Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Trens e metrôs perdem 5 mi de usuários por dia na pandemia, aponta relatório https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/#respond Tue, 20 Apr 2021 11:01:36 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2497 Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também não aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

A maior queda no fluxo de passageiros em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Só na SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, entre março do ano passado e fevereiro deste ano a perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em São Paulo, a queda foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados no mesmo período. Já no Nordeste, o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros. O levantamento considera todos os sistemas de transporte sobre trilhos no país, exceto o Metrofor (CE), o de Teresina e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Fortes Flores Filho disse que o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Não chegamos a transportar mais de 50% mesmo quando a economia estava retornando. Temos uma perspectiva demorada de retorno, porque há um nível de desemprego maior e muitos estão trabalhando remotamente, pois isso é quase uma situação obrigatória no contexto em que vivemos”, afirmou.

De acordo com ele, como muitas empresas descobriram que o sistema de home office pode ser mais barato, a projeção é de que nem todos que estão trabalhando remotamente voltarão ao sistema presencial quando a pandemia permitir.

“Não acredito que neste ano vá recuperar [o fluxo de passageiros], nem ano que vem.”

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro, num fenômeno que provocou reações distintas entre os sistemas de metrôs, trens urbanos e VLTs no país.

Enquanto nas operadoras públicas o deficit acaba de alguma forma absorvido pelo estado, nas concessionárias não necessariamente isso acontecerá. Há casos, como os das concessões do Rio de Janeiro, que os contratos são antigos e não preveem mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro. Outros, mais recentes, já têm cláusulas do tipo.

Por conta do cenário, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esse auxílio não era para fazer frente aos R$ 8 bilhões [de perda de receita], já que a proposta do pacote global era de R$ 4 bilhões. Isso sem incluir ônibus que, se inclusos, elevaria o valor para R$ 16 bilhões. O objetivo não era cobrir o prejuízo, mas permitir que as empresas tivessem caixa para sustentar a operação até que o cenário se reequilibre.”

As concessionárias dos sistemas alegam que foi impossível reduzir os custos de operação na mesma proporção e que, para atender a demanda -respeitando a taxa de ocupação determinada pelos órgãos governamentais-, operaram com oferta de 600 mil lugares/hora nos horários de pico para atender demanda inferior a 350 mil.

Com isso, elas afirmam que o desequilíbrio gerou a maior crise já enfrentada pelo setor de transporte de passageiros sobre trilhos no país e atingiu todas as operadoras, sem exceção.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas, os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

As concessionárias, que atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal, empregam 38,4 mil funcionários, sendo 30,6 mil próprios e 7,8 mil terceirizados. Na pandemia, perdeu 3% da mão de obra.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Além de festa em vagão, trens acumulam prejuízo com furtos, tiros e morte no Rio https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/alem-de-festa-em-vagao-trens-acumulam-prejuizo-com-furtos-tiros-e-morte-no-rio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/alem-de-festa-em-vagao-trens-acumulam-prejuizo-com-furtos-tiros-e-morte-no-rio/#respond Tue, 06 Apr 2021 11:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/SuperVia-Central-do-Brasil-e-frota-renovada-3-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2410 Nos trens do Rio de Janeiro, não é só a realização de baile funk dentro de um vagão em pleno auge da pandemia do novo coronavírus que ameaça a operação do sistema ferroviário. Furtos de cabos, trocas de tiros entre grupos rivais e até morte compõem o cenário do cotidiano de quem precisa utilizar diariamente as linhas férreas.

Em março, um vídeo circulou na internet mostrando uma multidão aglomerada –sem máscaras, alguns com cervejas na mão– num vagão da SuperVia. A festa teria coincidido com o dia em que o Brasil registrou 2.815 mortes causadas pela Covid-19.

Já no último domingo (4), uma mulher de 26 anos morreu após ser baleada num assalto no interior de um trem na zona norte do Rio.  Só neste ano, já foram registrados ao menos seis casos de tiroteios envolvendo o sistema ferroviário do Rio.

