Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Metrô da Bahia adota app que diz se dá tempo de tomar café antes do embarque https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/metro-da-bahia-adota-app-que-diz-se-da-tempo-de-tomar-cafe-antes-do-embarque/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/metro-da-bahia-adota-app-que-diz-se-da-tempo-de-tomar-cafe-antes-do-embarque/#respond Sat, 23 Oct 2021 10:00:19 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-22-at-13.12.35-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3050 Um aplicativo que informa a lotação do próximo trem, qual vagão está mais vazio e quanto tempo a composição vai demorar até chegar à estação em que o passageiro está foi colocado em funcionamento no metrô da Bahia. Ele se soma a outras iniciativas implantadas, como painéis informativos em plataformas de embarque.

O objetivo foi o de dar ao usuário subsídios para que ele defina o melhor horário para sair de casa, para utilizar o sistema em horários com menor fluxo de passageiros e saber se dá tempo de fazer alguma outra atividade no trabalho antes de ir para a estação ou tomar um café enquanto aguarda a chegada do trem.

Os dados dos computadores que fazem o monitoramento dos trens no CCO (Centro de Controle Operacional) são captados e compartilhados instantaneamente com o app, segundo a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pelo sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. O metrô baiano é composto por 33 quilômetros de trilhos nas duas cidades.

“Vimos que o segmento de metrô tinha pouca digitalização dos seus serviços e torná-lo mais digital foi o mote de criar o conceito de mobilidade humana, mais integrada entre o físico e o digital. Começamos com a carga do cartão, que antes era dependente de bilheteria, o que tomava tempo do usuário, e agora ele só precisa encostar num validador para ativar o crédito. Ganha 98% de um tempo que não agregava valor a ele”, disse o presidente do Metrô Bahia, Andre Costa.

O app de mobilidade, chamado Quicko, oferece desde março a compra de crédito online. Já o sistema de monitoramento em tempo real está em uso desde o fim de setembro.

Além do app, a estação da linha 1 de acesso norte e a estação rodoviária, que fica na linha 2, receberam monitores com as mesmas informações do aplicativo. Até dezembro, segundo a CCR, outras dez plataformas receberão a tecnologia, que até março do ano que vem estará em todas as 20 estações. Nas estações sem monitores, até o fim do ano serão disponibilizados QR-Code para o usuário abrir o app.

“Se colocamos só no monitor na plataforma, não damos a mobilidade [ao usuário], mas agora, no trabalho, ele sabe como está o trem e pode decidir o que fazer, se desenvolve mais uma tarefa e depois sai ou se é o momento de ir.”

O Metrô Bahia transporta atualmente cerca de 300 mil passageiros por dia, 30% abaixo da demanda existente antes da pandemia da Covid-19.

Para Costa, fatores como home office, estudo em casa e desemprego provocaram a baixa, mas a expectativa é de aumento na locomoção das pessoas. A tarifa custa R$ 4,10.

]]>
0
Trilhos do Trem do Vinho servem como teste para VLT no Sul do país; veja vídeo https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/trilhos-do-trem-do-vinho-servem-como-teste-para-vlt-no-sul-do-pais-veja-video/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/30/trilhos-do-trem-do-vinho-servem-como-teste-para-vlt-no-sul-do-pais-veja-video/#respond Thu, 30 Sep 2021 10:30:15 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/WhatsApp-Image-2021-09-29-at-22.30.18-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2991 A linha férrea utilizada para o turismo entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha, está servindo como campo de testes para um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que deverá ser usado num novo roteiro na região.

Os testes começaram na última semana e fazem parte de uma parceria entre a Marcopolo Rail, fabricante do VLT, e a Giordani Turismo, que opera o Trem do Vinho entre as cidades do Rio Grande do Sul.

O acordo foi anunciado em dezembro e os testes fazem parte das etapas para registro do VLT. O objetivo agora, na fase chamada de comissionamento, é fazer uma avaliação geral sobre o funcionamento dos sistemas, principalmente freios, tração, parte elétrica e itens de segurança.

Segundo a Giordani, que opera 23 quilômetros de trilhos entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, os testes prosseguirão até o final de outubro e serão realizados das 22h às 6h no percurso da maria-fumaça que integra o Trem do Vinho.

A proposta não é que o VLT substitua o tradicional roteiro com a locomotiva a vapor, mas que seja utilizado num novo roteiro turístico na região Sul, ainda não anunciado e sem data prevista para início.

