Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Transporte precisa se reorganizar para superar perda de passageiros na pandemia, diz dirigente de associação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/#respond Fri, 03 Sep 2021 17:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/CCR-Metrô-Bahia-2-Foto-Divulgacao-CCR-Metro-Bahia-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2932 O Brasil tem hoje 21 sistemas metroferroviários em operação, distribuídos em nove estados e o Distrito Federal, concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Em seus 1.116 km de linhas construídas, pouco para um país de dimensões continentais, foram transportados diariamente, em 2020, 5,8 milhões de passageiros, volume que despencou devido à pandemia e que talvez não volte mais aos níveis pré-Covid-19.

Diretora-executiva da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Roberta Marchesi disse que a perspectiva de que 20% dos antigos usuários não voltarão ao sistema principalmente por conta da possibilidade de trabalho remoto nas empresas faz com que seja necessário discutir o futuro do setor.

A associação, que completou 11 anos na última semana, também tem discutido formas de financiamentos do sistema –como a gratuidade de passagens– e a implantação de trens regionais, que poderiam fazer o setor crescer no país.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

O Brasil tem hoje 1.100 km de transporte de passageiros sobre trilhos, o que é muito pouco para um país desse tamanho. É possível projetar como será o futuro do setor?
Não temos expectativa [numérica] para os próximos anos, mas o que vemos hoje é um foco muito grande nesse segmento. Governos, tanto estaduais quanto federal, já entenderam que o setor tem uma potencialidade enorme, existe uma demanda reprimida por esse tipo de investimento.
Quando olhamos para os investimentos feitos, a gente vê que é um segmento que precisa ser considerado. O maior exemplo disso, que sempre tenho falado, são as concessões das linhas 8 e 9 de São Paulo. E por quê? Não é o maior sucesso ou porque foi o maior projeto, mas é o maior exemplo de como o setor tem capacidade de atrair investimentos. No meio da maior crise setorial que já existiu na história, tivemos as concessões de duas linhas, um resultado excelente, quase duas vezes o valor da outorga inicial. Se na crise o setor consegue atrair investimento privado, o que não conseguiria fazer fora da crise?
Isso é um alerta positivo da importância que o segmento tem e a capacidade não só de melhorar, mas de fazer isso com capital privado.

O setor foi altamente impactado na crise e ainda não se recuperou. O que está sendo feito pelas empresas?
O setor foi, como toda a mobilidade, fortemente atingido. Houve uma queda muito abrupta de passageiros que se refletiu na receita do setor. O grande problema é que é um setor relativamente novo. Quando pensamos nas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que vieram a partir de 2010, há um marco regulatório muito mais forte, mais seguro, com segurança de receita para o operador, mas há outros contratos, mais antigos, sem esse tipo de salvaguarda.
Esses sofreram muito mais, que é o caso do Rio de Janeiro. As duas primeiras concessões foram do Rio, com SuperVia e Metrô Rio. Hoje o setor no geral está conseguindo se segurar, muito pautado nessa segurança contratual dos mais novos, mas os operadores do Rio estão tendo de fazer muitos cortes e adequação de oferta para conseguir minimamente reduzir o volume de gastos e seguir operando.
A primeira coisa que tem de fazer é uma repactuação muito rápida, é um caso muito sério e já se chegou no limite para algumas operações. Se o governo do Rio, com apoio eventual do governo federal, não olhar para o estado e buscar uma solução, é provável que o sistema em algum momento pare.

Há algum sinal de recuperação da demanda?
A crise não passou. Estamos desde março de 2020, um ano e meio, em crise. Todos achavam que nós conseguiríamos recuperar a demanda, mas não. Vemos que os últimos números do setor aéreo, que era a grande preocupação do governo, já está retomando 90% dos voos, enquanto o setor de mobilidade continua amargando 50%.

Nenhum dos operadores opera próximo de níveis pré-pandemia?
A média está baixa para todos. Duas coisas acontecem. Primeiro um movimento natural, porque algumas escolas não voltaram ao sistema presencial. Segundo, há um movimento de mercado muito forte que vai se manter com relação ao trabalho remoto. Alguns estudiosos apontam que 15% a 20% dos passageiros habituais não voltarão, porque ficarão com trabalho remoto.
Se a gente pensa que hoje amarga queda de 50% e perdemos esses 20%, a perspectiva máxima é de atingir 80% do pré-crise. O que precisamos é reestruturar, otimizar o transporte. A conexão entre eles é fundamental, não temos mais espaço para concorrência entre modais, ter três ou quatro linhas de ônibus passando no mesmo lugar ou uma linha de trem e duas de ônibus percorrendo o mesmo sentido.
É fundamental que haja integração para fazer com que ônibus e trens andem mais cheios e eles possam compartilhar. Além disso, a gratuidade é um problema, precisamos sensibilizar nosso Legislativo e Executivo de que as gratuidades do transporte público precisam ser pagas. O governo não pode definir que haverá gratuidade para tal faixa e eles andarem de graça sem que ninguém arque com isso. Não somos contrários à gratuidade, desde que o governo arque com o custo. Em muitos estados, a gratuidade não é ressarcida.

