Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Celebração do Natal será feita em trens noturnos no interior de SP; veja datas https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/16/celebracao-do-natal-sera-feita-em-trens-noturnos-no-interior-de-sp-veja-datas/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/16/celebracao-do-natal-sera-feita-em-trens-noturnos-no-interior-de-sp-veja-datas/#respond Tue, 16 Nov 2021 10:48:25 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/d866e8201ad57ecb1922c347f2cfc6ae1ff83352146bc03dda1c5ab2ffd5eb0e_5be74b0e2440f-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3124 Depois de um hiato em 2020 devido à pandemia da Covid-19, o Natal voltará a ser celebrado nos trilhos neste ano no interior de São Paulo.

Com decoração especial, brincadeiras e entrega de presentes pelo Papai Noel, o trem natalino percorrerá a rota entre Campinas e Jaguariúna no período noturno em três datas: 4, 11 e 18 de dezembro.

Batizado de Expresso Noel, o trem terá decoração interna especial nos carros de passageiros e será conduzido por uma locomotiva também iluminada.

Nas três datas, sempre aos sábados, o trem partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 18h, com destino à estação Jaguariúna, na cidade vizinha. Meia hora antes, o Papai Noel e a fada chegarão de trem à estação de origem.

“É um passeio que já virou tradição e os passageiros aguardam por ele”, disse Mauricio Polli, tesoureiro da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que oferece a rota desde a década de 80.

Segundo ele, haverá distribuição de balas às crianças que participarem do roteiro, com a presença do Papai Noel e de uma fada.

O trem tem chegada prevista para as 19h30 em Jaguariúna, com uma hora e meia de intervalo até o retorno, programado para as 21h, com chegada às 22h.

Os ingressos do primeiro lote custam R$ 120 (adultos) e R$ 80 (crianças de 6 a 12 anos). Para os pais que desejarem, o Papai Noel poderá entregar um presente aos filhos (taxa de R$ 35, além do presente, que já deverá ser levado embalado).

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração*: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços*: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

(*) passeios normais, diurnos, aos sábados e domingos

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Após 8 anos sem acidente, 2 mulheres são atropeladas por trem turístico em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/apos-8-anos-sem-acidente-2-mulheres-sao-atropeladas-por-trem-turistico-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/apos-8-anos-sem-acidente-2-mulheres-sao-atropeladas-por-trem-turistico-em-sp/#respond Mon, 11 Oct 2021 00:08:13 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-05-at-23.02.24-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3033 Oito anos após um acidente em Jaguariúna, o trem que percorre os 24 quilômetros de trilhos entre a cidade e Campinas voltou a registrar uma ocorrência neste sábado (9), quando duas mulheres foram atingidas pela composição. Uma delas teve o antebraço esquerdo amputado.

Elas estavam num grupo com cerca de dez pessoas que tentava atravessar a ponte sobre o rio Atibaia, por onde a maria-fumaça passa, quando foram surpreendidos pela composição, que percorre o trecho todos os finais de semana.

Uma das vítimas, de 28 anos, conseguiu pular a tempo, mas outra, de 23, foi atingida pela locomotiva. Foi o primeiro acidente na ponte desde que o roteiro passou a ser oferecido, em 1984, segundo a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que opera a rota.

A composição, que trafega em média a 25 km/h, era formada por uma maria-fumaça, uma locomotiva a diesel e sete carros de passageiros, que transportavam cerca de 200 turistas neste sábado.

O peso estimado do trem era de 300 toneladas, o que impede, segundo o setor ferroviário, que a parada ocorra imediatamente após os freios serem acionados.

De acordo com a ABPF, o maquinista acionou a buzina e freou, o que ainda permitiu que parte das pessoas conseguisse atravessar a ponte a tempo, exceto as duas mulheres. O grupo era composto por dois casais e cinco crianças.

“Por sorte, havia um médico no trem, que fez um torniquete no braço dela. A parte atingida fica do cotovelo para baixo. Fizemos todo o possível para socorrer imediatamente. Depois, levamos a família até Anhumas e, em seguida, à casa deles. O helicóptero Águia, da PM, foi acionado para socorrer a mulher para São Paulo”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF.

O acidente ocorreu por volta das 13h, quando o trem retornava de Jaguariúna para a estação Anhumas, em Campinas. O grupo a pé caminhava no mesmo sentido.

O último acidente até aqui tinha sido registrado em 2013, na estação de Jaguariúna. No dia 6 de outubro daquele ano, uma turista teve o pé direito e um dedo do esquerdo amputados após ser atropelada por uma maria-fumaça.

