Sobre Trilhos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br Viaje ao passado, conheça o presente e imagine o futuro das ferrovias Mon, 06 Dec 2021 06:15:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Quer ser maquinista? CPTM abre pela 1ª vez vagas para curso de formação na área https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/24/quer-ser-maquinista-cptm-abre-pela-1a-vez-vagas-para-curso-de-formacao-na-area/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/24/quer-ser-maquinista-cptm-abre-pela-1a-vez-vagas-para-curso-de-formacao-na-area/#respond Wed, 24 Nov 2021 07:55:01 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/WhatsApp-Image-2021-11-23-at-22.20.18-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3158 Para quem é jovem e tem como objetivo profissional atuar no setor metroferroviário, uma opção para ingresso na carreira está aberta pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que oferecerá pela primeira vez vagas para o curso de formação de maquinistas.

A companhia, criada em 1992, opera 273 quilômetros de linhas férreas, com 96 estações operacionais, que se localizam em 23 cidades.

Serão oferecidas 34 vagas para o curso de formação em simuladores de operação de trens, que terá visitas técnicas e aulas complementares nas áreas de operação e manutenção da CPTM, segundo a companhia.

As inscrições ficarão abertas entre esta quarta-feira (24) e a próxima terça (30), e podem participar candidatos que tenham 18 anos completos na data de início do curso e, no máximo, 24 anos antes da conclusão, desde que tenham terminado o ensino médio.

O curso de aluno aprendiz tem duração de um ano e é oferecido pela CPTM em parceria com o Senai.

Além das vagas no curso de maquinista, estão abertas outras 66 vagas para o curso de técnico em manutenção de sistemas metroferroviários, este com duração de dois anos.

Se o processo seletivo seguir o último promovido pela CPTM, a disputa será grande. No começo deste ano, foram ofertadas 42 vagas para o curso de assistente-administrativo, que foram disputadas por 10 mil pessoas.

Segundo a CPTM, os aprendizes receberão nos primeiros 12 meses uma bolsa de estudos correspondente a um salário mínimo (R$ 1.100), valor que sobe 50% para o segundo ano (o equivalente atualmente a R$ 1.650), além de planos de saúde e odontológico, vale-alimentação, vale-transporte e vale-refeição.

As inscrições, sem custo, devem ser feitas no site Leopoldina Senai.

Neste ano, a CPTM já realizou três leilões de materiais ferroviários que não servem mais para ela, como trilhos, dormentes e sucatas, que amealharam R$ 26,6 milhões.

O primeiro, em fevereiro, foi o mais rentável até aqui, com R$ 11,6 milhões, enquanto o segundo, em julho, arrecadou R$ 7,1 milhões. No último, em outubro, o total chegou a R$ 7,9 milhões.

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Mulheres ocupam 76% das novas vagas para agentes do metrô em Salvador https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/01/mulheres-ocupam-80-das-novas-vagas-para-agentes-do-metro-em-salvador/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/11/01/mulheres-ocupam-80-das-novas-vagas-para-agentes-do-metro-em-salvador/#respond Mon, 01 Nov 2021 10:21:38 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/WhatsApp-Image-2019-03-14-at-12.01.28-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3064 Um programa voltado à ampliação da presença das mulheres no mercado de trabalho fez com que elas ocupassem 76% das novas vagas para agentes de atendimento e segurança contratados pelo Metrô Bahia.

As mulheres estão em fase de treinamento e deverão iniciar as atividades nas 20 estações administradas pelo sistema até o final do ano, atendendo, orientando e atuando na segurança dos passageiros.

No total, foram abertas 38 vagas, das quais 29 foram ocupadas por mulheres, com as 9 restantes destinadas aos homens.

O Metrô Bahia transporta atualmente cerca de 300 mil passageiros por dia, 30% abaixo da demanda existente antes da pandemia da Covid-19.

“Queremos mostrar que elas podem estar em qualquer lugar, atuando como agentes de segurança. Incentivamos cada vez mais isso”, afirmou o presidente da CCR Metrô Bahia, Andre Costa.

Segundo a empresa, o objetivo também é quebrar paradigmas de que o mundo metroferroviário é um ambiente predominantemente masculino.

No último dia 18, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia iniciou uma oficina de capacitação com o objetivo de contribuir para melhorar o atendimento às mulheres que utilizam os trens do sistema metroviário, que engloba 33 quilômetros de trilhos em Salvador e Lauro de Freitas.