Nesse cenário, como ficam discussões históricas, como a de tarifa zero no transporte?
Seria o melhor dos mundos para a população e os operadores, desde que o governo se organizasse para criar uma forma de financiar essa operação. Uma vez que o custo da operação é garantido, não somos contra. O problema é que se discute apenas a ponta, que é o custo da tarifa, mas não vejo em nenhum momento a discussão sobre qual mecanismo vai ser adotado para garantir esse resultado.

Foi com base nesses pontos que a associação lançou um documento no início de agosto?
Naquele documento a gente reuniu algumas das principais linhas de pensamento e de atuação que em nosso entendimento são fundamentais para avançarmos nesse modelo. Nada impede que busquemos outras soluções, mas vamos ter de nos debruçar sobre isso, todos juntos, operadores, governos e sociedade civil, para chegar num novo mecanismo de financiamento.
A atuação do Ministério da Infraestrutura tem sido importante em relação aos trens regionais, pela primeira vez vemos um ministério dedicado a esse tema, a criar um marco para o transporte regional de passageiros.

O Trem Intercidades, em São Paulo, seria o melhor exemplo disso, embora seja apenas dentro do estado?
Ele nasce no âmbito estadual, mas pode avançar, e começaremos a ter trens interestaduais. Esse projeto estamos apoiando, acreditamos que vai ser uma vitrine, assim como o VLT do Rio. O Intercidades vai ser um  modelo para todo o Brasil de um trem de passageiros moderno.

O setor, até por ter operações muito dispersas, não falava a mesma voz. Foi por isso que surgiu a ANPTrilhos?
A principal conquista foi a própria união do setor. Não existia 11 anos atrás uma organização que tratasse especificamente dos interesses dos operadores de transporte de passageiros sobre trilhos. A estrutura do governo federal relegava o setor porque não tinha uma entidade específica que tratasse com o governo. Foi fundamental para que ao longo desse tempo o setor passasse a ser considerado nas pautas das políticas públicas. Se falava muito de transporte rodoviário, mas sobre trilhos, não. Como os sistemas são estaduais, nos estados acabam tendo uma articulação boa, mas em âmbito federal faltava isso.
N
ão foi um caminho fácil. Uma das maiores vitórias que tivemos foi com relação ao projeto de lei do setor emergencial. Quando surgiu na Casa, foi para atender o transporte rodoviário. Depois, com muita rapidez, foi incluído o transporte sobre trilhos no texto. Ainda hoje lutamos contra esse tipo de exclusão, mas aos poucos o Legislativo e o Executivo federais já entendem, consideram o setor nas políticas públicas.

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Trem deve parar de brigar com ônibus por passageiros, aponta documento https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/#respond Sun, 22 Aug 2021 22:32:03 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2924 Quem mora em grandes centros urbanos já deve ter visto cena semelhante: em vias ao lado de linhas de trem ou de metrô ônibus circulam com seus passageiros no mesmo trajeto. E, muitas vezes, nenhum dos dois está lotado.

Bom para o usuário, que tem a opção de embarcar no modal que desejar, a cena é apontada como um dos problemas do sistema ferroviário no país, por dividir passageiros com outros meios de transporte.

Esse ponto é um dos oito que constam num documento lançado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com apoio de entidades como a FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o Consetrans (Conselho Nacional de Secretários de Transportes) e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana.

Intitulado “O Futuro da Mobilidade – A contribuição do transporte público sobre trilhos para uma nova mobilidade urbana”, o documento prega que, além do fim da sobreposição entre modais de transporte, as cidades desenvolvam medidas como planejamento de longo prazo e gestão centralizada para toda a região metropolitana, e não apenas para a principal cidade da região.

Esse problema da sobreposição é facilmente encontrado, por exemplo, no Rio de Janeiro, onde ônibus percorrem rotas em longas avenidas paralelas à via férrea operada pela SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

Outras preocupações do setor são priorizar a integração do transporte, o financiamento do transporte público coletivo pelo transporte individual, instrumentos de financiamento de situações de emergência (como a pandemia da Covid-19), o financiamento de gratuidades e a colaboração do poder público com os sistemas de transporte em períodos emergenciais.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores disse que o lançamento do documento num momento como esse se deve ao fato de a pandemia ter alterado as relações de trabalho, com a previsão de manutenção de parte dos funcionários das empresas no regime de home office.