Por isso, o Trem do Vinho segue em operação normal, durante a manhã e tarde.

O VLT foi desenvolvido pela divisão da Marcopolo destinada ao setor metroferroviário e foi produzido no complexo industrial de Caxias do Sul (RS), numa planta específica para trens.

É a primeira vez que a empresa coloca em circulação um veículo sobre trilhos desenvolvido por ela, que teve desenvolvimento baseado em baixos custos de implementação ou recuperação de sistemas existentes. Pode ter quatro versões: diesel, diesel e elétrico, híbrido (baterias ou capacitores) e elétrico.

A composição, que em sua versão intercidades tem capacidade de transportar 280 passageiros, tem 2,7 m de largura, três portas laterais em cada carro, quatro saídas de emergência e um posto para cadeirante em cada veículo.

Composição está em fase de testes entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha (Divulgação/Marcopolo)
Composição está em fase de testes entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha (Divulgação/Marcopolo)
]]>
0
Transporte precisa se reorganizar para superar perda de passageiros na pandemia, diz dirigente de associação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/#respond Fri, 03 Sep 2021 17:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/CCR-Metrô-Bahia-2-Foto-Divulgacao-CCR-Metro-Bahia-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2932 O Brasil tem hoje 21 sistemas metroferroviários em operação, distribuídos em nove estados e o Distrito Federal, concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Em seus 1.116 km de linhas construídas, pouco para um país de dimensões continentais, foram transportados diariamente, em 2020, 5,8 milhões de passageiros, volume que despencou devido à pandemia e que talvez não volte mais aos níveis pré-Covid-19.

Diretora-executiva da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Roberta Marchesi disse que a perspectiva de que 20% dos antigos usuários não voltarão ao sistema principalmente por conta da possibilidade de trabalho remoto nas empresas faz com que seja necessário discutir o futuro do setor.

A associação, que completou 11 anos na última semana, também tem discutido formas de financiamentos do sistema –como a gratuidade de passagens– e a implantação de trens regionais, que poderiam fazer o setor crescer no país.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

O Brasil tem hoje 1.100 km de transporte de passageiros sobre trilhos, o que é muito pouco para um país desse tamanho. É possível projetar como será o futuro do setor?
Não temos expectativa [numérica] para os próximos anos, mas o que vemos hoje é um foco muito grande nesse segmento. Governos, tanto estaduais quanto federal, já entenderam que o setor tem uma potencialidade enorme, existe uma demanda reprimida por esse tipo de investimento.
Quando olhamos para os investimentos feitos, a gente vê que é um segmento que precisa ser considerado. O maior exemplo disso, que sempre tenho falado, são as concessões das linhas 8 e 9 de São Paulo. E por quê? Não é o maior sucesso ou porque foi o maior projeto, mas é o maior exemplo de como o setor tem capacidade de atrair investimentos. No meio da maior crise setorial que já existiu na história, tivemos as concessões de duas linhas, um resultado excelente, quase duas vezes o valor da outorga inicial. Se na crise o setor consegue atrair investimento privado, o que não conseguiria fazer fora da crise?
Isso é um alerta positivo da importância que o segmento tem e a capacidade não só de melhorar, mas de fazer isso com capital privado.

O setor foi altamente impactado na crise e ainda não se recuperou. O que está sendo feito pelas empresas?
O setor foi, como toda a mobilidade, fortemente atingido. Houve uma queda muito abrupta de passageiros que se refletiu na receita do setor. O grande problema é que é um setor relativamente novo. Quando pensamos nas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que vieram a partir de 2010, há um marco regulatório muito mais forte, mais seguro, com segurança de receita para o operador, mas há outros contratos, mais antigos, sem esse tipo de salvaguarda.
Esses sofreram muito mais, que é o caso do Rio de Janeiro. As duas primeiras concessões foram do Rio, com SuperVia e Metrô Rio. Hoje o setor no geral está conseguindo se segurar, muito pautado nessa segurança contratual dos mais novos, mas os operadores do Rio estão tendo de fazer muitos cortes e adequação de oferta para conseguir minimamente reduzir o volume de gastos e seguir operando.
A primeira coisa que tem de fazer é uma repactuação muito rápida, é um caso muito sério e já se chegou no limite para algumas operações. Se o governo do Rio, com apoio eventual do governo federal, não olhar para o estado e buscar uma solução, é provável que o sistema em algum momento pare.