A mulher ferida neste sábado foi levada pelo helicóptero da PM ao HC (Hospital das Clínicas), em São Paulo, para uma cirurgia de reimplante do membro.

A outra pedestre foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Mário Gatti, em Campinas. Ao menos uma passageira do trem passou mal após o acidente deste sábado.

Por conta de acidentes do tipo, concessionárias que administram ferrovias fazem campanhas de conscientização permanentes contra atropelamentos. Elas afirmam que a presença de pedestres é proibida nos trilhos e nas áreas próximas e que os trens têm um tempo de reação até a parada total muito maior que um automóvel.

Como exemplo, embora tenha registrado queda em relação em 2019, a concessionária MRS Logística registrou 55 atropelamentos em sua área de atuação em 2020. Batidas envolvendo trens e carros são outra preocupação.

Neste domingo (10), o roteiro entre Campinas e Jaguariúna operou normalmente, com mais carros de passageiros que no dia anterior.

Devido ao feriado prolongado, a associação colocou trens extras em operação: um nesta segunda-feira (11) e dois na terça-feira (12), quando, em celebração ao Dia da Criança, uma composição com 120 passageiros partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 10h10.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário, com doação de 1 kg de alimento) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

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Com maria-fumaça e trens extras, Dia da Criança será celebrado nos trilhos em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/08/com-maria-fumaca-e-trens-extras-dia-da-crianca-sera-celebrado-nos-trilhos-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/08/com-maria-fumaca-e-trens-extras-dia-da-crianca-sera-celebrado-nos-trilhos-em-sp/#respond Fri, 08 Oct 2021 16:21:13 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-07-at-14.43.53-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3023 Um trem especial com direito a super-herói, fada e vagão VIP e as últimas viagens de uma composição comemorativa celebrarão o Dia da Criança neste feriado prolongado no interior de São Paulo.

Na rota entre Campinas e Jaguariúna, a maior em operação no estado, entre sábado (9) e terça-feira (12) serão oferecidas sete viagens entre as cidades, num trecho total de 48 quilômetros que permite conhecer cinco estações ferroviárias –três no trecho, além das duas de origem e destino.

Serão duas sábado (9), duas domingo (10), uma segunda-feira (11) e outras duas terça. Para comemorar o Dia da Criança, terça-feira, a composição liderada por uma maria-fumaça e que tem apenas 120 bilhetes à venda partirá da estação Anhumas, em Campinas, às 10h10, mas as atividades terão início antes.

Às 9h está prevista a chegada do Homem-Aranha e da Fada Docinho, que vão entreter as crianças até o embarque. Com o trem em movimento, as crianças receberão um kit lanche.

“É um trem especial, para celebrar a data. Teremos um carro [de passageiros] VIP, com monitor explicando mais detalhadamente o roteiro”, afirmou Mauricio Polli, tesoureiro da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), responsável pela ferrovia.

A viagem até Jaguariúna dura uma hora e 20 minutos. Após uma parada de uma hora, o trem retornará a Campinas. Os ingressos custam R$ 150 (inteira) ou R$ 90 (ingresso solidário, com doação de um quilo de alimento).

Parte da renda obtida no roteiro é aplicada na manutenção de carros de passageiros e locomotivas e, também, na busca de mais veículos históricos.

Carro de passageiros Budd/Mafersa 800, que foi transformado em salão-bar pela extinta Fepasa (Divulgação/ABPF)
Carro de passageiros Budd/Mafersa 800, que foi transformado em salão-bar pela extinta Fepasa (Divulgação/ABPF)

Já entre Valinhos e Louveira, passando por Vinhedo, o final de semana prolongado marcará a despedida –ao menos por enquanto– do Expresso Vale das Frutas, que foi inaugurado em setembro.

O trem fará viagens entre sábado e terça-feira, ligando as três cidades do interior paulista, que no passado foram atendidas pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e que há mais de duas décadas não tinham transporte de passageiros por seus trilhos.

O roteiro passa por antigas instalações ferroviárias, estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império, em trecho que atualmente é administrado pela MRS LogísticaOs ingressos custam de R$ 65,40 e R$ 98,10, dependendo do percurso escolhido, e podem ser adquiridos aqui.

A rota entre Louveira e Vinhedo é percorrida em meia hora. De Louveira a Valinhos, a duração é de uma hora e dez minutos.