“A experiência do trabalho remoto está se mostrando vantajosa para as empresas, com a diminuição dos seus custos fixos, e para as pessoas, com o aumento da qualidade de vida. Diante deste cenário, o transporte público foi fortemente impactado e não recebeu auxílio governamental, diferente de outros setores que receberam apoio para manter suas atividades”, disse.

De acordo com a associação, é preciso que os governos deem importância ao planejamento adequado e integrado do transporte.

O documento surge num momento em que trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Só na SuperVia, a perda financeira foi tão grande que a empresa pediu recuperação judicial. Deixaram de ser transportados mais de 100 milhões de passageiros desde o início da pandemia.

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro.

O objetivo do documento, diz a associação, é apresentar propostas e soluções para que gestores avaliem as medidas adequadas de mobilidade às diferentes realidades existentes no país.

“A redução do número de passageiros no transporte público não é necessariamente uma novidade. Desde a década de 90, o setor vem sentindo a queda, que tem sido acompanhada pelo aumento acelerado da frota de veículos de uso individual, puxado pelas políticas de incentivo à indústria automobilística”, disse, após o lançamento, a diretora-executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas e 627 estações.

As concessionárias atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal e estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Com prejuízo recorde, trens e metrôs lançam nova campanha contra a Covid https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/#respond Tue, 01 Jun 2021 11:05:29 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2713 Concessionárias que operam sistemas de trens urbanos e metrôs no país já lançaram campanhas individuais desde o ano passado para evitar a disseminação da Covid-19, mas agora uma nova campanha nacional está sendo lançada nesta terça-feira (1) para reforçar os protocolos sanitários.

Com a mensagem “Estamos fazendo a nossa parte, faça a sua também”, a campanha da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) tem como objetivo conscientizar os usuários da importância de contribuir com as ações de combate à pandemia.

Ela é lançada num momento financeiro extremamente crítico para o setor. Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados em 2020, o primeiro ano no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da própria associação.

Só a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, deixou de transportar 100 milhões de passageiros entre 14 de março do ano passado, quando começaram as restrições na capital, e o último dia 25, o que gerou perda de receita de R$ 545 milhões.

Em 2020, a queda em São Paulo foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados, enquanto no Nordeste o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros.

“Os operadores brasileiros reforçaram as medidas de limpeza e buscam constantemente as mais modernas tecnologias de desinfecção para manter os sistemas higienizados para o atendimento aos passageiros. É necessário que a população também nos ajude no combate ao vírus e essa campanha visa orientar e conscientizar o passageiro de que eles precisam adotar novos hábitos, para que juntos consigamos controlar a disseminação da doença dentro do transporte público sobre trilhos”, disse Roberta Marchesi, diretora-executiva da ANPTrilhos.

Além dos metrôs e trens, a campanha está sendo lançada nos sistemas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do país.

Os monitores dos sistemas metroferroviários e as redes sociais das empresas terão, durante o mês todo, mensagens da campanha nacional sobre o uso de máscaras e higiene pessoal.

As empresas alegam que, desde o início da pandemia, já têm adotado medidas para conter a propagação da Covid-19 nos sistemas, que incluem limpeza e higienização dos equipamentos de contato com os passageiros, como catracas, corrimãos e interior dos trens, uso de tecnologias e equipamentos de sanitização, instalação de comunicação visual específica para indicar distanciamento e disponibilidade de álcool em gel e equipamentos de proteção individual para as equipes.

Resultado do desempenho ruim do transporte de passageiros devido ao novo coronavírus, 2020 terminou também com recuo na produção de locomotivas e carros de passageiros no país, segundo a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).

O total de carros de passageiros produzidos foi de 72, ante os 99 do ano anterior e 312, em 2018. Para 2021, a previsão é ainda pior, com apenas 43.

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Apesar da pandemia, transporte sobre trilhos projeta alta em investimentos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/apesar-da-pandemia-transporte-sobre-trilhos-projeta-alta-em-investimentos/#respond Mon, 17 May 2021 23:58:24 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2657 Apesar dos reflexos provocados pela pandemia da Covid-19 no transporte de passageiros sobre trilhos, a expectativa do setor é que 2021 seja um ano de crescimento nos investimentos ferroviários no país.

De acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o setor ainda estará em crise no decorrer deste ano, já que não há perspectiva de retomada expressiva da demanda por conta do avanço de casos, internações e óbitos provocados pela doença.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos de trens urbanos, metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) no país, com 48 linhas, praticamente os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

Até a última sexta-feira (14), por exemplo, os trens do Rio, operados pela SuperVia, deixaram de transportar 98,06 milhões de passageiros desde o início da pandemia. Na quinta-feira (13), foram transportados 51,6% menos passageiros em relação a uma quinta-feira antes da chegada da Covid-19.

De acordo com a associação, há para este ano a perspectiva de investimentos para a continuidade de obras em São Paulo, Bahia, Ceará e no Distrito Federal, além do início das obras do monotrilho de Salvador, do trecho 2 do VLT da Baixada Santista e da expansão da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) Natal.

“Temos uma rede muito pequena, muito acanhada, face a necessidade que temos no país. Há mais de 25 regiões metropolitanas, com mais de 1 milhão de habitantes cada, mas os investimentos não acompanham [o crescimento das regiões]”, afirmou Joubert Fortes Flores Filho, presidente da ANPTrilhos.

Enquanto em 2020 os investimentos não representaram 6 quilômetros de expansão da malha ferroviária urbana, neste ano há algumas possibilidades, porém voltadas a possíveis concessões a serem feitas por governos estaduais.

São os casos das concessões das linhas 8 e 9, o VLT de Brasília e o Trem Intercidades, de acordo com o presidente da associação.

Em relação às inaugurações, estão previstos para 2021 um novo trecho com 1,5 quilômetro de vias e 1 estação (Vila Sônia) na Linha 4-Amarela, outro de 1,8 quilômetro e 1 estação (Jardim Colonial) na Linha 15-Prata, e 2,5 quilômetros e 1 estação (Mendes – Vila Natal) na Linha 9-Esmeralda, todas em São Paulo. Isso totaliza 5,8 quilômetros e três estações.

Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também pouco aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Trens e metrôs perdem 5 mi de usuários por dia na pandemia, aponta relatório https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/trens-e-metros-perdem-5-mi-de-usuarios-por-dia-na-pandemia-aponta-relatorio/#respond Tue, 20 Apr 2021 11:01:36 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2497 Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no ano passado, o primeiro no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19, e também não aumentaram a oferta de linhas ou quilometragem das rotas já existentes.

De cerca de 11 milhões por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Se for considerado apenas o período de restrições adotadas por conta da pandemia do novo coronavírus no ano passado -março a dezembro-, o desempenho é ainda pior e chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo de 2019.

A maior queda no fluxo de passageiros em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Só na SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, entre março do ano passado e fevereiro deste ano a perda financeira chegou a R$ 452 milhões, graças à redução de mais de 83 milhões de passageiros transportados.

Em São Paulo, a queda foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados no mesmo período. Já no Nordeste, o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros. O levantamento considera todos os sistemas de transporte sobre trilhos no país, exceto o Metrofor (CE), o de Teresina e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Baixada Santista.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Fortes Flores Filho disse que o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Não chegamos a transportar mais de 50% mesmo quando a economia estava retornando. Temos uma perspectiva demorada de retorno, porque há um nível de desemprego maior e muitos estão trabalhando remotamente, pois isso é quase uma situação obrigatória no contexto em que vivemos”, afirmou.

De acordo com ele, como muitas empresas descobriram que o sistema de home office pode ser mais barato, a projeção é de que nem todos que estão trabalhando remotamente voltarão ao sistema presencial quando a pandemia permitir.

“Não acredito que neste ano vá recuperar [o fluxo de passageiros], nem ano que vem.”

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro, num fenômeno que provocou reações distintas entre os sistemas de metrôs, trens urbanos e VLTs no país.

Enquanto nas operadoras públicas o deficit acaba de alguma forma absorvido pelo estado, nas concessionárias não necessariamente isso acontecerá. Há casos, como os das concessões do Rio de Janeiro, que os contratos são antigos e não preveem mecanismos de reequilíbrio econômico-financeiro. Outros, mais recentes, já têm cláusulas do tipo.

Por conta do cenário, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esse auxílio não era para fazer frente aos R$ 8 bilhões [de perda de receita], já que a proposta do pacote global era de R$ 4 bilhões. Isso sem incluir ônibus que, se inclusos, elevaria o valor para R$ 16 bilhões. O objetivo não era cobrir o prejuízo, mas permitir que as empresas tivessem caixa para sustentar a operação até que o cenário se reequilibre.”