Há algum sinal de recuperação da demanda?
A crise não passou. Estamos desde março de 2020, um ano e meio, em crise. Todos achavam que nós conseguiríamos recuperar a demanda, mas não. Vemos que os últimos números do setor aéreo, que era a grande preocupação do governo, já está retomando 90% dos voos, enquanto o setor de mobilidade continua amargando 50%.

Nenhum dos operadores opera próximo de níveis pré-pandemia?
A média está baixa para todos. Duas coisas acontecem. Primeiro um movimento natural, porque algumas escolas não voltaram ao sistema presencial. Segundo, há um movimento de mercado muito forte que vai se manter com relação ao trabalho remoto. Alguns estudiosos apontam que 15% a 20% dos passageiros habituais não voltarão, porque ficarão com trabalho remoto.
Se a gente pensa que hoje amarga queda de 50% e perdemos esses 20%, a perspectiva máxima é de atingir 80% do pré-crise. O que precisamos é reestruturar, otimizar o transporte. A conexão entre eles é fundamental, não temos mais espaço para concorrência entre modais, ter três ou quatro linhas de ônibus passando no mesmo lugar ou uma linha de trem e duas de ônibus percorrendo o mesmo sentido.
É fundamental que haja integração para fazer com que ônibus e trens andem mais cheios e eles possam compartilhar. Além disso, a gratuidade é um problema, precisamos sensibilizar nosso Legislativo e Executivo de que as gratuidades do transporte público precisam ser pagas. O governo não pode definir que haverá gratuidade para tal faixa e eles andarem de graça sem que ninguém arque com isso. Não somos contrários à gratuidade, desde que o governo arque com o custo. Em muitos estados, a gratuidade não é ressarcida.

Nesse cenário, como ficam discussões históricas, como a de tarifa zero no transporte?
Seria o melhor dos mundos para a população e os operadores, desde que o governo se organizasse para criar uma forma de financiar essa operação. Uma vez que o custo da operação é garantido, não somos contra. O problema é que se discute apenas a ponta, que é o custo da tarifa, mas não vejo em nenhum momento a discussão sobre qual mecanismo vai ser adotado para garantir esse resultado.

Foi com base nesses pontos que a associação lançou um documento no início de agosto?
Naquele documento a gente reuniu algumas das principais linhas de pensamento e de atuação que em nosso entendimento são fundamentais para avançarmos nesse modelo. Nada impede que busquemos outras soluções, mas vamos ter de nos debruçar sobre isso, todos juntos, operadores, governos e sociedade civil, para chegar num novo mecanismo de financiamento.
A atuação do Ministério da Infraestrutura tem sido importante em relação aos trens regionais, pela primeira vez vemos um ministério dedicado a esse tema, a criar um marco para o transporte regional de passageiros.

O Trem Intercidades, em São Paulo, seria o melhor exemplo disso, embora seja apenas dentro do estado?
Ele nasce no âmbito estadual, mas pode avançar, e começaremos a ter trens interestaduais. Esse projeto estamos apoiando, acreditamos que vai ser uma vitrine, assim como o VLT do Rio. O Intercidades vai ser um  modelo para todo o Brasil de um trem de passageiros moderno.

O setor, até por ter operações muito dispersas, não falava a mesma voz. Foi por isso que surgiu a ANPTrilhos?
A principal conquista foi a própria união do setor. Não existia 11 anos atrás uma organização que tratasse especificamente dos interesses dos operadores de transporte de passageiros sobre trilhos. A estrutura do governo federal relegava o setor porque não tinha uma entidade específica que tratasse com o governo. Foi fundamental para que ao longo desse tempo o setor passasse a ser considerado nas pautas das políticas públicas. Se falava muito de transporte rodoviário, mas sobre trilhos, não. Como os sistemas são estaduais, nos estados acabam tendo uma articulação boa, mas em âmbito federal faltava isso.
N
ão foi um caminho fácil. Uma das maiores vitórias que tivemos foi com relação ao projeto de lei do setor emergencial. Quando surgiu na Casa, foi para atender o transporte rodoviário. Depois, com muita rapidez, foi incluído o transporte sobre trilhos no texto. Ainda hoje lutamos contra esse tipo de exclusão, mas aos poucos o Legislativo e o Executivo federais já entendem, consideram o setor nas políticas públicas.