Além dos 38 novos agentes, chamados de AASs (Agentes de Atendimento e Segurança), a secretaria informou que a meta é capacitar todos os 639 funcionários do sistema que atuam no atendimento direto ao público. Até a primeira quinzena de dezembro, o total de agentes capacitados deve chegar a cerca de cem.

Por meio da assessoria da pasta, a secretária Julieta Palmeira disse que a proposta de qualificar toda a equipe tem como objetivo o “foco no acolhimento de mulheres em situação de violência”.

O metrô baiano lançou recentemente um aplicativo que informa a lotação do próximo trem, qual vagão está mais vazio e quanto tempo a composição vai demorar até chegar à estação em que o passageiro está.

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Em três leilões de trilhos e dormentes no ano, CPTM arrecada R$ 26,6 milhões https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/29/em-terceiro-leilao-de-trilhos-e-dormentes-no-ano-cptm-arrecada-r-79-mi/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/29/em-terceiro-leilao-de-trilhos-e-dormentes-no-ano-cptm-arrecada-r-79-mi/#respond Fri, 29 Oct 2021 10:13:08 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-05-at-04.20.08-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3074 A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) arrecadou R$ 7,9 milhões em seu terceiro leilão realizado neste ano de materiais ferroviários que não servem mais para ela. Entre os itens vendidos estavam trilhos, dormentes e sucatas.

Com isso, já foram arrecadados pela empresa em 2021 R$ 26,6 milhões. No primeiro leilão, em fevereiro, o montante chegou a R$ 11,6 milhões, enquanto no segundo, em julho, a arrecadação alcançou R$ 7,1 milhões.

Não havia lotes com carros de passageiros à venda, como já ocorreu no leilão de novembro do ano passado, com vagões comercializados por preços iniciais de R$ 40.550.

Dos 101 lotes disponíveis agora, 90 foram arrematados no certame, que superou em 10% os R$ 7,2 milhões previstos inicialmente. O leilão foi realizado no último dia 15.

A maior procura dos compradores foi por trilhos ferroviários, que renderam R$ 3 milhões, 38% do total arrecadado e que teve ágio de 5% em relação ao valor inicial. No último leilão, em julho, já tinha sido responsável pela maior fatia, com R$ 4 milhões, ou 56% do total.

A expectativa é que eles sejam reciclados para uso na produção de novos trilhos ou mesmo reaproveitados por outros operadores ferroviários.

Já sucatas de metal renderam R$ 2,4 milhões (18% de ágio), enquanto dormentes de madeira foram responsáveis por R$ 1,2 milhão. Os dormentes são usados principalmente pela indústria de móveis rústicos.

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Metrô da Bahia adota app que diz se dá tempo de tomar café antes do embarque https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/metro-da-bahia-adota-app-que-diz-se-da-tempo-de-tomar-cafe-antes-do-embarque/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/23/metro-da-bahia-adota-app-que-diz-se-da-tempo-de-tomar-cafe-antes-do-embarque/#respond Sat, 23 Oct 2021 10:00:19 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-22-at-13.12.35-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3050 Um aplicativo que informa a lotação do próximo trem, qual vagão está mais vazio e quanto tempo a composição vai demorar até chegar à estação em que o passageiro está foi colocado em funcionamento no metrô da Bahia. Ele se soma a outras iniciativas implantadas, como painéis informativos em plataformas de embarque.

O objetivo foi o de dar ao usuário subsídios para que ele defina o melhor horário para sair de casa, para utilizar o sistema em horários com menor fluxo de passageiros e saber se dá tempo de fazer alguma outra atividade no trabalho antes de ir para a estação ou tomar um café enquanto aguarda a chegada do trem.

Os dados dos computadores que fazem o monitoramento dos trens no CCO (Centro de Controle Operacional) são captados e compartilhados instantaneamente com o app, segundo a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pelo sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. O metrô baiano é composto por 33 quilômetros de trilhos nas duas cidades.

“Vimos que o segmento de metrô tinha pouca digitalização dos seus serviços e torná-lo mais digital foi o mote de criar o conceito de mobilidade humana, mais integrada entre o físico e o digital. Começamos com a carga do cartão, que antes era dependente de bilheteria, o que tomava tempo do usuário, e agora ele só precisa encostar num validador para ativar o crédito. Ganha 98% de um tempo que não agregava valor a ele”, disse o presidente do Metrô Bahia, Andre Costa.