Carros históricos da ABPF são utilizados no trecho, por isso o Trem de Guararema, que abriga esse acervo ferroviário, não vai operar neste feriado prolongado.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna
Rota: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
Preços: R$ 150 (inteira), R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

Expresso Vale das Frutas
Rota: Louveira a Valinhos, passando por Vinhedo
Duração: 30 minutos (trecho) ou uma hora e dez minutos (percurso inteiro)
Preços: de R$ 65,40 a R$ 98,10 (conforme o trecho)
Atrações: estações desativadas e imóveis que remontam ao Brasil Império

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Restaurado após 11 anos, vagão que viraria sucata volta aos trilhos em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/restaurado-apos-11-anos-vagao-que-viraria-sucata-volta-aos-trilhos-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/restaurado-apos-11-anos-vagao-que-viraria-sucata-volta-aos-trilhos-em-sp/#respond Mon, 05 Jul 2021 11:26:44 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2854 Depois de chegar a entrar na fila para ser desmanchado, um carro de passageiros que foi doado pela Vale à ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) voltou aos trilhos neste domingo (4) no interior de São Paulo.

Ele não é um vagão antigo como outros já recuperados –foi produzido em 1965–, mas é emblemático para a entidade por ser o primeiro do acervo a ter pertencido à Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Fabricado pela Companhia Industrial Santa Matilde em Três Rios (RJ), o carro de passageiros foi utilizado em toda a sua existência exclusivamente na ferrovia que liga Belo Horizonte a Cariacica (ES).

“Ele estava parado desde meados dos anos 2000 e logo que chegou para nós começamos a reformar, mas paramos por conta de outras demandas. Reiniciamos em 2020, mas veio a pandemia a paramos de novo. Conseguimos reiniciar mais uma vez, agora com apoio da Vale, que aprovou um projeto que apresentamos de restauração”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF, antes da viagem inaugural do carro.

Representando o antigo Trem Rio Doce, o carro de passageiros foi usado numa viagem com outros dois vagões, um que pertenceu à Estrada de Ferro Sorocabana e outro que foi usado no passado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Sim, a viagem deste domingo foi feita com somente três carros de passageiros. O movimento por conta da pandemia está muito abaixo da média, o que tem feito com que a ABPF lance campanhas oferecendo desconto de 50% nos bilhetes aos adultos que doarem um quilo de alimento não perecível para tentar atrair mais passageiros. Antes da pandemia, viagens com mais de uma dezena de vagões eram comuns.

O renascimento do carro ocorreu com a recuperação de detalhes históricos, como as maçanetas cromadas e o mapa das estações ferroviárias em que o trem fazia paradas no passado.

Após partir de Belo Horizonte, ele passava por locais como Barão de Cocais, João Monlevade, Pedra Corrida, Governador Valadares e Resplendor, entre outros.

Para que fosse possível voltar aos trilhos em Campinas, a ABPF contou com uma dose de sorte também. Em 2010, Gazetta Filho foi conhecer a oficina da Vale no Espírito Santo depois de ter embarcado em Belo Horizonte e percorrido o trecho de 664 km da Vitória-Minas.

No local, encontrou o carro agora reformado e outros dois, que estavam em péssimas condições. “Estavam podres mesmo, mas perguntaram se a gente tinha interesse. Dissemos que sim, fizemos a documentação e saíram os três carros de lá”, disse.

O carro que foi reinaugurado agora seguiu pelos trilhos até Paulínia e foi colocado numa carreta para chegar às oficinas da ABPF, na estação Carlos Gomes, em Campinas.

Já os outros dois carros foram levados pela Vale até a capital mineira, de onde seguiram para Lavras e completaram o percurso em caminhões.

O trem entre Espírito Santo e Minas Gerais percorre a rota diariamente, numa viagem que dura 13 horas e passa por margens do rio Doce, trechos de mata atlântica no Espírito Santo e montanhas em Minas.

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Afinal, é caro viajar em trens no país? https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/afinal-e-caro-viajar-em-trens-no-pais/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/afinal-e-caro-viajar-em-trens-no-pais/#respond Sun, 16 May 2021 11:20:34 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Trem-PR-28329-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2621 “Está muito caro, com esse preço que cobram viajo com minha família para outro lugar.” “Nem em viagens longas na Europa gasta-se tanto quanto nos trens aqui no Brasil.”

É rotina receber de leitores do blog reclamações e comentários como esses dois acima sobre os preços praticados nos passeios turísticos de trem no país. É mais comum ainda ver postagens do tipo esquentarem discussões em grupos ligados a ferrovias em redes sociais.

Mas é caro mesmo viajar nos trens turísticos existentes no país? Para tentar encontrar uma resposta, o blog ouviu representantes de associações de preservação ferroviária para entender os custos envolvidos nas operações, turistas –que são os pagantes– e comparou com preços praticados em roteiros na Europa.