Dois dos suspeitos de participarem do roubo foram baleados por um policial que estava no vagão –um deles também morreu após dar entrada no hospital municipal Souza Aguiar. O crime ocorreu às 7h, quando a composição passava pela estação Sampaio, que liga Japeri, na região metropolitana, à estação Central do Brasil, no centro.

Além desse crime, só neste ano já foram registrados ao menos cinco casos de tiroteios no entorno das linhas férreas, que prejudicaram a operação do sistema por 11 horas e 18 minutos. No ano passado, foram 36 tiroteios nas proximidades das linhas, responsáveis por interromper o funcionamento por 40 horas e 24 minutos.

Antes do crime deste domingo, a última grande paralisação de parte do sistema foi em março, na estação de Vigário Geral, que durou 5 horas e 35 minutos. Deixaram de ser transportados em função disso 18 mil pessoas.

Quando há tiroteios, os trens ficam parados em um local seguro e só retomam a circulação quando recebem ordem. Após as trocas de tiros entre grupos rivais, são feitas vistorias em cabos da rede aérea para ver se há algum problema para a retomada da operação.

Mas, além disso, só nos três primeiros meses deste ano, foram furtados 5.986 m de cabos de sinalização, praticamente o mesmo total que o ano passado inteiro –6.174 m.

No ramal Japeri, a quantidade de furtos neste ano impressiona: foram 60 no trimestre, ante 7 no mesmo período de 2020. Foram levados 2.186 m, enquanto em 2020 o total foi de 455 m.

De que forma esses furtos impactam na operação dos trens? Eles fazem com que aumente o intervalo entre as composições, especialmente durante a manhã, período do dia com intenso tráfego com destino à Central do Brasil. Nessas condições, o comando para o maquinista seguir viagem tem de ser feito por meio de rádio, e não mais de forma automática.

Os cabos são furtados, em geral, por serem compostos por cobre, material fácil de ser vendido em qualquer ferro-velho.

E tudo isso ocorrendo num momento em que todos os sistemas de transporte no país enfrentam uma crise sem precedentes devido à queda na circulação de pessoas por conta da pandemia.

De acordo com a SuperVia, nos primeiros 12 meses da pandemia, a partir de meados de março de 2020, a sua perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em média, a SuperVia tem transportado cerca de 320 mil passageiros por dia, praticamente a metade do que era registrado antes do início da pandemia.

A projeção da concessionária é de que o movimento de passageiros retome os níveis pré-Covid-19 somente em 2023, devido ao prolongamento da crise econômica em decorrência do novo coronavírus e do próprio andamento da doença, que tem batido recordes de infecções e mortes.

A concessionária ainda cita gastos de R$ 3,5 milhões com materiais de limpeza para trens e estações, como peróxido de hidrogênio (para higienizar trens e catracas) e 45 mil litros de álcool em gel 70% em dispensers e totens nas estações.

Sobre o funk dentro do trem, a SuperVia informou que registrou ocorrência policial na 4ª DP, que está contribuindo com as informações necessárias e que “repudia o comportamento registrado no vídeo, que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia”.

“Incluindo pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros.  A concessionária vai apurar o episódio e adotar as medidas jurídicas cabíveis, comunicando as autoridades competentes para investigação e punição dos responsáveis. A empresa esclarece que a fiscalização em relação ao uso de máscara cabe ao poder público”, diz nota da empresa.

No caso do tiroteio de domingo, a concessionária informou que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a PM e que a passageira foi levada para o hospital municipal Salgado Filho, mas não resistiu.

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Trem entre Ouro Preto e Mariana completa um ano sem operações https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/trem-entre-ouro-preto-e-mariana-completa-um-ano-sem-operacoes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/trem-entre-ouro-preto-e-mariana-completa-um-ano-sem-operacoes/#respond Sun, 21 Mar 2021 21:34:33 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/VALE-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2399 O trem turístico da Vale, que percorre rota entre as cidades históricas mineiras de Ouro Preto e Mariana, completou um ano sem operações devido à pandemia do novo coronavírus.

O roteiro foi suspenso em 14 de março do ano passado, quando começaram a ser colocadas em prática em todo o país medidas de restrições para frear a circulação de pessoas.

Desde então, outros passeios no país voltaram a operar e alguns tiveram de fazer novas pausas em seu funcionamento, como o Trem do Vinho.

