas pertenceu à Usina Amália, foi doada ao município de Ribeirão pelas Indústrias Matarazzo e é o primeiro bem ferroviário a ser recuperado na cidade, o que é visto pelo Instituto do Trem como um fato importante para tentar avançar nas ações locais de preservação.

“Tivemos reunião hoje [terça, 21] no Ministério Público Federal para tratar da viabilização do museu ferroviário e foi promissora. É preciso chamar atenção da população para a necessidade de preservação”, disse Denis Esteves, presidente do instituto.

Embora veja com otimismo o cenário, recuperar a locomotiva enviada para Campinas será um dos maiores desafios da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), segundo Helio Gazetta Filho, diretor administrativo da associação.

“O estado dela é lamentável, não conseguíamos chegar perto, de tão forte que era o cheiro de urina. E ela estava cercada de usuários de drogas”, disse.

Locomotiva que poderia ter deixado Ribeirão Preto no fim de 2017 (Joel Silva - 20.dez.2017/Folhapress)
Locomotiva que poderia ter deixado Ribeirão Preto no fim de 2017 (Joel Silva – 20.dez.2017/Folhapress)

Segundo ele, só da fornalha do trem foram retirados 10 cobertores utilizados por moradores de rua. Uma desinfecção com cloro e produtos à base de eucalipto tentou reduzir o mau cheiro, que persistiu nos dias seguintes.

Também foi necessário abrir um buraco com maçarico para que os ratos que habitavam o local fossem retirados.

“O mais próximo disso que vi foi em Guajará-Mirim [RO], da [ferrovia] Madeira-Mamoré. A locomotiva foi colocada voltada para a Bolívia, num pedestal, ao lado de um bar. O local virou banheiro do bar”, disse o diretor.

Apesar disso, Gazetta Filho afirmou ser possível recuperar a locomotiva integralmente. “Não foi exigido no edital que ela funcionasse, mas vamos deixá-la pronta como se fosse operar”, afirmou.

A restauração, que custará R$ 749 mil à prefeitura, está incluída num pacote de R$ 75 milhões de uma operação de crédito entre a prefeitura e o Banco do Brasil, assinado em setembro do ano passado e que inclui recuperação de prédios públicos e obras de mobilidade urbana.

Embora o cenário histórico de Ribeirão não contemple a preservação de bens ferroviários como prioridade, ela não é caso único no interior de São Paulo. Neste mês, um incêndio destruiu um vagão em Botucatu, que era alvo de uma associação de preservação. Foi o segundo veículo que ela deixou de amealhar para seu acervo em sete meses –o primeiro também foi incendiado.

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Locomotiva histórica deixa Ribeirão Preto para ser restaurada em Campinas https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/20/locomotiva-historica-deixa-ribeirao-preto-para-ser-restaurada-em-campinas/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/20/locomotiva-historica-deixa-ribeirao-preto-para-ser-restaurada-em-campinas/#respond Mon, 20 Jul 2020 12:54:21 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/WhatsApp-Image-2020-07-19-at-17.51.49.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1785 Ela ficava exposta sobre cerca de 30 m de trilhos numa praça e, nos últimos 47 anos, além de enferrujar, foi alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço em Ribeirão Preto. Agora, já bastante deteriorada, a locomotiva alemã, uma das três remanescentes da fabricante Borsig existentes no país, será restaurada, a um custo de R$ 749 mil.

A maria-fumaça deixou a praça Francisco Schmidt, no centro de Ribeirão, no último sábado (18), e foi levada para Campinas, onde passará por restauro nas oficinas da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

Fabricada em 1912, a locomotiva pertenceu à Usina Amália e foi doada ao município de Ribeirão pelas Indústrias Matarazzo. Instalada na praça em 1973, desde então sofreu furtos e todo tipo de vandalismo que se imagine.

Para que pudesse ser levada para Campinas, precisou passar por processo de desinfecção antes de os técnicos fazerem seus trabalhos, já que era usada como banheiro por andarilhos e usuários de drogas e apresentava lixo como restos de comida e preservativos usados.

A locomotiva deixou Ribeirão às 12h30 e chegou à estação Anhumas, em Campinas, às 18h, onde foi recebida com festa por membros da associação.