]]>
0
Órgão federal doa 35 toneladas de trilhos para associação de preservação em SP https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/orgao-federal-doa-35-toneladas-de-trilhos-para-associacao-de-preservacao-em-sp/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/27/orgao-federal-doa-35-toneladas-de-trilhos-para-associacao-de-preservacao-em-sp/#respond Sun, 27 Jun 2021 23:59:16 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/ABPF-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2839 Trilhos que estavam guardados no pátio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Irajá (RJ) agora serão utilizados para a recuperação de um trecho ferroviário que foi alvo de vários furtos no interior de São Paulo e que, no futuro, ligará o estado a Minas Gerais.

A ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que recebeu o lote, fez uma operação para o transporte dos trilhos entre a cidade do Rio e Cruzeiro, no interior de São Paulo, onde já estão armazenados no pátio existente no local.

Eles, de acordo com a associação, serão utilizados para repor os trilhos furtados no trecho entre a cidade e o Túnel Grande, no alto da Serra da Mantiqueira.

O trecho está em processo de recuperação para que futuramente seja implantado um trem turístico.

O total doado chega a aproximadamente 35 toneladas de trilhos, o que representa 915 metros.

A cessão dos trilhos é mais um capítulo de uma negociação que já tem sido feita nos últimos anos pela entidade de preservação e o Dnit. No fim do ano passado, a ABPF recebeu três vagões.

O projeto integral contempla a recuperação de 25 quilômetros de trilhos, incluindo pátios para manobra, até o túnel que separa os dois estados mais populosos do país.

O Túnel Grande divide Cruzeiro de Passa Quatro (MG) e foi um local de relevância histórica durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

A região da estação ferroviária Coronel Fulgêncio, em Passa Quatro, ainda guarda marcas dos confrontos.

Do lado mineiro, a região da linha férrea, que hoje abriga uma rota ferroviária turística, foi cenário de uma batalha sangrenta entre as forças paulistas e as tropas federais.

Relatos de pesquisadores indicam centenas de mortes de combatentes no local, inclusive a do tenente-coronel Fulgêncio de Souza Santos, comandante do 7º Batalhão da Força Pública de Minas Gerais.

Os registros indicam que ele foi assassinado perto do túnel quando paulistas tentaram invadir Passa Quatro.

Fulgêncio empresta o nome a uma estação ferroviária na cidade mineira e também, desde 1985, a uma medalha do mérito entregue pela Polícia Militar mineira para homenagear integrantes da PM, instituições e personalidades que prestaram serviços relevantes.

Os recursos para a implantação do trecho entre os dois estados são obtidos com a bilheteria dos trens operados pela regional Sul de Minas da associação, em São Lourenço e Passa Quatro (ambas em Minas Gerais) e Guararema (SP).

Quando a ferrovia, pelo lado paulista, chegar até o túnel, ela será conectada com os trilhos do trecho de dez quilômetros que já funciona em Passa Quatro.

O chamado trem da Serra da Mantiqueira é oferecido em Passa Quatro desde 2004, quando a ABPF assumiu o trecho e a estação ferroviária em Minas. Ele parte da estação central da cidade, que pertenceu à ferrovia Minas e Rio, passa pela estação Manacá, em operação desde 1931, e vai até Coronel Fulgêncio, num percurso de 20 quilômetros (ida e volta), no alto da serra, feito em duas horas.

]]>
0
No Rio, furtos de 3.200 grampos de trilhos ameaçam segurança ferroviária https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/#respond Sat, 26 Jun 2021 23:56:06 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/IMG_3823-min-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2832 O total de furtos de grampos de fixação dos trilhos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

E o que são esses grampos? Eles fazem a fixação dos trilhos nos dormentes. Sem eles, a linha férrea fica vulnerável, o que causa risco à circulação dos trens e pode provocar descarrilamentos.

A concessionária atribui o problema à crise econômica do país e, também, ao aprofundamento da crise pela qual o Rio passa. Com perda recorde de passageiros devido à Covid-19, a concessionária, que tinha a expectativa de que o fluxo de passageiros pré-pandemia fosse recuperado no segundo semestre deste ano, agora só fala em retomada para 2023.