O app de mobilidade, chamado Quicko, oferece desde março a compra de crédito online. Já o sistema de monitoramento em tempo real está em uso desde o fim de setembro.

Além do app, a estação da linha 1 de acesso norte e a estação rodoviária, que fica na linha 2, receberam monitores com as mesmas informações do aplicativo. Até dezembro, segundo a CCR, outras dez plataformas receberão a tecnologia, que até março do ano que vem estará em todas as 20 estações. Nas estações sem monitores, até o fim do ano serão disponibilizados QR-Code para o usuário abrir o app.

“Se colocamos só no monitor na plataforma, não damos a mobilidade [ao usuário], mas agora, no trabalho, ele sabe como está o trem e pode decidir o que fazer, se desenvolve mais uma tarefa e depois sai ou se é o momento de ir.”

O Metrô Bahia transporta atualmente cerca de 300 mil passageiros por dia, 30% abaixo da demanda existente antes da pandemia da Covid-19.

Para Costa, fatores como home office, estudo em casa e desemprego provocaram a baixa, mas a expectativa é de aumento na locomoção das pessoas. A tarifa custa R$ 4,10.

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Com novo sistema de abastecimento, Rumo reduz trens dentro de Araraquara e encurta viagem a Santos https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/01/com-novo-sistema-de-abastecimento-rumo-reduz-trens-dentro-de-araraquara-e-encurta-viagem-a-santos/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/10/01/com-novo-sistema-de-abastecimento-rumo-reduz-trens-dentro-de-araraquara-e-encurta-viagem-a-santos/#respond Fri, 01 Oct 2021 03:45:30 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-09-30-at-20.45.09-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=3004 A inauguração do maior complexo de abastecimento da concessionária Rumo, nesta sexta-feira (1), em Araraquara, vai tirar em média 15 trens por dia da zona urbana da cidade e permitirá a redução do tempo de viagem das composições rumo ao porto de Santos.

O hub, um investimento de R$ 140 milhões, dará ganho de eficiência à concessionária por permitir o abastecimento simultâneo de até 14 locomotivas nos três postos de abastecimento implantados, com vazão média de mil litros por minuto, com o objetivo de atender as malhas administradas pela empresa (Paulista, Central e Operação Norte).

Os trens sairão da zona urbana porque foi construído em Araraquara, a partir de 2008, um contorno ferroviário, mas que não atingiu resultado total ainda porque, embora muitos trens já trafeguem fora do município, a oficina de manutenção e o posto de abastecimento ainda estavam dentro da cidade. A partir de agora, só a oficina seguirá na região central.

O objetivo da concessionária é transformar o pátio de Tutoia, que fica fora da zona central de Araraquara, no grande hub de abastecimento dos trens da Rumo que chegam de Mato Grosso, Goiás e Tocantins com destino a Santos e os que fazem o sentido inverso.

A obra foi concluída em julho e, desde então, tem passado por testes. “O que a gente trouxe foi um conceito equivalente ao do pitstop na Fórmula 1. O tempo é diferente, claro, mas o conceito é o mesmo. Você não manobra em nada o trem, não faz volta com locomotiva”, disse Darlan de David, vice-presidente de supply, projetos, expansão e segurança da Rumo.

Além de diesel, o abastecimento com areia, água e óleo lubrificante é feito em 20 minutos, operação que levaria ao menos entre uma hora e quarenta minutos e duas horas até a adoção do terminal.

É, diz David, uma mudança de patamar enorme, por acelerar os deslocamentos ferroviários até Santos. De Rondonópolis (MT), de onde as composições com 120 vagões partem rumo ao porto, o tempo gasto era de 84 horas até a implantação do sistema. Agora, foi reduzido em uma hora e 24 minutos.

“É muito relevante sobre o tempo total do trajeto dos trens. Quanto menos parar o trem, melhor, não só para chegar mais rápido no destino, mas também economizar combustível.”

A capacidade de armazenagem é de 1,2 milhão de litros de diesel, divididos em dois tanques de 600 mil litros cada. Cada locomotiva abastece, em média, 18 mil litros. Isso significa, de acordo com o vice-presidente, uma autonomia de dois a quatro dias.