Morador de rua dorme em frente à locomotiva que agora foi retirada da praça em Ribeirão Preto (Edson Silva-7.ago.2012/Folhapress)
Morador de rua dorme em frente à locomotiva que agora foi retirada da praça em Ribeirão Preto (Edson Silva-7.ago.2012/Folhapress)

“Essa contratação é muito importante para Ribeirão Preto, pois é o primeiro item do nosso patrimônio ferroviário a ser efetivamente recuperado. Espero que seja apenas o início da preservação de nosso acervo e que isso acelere a criação do Museu Ferroviário”, afirmou Denis Esteves, presidente do Instituto do Trem.

A praça Francisco Schmidt fica na região da Baixada de Ribeirão Preto, que é uma área no centro da cidade que abriga moradores de rua e usuários de drogas –principalmente à noite.

O valor da restauração gerou queixas de alguns grupos na cidade, que não consideram a recuperação essencial, principalmente num momento de pandemia do novo coronavírus.

“A pandemia retardou um pouco a abertura da licitação, mas assim que o fluxo operacional permitiu ela foi aberta. O recurso estava ‘carimbado’ e tinha que ser empregado neste projeto. Algumas pessoas chegaram a reclamar por não ser uma prioridade nesse momento, porém a prefeitura não poderia deixar de fazer nem destinar o recurso para outro fim, como o combate à pandemia”, disse Esteves.

A restauração faz parte de um pacote de R$ 75 milhões de uma operação de crédito entre a prefeitura e o Banco do Brasil, assinado em setembro do ano passado e que inclui recuperação de prédios públicos e obras de mobilidade urbana.

A previsão, conforme o contrato, é que o restauro esteja concluído em um ano. A locomotiva será desmontada e reparada, com restauração de cada componente, reconstrução das partes irrecuperáveis e reposição das peças faltantes devido aos furtos.

BATALHA PELO TREM

Além da maria-fumaça que agora será recuperada, Ribeirão tem outra locomotiva exposta na estação ferroviária da avenida Mogiana, que quase deixou Ribeirão Preto há menos de três anos.

Em dezembro de 2017, alvo de disputa com o consórcio Trem Republicano, comandado pelas prefeituras de Salto e Itu, a maria-fumaça –abandonada e que também foi alvo de furtos e vandalismo– chegou a ser colocada numa carreta para ser levada embora, mas foi impedida de deixar o município.

Elas têm elo histórico com o desenvolvimento econômico da cidade –uma das principais atendidas pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, ao lado de Campinas–, e responsável por transportar o “ouro verde”, como era chamado o café no início do século passado.

Locomotiva que poderia ter deixado Ribeirão Preto no fim de 2017 (Joel Silva - 20.dez.2017/Folhapress)
Locomotiva que poderia ter deixado Ribeirão Preto no fim de 2017 (Joel Silva – 20.dez.2017/Folhapress)

A autorização para levar a locomotiva para Salto foi dada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), por meio do termo de transferência nº 292. De acordo com o órgão do governo federal, um consórcio formado pelas prefeituras de Salto e Itu pretende restaurar a máquina e propiciar a volta da composição à circulação ferroviária, por meio do turístico Trem Republicano.

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Fechada há 50 anos, estação utilizada no transporte do ‘ouro verde’ vive abandono https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/09/29/fechada-ha-50-anos-estacao-utilizada-no-transporte-do-ouro-verde-vive-abandono/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/09/29/fechada-ha-50-anos-estacao-utilizada-no-transporte-do-ouro-verde-vive-abandono/#respond Sun, 29 Sep 2019 10:10:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/Silveira-do-Val-3-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1102 Inaugurado em 1913, o prédio da estação ferroviária Silveira do Val, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), em nada lembra o passado glorioso que já viveu.

Surgida para escoar a produção cafeeira –o chamado “ouro verde”– das grandes fazendas existentes em Ribeirão e cidades vizinhas, a estação tem atualmente portas e janelas danificadas e telhado sob risco de ruir.

Ela surgiu como uma estação do chamado ramal de Jataí, que foi desenvolvido entre 1910 e 1913, e atendia a CMEF (Companhia Mogiana de Estradas de Ferro).

Foi uma das quatro estações do trecho, a última antes da antiga estação Ribeirão Preto, que foi demolida no final da década de 1960 na avenida Jerônimo Gonçalves, no centro da cidade. A distância entre Silveira do Val e a antiga estação central –cuja área hoje abriga uma unidade de saúde– é de 10 quilômetros.

