Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Estação destruída por incêndio há 2 anos é reinaugurada em Presidente Epitácio https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/24/estacao-destruida-por-incendio-e-reinaugurada-em-presidente-epitacio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/24/estacao-destruida-por-incendio-e-reinaugurada-em-presidente-epitacio/#respond Fri, 24 Sep 2021 18:30:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/3-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2961 Pouco mais de dois anos depois de ter sido atingida por um grande incêndio, a quase centenária estação ferroviária de Presidente Epitácio foi reinaugurada nesta sexta-feira (24).

Última estação do trecho operado pela extinta Estrada de Ferro Sorocabana, Presidente Epitácio foi importante para o desenvolvimento econômico da região nas primeiras décadas do século passado, mas nos últimos anos amargava um abandono total, até que em 26 de agosto de 2019 foi parcialmente destruída num incêndio.

Sobraram apenas as paredes, num imóvel que já era utilizado para abrigar moradores de rua e usuários de drogas.

Inaugurada em 1º de maio de 1922, a estação de 99 anos começou a ser recuperada em julho do ano passado. Ela, no extremo oeste paulista, na divisa com Mato Grosso do Sul, era a ponta final de uma rota iniciada na estação Júlio Prestes, na capital.

Os recursos para a restauração, R$ 459 mil, além de uma contrapartida municipal, são originários do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo), órgão da Secretaria do Turismo que atende cidades paulistas estâncias turísticas, caso de Presidente Epitácio.

Curioso na história é que a reinauguração, nesta sexta, ocorreu a distância, já que o descerramento da placa foi marcado para Presidente Prudente, onde o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), cumpriu agenda.

Ele, que deverá disputar o cargo de governador do estado em 2022, foi levado do DEM para o PSDB por João Doria e adotou figurino de candidato, com uma série de viagens pelo interior.

O prédio revitalizado abriga a Secretaria de Turismo e Cultura da cidade. Por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, o secretário da pasta, Wantuyr Tartari, disse que a recuperação do prédio vai além do objetivo de criar uma nova sede para a secretaria.

“É o resgate da história e autoestima de um povo batalhador que tem na antiga estação um dos símbolos do desenvolvimento local”, disse.

Na cidade, os passageiros deixaram de ter o trem como opção de transporte na estação em janeiro de 1999, mas o local seguiu servindo para o despacho de cargas por mais alguns anos.

A partir do momento em que deixou de ser utilizada para o transporte de cargas, no início da década de 2000, passou a sofrer deterioração constante nos anos seguintes, com perda gradual de telhas da plataforma de embarque, pichações, vidros quebrados, furtos e depósito de lixo, até culminar com o incêndio de 2019.

A Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada em 10 de julho de 1875 e chegou a Epitácio, na divisa com Mato Grosso do Sul (à época apenas Mato Grosso), 46 anos depois, em 1921, quando o ex-presidente Epitácio Pessoa, que governou o país de 1919 a 1922, a visitou.

Em janeiro de 1936, o então povoado foi elevado à categoria de distrito de Presidente Venceslau e, em dezembro de 1948, tornou-se município autônomo e homenageou o ex-presidente que a visitou.

A estação, porém, foi inaugurada apenas no ano seguinte à visita presidencial. Agora, caso o prazo seja cumprido, ela celebrará seu centenário sendo utilizada, o que não ocorreu nas duas últimas décadas.

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Acervo de associação inclui locomotivas fabricadas entre 1891 e 1968; conheça https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/01/acervo-de-associacao-inclui-locomotivas-fabricadas-entre-1891-e-1968-conheca/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/01/acervo-de-associacao-inclui-locomotivas-fabricadas-entre-1891-e-1968-conheca/#respond Sat, 01 May 2021 19:48:08 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2566 Há máquinas para todos os gostos, da boa e velha maria-fumaça fabricada ainda no século 19 a uma pequena locomotiva diesel-mecânica, passando pelas elétricas, que se notabilizaram na EFS (Estrada de Ferro Sorocabana).

O acervo do Centro de Memória Ferroviária mantido pela Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária foi aberto para visitação controlada neste sábado (1), em Sorocaba, no interior paulista, exibindo aos frequentadores um acervo variado de locomotivas e vagões que foram recuperados nos últimos anos e escaparam de virar sucata.

A clássica maria-fumaça é uma locomotiva Baldwin, de número 58 e fabricada em 1891, que atendeu a Sorocabana, enquanto outra, mais moderna, é elétrica, foi produzida em 1948 pela General Eletric e leva o número 2041.