Entre os que retomaram as atividades estão também o Trem de Guararema, que no último dia 4 paralisou as atividades por conta do agravamento da pandemia em São Paulo, e a Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna, também interrompida.

O de Ouro Preto a Mariana, porém, nunca retomou a operação e não há perspectiva de quando isso acontecerá.

“Com o objetivo de proteger a saúde da comunidade e dos empregados, os passeios do Trem da Vale, que liga as cidades de Ouro Preto e Mariana, estão suspensos desde março de 2020, ainda sem previsão de retorno”, diz comunicado da empresa.

Antes de interromper as atividades devido à pandemia, o Trem da Vale entre as duas cidades históricas mineiras chegou a ficar sem funcionar por três meses em 2019 por conta de manutenções feitas pela empresa.

A história do percurso ferroviário entre as duas cidades remonta ao período imperial. As obras começaram em 1883 em Ouro Preto e a conclusão em Mariana ocorreu somente 31 anos depois, em 1914.

A demora se deveu, entre outros pontos, às dificuldades estruturais para a conclusão do percurso –a paisagem é composta por montanhas, quedas d’água, seis pontes e quatro túneis, percorrida em cerca de uma hora de passeio.

Além das belezas naturais da rota, que tem 18 quilômetros de extensão, quando o roteiro for retomado os turistas poderão ter contato nas cidades com outras duas locomotivas em exposição.

Em Mariana, há uma máquina exposta ao lado da estação ferroviária, fabricada na República Tcheca em 1949, que percorreu o trajeto entre 2006 e 2010, quando foi aposentada. Já em Ouro Preto, está exposta aos visitantes uma locomotiva alemã, a Brigardier, que foi usada na Primeira Guerra Mundial.

A Vale opera a rota há 15 anos, após dois anos de restauro dos trilhos e das quatro estações do trajeto. À época, em valores nominais, o projeto custou R$ 47 milhões.

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Após 7 meses, trens voltam a percorrer rota entre Campinas e Jaguariúna https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/apos-7-meses-trens-voltam-a-percorrer-rota-entre-campinas-e-jaguariuna/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/apos-7-meses-trens-voltam-a-percorrer-rota-entre-campinas-e-jaguariuna/#respond Fri, 23 Oct 2020 11:20:01 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/IMG_4496-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2143 Depois de um mês e meio do retorno aos trilhos após a paralisação de quase seis meses devido à pandemia, os trens que partem da estação Anhumas, em Campinas, a partir de agora chegarão ao destino habitual, Jaguariúna.

A maria-fumaça que desde a década de 80 faz o trajeto de 24 quilômetros entre as duas cidades do interior paulista voltou a operar no último dia 6 de setembro, mas somente nas estações que ficam em Campinas, já que a prefeitura da cidade vizinha ainda não tinha liberado o funcionamento do trem –devido ao cenário da Covid-19. Desde 15 de março os trens não fazem a rota.

Essa permissão foi publicada na última semana e, a partir deste sábado (24), a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) voltará a operar a rota integral.

Os trens partirão de Campinas às 10h10 sábado e domingo (25), com ingressos limitados devido às restrições provocadas pela pandemia.

A Prefeitura de Jaguariúna publicou decreto adequando as regras da quarentena à fase verde do Plano São Paulo, na qual a região de Campinas está inserida.

O decreto exige no máximo 50% da capacidade dos carros de passageiros, o controle do acesso e o distanciamento social, entre outros pontos.

A maria-fumaça utiliza a estação principal da cidade para seus embarques e desembarques. O decreto da prefeitura liberou setores de entretenimento, cultura e lazer.

A retomada ocorre num momento em que a ABPF enfrenta dificuldades financeiras devido à pandemia e também a um incêndio que atingiu há três semanas a plataforma da estação ferroviária Carlos Gomes, uma das que ficam na rota percorrida pelo trem, e danificou uma locomotiva histórica em Campinas.

O fogo, na estação que abriga a oficina de restauro de trens da ABPF, teve início num pasto próximo ao local, que derrubou um coqueiro. Ele, em chamas, atingiu uma retroescavadeira usada pela associação, que acredita que a partir disso o incêndio se alastrou e atingiu a plataforma.