Terminal de São Simão (GO) da Rumo, inaugurado em março (Divulgação/Rumo)
Terminal de São Simão (GO) da Rumo, inaugurado em março (Divulgação/Rumo)

E como esse combustível chegará ao hub? Duas possibilidades: por meio de vagões e por rodovia.

Durante a forte safra de grãos no Centro-Oeste, conta David, a prioridade nos vagões é dos clientes, o que significará transporte rodoviário do combustível, a partir da Replan, em Paulínia.

Além de Araraquara, a Rumo tem pontos de apoio para abastecimento em Rondonópolis, na Baixada e em São José do Rio Preto, que deve ser encerrado devido à proximidade com Araraquara.

A inauguração está prevista para as 9h desta sexta, com a presença do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que tem participado de uma série de eventos no interior paulista de olho nas eleições do ano que vem.

Com o posto de abastecimento das composições transferido para Tutoia, faltará a retirada da oficina, o que deve ocorrer até 2026.

“A gente vai tirar a operação da Rumo de dentro do município em 2026, com a transferência da manutenção para Tutoia. Há várias coisas para fazer, como realocação de oficinas, manutenção de locomotivas, então ainda vamos trafegar com algumas [na zona urbana] para fazer manutenção”, afirmou.

Até o surgimento do novo sistema, o abastecimento era feito no posto ao lado da avenida Maria Antonia de Oliveira, a Via Expressa, principal rota da cidade.

A retirada dos trilhos em Araraquara se arrasta desde 2008, primeira data prevista para entrega, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Orçada em R$ 82,9 milhões (valor nominal), em 2014 seu custo já tinha atingido R$ 125,3 milhões, ou 51% mais –devido a correções inflacionárias e readequações no projeto.

Para o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), a importância da retirada dos trilhos está no fato de permitir a unificação da cidade, hoje dividida a partir da Vila Xavier, por onde a linha férrea corta o município.

A retirada dos trilhos unirá uma região que abriga pouco mais de 40 mil dos 240 mil habitantes de Araraquara. No local onde hoje estão os trilhos, uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados, a proposta da prefeitura é criar um parque linear.

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Transporte precisa se reorganizar para superar perda de passageiros na pandemia, diz dirigente de associação https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/09/03/transporte-precisa-se-reorganizar-para-superar-perda-de-passageiros-na-pandemia-diz-dirigente-de-associacao/#respond Fri, 03 Sep 2021 17:30:07 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/CCR-Metrô-Bahia-2-Foto-Divulgacao-CCR-Metro-Bahia-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2932 O Brasil tem hoje 21 sistemas metroferroviários em operação, distribuídos em nove estados e o Distrito Federal, concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Em seus 1.116 km de linhas construídas, pouco para um país de dimensões continentais, foram transportados diariamente, em 2020, 5,8 milhões de passageiros, volume que despencou devido à pandemia e que talvez não volte mais aos níveis pré-Covid-19.

Diretora-executiva da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), Roberta Marchesi disse que a perspectiva de que 20% dos antigos usuários não voltarão ao sistema principalmente por conta da possibilidade de trabalho remoto nas empresas faz com que seja necessário discutir o futuro do setor.

A associação, que completou 11 anos na última semana, também tem discutido formas de financiamentos do sistema –como a gratuidade de passagens– e a implantação de trens regionais, que poderiam fazer o setor crescer no país.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

O Brasil tem hoje 1.100 km de transporte de passageiros sobre trilhos, o que é muito pouco para um país desse tamanho. É possível projetar como será o futuro do setor?
Não temos expectativa [numérica] para os próximos anos, mas o que vemos hoje é um foco muito grande nesse segmento. Governos, tanto estaduais quanto federal, já entenderam que o setor tem uma potencialidade enorme, existe uma demanda reprimida por esse tipo de investimento.
Quando olhamos para os investimentos feitos, a gente vê que é um segmento que precisa ser considerado. O maior exemplo disso, que sempre tenho falado, são as concessões das linhas 8 e 9 de São Paulo. E por quê? Não é o maior sucesso ou porque foi o maior projeto, mas é o maior exemplo de como o setor tem capacidade de atrair investimentos. No meio da maior crise setorial que já existiu na história, tivemos as concessões de duas linhas, um resultado excelente, quase duas vezes o valor da outorga inicial. Se na crise o setor consegue atrair investimento privado, o que não conseguiria fazer fora da crise?
Isso é um alerta positivo da importância que o segmento tem e a capacidade não só de melhorar, mas de fazer isso com capital privado.