De sua plataforma, é possível ter uma ampla visão dos edifícios da região central e da avenida João Fiúsa, na zona sul da cidade.

Ela operou de forma ininterrupta até dezembro de 1969, quando perdeu status e passou a ser uma simples parada, como aconteceu em dezenas de outros locais atendidos pela Mogiana no declínio do sistema ferroviário.

Vista do interior da estação Silveira do Val, que pertenceu à Mogiana (Marcelo Toledo/Folhapress)

O FIM

Sem uso, ainda manteve os trilhos por mais dez anos, até que eles foram retirados, marcando o fim da história do ramal de Jataí, numa época em que seu entorno já estava tomado por lavouras de cana-de-açúcar, cultura que substituiu o café na região de Ribeirão Preto.

A abandonada e precária estação, outrora responsável por ajudar a escoar a produção que gerava a riqueza da região, tem uma situação emblemática: fica 1,1 quilômetro aos fundos da fazenda que abriga todos os anos a Agrishow, principal evento de tecnologia no campo do país –que, em 2019, movimentou R$ 2,9 bilhões em intenções de negócios em apenas cinco dias.

Além do prédio da estação, a antiga caixa d’água que abastecia o local está de pé, em meio ao mato.

Ao fundo, edifícios de Ribeirão Preto vistos a partir da estação Silveira do Val (Marcelo Toledo/Folhapress)

A Silveira do Val não tem tombamento do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).

“Todas [as antigas estações] deveriam ter, mesmo que em ruínas, pois nelas se fez a história do interior do país”, afirmou Denis Esteves, presidente do Instituto do Trem de Ribeirão Preto. Na cidade, somente a estação Barracão tem proteção do órgão estadual.

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Ferrovia passa a ter ‘túnel’ para pedestres em cidades do interior de São Paulo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/ferrovia-passa-a-ter-tunel-para-pedestres-em-cidades-do-interior-de-sao-paulo/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/ferrovia-passa-a-ter-tunel-para-pedestres-em-cidades-do-interior-de-sao-paulo/#respond Wed, 24 Oct 2018 16:59:45 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Caminho-seguro_pedestre_Ribeirão-Preto_CRED-Divulgação-VLI-28229-150x150.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=586 As composições gigantes utilizadas pelas concessionárias para escoar a produção para o porto de Santos cruzando municípios do interior de São Paulo fazem cada vez mais os pedestres serem obrigados a esperar para cruzar a linha férrea.

Para evitar isso –e aumentar a segurança na operação ferroviária–, “túneis” para a passagem de pedestres serão instaladas em ao menos quatro cidades paulistas nos próximos meses.

A primeira cidade a ter as passagens de pedestres é Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), com quatro unidades instaladas e que até a próxima semana deverão estar sinalizadas.

As quatro passagens estão sendo feitas em três bairros da zona norte da cidade por meio de parceria entre a VLI, controladora da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), e a prefeitura local.

Após a conclusão da operação em Ribeirão Preto, pelo menos outras três cidades do chamado corredor centro-sudeste terão projetos semelhantes nos próximos meses –Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Jaguariúna, todas na região de Campinas.

Os projetos receberam validação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Segundo Diógenes Segantini, gerente de via permanente da concessionária, o foco das obras é só o de garantir segurança para os pedestres que precisem cruzar a linha férrea.

As passagens foram instaladas nas ruas Artur de Jesus Campos, entre os bairros Quintino Facci 1 e 2, no prolongamento da rua Argentina, na Vila Elisa, e na rua David Capistrano da Costa Filho, no Jardim Ouro Branco –neste local serão duas.

RISCO

Acidentes envolvendo pedestres e trens têm sido registrados com frequência nos últimos meses.

Em agosto, um pedestre morreu após ser atingido por um trem em Juiz de Fora (MG). Na mesma cidade, em junho, uma pessoa morreu e outra foi atropelada por composições.

Também em junho, um homem foi atropelado na região metropolitana de Curitiba quando caminhava sobre os trilhos.
Na própria Ribeirão, em junho, uma mulher morreu depois de ser atropelada por um trem que seguia para Santos. Ela chegou a ser socorrida e teve as duas pernas amputadas, mas não resistiu. Neste caso, porém, ela não tentou cruzar a via férrea –caiu de um viaduto no momento em que o trem passava.