Para você responder, leve em conta o total de passageiros envolvidos em sua viagem, o destino escolhido, promoções feitas pelas operadoras, seu envolvimento com o mundo ferroviário e até mesmo a idade dos turistas que farão o percurso.

Para viajar na maria-fumaça entre Campinas e Jaguariúna, a rota mais extensa do interior paulista, com 48 km no total, uma família com dois adultos e duas crianças de até 12 anos gastaria neste mês R$ 240, graças a uma promoção feita pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) para tentar atrair turistas em meio à pandemia.

Cada passageiro precisa levar um quilo de alimento para ser doado a entidades assistenciais para ter direito ao valor promocional. Fora da promoção, o mesmo roteiro custaria R$ 400.

Também há descontos para estudantes, pessoas com deficiências, professores e funcionários de escolas estaduais, moradores de Campinas e Jaguariúna, policiais (civis, militares e federais, além de guardas municipais) e pessoas com 60 anos ou mais.

Já no Trem Republicano, que opera entre Salto e Itu e é mantido pela iniciativa privada –a Serra Verde Express, que também oferece o roteiro entre Curitiba e Morretes, na serra do Mar paranaense–, o bilhete em maio custa R$ 77 para adultos (o trecho), R$ 39 para crianças até 12 anos e R$ 49 para pessoas com 60 anos ou mais. Ida e volta custa a partir de R$ 115. Também há desconto de 50% para moradores das duas cidades.

Na rota operada no Paraná, a viagem de quatro horas e quinze minutos entre Curitiba e Morretes, incluindo serviço de bordo, kit lanche e uma bebida, além do guia turístico, custa a partir de R$ 135 por trecho.

Um dos mais novos roteiros em operação no país, o Trem Caiçara, entre Morretes e Antonina, também no Paraná e mantido pela regional sul da ABPF, cobra neste mês R$ 40 (o trecho), R$ 50 (ida de trem e retorno rodoviário) e R$ 70 (ida e volta de trem), com isenção para crianças de até 5 anos.

“Sei que há gastos que nós, meros turistas, nem imaginamos que existam, mas não consigo entender como pode custar tão caro [para levar a família]”, disse o comerciante Pedro Martins Costa, de Hortolândia (SP), em mensagem ao blog.

Neto de ex-ferroviário, ele nutre paixão pelas ferrovias desde a infância e já visitou praticamente todos os roteiros disponíveis no país. “Já andei desde os trens da CPTM até o Vitória-Minas [rota regular, diária, operada pela Vale], que proporcionalmente são mais baratos.”

Sim, são. Só é preciso separar os tipos de rotas ferroviárias existentes ao se fazer qualquer tipo de comparação.

O Vitória-Minas, entre o embarque em Belo Horizonte e a estação Pedro Nolasco, em Cariacica (ES), custa R$ 73 na classe econômica, numa viagem de mais de 12 horas de duração. Mas é uma concessão, uma linha regular que opera todos os dias entre os dois estados. Não é uma rota turística, embora muitos a tratem como tal.

Já os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) integram o chamado transporte de alta capacidade, são um meio de locomoção para contribuir com a mobilidade urbana da região metropolitana da capital, transportando 3 milhões de usuários por dia.

Na Europa, é possível viajar de Paris a Zurique, dependendo a época do ano, por 39 euros (o equivalente a cerca de R$ 250), ou de Roma a Paris por 84 euros (R$ 535). Ou seja, não é tão barato como se pensa, quando o valor é convertido para reais. Mas, assim como nos casos relatados acima, são viagens de rotas regulares.

O que ocorre muitas vezes é turistas fazerem viagens noturnas de trem na Europa até chegarem ao próximo país de destino, o que pode resultar em economia com uma diária de hotel, por exemplo. Mas essa é outra história.

Já os trens turísticos brasileiros, como o próprio nome diz, normalmente operam entre sextas-feiras e domingos ou apenas aos sábados e domingos, e têm custos altos. Em Campinas, a ABPF tem mais de 20 funcionários contratados para manutenção da via, oficinas e serviços administrativos.

“O problema é que os gastos nunca se resumem ao valor dos ingressos. Tem sempre um souvenir à venda, fora alimentação e transporte para chegar até lá”, diz Romualdo Silva, outro leitor do blog.

As reclamações, em geral, são para todos os roteiros. Um deles é o feito pelo Trem do Corcovado, no Rio, responsável por praticamente um terço dos 3 milhões de passageiros que viajavam anualmente antes da pandemia em rotas turísticas e culturais, segundo dados da Abottc (Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais).