O setor foi altamente impactado na crise e ainda não se recuperou. O que está sendo feito pelas empresas?
O setor foi, como toda a mobilidade, fortemente atingido. Houve uma queda muito abrupta de passageiros que se refletiu na receita do setor. O grande problema é que é um setor relativamente novo. Quando pensamos nas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que vieram a partir de 2010, há um marco regulatório muito mais forte, mais seguro, com segurança de receita para o operador, mas há outros contratos, mais antigos, sem esse tipo de salvaguarda.
Esses sofreram muito mais, que é o caso do Rio de Janeiro. As duas primeiras concessões foram do Rio, com SuperVia e Metrô Rio. Hoje o setor no geral está conseguindo se segurar, muito pautado nessa segurança contratual dos mais novos, mas os operadores do Rio estão tendo de fazer muitos cortes e adequação de oferta para conseguir minimamente reduzir o volume de gastos e seguir operando.
A primeira coisa que tem de fazer é uma repactuação muito rápida, é um caso muito sério e já se chegou no limite para algumas operações. Se o governo do Rio, com apoio eventual do governo federal, não olhar para o estado e buscar uma solução, é provável que o sistema em algum momento pare.

Há algum sinal de recuperação da demanda?
A crise não passou. Estamos desde março de 2020, um ano e meio, em crise. Todos achavam que nós conseguiríamos recuperar a demanda, mas não. Vemos que os últimos números do setor aéreo, que era a grande preocupação do governo, já está retomando 90% dos voos, enquanto o setor de mobilidade continua amargando 50%.

Nenhum dos operadores opera próximo de níveis pré-pandemia?
A média está baixa para todos. Duas coisas acontecem. Primeiro um movimento natural, porque algumas escolas não voltaram ao sistema presencial. Segundo, há um movimento de mercado muito forte que vai se manter com relação ao trabalho remoto. Alguns estudiosos apontam que 15% a 20% dos passageiros habituais não voltarão, porque ficarão com trabalho remoto.
Se a gente pensa que hoje amarga queda de 50% e perdemos esses 20%, a perspectiva máxima é de atingir 80% do pré-crise. O que precisamos é reestruturar, otimizar o transporte. A conexão entre eles é fundamental, não temos mais espaço para concorrência entre modais, ter três ou quatro linhas de ônibus passando no mesmo lugar ou uma linha de trem e duas de ônibus percorrendo o mesmo sentido.
É fundamental que haja integração para fazer com que ônibus e trens andem mais cheios e eles possam compartilhar. Além disso, a gratuidade é um problema, precisamos sensibilizar nosso Legislativo e Executivo de que as gratuidades do transporte público precisam ser pagas. O governo não pode definir que haverá gratuidade para tal faixa e eles andarem de graça sem que ninguém arque com isso. Não somos contrários à gratuidade, desde que o governo arque com o custo. Em muitos estados, a gratuidade não é ressarcida.

Nesse cenário, como ficam discussões históricas, como a de tarifa zero no transporte?
Seria o melhor dos mundos para a população e os operadores, desde que o governo se organizasse para criar uma forma de financiar essa operação. Uma vez que o custo da operação é garantido, não somos contra. O problema é que se discute apenas a ponta, que é o custo da tarifa, mas não vejo em nenhum momento a discussão sobre qual mecanismo vai ser adotado para garantir esse resultado.

Foi com base nesses pontos que a associação lançou um documento no início de agosto?
Naquele documento a gente reuniu algumas das principais linhas de pensamento e de atuação que em nosso entendimento são fundamentais para avançarmos nesse modelo. Nada impede que busquemos outras soluções, mas vamos ter de nos debruçar sobre isso, todos juntos, operadores, governos e sociedade civil, para chegar num novo mecanismo de financiamento.
A atuação do Ministério da Infraestrutura tem sido importante em relação aos trens regionais, pela primeira vez vemos um ministério dedicado a esse tema, a criar um marco para o transporte regional de passageiros.

O Trem Intercidades, em São Paulo, seria o melhor exemplo disso, embora seja apenas dentro do estado?
Ele nasce no âmbito estadual, mas pode avançar, e começaremos a ter trens interestaduais. Esse projeto estamos apoiando, acreditamos que vai ser uma vitrine, assim como o VLT do Rio. O Intercidades vai ser um  modelo para todo o Brasil de um trem de passageiros moderno.