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Entidade pede proteção de maria-fumaça e museu em estação de Ribeirão Preto https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/10/03/entidade-pede-protecao-de-maria-fumaca-e-museu-em-estacao-de-ribeirao-preto/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/10/03/entidade-pede-protecao-de-maria-fumaca-e-museu-em-estacao-de-ribeirao-preto/#respond Wed, 03 Oct 2018 12:50:46 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/1-150x150.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=551 O Ribeirão Preto Conventions & Visitors Bureau anunciou nesta quarta-feira (3) a retomada de um projeto que prevê a implantação de um museu em uma estação ferroviária desativada na cidade do interior paulista e o tombamento de uma maria-fumaça.

O anúncio foi feito na estação Barracão, tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) desde maio de 1982 e que a entidade turística quer usar para abrigar um museu ferroviário.

Segundo Márcio Santiago, vice-presidente do Conventions & Visitors Bureau, o projeto prevê a recuperação da locomotiva que está há décadas estacionada ao lado da atual estação ferroviária, na avenida Mogiana, a reforma de oito quilômetros de trilhos e a restauração da estação Barracão, no bairro Ipiranga.

A intenção é criar um passeio aos finais de semana no local, para fomentar o turismo na cidade –uma das mais importantes atendidas pela extinta Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

Em dezembro, alvo de disputa com o consórcio Trem Republicano, comandado pelas prefeituras de Salto e Itu, a maria-fumaça –abandonada e que foi alvo de furtos e vandalismo na atual estação ferroviária– chegou a ser colocada numa carreta para ser levada embora, mas foi impedida de deixar o município.

“Pedimos o tombamento porque queremos que a maria-fumaça fique permanentemente aqui, para que não corramos mais o risco de perde-la, como ocorreu no fim do ano”, disse Santiago.

Locomotiva que poderia ter deixado Ribeirão Preto no fim de 2017 (Joel Silva – 20.dez.2017 Folhapress)

O projeto já estava em andamento no ano passado, mas surgiu um impasse envolvendo a entidade, a prefeitura e uma outra associação de preservação. Agora, o Conventions & Visitors Bureau quer desenvolver o projeto sem participação municipal.

“Pedimos ao Dnit, responsável pela maria-fumaça, a concessão para nós e a resposta foi de que é possível, que levemos a documentação para que o órgão possa fazer a concessão”, afirmou.

A intenção inicial era incluir as duas locomotivas expostas na cidade no projeto, mas a outra, que fica na praça Francisco Schmidt, está sob concessão da prefeitura. Por isso, ela deve permanecer como está.

“Agora, acreditamos que a maria-fumaça dificilmente sairá daqui, mas não adianta ficar em Ribeirão se a gente não arrumá-la.”

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Cidades do interior de São Paulo discutem criação de expresso turístico https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/09/26/cidades-do-interior-de-sao-paulo-discutem-criacao-de-expresso-turistico/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/09/26/cidades-do-interior-de-sao-paulo-discutem-criacao-de-expresso-turistico/#respond Wed, 26 Sep 2018 09:42:38 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/Locomotiva-é-recolocada-em-área-ao-lado-da-estação-ferroviária-de-Ribeirão-cidade-tem-duas-expostas-Joel-Silva-20.dez_.2017-Folhapress-150x150.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=527 Cidade que tem em sua história o desenvolvimento econômico a partir do surgimento de ferrovias, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) poderá ter uma linha turística até Tambaú (a 257 km da capital).

O tema foi discutido em reunião na sede da VLI, concessionária da linha férrea que passa por Ribeirão, em Paulínia.

Participaram do encontro o secretário do Turismo de São Paulo, Junior Aprillanti, e representantes das duas prefeituras. Distantes 98 quilômetros por rodovia, as cidades seriam ligadas por um expresso turístico.

Segundo a pasta, a expectativa é que a iniciativa contribua com o desenvolvimento do turismo nas cidades.

Após a reunião, Aprillanti disse apoiar a ação por entender que o turismo ferroviário atrai visitantes e pelo fato de São Paulo ter se desenvolvido graças às ferrovias.

Se a proposta vingar, ela unirá cidades com vocações distintas. Enquanto Ribeirão atrai pelo turismo de negócios, Tambaú é procurada por sua vocação religiosa, graças ao padre Donizetti Tavares de Lima (1882-1961).