Embora percorra um trecho pequeno, 4 quilômetros, feitos em 20 minutos, o bilhete em baixa temporada custa R$ 71 –em alta, R$ 88–, com descontos para crianças até 11 anos, pessoas com 60 anos ou mais e moradores do Rio. Há uma promoção vigente até 30 de junho, com ingressos a R$ 58.

“Muitas pessoas se queixam dos preços, mas não sabem o que envolve a manutenção e a restauração de uma locomotiva ou um carro de passageiros. Muitas vezes as peças não existem mais, precisam ser fabricadas, e isso leva tempo e dinheiro”, disse o diretor administrativo da ABPF Campinas, Hélio Gazetta Filho.

Esse é um ponto interessante para a discussão. A maioria dos roteiros em operação no país têm como função serem, além de turísticos, trens históricos ou culturais, reproduzindo características das regiões em que funcionam, com danças e comidas típicas e guias contando a história local.

Ou seja, pregam a preservação da memória e da ferrovia. E preservar, no caso brasileiro, é praticamente ter de refazer locomotivas antigas ou carros de passageiros que são resgatados e, por pouco, não viraram sucata. O descaso histórico do país com os bens ferroviários cobra seu preço de alguma forma. No caso, no bolso dos turistas.

“Ser caro ou não depende de como você faz a contabilidade. Se for considerar só o custo operacional, combustível, desgaste do trem e manutenção da linha, a viagem é cara. Só que a ABPF precisa ter uma margem para conseguir fazer caixa e investir na recuperação. Se não for assim, não vai ter restauração de mais nada”, disse o presidente da entidade, Bruno Crivelari Sanches. A ABPF opera a maior parte das rotas no país.

Esse excedente, digamos, foi o que permitiu, segundo ele, que a associação conseguisse pagar salários durante a paralisação causada pela pandemia e, ao mesmo tempo, investir nas restaurações de locomotivas.

E qual o custo para reformar uma maria-fumaça centenária? Pode passar de R$ 1 milhão, dependendo do tipo, tamanho e estado.

A ABPF venceu uma licitação da Prefeitura de Ribeirão Preto em 2020 para reformar uma maria-fumaça que passou 47 anos abandonada numa praça da cidade, enferrujando e sendo alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço.

Restaurar a locomotiva alemã Borsig, uma das três remanescentes da fabricante, no país, custará R$ 749 mil à prefeitura do interior paulista. Se ela pertencesse à ABPF e tivesse de ser restaurada para voltar aos trilhos, com o valor atual seria necessário vender 9.362 bilhetes de trem entre Campinas e Jaguariúna para pagar o restauro, com o valor revertido integralmente à reforma.

No último domingo, 120 turistas fizeram o percurso entre as duas cidades paulistas. Antes da pandemia, o passeio no interior paulista reunia em média 60 mil turistas por ano.

Sanches disse entender as queixas, mas afirmou que a maioria das famílias faz em média um passeio por ano, o que significaria que esse valor se diluiria no orçamento familiar ao longo do ano.

“Há, claro, quem goste mais e viaje mais. Mas [com o valor do bilhete] também conseguimos fazer passeios sociais, sem custos, para atender as necessidades que nos chegam”, disse Sanches.

Uma opção para baratear o preço do turismo ferroviário é o passageiro se tornar sócio da ABPF. A semestralidade custa R$ 160 e dá direito a viajar à vontade em todos os trens vinculados à associação em operação no país.

“Além da satisfação de contribuir para a causa, o objetivo é que a pessoa também venha contribuir voluntariamente com nossas ações, que seja um multiplicador da preservação”, disse Mauricio Polli, tesoureiro nacional da associação.

Tire sua conclusão, dê sua sugestão, escreva para o blog falando sobre o assunto. O tema não se esgota aqui.

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Em busca de público, rota ferroviária dá desconto de 50% em viagens até junho https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/10/em-busca-de-publico-rota-ferroviaria-da-desconto-de-50-em-viagens-ate-junho/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/10/em-busca-de-publico-rota-ferroviaria-da-desconto-de-50-em-viagens-ate-junho/#respond Mon, 10 May 2021 11:25:16 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/1-3-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2625 Para manter as atividades e tentar atrair mais público em meio à pandemia, a rota ferroviária entre Jaguariúna e Campinas, no interior de São Paulo, poderá ser feita pelos passageiros com desconto de 50% nos valores dos bilhetes em maio e junho.