O setor, até por ter operações muito dispersas, não falava a mesma voz. Foi por isso que surgiu a ANPTrilhos?
A principal conquista foi a própria união do setor. Não existia 11 anos atrás uma organização que tratasse especificamente dos interesses dos operadores de transporte de passageiros sobre trilhos. A estrutura do governo federal relegava o setor porque não tinha uma entidade específica que tratasse com o governo. Foi fundamental para que ao longo desse tempo o setor passasse a ser considerado nas pautas das políticas públicas. Se falava muito de transporte rodoviário, mas sobre trilhos, não. Como os sistemas são estaduais, nos estados acabam tendo uma articulação boa, mas em âmbito federal faltava isso.
N
ão foi um caminho fácil. Uma das maiores vitórias que tivemos foi com relação ao projeto de lei do setor emergencial. Quando surgiu na Casa, foi para atender o transporte rodoviário. Depois, com muita rapidez, foi incluído o transporte sobre trilhos no texto. Ainda hoje lutamos contra esse tipo de exclusão, mas aos poucos o Legislativo e o Executivo federais já entendem, consideram o setor nas políticas públicas.

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Trem deve parar de brigar com ônibus por passageiros, aponta documento https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/08/22/trem-deve-parar-de-brigar-com-onibus-por-passageiros-aponta-documento/#respond Sun, 22 Aug 2021 22:32:03 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/MetroRio_Movimento-04-Credito-MetroRio-320x213.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2924 Quem mora em grandes centros urbanos já deve ter visto cena semelhante: em vias ao lado de linhas de trem ou de metrô ônibus circulam com seus passageiros no mesmo trajeto. E, muitas vezes, nenhum dos dois está lotado.

Bom para o usuário, que tem a opção de embarcar no modal que desejar, a cena é apontada como um dos problemas do sistema ferroviário no país, por dividir passageiros com outros meios de transporte.

Esse ponto é um dos oito que constam num documento lançado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), com apoio de entidades como a FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o Consetrans (Conselho Nacional de Secretários de Transportes) e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana.

Intitulado “O Futuro da Mobilidade – A contribuição do transporte público sobre trilhos para uma nova mobilidade urbana”, o documento prega que, além do fim da sobreposição entre modais de transporte, as cidades desenvolvam medidas como planejamento de longo prazo e gestão centralizada para toda a região metropolitana, e não apenas para a principal cidade da região.

Esse problema da sobreposição é facilmente encontrado, por exemplo, no Rio de Janeiro, onde ônibus percorrem rotas em longas avenidas paralelas à via férrea operada pela SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros do sistema ferroviário no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

Outras preocupações do setor são priorizar a integração do transporte, o financiamento do transporte público coletivo pelo transporte individual, instrumentos de financiamento de situações de emergência (como a pandemia da Covid-19), o financiamento de gratuidades e a colaboração do poder público com os sistemas de transporte em períodos emergenciais.

Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores disse que o lançamento do documento num momento como esse se deve ao fato de a pandemia ter alterado as relações de trabalho, com a previsão de manutenção de parte dos funcionários das empresas no regime de home office.

“A experiência do trabalho remoto está se mostrando vantajosa para as empresas, com a diminuição dos seus custos fixos, e para as pessoas, com o aumento da qualidade de vida. Diante deste cenário, o transporte público foi fortemente impactado e não recebeu auxílio governamental, diferente de outros setores que receberam apoio para manter suas atividades”, disse.

De acordo com a associação, é preciso que os governos deem importância ao planejamento adequado e integrado do transporte.

O documento surge num momento em que trens e metrôs bateram recorde negativo de passageiros transportados no país, por conta da pandemia da Covid-19.

De cerca de 11 milhões de passageiros transportados por dia útil em 2019, o total caiu para 5,8 milhões no ano passado, segundo relatório da ANPTrilhos.

Com isso, a queda na quantidade de passageiros que utilizaram os sistemas em 2020 chegou a 46,7% em comparação com o ano anterior, a maior redução já registrada.

Só na SuperVia, a perda financeira foi tão grande que a empresa pediu recuperação judicial. Deixaram de ser transportados mais de 100 milhões de passageiros desde o início da pandemia.

A redução na demanda, segundo a associação, gerou perdas de R$ 8 bilhões em receita tarifária entre março e dezembro.