Uma vaquinha virtual foi lançada pela associação para cobrir os gastos do restauro. Dos R$ 50 mil necessários, cerca de R$ 5.000 foram obtidos até agora.

O cenário ocorrido nas cidades do interior paulista é idêntico ao registrado em todo o país. A pandemia fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos a partir de março, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).

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Trens e metrôs devem fechar ano com deficit de R$ 7,4 bi devido à pandemia https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/#respond Thu, 22 Oct 2020 11:45:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2136 O transporte de passageiros sobre trilhos no país deverá fechar o ano com uma demanda 30% inferior à normalmente esperada pelas concessionárias do sistema.

Essa é a previsão da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com base no desempenho do setor no país nos primeiros três trimestres do ano, impactados fortemente pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a associação, que publicou um balanço do setor metroferroviário, o período de julho a setembro ainda foi de forte queda no total de passageiros transportados nos sistemas, mas com números melhores que os registrados no trimestre anterior.

O levantamento inclui os sistemas de metrô, trens urbanos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) em todo o país, entre eles o metrô de São Paulo, do Rio e de Salvador e a SuperVia, no Rio.

A redução em relação ao fluxo de passageiros transportados em 2019 foi de 54,1%, ante os 74,2% do trimestre anterior, ápice da adoção de medidas de isolamento social no país, o que retirou usuários dos sistemas.

Apenas em setembro, a comparação indica redução de 47,7% no total de passageiros, o que mostra uma recuperação em relação a agosto, mês em que o índice de queda foi de 57,2%.

Trens da SuperVia estacionados na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro (Divulgação)

Na segunda quinzena de março governos estaduais e municipais decretaram medidas rígidas de isolamento para combater a Covid-19, o que fez o transporte sobre trilhos apresentar queda de 84%.

Ainda naquele mês, as concessionárias pediram socorro financeiro para conseguir manter as atividades –o que, segundo elas, ainda não ocorreu. No Ceará, o sistema chegou a ser paralisado nas linhas sul, oeste, VLT Parangaba-Mucuripe e os VLTs do Cariri e de Sobral.

No ápice do isolamento, em vez dos 12 milhões de passageiros transportados por dia nos operadores, o total caiu para cerca de 2 milhões.

Com isso, até setembro, deixaram de ser transportados 1,1 bilhão de usuários. As empresas do setor calculam que o ano deverá terminar com um deficit de R$ 7,4 bilhões em receitas, o que equivale a 45% do faturamento anual previsto.

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Trem da Serra da Mantiqueira volta aos trilhos em Minas Gerais após 5 meses https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/05/trem-da-serra-da-mantiqueira-volta-aos-trilhos-em-minas-gerais-apos-5-meses/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/05/trem-da-serra-da-mantiqueira-volta-aos-trilhos-em-minas-gerais-apos-5-meses/#respond Sat, 05 Sep 2020 10:49:26 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/8-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1995 Depois de cinco meses parado devido à pandemia do novo coronavírus, o Trem da Serra da Mantiqueira voltará aos trilhos a partir deste sábado (5) em Minas Gerais.

A circulação do trem, que faz um percurso total de 20 quilômetros no interior mineiro, estava suspensa desde março, assim como os outros trens turísticos operados pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e pela iniciativa privada.

A operação é feita pela regional Sul de Minas da associação, que engloba ainda o Trem das Águas, em São Lourenço (MG), e de Guararema (SP).

De acordo com o presidente da ABPF, Bruno Crivelari Sanches, as atividades serão retomadas seguindo um protocolo a partir de orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Assim como ocorreu em Guararema, que já retomou as atividades, o trem será totalmente higienizado antes de cada passeio e funcionará com capacidade reduzida de público, para que haja espaçamento entre os visitantes.

O uso de máscaras é obrigatório durante o período em que os passageiros estiverem nas estações e no trem. A temperatura corporal dos turistas e funcionários da ABPF será verificada.

“Vamos seguir todos os protocolos necessários. Em Guararema, a resposta tem sido boa. O primeiro fim de semana foi fraco, mas o último já foi melhor e temos procura alta no feriado”, disse Sanches.