Com permissão para transportar até 30% da capacidade do público, a rota tem atraído em média 120 passageiros, abaixo das 300 necessárias para a manutenção de todas as atividades desenvolvidas pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) em Campinas.

Neste domingo (9), por exemplo, o trem partiu com apenas cinco carros de passageiros. Com essa demanda, em tempos normais, poderia ser com menos carros, não fosse a necessidade de manter distanciamento social entre os visitantes dentro dos vagões. O uso de máscaras é obrigatório em todo o percurso.

“A promoção foi aberta para maio, mas resolvemos incluir junho também para motivar o pessoal a fazer o passeio e para auxiliar os bairros próximos, que são carentes, com os alimentos arrecadados”, afirmou Maurício Polli, tesoureiro nacional da ABPF.

A promoção é válida desde que os turistas doem um quilo de alimento, que tem como objetivo auxiliar famílias necessitadas em meio à pandemia da Covid-19. O ingresso inteiro, que custa R$ 120, está sendo vendido por R$ 80, com a doação do alimento. Crianças pagam R$ 40. O trem opera aos sábados e domingos.

Outro objetivo da associação é obter recursos para a manutenção dos trabalhos e também pagamento de servidores.

Parte dos empregados foi incluída no programa de redução de jornada e salário do governo federal. Até a última quinta-feira (6), mais de 500 mil acordos tinham sido assinados no país, segundo o Ministério da Economia, e a previsão para este ano é que o total chegue a cerca de 5 milhões de acordos.

“Provavelmente não vai ter férias [escolares] em julho, devido à situação”, disse Polli. Julho historicamente é um mês com alta demanda na rota turística, mas a pandemia provocou mudanças nos calendários escolares e a ABPF não conta com retorno financeiro alto no mês.

O roteiro inclui cinco estações ferroviárias, a maioria delas em Campinas, e uma pausa em Jaguariúna, onde o turista, quando a normalidade permitir, poderá visitar uma feira com artesanatos e produtos típicos e almoçar em restaurantes nas proximidades da estação local.

O trem percorre, no total, 48 quilômetros (ida e volta) entre as duas cidades.

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Principal rota em São Paulo, trem entre Campinas e Jaguariúna volta a operar https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/18/principal-rota-em-sao-paulo-trem-entre-campinas-e-jaguariuna-volta-a-operar/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/18/principal-rota-em-sao-paulo-trem-entre-campinas-e-jaguariuna-volta-a-operar/#respond Sun, 18 Apr 2021 11:55:23 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/IMG_4483-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2485 Maior rota turística em operação em São Paulo, a maria-fumaça entre Campinas e Jaguariúna voltará aos trilhos no próximo sábado (24).

Com as atividades paralisadas desde o dia 3 de março devido a restrições impostas pelo governo paulista como forma de combate à Covid-19, a maria-fumaça percorre um total de 48 quilômetros (ida e volta) entre as duas cidades.

O roteiro inclui cinco estações ferroviárias e uma pausa em Jaguariúna, onde o turista, quando a normalidade permitir, poderá visitar uma feira com artesanatos e produtos típicos e almoçar em restaurantes nas proximidades da estação local.

Operada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), a rota será retomada com dois horários no próximo final de semana e com a adoção de protocolos, como a limitação de passageiros nos carros, para que haja distanciamento entre os frequentadores.

Às 10h10, o trem partirá da estação Anhumas, em Campinas, com destino à estação Jaguariúna. Às 15h será a vez da composição que faz meio percurso -deixa Anhumas com destino à estação Tanquinho, também em Campinas.

A paralisação de cerca de dois meses não foi a primeira envolvendo o trem por conta da pandemia. Em março do ano passado, todas as operações do país sofreram interrupção em seu funcionamento como forma de tentar evitar a propagação do novo coronavírus.

O trem seguiu paralisado até outubro, quando retomou as atividades com uma homenagem involuntária a cinco companhias ferroviárias que operaram no passado no país.

Tracionada por uma locomotiva que pertenceu à Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a composição tinha quatro vagões, que pertenceram à Estrada de Ferro Sorocabana, São Paulo-Paraná, Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Viação Férrea do Rio Grande do Sul.

O da Sorocabana era o carro-restaurante, enquanto os outros três, de passageiros, eram de primeira classe.

A pandemia, aliás, fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos por pelo menos cinco meses, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade no país nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).

Os bilhetes custam R$ 120 (inteira) e R$ 80 (meia), para o percurso completo. Para meio percurso, a inteira custa R$ 100 e a meia, R$ 60.