São só dois exemplos de uma coleção que contempla ainda outras cinco locomotivas: diesel-mecânica Whitcomb (1942), diesel-elétricas GE/Caterpillar e GE/Cooper Bessemer (1948), LEW (1968) e elétrica Westinghouse (1948), além de carros de passageiros de luxo ou superluxo fabricados entre 1951 e 1963 para operação na Sorocabana.

A manutenção e conservação da número 58 ocorre por meio de parceria da associação com a Prefeitura de Sorocaba.

A Whitcomb, de 1942, chama a atenção pelo tamanho, muito diferente do habitualmente imaginado de uma locomotiva. Pequena, ela será como apoio operacional à maria-fumaça 58 no futuro Trem dos Operários, que percorrerá o trecho entre Sorocaba e Votorantim.

A locomotiva, que pertenceu no passado à própria Estrada de Ferro Sorocabana, foi restaurada após 18 meses de trabalhos, depois de a entidade receber patrocínio de uma empresa fornecedora de componentes, rolamentos e sistemas de alta precisão.

Já a maria-fumaça 58 foi colocada nos trilhos em caráter experimental em 2018, percorrendo trecho de um quilômetro.

Quando o trem entre Sorocaba e Votorantim estiver em operação, ela, que completou neste mês de abril 130 anos de fabricação, fará um trajeto de sete quilômetros entre as cidades.

Essas máquinas ficaram expostas ao público neste sábado, para visitação monitorada, em celebração ao Dia do Ferroviário (30 de abril), na estação Paula Souza.

A estação era o ponto inicial da antiga Estrada de Ferro Elétrica Votorantim e foi inaugurada em 1922. Ela abriga as locomotivas e carros de passageiros já restaurados ou que estão à espera de restauro, que é feito por voluntários.

Por conta da pandemia, a visitação foi limitada em 25% da capacidade do espaço. Informações sobre o acervo podem ser obtidas pelo e-mail mpfsorocabana@gmail.com.

A Sorocabana foi eletrificada em dezembro de 1944, o que foi algo notável para a época, por substituir o óleo diesel e a lenha pela eletricidade como propulsora de suas locomotivas. A ferrovia foi inaugurada em 1875.

O sistema operou por 55 anos, até que, em 1999, as locomotivas elétricas foram trocadas por diesel após o leilão feito pelo governo federal que resultou na desestatização da malha da já extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.).

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Dia do Ferroviário é celebrado com festa para locomotiva e eventos virtuais em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/30/dia-do-ferroviario-e-celebrado-com-festa-para-locomotiva-e-eventos-virtuais-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/30/dia-do-ferroviario-e-celebrado-com-festa-para-locomotiva-e-eventos-virtuais-em-sp/#respond Fri, 30 Apr 2021 19:41:18 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-30-at-14.53.51-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2549 O Dia do Ferroviário, celebrado neste 30 de abril, está sendo comemorado no interior de São Paulo com o aniversário de uma locomotiva histórica e eventos virtuais com vídeos comemorativos em cidades com forte influência das ferrovias, como Sorocaba, Bauru e Araraquara.

Em Sorocaba, a Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária fez um evento virtual nesta sexta-feira para comemorar também o aniversário de 130 anos da maria-fumaça nº 58, construída em abril de 1891 pela Baldwin Locomotive Works, nos EUA.

Locomotiva que pertenceu à EFS (Estrada de Ferro Sorocabana), ela é um dos principais símbolos do passado ferroviário de Sorocaba.

A associação de preservação apresentou a última fase de restauração do patrimônio histórico, que ocorrerá por meio de edital ProAC, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.

A restauração da máquina tem como objetivo uso futuro no Trem dos Operários, rota turística e cultural entre Sorocaba e Votorantim.

O pesquisador ferroviário e presidente da Sorocabana, Eric Mantuan, disse que o projeto prevê a manutenção do tênder, a restauração do compressor de ar a vapor, a produção e instalação de peneira na caixa de fumaça (para contenção de fagulhas) e a restauração externa da locomotiva.

Em Bauru, o museu ferroviário regional divulgará, a partir das 19h, um vídeo em homenagem à data, por meio das redes sociais da instituição.

O vídeo apresenta depoimentos de profissionais que atuam na preservação da memória ferroviária, como atuais e ex-ferroviários da cidade e da região.