Nesta sexta-feira (25), agentes da concessionária contribuíram para a detenção de um homem suspeito de furtar grampos de trilhos perto da estação Campos Elíseos, o que fez com que a circulação de trens fosse suspensa por uma hora e meia nos trechos Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim.

Depois de localizarem o suspeito, a concessionária acionou homens do grupamento de policiamento ferroviário, que o levaram para a delegacia. Com ele, foram encontradas peças da via férrea.

Até a colocação de novos grampos, os trens que circulam nos trechos estão com velocidade reduzida. Se o furto fosse de peças em sequência, a circulação teria de ser interrompida.

No último dia 7, a concessionária ajuizou pedido de recuperação judicial no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, com dívidas que atingem R$ 1,2 bilhão.

A empresa alega que foi seriamente impactada pela pandemia da Covid-19, que restringiu a circulação de pessoas e provocou redução brusca em seu faturamento.

Os trens deixaram de transportar 102 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

Os principais credores da concessionária são Light e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que representam 85% do total da dívida.

SuperVia
Ano de fundação da empresa: 1998
Receita operacional (2020): R$ 439,2 milhões
Prejuízo (2020): R$ 110,7 milhões
Dívidas: R$ 1,2 bilhão (85% do total com Light e BNDES)

]]>
0
Caso do VLT de Cuiabá, que pode virar BRT, vai parar em tribunal eleitoral https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/24/caso-do-vlt-de-cuiaba-que-pode-virar-brt-vai-parar-em-tribunal-eleitoral/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/24/caso-do-vlt-de-cuiaba-que-pode-virar-brt-vai-parar-em-tribunal-eleitoral/#respond Thu, 24 Jun 2021 23:59:57 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/0e303a28ea901c2cf7a9a58c1a3803aca4b6c34b8a3c352c6b1c49ba7653f63d_60b80a34355bc-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2817 Uma das obras que deveriam ter ficado como legado de mobilidade urbana da Copa do Mundo de 2014 e que nunca entrou em operação, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá agora poderá ter seu caso resolvido no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso.

Mas qual é a ligação de uma obra envolvida em suspeitas de corrupção com decisões tomadas num tribunal eleitoral? O governo de Mato Grosso decidiu transformar o inacabado VLT em BRT (corredores de ônibus rápidos), sob o argumento de que o gasto para sua implantação será menor que pagar o restante para a conclusão das obras do modal ferroviário.

Só que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), oposicionista do governador Mauro Mendes (DEM), critica o estado por não ouvir a prefeitura e quer que o TRE avalie a possibilidade da realização de um plebiscito para decidir a questão. A Câmara de Cuiabá enviou ofício nesse sentido ao tribunal.

Na última sexta-feira (18), o presidente do TRE mato-grossense, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, determinou que o documento recebido pela Câmara seja apreciado pelo órgão. Os vereadores já aprovaram a realização de plebiscito.

De acordo com o TRE, inicialmente o processo está tramitando internamente e, ao final do processo, será submetido ao plenário.

“Não se pode de imediato proceder a qualquer solução, antes que se tenha o trâmite normal e legal do presente expediente, com o regular processamento, para que ao final o ato convocatório seja submetido à apreciação do plenário deste Tribunal Regional Eleitoral, com fulcro no que dispõe o seu regimento interno”, disse, por meio de um comunicado, o presidente do TRE.

Emanuel, seu filho, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (PTB), e o presidente da Câmara de Cuiabá, Juca do Guaraná (MDB), se reuniram virtualmente com Alves da Rocha para defender o plebiscito no último dia 14.

“Como todos sabem, sou favorável à implantação do VLT, mas a população é soberana, e é ela quem deve decidir o que é melhor para ela”, disse o prefeito, por meio de sua assessoria.

As obras do VLT deveriam ter sido entregues para a Copa do Mundo de 2014, mas chegaram à Copa América de 2021, que também tem Cuiabá como uma das sedes, inacabadas e abandonadas, como mostrou o repórter Pablo Rodrigo em reportagem publicada no último dia 5.

O governador prometeu em sua campanha de 2018 que daria uma definição para o imbróglio, mas anunciou em dezembro que abandonaria a obra e implementaria um BRT depois de estudos que teriam concluído que o gasto seria de R$ 430 milhões, enquanto concluir o VLT representaria gastos de R$ 763 milhões.