As concessionárias dos sistemas alegam que foi impossível reduzir os custos de operação na mesma proporção e que, para atender a demanda -respeitando a taxa de ocupação determinada pelos órgãos governamentais-, operaram com oferta de 600 mil lugares/hora nos horários de pico para atender demanda inferior a 350 mil.

Com isso, elas afirmam que o desequilíbrio gerou a maior crise já enfrentada pelo setor de transporte de passageiros sobre trilhos no país e atingiu todas as operadoras, sem exceção.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas, os mesmos números existentes no ano anterior. O sistema metroferroviário tem 627 estações no país, das quais 3 foram inauguradas em 2020, no Distrito Federal.

As concessionárias, que atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal, empregam 38,4 mil funcionários, sendo 30,6 mil próprios e 7,8 mil terceirizados. Na pandemia, perdeu 3% da mão de obra.

Os sistemas estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Trens e metrôs operam com 50% da demanda pré-crise; entenda os motivos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/14/trens-e-metros-operam-com-50-da-demanda-pre-crise-entenda-os-motivos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/14/trens-e-metros-operam-com-50-da-demanda-pre-crise-entenda-os-motivos/#respond Mon, 14 Dec 2020 10:19:06 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/DF-2-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2315 Depois de sofrer nos primeiros meses da pandemia da Covid-19 quedas no total de passageiros transportados que superaram 80%, os sistemas metroferroviários do país se recuperaram nos últimos meses, mas nenhum deles voltou ao patamar pré-crise.

Pior, há casos em que não são transportados nem 50% dos usuários que eram levados por trens urbanos, metrôs e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) antes de março, quando começaram as medidas restritivas para reduzir a disseminação do novo coronavírus.

Dados da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) mostram que os dois cenários mais críticos são os de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que transportaram na primeira quinzena de novembro apenas 44% e 47%, respectivamente, do total de passageiros registrado antes da pandemia.

No Rio Grande do Sul, o índice é de 51%, enquanto em São Paulo alcançou 52% e, no Distrito Federal, 54%. Os melhores cenários são da Bahia, com 60%, e Pernambuco, com 72%.

E quais são as razões para esses números? Basicamente são três, sendo a primeira delas o trabalho remoto, largamente adotado desde o início da pandemia e que em muitos casos deverá continuar no futuro.

Também fazem parte da lista o crescimento do desemprego e a opção das pessoas por meios de transporte individuais ou compartilhados com um pequeno grupo.

“Apesar de praticamente todos os serviços terem voltado ao normal, parte grande dos trabalhos continuam sendo feitos remotamente e talvez continuem assim para sempre. Como o desemprego está maior, isso impacta diretamente também, já que 70% das pessoas usam o transporte ferroviário para ir e voltar do trabalho”, disse o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.

Há, ainda, segundo ele, um grupo de pessoas que podem viajar, mas têm receio e precisarão ter a confiança restaurada. “As concessionárias tomam todas as medidas, como aumento da desinfecção, mas as pessoas têm medo das aglomerações.”

Conforme o presidente da associação, as operações dos sistemas ainda serão deficitárias por um período indeterminado e, apesar da crise, é necessário que haja algum aprendizado com a pandemia.

“Se não sairmos dessa crise com algum aprendizado teremos desperdiçado uma grande oportunidade. Sabemos que há problemas graves na na mobilidade e que nossas redes são menores do que deveriam, qualquer um que tenha viajado ao exterior sabe disso. Acha fantástico o que vê e não entende como aqui não funciona.”

O dirigente afirmou que no exterior há mais eficiência devido ao planejamento e organização melhores. “Você não pode, por exemplo, planejar Rio e São Paulo olhando só o município principal, mas os 30 no entorno, que estão interligados. Se faz algo separadamente não dá certo.”

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Setor ferroviário previa R$ 140 milhões com pacote que foi vetado por Bolsonaro https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/10/setor-ferroviario-previa-r-140-milhoes-com-pacote-que-foi-vetado-por-bolsonaro/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/12/10/setor-ferroviario-previa-r-140-milhoes-com-pacote-que-foi-vetado-por-bolsonaro/#respond Thu, 10 Dec 2020 22:34:11 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-22-at-02.20.21.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2309 O setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que o pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao auxílio fará, segundo as empresas, com que a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus seja agravada.

O projeto de lei 3364/2020, que tratava do tema, consistia na distribuição de R$ 896 milhões a 12 Unidades da Federação que têm trilhos urbanos –São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia e Alagoas, conforme cálculo da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A expectativa do setor ferroviário, mantida a participação de cada modal no transporte coletivo, era a de que São Paulo, que receberia R$ 376 milhões, poderia destinar ao menos R$ 61,6 milhões ao setor ferroviário.