Já em Araraquara, a coordenadoria de acervos e patrimônio histórico da Secretaria da Cultura lançou um vídeo comemorativo no canal da prefeitura no YouTube.

Produzido pela equipe da coordenadoria em parceria com o Museu Ferroviário e o MIS (Museu da Imagem e do Som), o material mostra o surgimento da ferrovia e o desenvolvimento da cidade, que estão entrelaçados, e homenageia homens e mulheres que dedicaram suas vidas a atividades ferroviárias.

Geraldo Benedicto, o Chumbinho, que trabalhou 30 anos na Estrada de Ferro Araraquara e é o principal personagem do vídeo, conta que tem saudades do tempo de ferroviário e que não entende o motivo de as ferrovias terem entrado em declínio no país.

“A história de Araraquara está profundamente entrelaçada à chegada dos trilhos no município e isto vai para muito além das questões econômicas envolvidas, que evidentemente foram imensas. As transformações no tecido social da cidade, com o afluxo de pessoas e de mercadorias, a velocidade no tráfego de informações, abrem as janelas de Araraquara para o mundo. Talvez o advento contemporâneo que mais se aproxima do impacto das transformações trazidas pela chegada dos trilhos seja o acesso à internet: há um antes e um depois”, disse, por meio da assessoria de imprensa da administração, a secretária da Cultura, Teresa Telarolli.

O museu ferroviário de Araraquara foi inaugurado em 2008 e reinaugurado em 2011 na antiga estação ferroviária e apresenta em suas salas mostras de diversos tipos de objetos, de ferramentas a material gráfico da Estrada de Ferro Araraquara.

No térreo os visitantes podem conhecer onde era a sala do chefe da estação, com móveis e objetos de época, além da sala de comunicação. No piso superior, há o memorial do imigrante, o salão principal, um auditório e a sala dos ferroviários.

Por conta da pandemia, o museu está funcionando das 9h às 17h, com atendimento máximo simultaneamente de 10 pessoas, sendo 5 em cada piso.

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Museu em estação de Mairinque abriga peças históricas da extinta Sorocabana https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/01/24/museu-em-estacao-de-mairinque-abriga-pecas-historicas-da-extinta-sorocabana/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/01/24/museu-em-estacao-de-mairinque-abriga-pecas-historicas-da-extinta-sorocabana/#respond Sun, 24 Jan 2021 11:49:53 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/WhatsApp-Image-2020-11-23-at-19.00.26-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2255 Primeira do gênero construída em concreto armado no país, a estação ferroviária de Mairinque abriga mais do que a história de sua arquitetura icônica.

Em uma sala –pequena, é verdade– guarda peças históricas da extinta Estrada de Ferro Sorocabana, que vão de um aparelho de telégrafo a voltímetros.

Também há placas metálicas utilizadas na estação e em composições ferroviárias, fotos antigas da estação, sinalizadores e tijolos com a inscrição EFS, referente à Sorocabana, entre outras peças.

Inaugurada em 1906, a estação que abriga o museu recebeu passageiros até janeiro de 1999 e substituiu uma antiga, menor, da Villa Mayrink, de 1875.

É tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mas está em situação precária especialmente nas partes elétrica e hidráulica e a AMPF (Associação Mairinquense de Preservação Ferroviária) busca recursos para contribuir em seu restauro.

A história do museu remonta há seis anos, quando a AMPF discutiu com a prefeitura a sua implantação.

As peças estavam no local, amontoadas num cômodo, até que foram dispostas como um museu, que ainda precisa de muitas adequações, de acordo com Carlos Alberto Prado Perez, tesoureiro da AMPF.

“As peças foram selecionadas e colocadas em exposição. Tínhamos um centro histórico antes, que foi transformado oficialmente em museu por lei municipal. Agora precisamos adequá-lo fisicamente e tecnicamente”, disse. A associação participa da gestão do espaço.

O objetivo é que ele faça parte da lista do Sisem-SP (Sistema Estadual de Museus de São Paulo), órgão da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Se isso ocorrer, a expectativa da associação é que ele passe a receber recursos, melhore a estrutura e amplie o total de visitantes.

Fechado devido à pandemia do novo coronavírus, o museu prevê reabertura tão logo isso seja possível, segundo Perez.

A singular estação, além de ser um dos testemunhos da memória ferroviária da extinta Estrada de Ferro Sorocabana, se destaca por ter sido projetada pelo arquiteto francês Victor Dubugras (1868-1933).