Mas, enquanto a Câmara e a prefeitura querem um plebiscito, a Assembleia Legislativa aprovou a mudança proposta por Mendes, assim como o conselho deliberativo metropolitano da Região do Vale do Rio Cuiabá.

O governo estadual pediu ao Ministério do Desenvolvimento Regional a mudança do contrato para o BRT, devido ao empréstimo de R$ 1,406 bilhão para a obra. O pedido ainda não foi analisado.

Em 2012, quando o contrato foi assinado, ele não especificava sobre a entrega de bens separados, como aconteceu com os vagões e trilhos. O governo decidiu pagar antecipadamente a compra dos vagões e trilhos.

Cinco anos depois, o estado decidiu rescindir o contrato com o consórcio responsável após a operação Descarrilho da Polícia Federal, que apura pagamento de propina ao governo Silval Barbosa (2011-2014).

O projeto previa a construção de 22 quilômetros de trilhos, com 33 estações de embarque e desembarque de passageiros, entre Cuiabá e Várzea Grande.

]]>
0
Trem entre São Luís e Parauapebas volta a transportar passageiros após um mês https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/19/trem-entre-sao-luis-e-parauapebas-volta-a-transportar-passageiros-apos-um-mes/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/19/trem-entre-sao-luis-e-parauapebas-volta-a-transportar-passageiros-apos-um-mes/#respond Sat, 19 Jun 2021 11:10:41 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/WhatsApp-Image-2021-06-18-at-23.17.31-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2806 O trem de passageiros operado pela Vale entre São Luís e Parauapebas (PA) retomou as atividades após praticamente um mês de interrupção devido a medidas restritivas adotadas por conta da pandemia da Covid-19.

O transporte de passageiros tinha sido suspenso em 24 de maio na Estrada de Ferro Carajás a pedido do governo do Pará, depois que foi detectada a circulação da cepa indiana do novo coronavírus no Maranhão.

A circulação do trem foi retomada na última quinta-feira (17) pela Vale, após pedido feito pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Em média, antes da pandemia utilizavam os serviços ferroviários cerca de 30 mil passageiros por mês.

A Carajás foi inaugurada em 1985 e percorre 870 quilômetros de trilhos, passando por 25 povoados e municípios. Ela liga a maior mina do mundo de minério de ferro a céu aberto, em Carajás, ao porto de Ponta da Madeira, na capital maranhense.

Além do trem que liga os estados da região Nordeste e Norte do país, a Vale opera o transporte de passageiros na Estrada de Ferro Vitória-Minas, que foi escolhida como uma das mais seguras do país.

São os dois únicos trens regulares de passageiros no Brasil. As duas ferrovias, juntas, transportam 59% da carga que circula nas ferrovias brasileiras.

No retorno das operações, as medidas sanitárias que estavam sendo adotadas antes da paralisação seguem valendo, como a redução de 50% no total de vagas oferecidas, aferição de temperatura antes do embarque, uso de máscaras, disponibilização de álcool em gel no trem e nas estações e venda de bilhetes prioritariamente pela internet. Além disso, o carro-restaurante não está em funcionamento.

A interrupção nas operações do trem não foi a primeira durante a pandemia no país, que chegou a ter paralisação total das atividades de trens regulares e turísticos, o que não ocorreu nem mesmo durante a Segunda Guerra (1939-1945) ou após a quebra da Bolsa de Nova York (1929).

]]>
0
Trem entre cidades mineiras inaugurado há 140 anos tem atividades suspensas https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/10/trem-entre-cidades-mineiras-inaugurado-ha-140-anos-tem-atividades-suspensas/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/10/trem-entre-cidades-mineiras-inaugurado-ha-140-anos-tem-atividades-suspensas/#respond Thu, 10 Jun 2021 10:50:23 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/1-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2768 O trem que percorre os trilhos entre as cidades históricas de São João del-Rei e Tiradentes, em Minas Gerais, terá as atividades suspensas a partir desta sexta-feira (11). A maria-fumaça que faz a rota inaugurada há 140 anos por dom Pedro 2º em meio a rios, montanhas e estações que preservam a arquitetura do século 19 sofrerá paralisação devido às restrições provocadas pela pandemia da Covid-19.

A paralisação ocorrerá apenas 41 dias depois de a rota ter sido reaberta pela concessionária VLI, responsável pela manutenção do roteiro. Antes, tinha ficado interrompida outros 48 dias.