O trem da Mantiqueira é oferecido em Passa Quatro desde 2004, quando a ABPF assumiu o trecho e a estação ferroviária em Minas.

Túnel ferroviário entre SP e MG, que marcou confrontos na revolução de 32 (Marcelo Boncompani)
Túnel ferroviário entre SP e MG, que marcou confrontos na revolução de 32 (Marcelo Boncompani)

A rota turística tem início no centro de Passa Quatro, de onde a estrada de ferro, que no passado pertenceu à ferrovia Minas e Rio, parte rumo à Serra da Mantiqueira. Os primeiros minutos da viagem ainda são feitos na área urbana, até chegar à zona rural e à estação Manacá, de onde se observa a serra.

No trajeto entre Manacá e a estação Coronel Fulgêncio, a terceira do trecho, o visitante encontra florestas nativas e vê as corredeiras do rio Manacá.

Nas estações de Passa Quatro e Coronel Fulgêncio há uma exposição fotográfica, enquanto na Manacá existe uma feira de artesanato, doces e iguarias típicas da região.

É possível, ainda, visitar uma estação que foi posto de tropas federais durante a Revolução Constitucionalista de 1932, que teve na estação Coronel Fulgêncio e no Túnel da Mantiqueira uma batalha sangrenta naquele ano.

O túnel entre São Paulo e Minas, de 998 m de extensão, pode ser visitado a pé a partir da estação.

Trem da Serra da Mantiqueira
Cidade: Passa Quatro (MG)
Partidas: sáb., às 10h e 14h30 (a ser confirmada); dom., às 10h
Duração: 2h
Trecho percorrido: 20 km (ida e volta), entre as estações Passa Quatro e Coronel Fulgêncio
Preços: R$ 70
Atrações: exposição fotográfica nas estações, feira de artesanato, doces típicos e o túnel da Mantiqueira (o trem não faz a travessia)
Gastronomia: no passeio, são vendidas bebidas; na cidade, doces e queijos regionais
Informações: 35 3371-2167

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Volta de trem turístico no Sul dura só um final de semana; entenda o motivo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/06/15/volta-de-trem-turistico-no-sul-dura-so-um-fim-de-semana-entenda-o-motivo/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/06/15/volta-de-trem-turistico-no-sul-dura-so-um-fim-de-semana-entenda-o-motivo/#respond Mon, 15 Jun 2020 10:24:43 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/Trem-do-Vinho.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1666 Durou só um final de semana o retorno do Trem do Vinho aos trilhos na Serra Gaúcha. Depois de ser o primeiro trem turístico a voltar a operar no país em meio à pandemia do novo coronavírus, no último sábado (13), o trem terá de parar novamente a partir desta segunda-feira (15) devido à reclassificação das cidades em que ele opera no mapa da Covid-19 no Rio Grande do Sul.

O governo gaúcho atualizou as bandeiras de risco de transmissão do novo coronavírus e a região das cidades em que o trem opera –Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa– foi classificada como bandeira vermelha, a de maior perigo de contágio.

Com isso, somente atividades comerciais essenciais poderão abrir as portas, o que impedirá o trem turístico de circular. A medida é válida por 15 dias, a partir desta segunda. Ao término do prazo, nova avaliação será feita pelo governo sobre a evolução da pandemia.

O trem chegou a fazer duas viagens no sábado pelos 23 quilômetros entre as cidades, com a adoção de protocolos de segurança. A intenção original era retomar os passeios no dia 6, mas uma resolução do dia 2 da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) proibiu a operação de trens turísticos no país até o dia 31 de agosto devido ao avanço da Covid-19.

O setor ferroviário protocolou pedido de suspensão da medida, o que ocorreu após intervenção do Ministério do Turismo.

“Agora vamos ter de parar e esperar, já que a bandeira vermelha obriga a ter todas as atividades paradas. Seguimos todos os protocolos, como oferecer degustação no próprio vagão, para não ter aglomeração na estação, e reduzimos a capacidade máxima permitida”, disse Susana Giordani, diretora da Giordani Turismo, que opera o Trem do Vinho.