As inovações arquitetônicas, como o uso de marquises atirantadas, abóbadas nervuradas e modernização de ornamentos, eram novidades e experimentações do projetista, conforme o Iphan, o que a tornou icônica.

A estimativa atual é que todo o projeto de restauro da estação custe ao menos R$ 7,5 milhões.

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Em um mês, 3 locomotivas e 4 vagões são levados para preservação em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/08/em-um-mes-3-locomotivas-e-4-vagoes-sao-levados-para-preservacao-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/11/08/em-um-mes-3-locomotivas-e-4-vagoes-sao-levados-para-preservacao-em-sp/#respond Sun, 08 Nov 2020 19:46:11 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/1111111111111111-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2189 Em um intervalo de pouco mais de um mês, três locomotivas e quatro carros de passageiros deixaram os galpões em que estavam encostados –em alguns casos há mais de duas décadas– para serem levados a cidades do interior paulista para serem restaurados.

Neste sábado (7), quatro carros de passageiros que estavam sem utilização há seis anos, encostados em Cariacica (ES), terminaram a viagem de mais de mil quilômetros até Sorocaba, onde passarão por reforma para que possam ser utilizados futuramente em um trem turístico.

Antes, em setembro, três locomotivas que estavam no pátio da Luz, na capital, foram transferidas pelos trilhos até Cruzeiro (a 219 km de São Paulo), onde serão preservadas pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

As associações ferroviárias veem as iniciativas como importantes ganhos para a preservação da memória e para o acervo das entidades, que já oferecem rotas de trem no estado.

“Agora, iniciaremos um levantamento para o projeto de restauro, identificando eventuais peças faltantes, que precisem ser substituídas ou estejam desgastadas, para em seguida fazermos o projeto de restauro e futuramente irmos atrás de recursos para colocá-los em operação”, disse Eric Mantuan, presidente da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, que recebeu dois dos quatro carros de passageiros.

Os outros dois foram doados à APMF (Associação de Preservação da Memória Ferroviária), mas também foram levados de Cariacica a Sorocaba, onde ficarão guardados.

Os quatro vagões foram doados pela Vale às entidades. A empresa utilizou os carros até 2014 no trem entre Minas Gerais e Espírito Santo, ano em que foram retirados de operação devido à modernização da frota.

Eles, que foram fabricados pela Mafersa em 1962 para a extinta Estrada de Ferro Sorocabana, estavam com a Vale desde 2002.

Em 1971, nove anos após a fabricação dos carros, quando a Sorocabana e outras quatro companhias originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), passaram oficialmente ao controle do governo de São Paulo.

Assim ficaram até os anos 90, quando foram transferidos à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), que assumiu o espólio ferroviário de São Paulo em negociação entre os governos estadual e federal. Em seguida, o governo fez a concessão da malha ferroviária.

A viagem dos vagões entre Cariacica e Sorocaba durou quatro dias a mais que o previsto, devido a restrições em rodovias durante o feriado de Finados e à velocidade reduzida em trechos entre os estados, conforme a associação de preservação.

Uma análise preliminar mostrou que os dois carros da APMF estão em melhores condições, necessitando de revisões mecânicas devido ao tempo em que estão sem uso.

Não há prazo para que os carros sejam colocados em operação, o que vai depender de recursos obtidos pela associação. “Deve ocorrer ao longo de 2021, mas não conseguimos cravar um prazo, até porque ainda não temos condições sanitárias seguras para operar plenamente o nosso trem”, disse Mantuan.

A associação iniciou em 2018 uma operação turística, em caráter experimental, num trecho de um quilômetro entre a estação Paula Souza, no centro de Sorocaba, e a Vila Hortência.

A pandemia do novo coronavírus, porém, fez com que os planos de restauro de máquinas e de passeios fossem adiados. A maior parte dos funcionários e voluntários da Sorocabana pertence a grupos de risco da Covid-19.

“Se não consegue circular com plenitude, você não arrecada. Por mais que haja patrocínio de empresas e projetos com captação de incentivo fiscal, a receita imediata é arrecadação de bilheteria.”

A perspectiva é que no período natalino e nas férias de janeiro o trem possa operar, embora seja apenas uma previsão, sem nenhuma definição até aqui, devido ao cenário da pandemia.

Já a jornada para a restauração das três locomotivas doadas à ABPF durou quatro dias, menos que a viagem entre Espírito Santo e São Paulo, mas teve como componente a transferência entre São Paulo e Cruzeiro feita totalmente pelos trilhos.