Inaugurada em 1881, a rota entre as cidades mineiras foi uma das que contaram com a presença do imperador em suas viagens iniciais, como aconteceu também em outros locais, como no interior paulista.

“O objetivo é resguardar a saúde da comunidade e dos empregados da empresa, em razão do risco de disseminação do coronavírus. A medida atende ao Programa Minas Consciente, do governo estadual, que tornou a onda vermelha mais restritiva”, diz trecho de comunicado da concessionária sobre a suspensão das atividades.

O roteiro contempla 12 quilômetros de travessia por paisagens que apresentam diversidade ecológica, construções que preservam a arquitetura do século 19 e integravam a antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas.

A maria-fumaça, que opera com bitola (distância entre a parte interna dos trilhos) de 76 centímetros, percorre as serras do complexo de São José e tem atrações como a rotunda, equipamento que no passado fazia o giro da locomotiva nas estações para que ela pudesse retornar à estação de origem.

O trajeto entre as cidades é percorrido em 45 minutos.

Ainda não há previsão para o retorno das operações da rota. Passageiros que tinham comprado bilhetes antecipados poderão pedir a remarcação da viagem ou o reembolso do valor.

Em São João del-Rei há um museu inaugurado há 40 anos, e que já estava fechado temporariamente, que conta a história da extinta Estrada de Ferro Oeste de Minas.

A ferrovia teve vida curta. Com dívidas e muitas dificuldades para operar, ela foi liquidada ainda em 1900, 19 anos após a criação, e adquirida pelo governo federal três anos depois.

Em 1931, foi arrendada pelo governo mineiro e passou a fazer parte da RMV (Rede Mineira de Viação).

O acervo do museu abriga a primeira locomotiva utilizada na ferrovia.

Até a interrupção, as viagens estavam disponíveis de sexta-feira a domingo, com partidas às 10h de São João del-Rei e às 11h15 de Tiradentes.

O passeio custa R$ 70 (ida) e R$ 80 (ida e volta). A entrada é gratuita para crianças até 5 anos. Pagam meia-entrada crianças de 6 a 12 anos, estudantes e pessoas acima de 60 anos.

]]>
0
Com prejuízo recorde, trens e metrôs lançam nova campanha contra a Covid https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/01/com-prejuizo-recorde-trens-e-metros-lancam-nova-campanha-contra-a-covid/#respond Tue, 01 Jun 2021 11:05:29 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/Estação-Cidade-Nova-1-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2713 Concessionárias que operam sistemas de trens urbanos e metrôs no país já lançaram campanhas individuais desde o ano passado para evitar a disseminação da Covid-19, mas agora uma nova campanha nacional está sendo lançada nesta terça-feira (1) para reforçar os protocolos sanitários.

Com a mensagem “Estamos fazendo a nossa parte, faça a sua também”, a campanha da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) tem como objetivo conscientizar os usuários da importância de contribuir com as ações de combate à pandemia.

Ela é lançada num momento financeiro extremamente crítico para o setor. Os trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados em 2020, o primeiro ano no qual o país teve de conviver com a pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da própria associação.

Só a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana, deixou de transportar 100 milhões de passageiros entre 14 de março do ano passado, quando começaram as restrições na capital, e o último dia 25, o que gerou perda de receita de R$ 545 milhões.

Em 2020, a queda em São Paulo foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados, enquanto no Nordeste o resultado foi 52% inferior ao de 2019, com 146,3 milhões de passageiros.

“Os operadores brasileiros reforçaram as medidas de limpeza e buscam constantemente as mais modernas tecnologias de desinfecção para manter os sistemas higienizados para o atendimento aos passageiros. É necessário que a população também nos ajude no combate ao vírus e essa campanha visa orientar e conscientizar o passageiro de que eles precisam adotar novos hábitos, para que juntos consigamos controlar a disseminação da doença dentro do transporte público sobre trilhos”, disse Roberta Marchesi, diretora-executiva da ANPTrilhos.

Além dos metrôs e trens, a campanha está sendo lançada nos sistemas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do país.

Os monitores dos sistemas metroferroviários e as redes sociais das empresas terão, durante o mês todo, mensagens da campanha nacional sobre o uso de máscaras e higiene pessoal.