Até este domingo (14), Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa estavam classificadas sob a bandeira laranja. O funcionamento do trem estava suspenso desde 18 de março.

VETO

Após um imbroglio que durou uma semana, os trens turísticos voltaram a ter autorização para operar no país dependendo do cenário da pandemia do novo coronavírus em cada estado.

No último dia 2, a ANTT publicou resolução com a prorrogação da suspensão, mas na última semana uma nova decisão atendeu pedido feito pela Abottc (Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais) e pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e os trens tiveram permissão para operação.

Em São Paulo, porém, o funcionamento segue suspenso, já que um decreto do governo do estado prorrogou a quarentena pelo menos até o próximo dia 28.

No Paraná, a intenção da Serra Verde Express é retomar a operação da rota entre Curitiba e Morretes, passando pela serra do mar, no próximo mês.

Segundo o Ministério do Turismo, o retorno foi possível porque o segmento de trens turísticos se comprometeu a seguir protocolos de biossegurança, como organizar horários de forma a evitar aglomeração e manter, sempre que possível, portas e janelas abertas para melhorar a circulação do ar.

Como já publicado aqui, exceto o breve retorno do trem gaúcho, as operações dos trens turísticos e culturais no país estão paralisadas desde março.

No documento enviado à ANTT, Abottc e ABPF argumentaram que, em que pese o estado de calamidade pública, boletim epidemiológico do Ministério da Saúde afirmou que a magnitude da pandemia “não é igualmente significativa em todos os municípios brasileiros no mesmo momento”.

Argumentaram ainda que as empresas adotaram medidas como férias aos empregados e a suspensão de contratos de trabalho, amparadas na MP 936, mas que agora não mais poderão adotar a modalidade, o que deverá resultar em demissões.

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Estações de trens do Rio sofrem furtos de álcool em gel em série durante pandemia https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/05/15/estacoes-de-trens-do-rio-sofrem-furtos-de-alcool-em-gel-em-serie-durante-pandemia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/05/15/estacoes-de-trens-do-rio-sofrem-furtos-de-alcool-em-gel-em-serie-durante-pandemia/#respond Fri, 15 May 2020 10:31:00 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/Trem-chinês-SuperVia-2-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1500 Imagine você encostar em algum lugar indesejado numa estação de trem e sair procurando um dispenser de álcool em gel para higienizar as mãos em meio à proliferação de casos do novo coronavírus. Ao achar o local, porém, percebe que o produto não está ali.

A cena praticamente virou rotina em meio à pandemia do coronavírus em estações ferroviárias do Rio de Janeiro, que foram alvo de furtos de dispensers de álcool em gel nas últimas semanas. Uma pessoa foi presa.

Foram registrados ao menos 11 furtos desde o dia 5 nas estações, isso num momento em que os trens do Rio sofrem queda histórica no transporte de passageiros devido às medidas de isolamento social decretadas pelo governo estadual.

Só no dia 6 foram quatro furtos, nas estações Central do Brasil, Praça da Bandeira, Manoel Belo e Imbariê –as duas últimas na extensão Vila Inhomirim.

Conforme a concessionária, outros dois dispositivos sofreram danos na Central do Brasil nos dias 5 e 6.

Ter álcool em gel nas estações é exigência da legislação estadual, mas a SuperVia, concessionária que administra o sistema ferroviário, informou que a colocação acontece de forma gradativa devido às dificuldades enfrentadas por fornecedores para a entrega do produto.

Em uma das ocorrências, na estação Deodoro, um homem foi flagrado pelas câmeras de segurança quando removeu o repositor de álcool e partiu para uma das plataformas.

Ele foi detido por policiais militares que foram acionados e por seguranças da concessionária. Levado para a 33ª DP, em Realengo, foi enquadrado no crime de furto e, em seguida, liberado.

A maioria dos furtos, conforme a SuperVia, ocorreram até o dia 7 nas estações do Rio. O último caso até aqui aconteceu dia 8. Esse é, porém, mais um dos problemas enfrentados pelo sistema ferroviário do Rio, que neste ano já teve oito interrupções na circulação de trens devido a tiroteios.