O transporte foi visto por integrantes de movimentos de preservação como um dos maiores feitos já registrados no setor no país, por salvar de uma só vez três locomotivas e por elas terem sido transferidas para o local em que serão restauradas pela própria linha férrea.

As máquinas, fabricadas entre as décadas de 40 e 50, estavam abrigadas no depósito da Luz desde 2008. Duas delas foram utilizadas inicialmente pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, outra das ferrovias que originaram a Fepasa. Elas ficaram nos trilhos até 1998.

A outra permaneceu nos trilhos até 1996 e foi usada inicialmente pela antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí).

Assim como os carros levados à Sorocabana, as locomotivas serão alvo de um projeto de restauro, que será enviado aos órgãos patrimoniais para ser aprovado e, em seguida, executado, segundo Bruno Crivelari Sanches, presidente da associação.

“Vai ser uma reforma estética, pois o custo e as limitações para colocá-las em operação são inviáveis”, afirmou.

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Grupo busca recursos para resgate de cinco vagões do icônico Trem Ouro Verde https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/27/apos-ter-projeto-aprovado-associacao-busca-verba-para-restauro-de-vagoes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/27/apos-ter-projeto-aprovado-associacao-busca-verba-para-restauro-de-vagoes/#respond Sun, 27 Sep 2020 10:45:08 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/Trem-Ouro-Verde_01-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1974 Cinco carros de passageiros que estão abandonados em cidades do interior de São Paulo devem ser levados para Sorocaba para serem preservados e, no futuro, passarem por restauro.

Os cinco integraram o icônico Trem Ouro Verde, operado pela EFS (Estrada de Ferro Sorocabana), e serão preservados pela Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, que está em fase de captação de recursos para viabilizar o projeto integralmente.

O projeto intitulado EFS Ouro Verde 80 Anos foi aprovado pelo Proac (Programa de Ação Cultural), da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do governo paulista, que autorizou a captação de até R$ 269 mil.

A proposta prevê o resgate dos cinco carros de passageiros fabricados em 1937 para sediarem uma exposição temporária alusiva à história dos trens no estado.

“O trem foi o mais famoso da Sorocabana e estamos buscando recursos para operacionalizar o projeto total. É possível fazer com um valor inferior, mas não da forma como gostaríamos. Queremos uma ação à altura que o trem teve para a indústria ferroviária mundial, já que foi feito na Alemanha, e também por ter sido o primeiro trem de aço da Sorocabana”, afirmou Eric Mantuan, presidente da associação.

Do valor total, cerca de 60% já foram captados pelo movimento de preservação, que tem prazo até dezembro para buscar os valores necessários. O patrocínio das empresas pode ser pago com débitos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).

Além da fabricação alemã e de ter sido pioneiro entre os carros feitos com aço, os vagões também tiveram importância econômica e cultural muito forte para o período em que foram utilizados, pois ligavam a capital a Presidente Epitácio, passando por cidades como Sorocaba, Assis e Botucatu.

A Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária obteve autorização de uso pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e agora terá a missão de recolher esses vagões, que estão abandonados no interior. Entre eles, há um carro que já foi incendiado.

Mantuan afirmou que o objetivo da associação é, também, amealhar os vagões para resguardá-los de danos maiores, para que numa segunda etapa possa ser desenvolvido e colocado em prática um projeto de restauro.

“Teremos, depois, de buscar outras leis de incentivo para fazer o restauro. Sem o que estamos fazendo agora, não seria possível no futuro fazer o restauro.”

Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 1875, celebra, desde dezembro, 75 anos da substituição do óleo diesel e da lenha pela eletricidade como propulsora de suas locomotivas. A ferrovia data de 1875.

O sistema operou por 55 anos, até que, em 1999, as locomotivas elétricas foram trocadas por diesel após o leilão feito pelo governo federal que resultou na desestatização da malha da já extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.). No último dia 10 de julho, a Sorocabana completou 145 anos da sua inauguração.

Entre 1943 e 1948, a Sorocabana comprou 46 locomotivas elétricas do consórcio Electrical Export Corporation, que reunia a General Electric International e a Westinghouse Electric Company, para eletrificar a sua malha ferroviária entre as estações Júlio Prestes e Bernardino de Campos.