O objetivo do documento, diz a associação, é apresentar propostas e soluções para que gestores avaliem as medidas adequadas de mobilidade às diferentes realidades existentes no país.

“A redução do número de passageiros no transporte público não é necessariamente uma novidade. Desde a década de 90, o setor vem sentindo a queda, que tem sido acompanhada pelo aumento acelerado da frota de veículos de uso individual, puxado pelas políticas de incentivo à indústria automobilística”, disse, após o lançamento, a diretora-executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.

Há em operação 1.116,5 quilômetros de trilhos no país, com 48 linhas e 627 estações.

As concessionárias atendem 71 municípios de 10 estados e o Distrito Federal e estão presentes em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará).

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Documentário britânico mostra impacto histórico da São Paulo Railway no país https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/documentario-britanico-mostra-impacto-historico-da-sao-paulo-railway-no-pais/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/documentario-britanico-mostra-impacto-historico-da-sao-paulo-railway-no-pais/#respond Mon, 19 Jul 2021 22:59:56 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2022/07/WhatsApp-Image-2021-07-14-at-00.55.28-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2903 O impacto provocado pelos investimentos ingleses nas ferrovias brasileiras, especialmente a SPR (São Paulo Railway) é tema de um minidocumentário produzido pelo governo britânico que será lançado nesta terça-feira (20).

Intitulado “A Influência Britânica no Desenvolvimento do Setor Ferroviário Brasileiro”, o vídeo, de cerca de 17 minutos, conta como os investimentos feitos pelo Reino Unido foram importantes para o desenvolvimento da SPR –inaugurada em 1867– e, a partir dela, de outras ferrovias que surgiram em São Paulo na segunda metade do século 19.

Com entrevistas com pesquisadores brasileiros e membros do governo britânico, o documentário, visto pelo blog com exclusividade, tem como ponto de partida a estação da Luz, apontada como uma ótima representação da parceria entre o Reino Unido e o Brasil, e destaca duas das histórias mais emblemáticas das ferrovias no país: as obras de engenharia para que os trens rompessem a serra do Mar mais de 150 anos atrás e a vila de Paranapiacaba.

Entre os nomes entrevistados estão o arquiteto e pesquisador Antonio Soukef Júnior, o diretor do governo britânico para comércio e investimento no Brasil, Martin Whalley, Eric Lamarca, diretor de gestão de Paranapiacaba, e Paulo Monteiro Espanha, pesquisador da Secretaria de Turismo de Santos.

A narrativa mostra como o monopólio dos 139 quilômetros de trilhos sob concessão da SPR entre Santos e Jundiaí fizeram com que, durante todo o período da concessão, de 90 anos, ela fosse a mais bem sucedida companhia ferroviária em atuação no país.

Até o fim da concessão, em 1946, ela permaneceu como empresa britânica e, depois, foi administrada pelo governo federal (ferrovia Santos-Jundiaí).

A importância do capital estrangeiro, sobretudo inglês, no desenvolvimento das ferrovias brasileiras já foi apontado por outras obras, como no livro “Trilhos do Desenvolvimento: Ferrovias no Crescimento Econômico Brasileiro 1854-1913”, do brasilianista William Summerhill, professor na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e pesquisador de história econômica brasileira.

Os investimentos ferroviários foram o que de mais importante aconteceu no Brasil na segunda metade do século 19 e tiveram papel primordial para o crescimento econômico do país.

Além da SPR, com capital inglês se desenvolveram companhias ferroviárias como a Paulista, que buscou empréstimo em Londres para pagar a implantação do ramal ferroviário até Mogi Guaçu, isso para ficar em apenas um exemplo.

No fim do documentário, membros do governo britânico falam em fortalecer a parceria com o Brasil para o desenvolvimento futuro das ferrovias.

O vídeo estreará às 9h desta terça-feira (20), aqui. O trailer está disponível abaixo.

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CPTM prevê arrecadar R$ 5 mi com leilão de trilhos, dormentes e rodas ferroviárias https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/cptm-preve-arrecadar-r-5-mi-com-leilao-de-trilhos-dormentes-e-rodas-ferroviarias/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/cptm-preve-arrecadar-r-5-mi-com-leilao-de-trilhos-dormentes-e-rodas-ferroviarias/#respond Thu, 08 Jul 2021 10:50:17 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/WhatsApp-Image-2021-07-05-at-04.20.08-320x213.jpeg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2870 A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) fará um leilão de componentes ferroviários inservíveis na próxima semana em que pretende arrecadar pelo menos R$ 5 milhões.