CRISE

Nesta quinta-feira (14) foram transportados 241.511 passageiros em 12 cidades da região metropolitana, o que representa redução de 64,8% em relação a uma quinta-feira normal. Desde o dia 14 de março, a queda acumulada é de 16,99 milhões de passageiros, de acordo com a SuperVia.

Devido à perda de passageiros, ela pede linhas de crédito de ao menos R$ 65 milhões por mês de impacto da pandemia para seguir operando o sistema.

Com cerca de 200 trens, dos quais 40 apresentaram problemas no fim de 2019, a SuperVia é concessionária do sistema desde 1998 e opera 270 quilômetros de malha ferroviária.

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Concessionárias de trens e metrôs pedem linhas de crédito para manter operações https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/29/concessionarias-de-trens-e-metros-pedem-linhas-de-credito-para-manter-operacoes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/29/concessionarias-de-trens-e-metros-pedem-linhas-de-credito-para-manter-operacoes/#respond Sun, 29 Mar 2020 21:12:41 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/MetroRio_DSC3118-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1441 O transporte de passageiros sobre trilhos no país, feito por trens e metrôs nas principais capitais, precisa de socorro financeiro do governo para manter as atividades em meio à pandemia do novo coronavírus. A afirmação é de Joubert Flores, presidente do conselho da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), que se reuniu com membros dos ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional para discutir o tema.

Com o isolamento social, fechamento de comércios, trabalho remoto e sem aulas em escolas e universidades, a demanda caiu mais de 80% nos sistemas ferroviários nos últimos dez dias e as empresas afirmam que isso provocou forte impacto em seus equilíbrios financeiros, o que pode levar à paralisação dos sistemas de metrôs, trens e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos).

Levantamento feito pela associação mostra uma perda de arrecadação com bilheteria de R$ 271 milhões em nove dias, período em que o setor ferroviário começou a ser afetado pela redução de demanda.

Se a situação permanecer inalterada até a próxima sexta-feira (3), haverá perda de mais R$ 261 milhões, de acordo com ela.

O principal pedido foi o de uma linha de crédito para capital de giro das empresas do setor. Elas alegam que as medidas anunciadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até aqui não atendem a necessidade de curto prazo dos operadores metroferroviários.

“Não podemos diminuir custo, o custo fixo está lá, além de gastar mais dinheiro com higienização. Listamos medidas quais a mais importante é suporte para ter capital de giro, para ter caixa e pagar funcionários e fornecedores. Depois a gente vê como fazer lá na frente”, disse o presidente da entidade, que representa operadoras de transporte de passageiros como os metrôs de São Paulo e do Rio, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Supervia.

 

Trem do metrô do Distrito Federal, uma das Unidades da Federação com transporte sobre trilhos (Divulgação)

Na quarta-feira (25), a redução no total de passageiros transportados em todas as associadas chegou a 82%. Em uma das empresas, o índice foi de 96%.

No Rio, a Supervia teve, desde o dia 16, redução de 3,38 milhões de passageiros nos trens que operam nas 12 cidades atendidas pela concessionária.

Só na última quinta-feira (26), foram 430 mil passageiros a menos, o que representa queda de 72,6% em relação à média para o dia.

IGUALDADE

Para o encontro com os ministérios, a associação levou uma série de pedidos, entre eles dar ao transporte público sobre trilhos o mesmo tratamento recebido pelo setor aéreo.

“Temos operadoras públicas e privadas, as públicas geralmente dependem de aportes dos estados, enquanto as privadas não têm subsídios. Se precisa de dinheiro para cobrir a operação, imagine com a queda da demanda. Não é possível operar só com 18% da receita, que é o que temos visto na média”, afirmou o presidente da associação.

Além de capital de giro, também pedem aprovação de projetos de investimento, redução de encargos em meio à situação de emergência, isenção de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre energia elétrica e redução de custos previdenciários, entre outros.

O sistema metroferroviário transporta diariamente mais de 12 milhões de passageiros nas principais capitais e regiões metropolitanas de 11 estados e Distrito Federal.

O presidente disse que os ministérios informaram que iriam estudar alternativas. As empresas têm caixa para no máximo mais 60 dias, segundo ele.

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