É um projeto inicial ainda. A Prefeitura de Ribeirão, por exemplo, alega não ter detalhes, mas diz apoiar a iniciativa.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a VLI, controladora da Ferrovia Centro-Atlântica, informou que, “quando consultada, está sempre disposta a analisar os projetos que eventualmente sejam em sua área de atuação.”

“A empresa tem conhecimento de uma proposta no trecho citado, no entanto, não há um processo em curso junto à ANTT. Tal projeto precisa ser submetido pelo interessado à análise e aprovação da ANTT, órgão responsável por emitir tais autorizações especiais”, diz comunicado da empresa.

ABANDONADA

Ribeirão Preto, aliás, pouco valoriza sua história ferroviária e quase perdeu uma das duas locomotivas que tem expostas na cidade no final de 2017.

Alvo de disputa com o consórcio Trem Republicano, comandado pelas prefeituras de Salto e Itu, a maria-fumaça chegou a ser colocada numa carreta para ser levada embora, mas foi impedida de deixar o município.

Abandonada, alvo de constantes furtos e de vandalismo, a maria-fumaça está estacionada nas últimas décadas na avenida Mogiana, ao lado da estação ferroviária da cidade, inaugurada em 1967.

A autorização para levar a locomotiva para Salto foi dada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pelo acervo da extinta Rede Ferroviária Federal, por meio do termo de transferência nº 292.

O consórcio do Trem Republicano, que levaria a máquina, informou que a maria-fumaça havia mais de 30 anos estava “em situação de abandono, sendo alvo de vândalos e espaço para práticas ilegais”.

A maria-fumaça é uma das duas em exposição em locais públicos de Ribeirão Preto. Sem passar por restauração ou ter proteção eficiente, sofreu com muito vandalismo e furtos de peças nas últimas décadas.

Elas têm elo histórico com o desenvolvimento da cidade –uma das principais atendidas pela CMEF (Companhia Mogiana de Estradas de Ferro), ao lado de Campinas–, e responsável por transportar o “ouro verde”, como era chamado o café no início do século passado e que movimentou muito a economia local.

A outra locomotiva exposta em Ribeirão, na praça Francisco Schmidt, vizinha à antiga estação ferroviária –demolida–, é alvo de dois projetos para a implantação de rotas turísticas. Assim como a maria-fumaça objeto do imbróglio, também sofre com vandalismo e serve de abrigo a usuários de drogas e moradores de rua.

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Sem trilhos, em um século distância de Ribeirão Preto a SP ‘encolhe’ 105 km https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/05/19/sem-trilhos-em-um-seculo-distancia-entre-ribeirao-preto-e-sp-encolhe-105-km/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/05/19/sem-trilhos-em-um-seculo-distancia-entre-ribeirao-preto-e-sp-encolhe-105-km/#respond Sat, 19 May 2018 06:19:19 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/1-150x150.jpeg http://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=29 Uma das principais cidades do interior do país, Ribeirão Preto fica a 313 quilômetros de distância de São Paulo. Para chegar à capital por vias rodoviárias, o motorista precisará utilizar o sistema Anhanguera/Bandeirantes e, em três horas, estará nas marginais Tietê ou Pinheiros.

Mas nem sempre foi assim. Um século atrás, a distância entre Ribeirão e São Paulo era de 418 quilômetros. Pelos trilhos. De carro, era possível ir à capital em oito horas.

Como a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro –que administrava a linha férrea que passava pela cidade– tinha como interesse básico atender aos cafeicultores paulistas, seus principais clientes, o traçado da ferrovia era muito sinuoso, de forma a passar nas lavouras cafeeiras para o embarque da produção, rumo ao porto de Santos. Não à toa, era conhecida como ferrovia “cata café”.

Com isso, não havia lógica alguma em seu traçado e a viagem tinha a duração aumentada. A velocidade média dos trens, que dependiam muito da geografia do terreno, oscilava entre 25 km/h e 30 km/h.

Inaugurada em 1875 em Campinas, a Companhia Mogiana chegou a Ribeirão Preto oito anos depois, mas só foi ter prédio definitivo na cidade em 1885. A atual estação data de 1967, na avenida que leva o nome da companhia ferroviária.

Com o declínio das empresas do setor, a linha de Ribeirão Preto passou a integrar a já extinta Fepasa (Ferrovias Paulista S.A.) em 1971. Desde 1997 os trens de passageiros não circulam mais pela linha.

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