O cálculo foi feito pela Folha com base na distribuição aos estados que têm trilhos urbanos, levando-se em conta que o transporte sobre trilhos representou, em 2019, 16,4% do volume de passageiros na região metropolitana.

O valor de cada modal, porém, estava indefinido pelo projeto, que permitia aos estados fazer a destinação da forma que considerasse mais apropriada. Ou seja, o sistema ferroviário poderia receber mais do que sua efetiva participação no transporte ou não receber nada.

No Rio, onde a participação foi de 16,5%, R$ 22,2 milhões poderiam socorrer as empresas, do total de R$ 135 milhões projetados para o estado. Só a SuperVia, concessionária de trens, acumula uma perda de 63,7 milhões de passageiros desde 14 de março.

Já em Salvador, com 23,2% de usuários transportados por sistemas ferroviários, a previsão era de R$ 12,5 milhões dos R$ 54 milhões previstos.

O veto de Bolsonaro ao auxílio foi visto com “perplexidade” e considerado “lamentável” por prefeitos, empresários e entidades do setor, que argumentam que o bloqueio do recurso pode colapsar os sistemas de ônibus, metrô e trens.

O veto foi publicado na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial da União. O projeto de lei aprovado pelo Congresso injetaria recursos nos sistemas de transporte público de cidades com mais de 200 mil habitantes, que, com perdas de passageiros que chegaram a passar de 80% nos momentos de maior agravamento da pandemia, começaram a entrar em colapso.

“A população será a maior prejudicada caso os sistemas entrem em colapso. Hoje a perda está em cerca de 50%”, disse ao blog na última semana o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.

Segundo ele, o auxílio era fundamental para ajudar a reduzir as perdas em decorrência da pandemia.

A ANPTrilhos estima que, desde março, os sistemas de metrô, trens urbanos e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) acumulam deficit de R$ 7 bilhões apenas com perda de receitas.

Em contratos mais recentes, há medidas compensatórias para evitar desequilíbrios como o causado pela Covid-19, mas em acordos mais antigos, como os do Rio, não há cláusulas desse tipo.

Como a operação de metrô e trens está nas mãos da iniciativa privada, o setor ferroviário aponta o Rio como o epicentro dos problemas financeiros em decorrência da perda de arrecadação.

“Uma característica do transporte sobre trilhos é que, diferente do que ocorre com o ônibus, não há muita facilidade para modular a oferta. Um trem levar 20 ou 1.500 pessoas vai custar a mesma coisa. Eles perderam a receita, mas mantiveram os custos.”

A avaliação da associação é que o setor continuou operando normalmente em outros países porque houve aporte governamental.

A participação do modal ferroviário no país chega a no máximo 30,8%, na região metropolitana de Porto Alegre, mas há locais em que não alcançam 5%, como Distrito Federal (2,49%), João Pessoa (2,90%) e Natal (4,69%).

Enquanto isso, no mundo a participação chega a 40% em alguns países, conforme a ANPTrilhos.

O valor do pacote de auxílio pretendido pelo setor de transportes não era suficiente, segundo o presidente da associação, mas importante para dar um suporte e permitir a manutenção das operações.

“Algumas empresas privadas tinham caixa, mas ele se esgotou e hoje operam postergando pagamento. O reequilíbrio terá de ser rediscutido depois, mas para fazer frente aos meses que virão o setor precisa de recursos adicionais.”

Agora, o setor já procurou o Ministério da Economia para agendar uma reunião e tentar de alguma forma resolver o imbroglio.

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Trens e metrôs devem fechar ano com deficit de R$ 7,4 bi devido à pandemia https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/10/22/trens-e-metros-devem-fechar-ano-com-deficit-de-r-74-bi-devido-a-pandemia/#respond Thu, 22 Oct 2020 11:45:02 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2136 O transporte de passageiros sobre trilhos no país deverá fechar o ano com uma demanda 30% inferior à normalmente esperada pelas concessionárias do sistema.

Essa é a previsão da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com base no desempenho do setor no país nos primeiros três trimestres do ano, impactados fortemente pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a associação, que publicou um balanço do setor metroferroviário, o período de julho a setembro ainda foi de forte queda no total de passageiros transportados nos sistemas, mas com números melhores que os registrados no trimestre anterior.

O levantamento inclui os sistemas de metrô, trens urbanos e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) em todo o país, entre eles o metrô de São Paulo, do Rio e de Salvador e a SuperVia, no Rio.

A redução em relação ao fluxo de passageiros transportados em 2019 foi de 54,1%, ante os 74,2% do trimestre anterior, ápice da adoção de medidas de isolamento social no país, o que retirou usuários dos sistemas.