A eletrificação permitiu o aumento da velocidade dos trens e também do número de vagões por composição com mais segurança. O custo também era menor em comparação com o óleo diesel e à queima de lenha e carvão.
Em suas primeiras cinco décadas, a companhia ferroviária teve forte crescimento e a linha-tronco (a principal) chegou a Presidente Epitácio –município que hoje desenvolve um projeto de restauração de sua estação.

 

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Ferrovia eletrificada aberta por Vargas completa 75 anos; conheça sua história https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/08/30/ferrovia-eletrificada-aberta-por-vargas-completa-75-anos-conheca-sua-historia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/08/30/ferrovia-eletrificada-aberta-por-vargas-completa-75-anos-conheca-sua-historia/#respond Sun, 30 Aug 2020 11:00:29 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Inauguração-da-Eletrificação-da-EFS-em-1944-Crédito-Arquivo-Publico-do-Estado-de-SP-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1336 “Precisamente às 10h40, vindo diretamente da casa maternal, em companhia do senhor Fernando Costa, secretários de estado e outras altas autoridades, o senhor Getulio Vargas chegou à estação da Sorocabana, a fim de inaugurar o trecho já eletrificado daquela ferrovia.”

Assim a Folha publicou, em 10 de dezembro de 1944, o surgimento da eletrificação da Estrada de Ferro Sorocabana, uma das mais importantes criadas no interior de São Paulo e que celebra desde dezembro os 75 anos da substituição do óleo diesel e da lenha pela eletricidade como propulsora de suas locomotivas. A ferrovia data de 1875.

Já havia trens elétricos circulando entre Sorocaba e São Paulo alguns meses antes da visita de Vargas à estação Júlio Prestes, na capital, para inaugurar o sistema, mas todos em fase experimental.

O sistema operou por 55 anos, até que, em 1999, as locomotivas elétricas foram trocadas por diesel após o leilão feito pelo governo federal que resultou na desestatização da malha da já extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.).

“Foi uma obra viabilizada num período bastante conturbado da economia mundial, na Segunda Guerra, e o país conseguiu viabilizar isso num momento em que toda a indústria ferroviária norte-americana estava mobilizada para a produção de artefatos bélicos. É um dos maiores feitos do Brasil”, disse Eric Mantuan, presidente da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária.

No dia anterior, a Folha publicou que os nazistas tinham abandonado a Áustria e que as forças russas marchavam para completar o cerco a Budapeste (Hungria). A Segunda Guerra, iniciada em 1939, acabou em 1945.

Entre 1943 e 1948, a Sorocabana comprou 46 locomotivas elétricas do consórcio Electrical Export Corporation, que reunia a General Electric International e a Westinghouse Electric Company, para eletrificar a sua malha ferroviária entre as estações Júlio Prestes e Bernardino de Campos.

A eletrificação permitiu o aumento da velocidade dos trens e também do número de vagões por composição com mais segurança. O custo também era menor em comparação com o óleo diesel e à queima de lenha e carvão.

“A eletrificação foi um grande salto tecnológico, que fez da Sorocabana a ferrovia recordista em toneladas transportadas nos anos 50, principalmente, e 60. Essas duas décadas foram o auge da eletrificação”, afirmou Mantuan.

Os índices de transporte de cargas eram superiores, por exemplo, aos apresentados pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

A locomotiva Westinghouse nº 2041, que foi restaurada por voluntários do movimento de preservação da Sorocabana (Divulgação)
A locomotiva Westinghouse nº 2041, que foi restaurada por voluntários do movimento de preservação da Sorocabana (Divulgação)

Em comemoração à data, a Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária fez, já em dezembro do ano passado, uma exposição da locomotiva elétrica Westinghouse nº 2041, que foi restaurada por voluntários, e uma mostra fotográfica sobre o tema. O trem foi fabricado em 1948 nos EUA e é um dos que integram os lotes comprados naquela década pela Sorocabana.

A Sorocabana, no último dia 10 de julho, completou 145 anos de inauguração. A estrada de ferro foi muito importante para o desenvolvimento econômico do interior paulista e uma das cinco ferrovias que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), em 1971.

As outras foram a Companhia Paulista, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a Estrada de Ferro Araraquara e a São Paulo-Minas.

A Sorocabana apresentou forte crescimento nas suas primeiras cinco décadas, quando a linha-tronco (a principal) chegou a Presidente Epitácio –município que hoje, por rodovia, fica a 556 quilômetros de distância de Sorocaba.