Serão leiloados trilhos, dormentes, rodas ferroviárias e sucata de cobre, entre outros materiais ferroviários que não servem mais para a empresa. Diferentemente de um leilão realizado no fim de 2020, agora não haverá lotes com carros de passageiros à venda.

O leilão está marcado para as 10h do próximo dia 16 e, de acordo com a CPTM, deve atrair interesse principalmente de siderúrgicas (para reciclar o ferro) e fábricas de móveis rústicos (dormentes). São, ao todo, 80 lotes.

Por meio da assessoria de comunicação da companhia,  o gerente de logística, Leandro Capergiani Moreira, disse que leilões do tipo são importantes para a recuperação de parte do investimento na compra dos materiais e no “benefício ambiental da reutilização”.

O leilão da próxima semana será o segundo deste ano. No primeiro, em fevereiro, foram arrecadados R$ 11,6 milhões, 16% a mais que a previsão, de R$ 10 milhões.

Se agora a previsão mínima for alcançada, o montante arrecadado neste ano já será equivalente ao valor obtido em três leilões no ano passado, que renderam R$ 16,7 milhões.

Além dos leilões de sucata, a CPTM vendeu em 2020 cinco carros de passageiros por R$ 268 mil, no total. Até 2019, eles foram utilizados na linha 7-rubi (Brás-Jundiaí).

Cada um dos carros, fabricados nos anos 80 e que tinham lance inicial de R$ 40,5 mil, custou R$ 53,6 mil ao arrematador, 32,3% mais.

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No Rio, furtos de 3.200 grampos de trilhos ameaçam segurança ferroviária https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/ https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2021/06/26/no-rio-furtos-de-3-200-grampos-de-trilhos-ameacam-seguranca-ferroviaria/#respond Sat, 26 Jun 2021 23:56:06 +0000 https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/IMG_3823-min-150x150.jpg https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/?p=2832 O total de furtos de grampos de fixação dos trilhos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 15 furtos, foram levados 3.290 grampos dos trilhos, o que compromete toda a segurança ferroviária, enquanto no ano passado, em seis ocorrências, foram levados 1.602 grampos, de acordo com a SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades da região metropolitana.

E o que são esses grampos? Eles fazem a fixação dos trilhos nos dormentes. Sem eles, a linha férrea fica vulnerável, o que causa risco à circulação dos trens e pode provocar descarrilamentos.

A concessionária atribui o problema à crise econômica do país e, também, ao aprofundamento da crise pela qual o Rio passa. Com perda recorde de passageiros devido à Covid-19, a concessionária, que tinha a expectativa de que o fluxo de passageiros pré-pandemia fosse recuperado no segundo semestre deste ano, agora só fala em retomada para 2023.

Nesta sexta-feira (25), agentes da concessionária contribuíram para a detenção de um homem suspeito de furtar grampos de trilhos perto da estação Campos Elíseos, o que fez com que a circulação de trens fosse suspensa por uma hora e meia nos trechos Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim.

Depois de localizarem o suspeito, a concessionária acionou homens do grupamento de policiamento ferroviário, que o levaram para a delegacia. Com ele, foram encontradas peças da via férrea.

Até a colocação de novos grampos, os trens que circulam nos trechos estão com velocidade reduzida. Se o furto fosse de peças em sequência, a circulação teria de ser interrompida.

No último dia 7, a concessionária ajuizou pedido de recuperação judicial no TJ (Tribunal de Justiça) do Rio, com dívidas que atingem R$ 1,2 bilhão.

A empresa alega que foi seriamente impactada pela pandemia da Covid-19, que restringiu a circulação de pessoas e provocou redução brusca em seu faturamento.

Os trens deixaram de transportar 102 milhões de passageiros desde o início das medidas restritivas tomadas para tentar evitar a disseminação da Covid-19, ainda em março do ano passado.

Os principais credores da concessionária são Light e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que representam 85% do total da dívida.

SuperVia
Ano de fundação da empresa: 1998
Receita operacional (2020): R$ 439,2 milhões
Prejuízo (2020): R$ 110,7 milhões
Dívidas: R$ 1,2 bilhão (85% do total com Light e BNDES)

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