Apenas em setembro, a comparação indica redução de 47,7% no total de passageiros, o que mostra uma recuperação em relação a agosto, mês em que o índice de queda foi de 57,2%.

Trens da SuperVia estacionados na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro (Divulgação)

Na segunda quinzena de março governos estaduais e municipais decretaram medidas rígidas de isolamento para combater a Covid-19, o que fez o transporte sobre trilhos apresentar queda de 84%.

Ainda naquele mês, as concessionárias pediram socorro financeiro para conseguir manter as atividades –o que, segundo elas, ainda não ocorreu. No Ceará, o sistema chegou a ser paralisado nas linhas sul, oeste, VLT Parangaba-Mucuripe e os VLTs do Cariri e de Sobral.

No ápice do isolamento, em vez dos 12 milhões de passageiros transportados por dia nos operadores, o total caiu para cerca de 2 milhões.

Com isso, até setembro, deixaram de ser transportados 1,1 bilhão de usuários. As empresas do setor calculam que o ano deverá terminar com um deficit de R$ 7,4 bilhões em receitas, o que equivale a 45% do faturamento anual previsto.

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Crise paralisa metrô e provoca perdas de 79% dos usuários e de R$ 2 bi no país https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/05/22/crise-paralisa-metro-e-provoca-perdas-de-79-dos-usuarios-e-de-r-2-bi-no-pais/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/05/22/crise-paralisa-metro-e-provoca-perdas-de-79-dos-usuarios-e-de-r-2-bi-no-pais/#respond Fri, 22 May 2020 10:40:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/WhatsApp-Image-2020-05-22-at-02.20.21.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1522 Metrô parado no Nordeste, perda de 4 em cada 5 passageiros e um prejuízo bilionário. Esse é o resumo dos reflexos provocados nos sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos no país nos dois meses, até aqui, de duração da pandemia do novo coronavírus.

Em vez de transportar 12 milhões de passageiros por dia nos operadores no país, o total caiu para cerca de 2,5 milhões após as medidas de isolamento social para conter a disseminação da Covid-19, de acordo com a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A queda acumulada no faturamento, entre 16 de março e o último dia 15, já soma R$ 2,1 bilhões, segundo Joubert Flores, presidente do conselho de administração da associação.

Na América Latina, há apenas dois sistemas de transporte sobre trilhos com atividades paralisadas, em Fortaleza e em Santo Domingo (República Dominicana), mas a redução no total de usuários ocorreu de forma significativa em todos os sistemas.

“As concessionárias não têm conseguido linhas de crédito. Elas estão alavancadas por terem convertido outorgas em investimentos. Com isso, comprometeram garantias. Há uma situação de desequilíbrio. Para reequilibrar, precisa de aporte”, disse.

No Ceará, estão suspensas as operações das linhas de transporte metroviário de passageiros desde 21 de março, conforme decisão do governo estadual, como forma de combater a pandemia do novo coronavírus.

Com isso, estão paradas as linhas sul, oeste, VLT Parangaba-Mucuripe e os VLTs do Cariri e de Sobral. “A prorrogação –e o endurecimento– das medidas restritivas é baseada em critérios técnicos, apontados por especialistas, com objetivo de reduzir a proliferação da Covid-19 e minimizar seus impactos”, diz a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos.

Trens da SuperVia estacionados na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro (Divulgação)

Já no Rio de Janeiro, a SuperVia, concessionária do sistema, reduziu salários e jornada de cerca de 2.000 empregados, além de suspender os contratos de outros 500.

As medidas foram tomadas devido à queda no total de usuários transportados nos últimos dois meses. Entre 14 de março e quarta-feira (20), deixaram de ser transportados 19,1 milhões de passageiros, segundo a empresa. Só na quarta foram 393.917, 65% menos que uma quarta-feira normal.

No Rio, os sistemas –incluindo metrô e VLT– apresentaram perda total de 44 milhões de passageiros e prejuízo de ao menos R$ 173 milhões somente até abril. Em média, os três sistemas têm transportado 356 mil passageiros em dias úteis, ante 1,6 milhão de antes da pandemia.

“Em Nova York, o metrô está funcionando com 10% da demanda, uma empresa sustentada pela municipalidade. Na Argentina, que tem operação privada, o governo honrou, pagando uma demanda mínima. Qual maneira de fazer isso corretamente? O banco emprestar para o estado e este repassar, por exemplo [às empresas]. Nos EUA, bancos públicos já adquiriram participação em empresas e depois até ganharam dinheiro, ao revenderem”, disse o executivo.