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Perto do centenário, estação destruída por incêndio começa a ser recuperada https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/08/23/perto-do-centenario-estacao-destruida-por-incendio-comeca-a-ser-recuperada/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/08/23/perto-do-centenario-estacao-destruida-por-incendio-comeca-a-ser-recuperada/#respond Sun, 23 Aug 2020 10:40:03 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/PP-1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1926 Um ano após ter sido atingida por um grande incêndio e prestes a completar cem anos de inauguração, a histórica estação ferroviária de Presidente Epitácio passará por restauro para abrigar órgãos ligados ao turismo.

Importante para o desenvolvimento econômico da região, a estação foi parcialmente destruída –sobraram apenas as paredes– em 26 de agosto de 2019, no que foi apenas mais um episódio envolvendo o abandono vivido por ela, que já abrigava moradores de rua e usuários de drogas nas duas últimas décadas.

Ela foi essencial não só por amplificar a economia da cidade e municípios vizinhos, mas também por ser a última estação da Estrada de Ferro Sorocabana, que no mês de julho completou 145 anos de sua inauguração.

Aberta em 1º de maio de 1922, a estação está sendo recuperada há um mês e a previsão é de que as obras durem, no total, oito meses.

A restauração vai custar R$ 459 mil, além de contrapartida municipal, e será paga principalmente com recursos de convênio com o Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo), órgão da Secretaria do Turismo que atende cidades paulistas estâncias turísticas, caso de Presidente Epitácio.

Após a conclusão, de acordo com a prefeitura, o imóvel abrigará a pasta do Turismo e Cultura local, além de um ateliê e o acervo histórico da cidade.

Os passageiros deixaram de ter o trem como opção de transporte na estação em janeiro de 1999, mas o local seguiu servindo para o despacho de cargas por mais alguns anos.

A partir do momento em que deixou de ser utilizada para o transporte de cargas, no início da década de 2000, passou a sofrer deterioração permanente nos anos seguintes, com perda gradual de telhas da plataforma de embarque, pichações, vidros quebrados, furtos e depósito de lixo, até culminar com o incêndio do ano passado.

A Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada em 10 de julho de 1875 e chegou a Epitácio, na divisa com Mato Grosso do Sul (à época apenas Mato Grosso), 46 anos depois, em 1921, quando o ex-presidente Epitácio Pessoa, que governou o país de 1919 a 1922, a visitou.

Em janeiro de 1936, o então povoado foi elevado à categoria de distrito de Presidente Venceslau e, em dezembro de 1948, tornou-se município autônomo e homenageou o ex-presidente que a visitou.

A estação, porém, foi inaugurada apenas no ano seguinte à visita presidencial. Agora, caso o prazo seja cumprido, ela celebrará seu centenário sendo utilizada, o que não ocorreu nas duas últimas décadas.

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Estrada de Ferro Sorocabana completa 145 anos; entidade projeta nova ferrovia https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/10/estrada-de-ferro-sorocabana-completa-145-anos-entidade-projeta-nova-ferrovia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/07/10/estrada-de-ferro-sorocabana-completa-145-anos-entidade-projeta-nova-ferrovia/#respond Fri, 10 Jul 2020 10:30:05 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/Locomotiva-58-01-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1746 A Estrada de Ferro Sorocabana, importante para o desenvolvimento econômico do interior paulista a partir da segunda metade do século 19 e uma das cinco ferrovias que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), completa 145 anos de inauguração nesta sexta-feira (10).

Às 14h da mesma data, em 1875, o primeiro trem estacionou oficialmente na plataforma da estação em Sorocaba, lotado de convidados e políticos. Foi a primeira viagem de uma história que surgiu a partir do interesse do empresário Luiz Matheus Maylasky de criar uma companhia ferroviária para exportar a produção de algodão da região de Sorocaba.

De acordo com a prefeitura, o objetivo era ligar a ferrovia à estrada entre Itu e Jundiaí, que passaria por municípios como Itapetininga, Botucatu e Mairinque, até chegar a São Paulo.

A Sorocabana apresentou forte crescimento nas suas primeiras cinco décadas, quando a linha-tronco (a principal) chegou a Presidente Epitácio –município que hoje, por rodovia, fica a 556 quilômetros de distância de Sorocaba.

Apenas 17 anos após ser criada, por exemplo, ela assumiu a Ytuana, que enfrentava dificuldades financeiras. Mas sua história, como a da maioria das companhias ferroviárias paulistas, foi marcada por mudanças em seu controle acionário.