Até o fim de maio, porém, a ABPF está fazendo uma campanha da solidariedade, que fará com que o passageiro pague meia-entrada para qualquer passeio caso ele doe um quilo de alimento. Nesse período, crianças de 6 a 12 anos pagarão R$ 40.

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Retorno aos trilhos na maior rota do interior homenageia 5 companhias; veja https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/27/retorno-aos-trilhos-na-maior-rota-do-interior-homenageia-5-companhias-veja/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/27/retorno-aos-trilhos-na-maior-rota-do-interior-homenageia-5-companhias-veja/#respond Tue, 27 Oct 2020 10:50:01 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/IMG_4483-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2151 A volta aos trilhos dos trens entre Campinas e Jaguariúna, neste final de semana no interior paulista, foi marcada por uma homenagem involuntária a cinco companhias ferroviárias que operaram no passado no país.

Tracionada por uma locomotiva que pertenceu à Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a composição tinha quatro vagões no sábado (24), que pertenceram à Estrada de Ferro Sorocabana, São Paulo-Paraná, Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Viação Férrea do Rio Grande do Sul.

O da Sorocabana era o carro-restaurante, enquanto os outros três, de passageiros, eram de primeira classe.

A composição ainda é pequena, se comparada às habituais de antes da pandemia, mas ela é vista pelos integrantes da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) como um bom recomeço após praticamente sete meses de interrupção das atividades entre as duas cidades devido ao novo coronavírus. No domingo (25), o trem já fez o percurso com sete carros.

Diretor administrativo da ABPF, Hélio Gazetta Filho disse que a viagem com carros de diferentes companhias ferroviárias foi uma feliz coincidência, principalmente por envolver o carro-restaurante. Veja como ficou a composição, em vídeo do membro da associação Vanderlei Antonio Zago.

“Às vezes o restaurante não vai, mas como tinha o [roteiro especial do] café no sábado, ele foi. E coincidentemente ficou um de cada. No domingo, ainda tínhamos dois da Estrada de Ferro Noroeste [do Brasil]”, afirmou.

Após um mês e meio do retorno aos trilhos após a paralisação de quase seis meses devido à pandemia, os trens que partem da estação Anhumas, em Campinas, passaram a chegar ao destino habitual, Jaguariúna.

Os trens que desde a década de 80 fazem o trajeto de 24 quilômetros entre as duas cidades do interior paulista voltaram a operar no último dia 6 de setembro, mas somente nas estações de Campinas, já que a prefeitura da cidade vizinha ainda não tinha liberado o funcionamento devido ao cenário da Covid-19. Desde 15 de março os trens não faziam a rota.

Segundo o diretor da associação, o hidrante do abastecimento de água ainda não estava pronto para o sábado, o que impedia o abastecimento da maria-fumaça, mas o serviço foi regularizado pela prefeitura para o dia seguinte.

A pandemia fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos a partir de março, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).

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Após 7 meses, trens voltam a percorrer rota entre Campinas e Jaguariúna https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/apos-7-meses-trens-voltam-a-percorrer-rota-entre-campinas-e-jaguariuna/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/23/apos-7-meses-trens-voltam-a-percorrer-rota-entre-campinas-e-jaguariuna/#respond Fri, 23 Oct 2020 11:20:01 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/IMG_4496-min-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2143 Depois de um mês e meio do retorno aos trilhos após a paralisação de quase seis meses devido à pandemia, os trens que partem da estação Anhumas, em Campinas, a partir de agora chegarão ao destino habitual, Jaguariúna.

A maria-fumaça que desde a década de 80 faz o trajeto de 24 quilômetros entre as duas cidades do interior paulista voltou a operar no último dia 6 de setembro, mas somente nas estações que ficam em Campinas, já que a prefeitura da cidade vizinha ainda não tinha liberado o funcionamento do trem –devido ao cenário da Covid-19. Desde 15 de março os trens não fazem a rota.

Essa permissão foi publicada na última semana e, a partir deste sábado (24), a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) voltará a operar a rota integral.

Os trens partirão de Campinas às 10h10 sábado e domingo (25), com ingressos limitados devido às restrições provocadas pela pandemia.

A Prefeitura de Jaguariúna publicou decreto adequando as regras da quarentena à fase verde do Plano São Paulo, na qual a região de Campinas está inserida.

O decreto exige no máximo 50% da capacidade dos carros de passageiros, o controle do acesso e o distanciamento social, entre outros pontos.

A maria-fumaça utiliza a estação principal da cidade para seus embarques e desembarques. O decreto da prefeitura liberou setores de entretenimento, cultura e lazer.