As empresas alegam que, desde o início da pandemia, já têm adotado medidas para conter a propagação da Covid-19 nos sistemas, que incluem limpeza e higienização dos equipamentos de contato com os passageiros, como catracas, corrimãos e interior dos trens, uso de tecnologias e equipamentos de sanitização, instalação de comunicação visual específica para indicar distanciamento e disponibilidade de álcool em gel e equipamentos de proteção individual para as equipes.

Resultado do desempenho ruim do transporte de passageiros devido ao novo coronavírus, 2020 terminou também com recuo na produção de locomotivas e carros de passageiros no país, segundo a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).

O total de carros de passageiros produzidos foi de 72, ante os 99 do ano anterior e 312, em 2018. Para 2021, a previsão é ainda pior, com apenas 43.

]]>
0
Trens deixam de transportar 100 mi de passageiros no Rio devido à Covid-19 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/trens-deixam-de-transportar-100-mi-de-passageiros-no-rio-devido-a-covid-19/#respond Tue, 25 May 2021 18:52:15 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/SuperVia-Central-do-Brasil-e-frota-renovada-3-min.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2689 Os trens que circulam no Rio de Janeiro e na região metropolitana deixaram de transportar mais de 100 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

De acordo com dados da SuperVia, concessionária que administra o sistema desde 1998, o total de passageiros representa perdas registradas desde o dia 14 de março do ano passado. O acumulado até aqui chegou a 100.542.480.

Antes da pandemia, a média diária de passageiros nos trens era de 600 mil, número que hoje é de 300 mil em dias úteis. A concessionária administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

O cenário, porém, já chegou a ser pior e alcançar 70% de redução, ainda no segundo semestre do ano passado. Resultado disso é uma perda financeira de receita que chega a R$ 545 milhões.

“A concessionária, assim como os outros modais de transporte público do estado, depende exclusivamente da venda das passagens para dar continuidade à prestação do serviço e não conta com nenhum subsídio do governo. A SuperVia tem custos fixos para seguir com a operação e com a manutenção dos trens, das estações e da estrutura ferroviária. Além disso, tem atendido a todos os novos requisitos de higienização e operação, mantendo o serviço de todos os ramais e preservando os empregos de seus colaboradores”, diz comunicado da concessionária.

No ano passado, trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total recuou para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório anual da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

A queda de 46,7% na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 foi a maior redução já registrada no país. Se for considerado só o período de restrições devido à pandemia, de março a dezembro, o desempenho chega a 55,9% de retração em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

A maior queda no fluxo em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada justamente no Rio de Janeiro, onde foram transportados 252,6 milhões de passageiros entre março e dezembro, redução de 57% em relação ao ano anterior.

Segundo a ANPTrilhos, o setor chegou a registrar crescimento de 8% no fim do ano, mas o avanço da pandemia fez com que 2021 iniciasse com redução de 4% na demanda e a curva está estagnada de forma negativa desde então, sem sinais de que vá melhorar nos próximos meses.

Já a SuperVia diz que a expectativa inicial era de que a recuperação completa do fluxo de clientes ocorresse no segundo semestre deste ano, mas a crise econômica do país e o aprofundamento da crise no Rio alteraram a previsão de retomada, agora esperada somente para 2023.

Por conta disso, o setor de transporte ferroviário de passageiros esperava que um pacote de auxílio de R$ 4 bilhões aos sistemas de transporte público fosse sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e resultasse em ao menos cerca de R$ 140 milhões às concessionárias que atuam no país, mas a proposta foi vetada.

Além da perda de receita, os trens do Rio têm sido alvo de furtos de cabos, trocas de tiros entre grupos rivais, morte e até mesmo de baile funk dentro de um vagão no auge da pandemia.

Em março, um vídeo circulou na internet mostrando uma multidão aglomerada –sem máscaras, alguns com cervejas na mão– num vagão da SuperVia. A festa teria coincidido com o dia em que o Brasil registrou 2.815 mortes causadas pela Covid-19.

Em 4 de abril, uma mulher de 26 anos morreu após ser baleada num assalto no interior de um trem na zona norte e, só no primeiro trimestre do ano, foram registrados ao menos cinco casos de tiroteios no entorno das linhas férreas, que prejudicaram a operação do sistema por 11 horas e 18 minutos.

Sobre o funk dentro do trem, a SuperVia informou que “repudia o comportamento registrado no vídeo, que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia”.

“Incluindo pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros”, diz nota da empresa.

]]>
0