Em 1903, passou a pertencer ao governo federal que, dois anos depois, foi vendida ao governo de São Paulo. O estado, por sua vez, arrendou-a por 12 anos, até reassumir o controle, em 1919.

Em 1971, ela e outras quatro companhias ferroviárias –que também estavam sob controle do governo– foram unificadas na Fepasa. As outras foram a Estrada de Ferro Araraquara, Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e São Paulo-Minas.

PROJETO

Embora não transporte passageiros desde 1999, o movimento ferroviário é forte em Sorocaba, que por meio da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária desenvolve um projeto de restauração de locomotivas e carros de passageiros para a implantação do Trem dos Operários, que percorrerá o trecho entre Sorocaba e Votorantim.

Em junho, foram transportados 280 dormentes de madeira, doados pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para a manutenção da via permanente da chamada Estrada de Ferro Elétrica Votorantim.

O acervo da entidade atualmente é composto por 5 locomotivas (2 diesel, 2 elétricas e 1 diesel-mecânica), 10 carros de passageiros e 3 vagões de carga. Tem, ainda, convênio com a prefeitura para operar a fazer a manutenção de uma locomotiva a vapor (maria-fumaça).

Desses, estão em condições de operar hoje 2 locomotivas e 1 carro de passageiros. Os demais necessitam de restauro.

A Prefeitura de Sorocaba tem divulgado em suas redes sociais vídeos de uma série intitulada Tour Virtual Cult, em que narra detalhes sobre a ferrovia, em alusão à celebração de seus 145 anos.

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São Paulo abre estudo para tombamento de bens da extinta ferrovia Sorocabana https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/08/sao-paulo-abre-estudo-para-tombamento-de-bens-da-extinta-ferrovia-sorocabana/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/08/sao-paulo-abre-estudo-para-tombamento-de-bens-da-extinta-ferrovia-sorocabana/#respond Sun, 08 Mar 2020 10:31:01 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/Sorocaba-restauro-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1406 O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) deu parecer favorável à abertura de estudos para o tombamento de uma série de carros de passageiros da extinta Estrada de Ferro Sorocabana.

Hoje, esses bens estão abandonados pelo estado, em cidades como Mairinque, Anhembi, Ribeirão Preto e Botucatu.

No total, de acordo com o Condephaat, o estudo vai contemplar 12 vagões que eram utilizados no transporte de passageiros pela Sorocabana. Com a abertura dos processos, os bens ficam, por lei, preservados até que haja uma decisão final sobre cada um dos carros.

“[Fica] Proibida qualquer intervenção que possa vir a descaracterizar os referidos bens, sem prévia autorização do Condephaat, podendo ser punido o descumprimento do acima disposto com as sanções penais previstas”, diz trecho da publicação do órgão de preservação paulista sobre a abertura do processo.

Para Eric Mantuan, presidente da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, a proteção prevista por lei impedirá que os carros sejam danificados nos locais em que estão atualmente.

Quatro dos vagões estão sob responsabilidade da concessionária Rumo, enquanto os outros oito são de responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

O temor da associação é que ocorra danos como os registrados em dezembro num vagão construído há 67 anos e que estava estacionado nas dependências da oficina de Mairinque. Ele era alvo do próprio movimento de preservação de Sorocaba.

Não é a primeira vez que o Condephaat toma tal medida em relação aos bens da extinta Sorocabana.

Em 2018, o conselho abriu processo que pode resultar no tombamento de dezenas de antigas locomotivas elétricas, de vagões e de um complexo ferroviário no interior paulista.

Conforme o órgão, 42 itens, a maioria locomotivas, passarão pelo estudo que pode resultar no tombamento. Desse total, 17 locomotivas pertenciam à Estrada de Ferro Sorocabana.

ACERVO

A associação de Sorocaba tem como objetivo restaurar bens ferroviários e implantar um trem turístico na região. O acervo da entidade atualmente é composto por 5 locomotivas (2 diesel, 2 elétricas e 1 diesel-mecânica), 10 carros de passageiros e 3 vagões de carga. Tem, ainda, convênio com a prefeitura para operar a fazer a manutenção de uma locomotiva a vapor (maria-fumaça).

Desses, estão em condições de operar hoje 2 locomotivas e 1 carro de passageiros. Os demais necessitam de restauro.

Criada em 1870, a Estrada de Ferro Sorocabana começou a operar cinco anos depois e foi extinta em 1971, quando foi uma das cinco empresas que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.).

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