O setor, que emprega cerca de 40 mil trabalhadores no país, teve mais de 300 casos confirmados da Covid-19.

TRIMESTRE DE QUEDA

A pandemia chegou num momento em que o setor estava em ligeira queda. Em janeiro, houve alta de 2,2% no total de passageiros em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto fevereiro apresentou retração de 2,7%. Em março, que já sofreu impactos das medidas de isolamento social na segunda quinzena do mês, a redução foi de 31,2%, com 82,4 milhões de passageiros a menos nos trens, metrôs e VLTs do país.

No acumulado do primeiro trimestre, São Paulo teve queda de 27,5% e o Rio, 30,7%. No Nordeste, a redução foi ainda maior, 48,5%.

Para o segundo trimestre, a projeção da ANPTrilhos é de que a redução seja de 70% no total de passageiros transportados. Em abril, a queda foi de 77,2%.

O setor metroferroviário no país tem 1.116,5 quilômetros de trilhos, divididos em 48 linhas, 624 estações e 5.269 carros de passageiros operacionais.

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Concessionárias de trens e metrôs pedem linhas de crédito para manter operações https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/29/concessionarias-de-trens-e-metros-pedem-linhas-de-credito-para-manter-operacoes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/03/29/concessionarias-de-trens-e-metros-pedem-linhas-de-credito-para-manter-operacoes/#respond Sun, 29 Mar 2020 21:12:41 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/MetroRio_DSC3118-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=1441 O transporte de passageiros sobre trilhos no país, feito por trens e metrôs nas principais capitais, precisa de socorro financeiro do governo para manter as atividades em meio à pandemia do novo coronavírus. A afirmação é de Joubert Flores, presidente do conselho da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), que se reuniu com membros dos ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional para discutir o tema.

Com o isolamento social, fechamento de comércios, trabalho remoto e sem aulas em escolas e universidades, a demanda caiu mais de 80% nos sistemas ferroviários nos últimos dez dias e as empresas afirmam que isso provocou forte impacto em seus equilíbrios financeiros, o que pode levar à paralisação dos sistemas de metrôs, trens e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos).

Levantamento feito pela associação mostra uma perda de arrecadação com bilheteria de R$ 271 milhões em nove dias, período em que o setor ferroviário começou a ser afetado pela redução de demanda.

Se a situação permanecer inalterada até a próxima sexta-feira (3), haverá perda de mais R$ 261 milhões, de acordo com ela.

O principal pedido foi o de uma linha de crédito para capital de giro das empresas do setor. Elas alegam que as medidas anunciadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até aqui não atendem a necessidade de curto prazo dos operadores metroferroviários.

“Não podemos diminuir custo, o custo fixo está lá, além de gastar mais dinheiro com higienização. Listamos medidas quais a mais importante é suporte para ter capital de giro, para ter caixa e pagar funcionários e fornecedores. Depois a gente vê como fazer lá na frente”, disse o presidente da entidade, que representa operadoras de transporte de passageiros como os metrôs de São Paulo e do Rio, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Supervia.

 

Trem do metrô do Distrito Federal, uma das Unidades da Federação com transporte sobre trilhos (Divulgação)

Na quarta-feira (25), a redução no total de passageiros transportados em todas as associadas chegou a 82%. Em uma das empresas, o índice foi de 96%.

No Rio, a Supervia teve, desde o dia 16, redução de 3,38 milhões de passageiros nos trens que operam nas 12 cidades atendidas pela concessionária.

Só na última quinta-feira (26), foram 430 mil passageiros a menos, o que representa queda de 72,6% em relação à média para o dia.

IGUALDADE

Para o encontro com os ministérios, a associação levou uma série de pedidos, entre eles dar ao transporte público sobre trilhos o mesmo tratamento recebido pelo setor aéreo.

“Temos operadoras públicas e privadas, as públicas geralmente dependem de aportes dos estados, enquanto as privadas não têm subsídios. Se precisa de dinheiro para cobrir a operação, imagine com a queda da demanda. Não é possível operar só com 18% da receita, que é o que temos visto na média”, afirmou o presidente da associação.

Além de capital de giro, também pedem aprovação de projetos de investimento, redução de encargos em meio à situação de emergência, isenção de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre energia elétrica e redução de custos previdenciários, entre outros.

O sistema metroferroviário transporta diariamente mais de 12 milhões de passageiros nas principais capitais e regiões metropolitanas de 11 estados e Distrito Federal.

O presidente disse que os ministérios informaram que iriam estudar alternativas. As empresas têm caixa para no máximo mais 60 dias, segundo ele.

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