A retomada ocorre num momento em que a ABPF enfrenta dificuldades financeiras devido à pandemia e também a um incêndio que atingiu há três semanas a plataforma da estação ferroviária Carlos Gomes, uma das que ficam na rota percorrida pelo trem, e danificou uma locomotiva histórica em Campinas.

O fogo, na estação que abriga a oficina de restauro de trens da ABPF, teve início num pasto próximo ao local, que derrubou um coqueiro. Ele, em chamas, atingiu uma retroescavadeira usada pela associação, que acredita que a partir disso o incêndio se alastrou e atingiu a plataforma.

Uma vaquinha virtual foi lançada pela associação para cobrir os gastos do restauro. Dos R$ 50 mil necessários, cerca de R$ 5.000 foram obtidos até agora.

O cenário ocorrido nas cidades do interior paulista é idêntico ao registrado em todo o país. A pandemia fez com que nenhum passageiro fosse transportado por trens regulares ou turísticos a partir de março, fenômeno que não ocorreu nessa intensidade nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).

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Após incêndio, associação mantém rota turística e lança campanha virtual https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/05/apos-incendio-associacao-mantem-rota-turistica-e-lanca-campanha-virtual/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/05/apos-incendio-associacao-mantem-rota-turistica-e-lanca-campanha-virtual/#respond Mon, 05 Oct 2020 10:23:09 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/120416934_1332080383792856_6723863850229208936_n-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2091 Uma vaquinha virtual é a aposta de um grupo preservacionista para conseguir fazer a reforma da estação Carlos Gomes, em Campinas, atingida por incêndio no último dia 30.

O fogo destruiu dois veículos, atingiu a plataforma da estação ferroviária e danificou uma locomotiva histórica, utilizada pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) há duas décadas.

A rota turística, que existe desde 1984 e liga a estação Anhumas, em Campinas, a Jaguariúna, não foi afetada –devido à pandemia, o trem está operando apenas até a estação Tanquinho, em Campinas, já que a cidade vizinha não permite a atividade turística.

Os danos também não oferecem riscos à segurança ferroviária, pois os trens não têm trafegado pela estação –param duas estações antes, por conta das restrições em Jaguariúna.

A vaquinha foi lançada há dois dias (aqui) e tem como meta arrecadar R$ 50 mil, valor necessário para cobrir os danos com a restauração da estação e da locomotiva.

Até a madrugada desta segunda-feira (5), a associação obteve R$ 2.320. Segundo a ABPF, a cada R$ 100 doados o contribuinte receberá um ingresso para um passeio especial no trem.

O fogo, que teve início na vegetação vizinha à estação, atingiu coqueiros no entorno e, deles, avançou rumo ao imóvel, inaugurado em 1929. Parte da cobertura da plataforma foi atingida. A locomotiva nº 9, uma maria-fumaça de 1912, ficou chamuscada e um outro tem, diesel, também foi atingido.

“No caso da nº 9, foi danificada toda a pintura, que terá que ser refeita. A locomotiva diesel não sofreu danos significativos. Na estação, os danos se limitaram à parte da cobertura da plataforma, algumas janelas e portas, não afetando a estrutura e a integridade da edificação”, diz comunicado da ABPF.

De acordo com a associação, a limpeza da vegetação no entorno do pátio ferroviário é constante, para a prevenção de acidente e também por questões estéticas.

Não havia ninguém na oficina da associação quando o fogo começou, segundo o diretor administrativo da ABPF Campinas, Helio Gazetta Filho. Os voluntários –que integram a brigada da associação–, quando acionados retornaram e iniciaram o combate às chamas. Não houve feridos.

O incêndio não é o primeiro a atingir instalações da ABPF. Em setembro de 1985, a associação, criada oito anos antes, sofreu o que é, até aqui, o maior baque nas suas mais de quatro décadas de existência, quando um incêndio criminoso destruiu dez vagões usados no transporte de turistas entre Campinas e Jaguariúna. Eles estavam estacionados na mesma estação.

A associação passa por dificuldades financeiras após retomar as atividades depois de cinco meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus.

Para tentar fazer caixa, a ABPF lançou campanhas de venda antecipada de ingressos, souvenirs, está com programa de associação aberto e fez promoção com ingressos para crianças por R$ 35 em outubro.

Além disso, também venceu uma licitação em Ribeirão Preto para restaurar uma locomotiva, “irmã” justamente da maria-fumaça 9. A locomotiva foi fabricada pela alemã Borsig em 1912 e pertenceu à Estrada de Ferro Araraquara. Depois, foi comprada pela Usina Amália e chegou a ficar exposta em praça pública, até voltar aos trilhos há cerca de 20 anos.

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